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História Dont Ever Let It End - Prólogo


Escrita por: Rocker-

Notas do Autor


Bem, gente, essa é minha segunda fanfic do 5 Seconds Of Summer que faço sozinha. Ela é meio que pra substituir SLSP quando ela acabar, mas resolvi já ir postando de uma vez. Espero que gostem ;)
Créditos da capa à juh_javorka, mto obrigada, linda! ♥

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Dont Ever Let It End - Prólogo

Don’t Ever Let It End

Prólogo

Ao descer do avião em Sydney, a primeira coisa que senti foi uma nostalgia melancólica me atingindo em cheio. Ver todas aquelas pessoas passando de um lado ao outro enquanto carregavam barulhentas malas de rodinha fazia minha cabeça girar em torno das últimas lembranças que eu tinha daquele lugar. Andando pelo chão limpo e lustrado do Aeroporto Internacional de Kingsford Smith eu sentia que não deveria ter nunca saído dali. Mas acontecem coisas na vida que lhe fazem tomar decisões extremas. Sair de Sydney fora uma delas – e voltar também estava sendo.

Olhei ao redor, como se procurasse uma pessoa em especial entre tantas que passavam à minha volta. Mas eu sabia que não devia fazer isso, sabia que ninguém estaria ali me esperando. Eu escolhi assim e deveria arcar com as consequências de mais uma decisão extrema. Suspirei derrotadamente, esperando que caísse a ficha de que estava de volta à minha cidade – não minha cidade natal, mas aquela da qual nunca deveria ter saído. Não havia sido fácil sair e também não estava sendo fácil voltar. Ainda mais porque eu não sabia se ele ainda estaria aqui.

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Primeira chamada para o voo 274, com destino a Londres. Senhores passageiros, favor comparecer ao portão de embarque.

- Shi. – ele disse mais uma vez, respirando fundo para segurar suas próprias lágrimas enquanto segurava meu rosto em suas mãos firmes e beijava minha testa carinhosamente. – Calma, Bea, isso não é pra sempre. Ainda vamos nos ver novamente. E muitas vezes, eu prometo.

- Eu sei, Luke, mas... – eu tentei dizer, mas um soluço me interrompeu.

Preferi não completar a frase. Não me faria bem pensar em todas as coisas que passaríamos até estarmos juntos novamente – nem a mim e nem a ele. Afastei-me um pouco dele, limpando as lágrimas que insistiam em correr teimosamente por meu rosto, e levantei meus olhos para observar os seus. Olheiras fundas indicavam um claro sinal de choro e falta de sono. Olhos injetados, lábios mais vermelhos que o normal, olhos azuis opacos pelo sentimento de devastação e os cabelos loiros sem brilho caindo sobre a testa em sua franja típica. Apesar de tudo isso, Luke Hemmings continuava sempre lindo aos meus olhos.

- Eu não quero que isso acabe. – Luke sussurrou, admitindo algo que pareceu ser um sacrifício para sair de seus lábios.

Suspirei. Não era algo que eu quisesse dizer em voz alta, mas eu também tinha medo. Tinha medo de tudo o que o destino reservava para nós. Sempre fui um pouco cética, acreditando que nós mesmos fazemos nosso futuro, e ter que bater de frente com minhas próprias ideias não estava sendo fácil. Não era eu fazendo meu próprio destino – se fosse, eu jamais estaria deixando Luke.

- Eu também não, mas prometo que logo estarei de volta. – prometi, mesmo sabendo que poderia não ser verdade.

Eu odiava fazer promessas que poderiam não ser cumpridas, mas Luke precisava de um pouco de certeza naquele momento. Eu também precisava.

- Está mentindo. – ele acusou, soltando um sorriso triste. – Você está indo viajar em turnê com seu pai, não sabe nem ao menos se quando ela acabar você voltará a morar em Sydney.

- Não, eu realmente não sei. – eu murmurei. – Mas espero que meu pai nos traga de volta, mesmo estando separado da minha mãe.

- E por quê não fica morando com ela? – ele perguntou, talvez já pela milésima vez.

Mordi o lábio, revivendo em minha mente todos os momentos em que eu poderia ter tido uma mãe de verdade, que se importasse e me tratasse como filha e não apenas uma conhecida qualquer. Não, eu não poderia ficar mais com ela quando eu tinha a oportunidade de ser mais feliz com algo que eu gosto e me trará futuro. E se a consequência fosse deixar Luke e os garotos por algum tempo, eu o faria, mesmo sendo egoísta de minha parte. Não poderia abandonar meu pai talvez no momento que ele mais precisava de mim e de meus irmãos.

- Você não entende, e espero que nunca entenda. – eu digo, pensando na senhora Hemmings e em todo o carinho que a vejo distribuindo para seus filhos. Luke nunca saberia como era viver sem amor materno. – Mas eu tentarei voltar. Por você, pelos meninos e por tudo o que nós vivemos. Eu prometo voltar para você.

- Promete? Mesmo? – Luke insistiu, olhando para mim com aqueles grandes olhos azuis com os quais sempre fui apaixonada.

Sorri, tendo a certeza de que faria o possível para retornar aos seus braços quando minha vida tomasse mais estabilidade.

- Eu prometo. – garanti, ficando na ponta dos pés para alcançar seus lábios.

Separamo-nos quando ouvimos a última chamada para meu voo. Fiquei tão imersa na conversa que nem ao menos havia escutado a segunda chamada. Separei-me rapidamente de Luke. Olhei para o lado, vendo Ashton, Calum e Michael com os olhos inchados pelo choro recente. Dei um abraço forte em cada um deles, tentando gravar cada segundo em minha memória. Eu estava abandonando meus melhores amigos e a ficha parecia ainda não ter caído.

- Se cuida, baixinha. – disse Calum, bagunçando meus cabelos. Em qualquer outra situação eu o teria xingado bastante. Hoje eu simplesmente não me importava.

- Não se esqueça da gente. – pediu Ashton.

- Isso jamais. – eu garanti a ele.

- E mantenha contato, não se esqueça! – lembrou Michael, e eu ri baixinho, assentindo.

- Adeus, meninos. – eu disse, e dei mais um selinho em Luke, que já tinha mais lágrimas escorrendo por sua bochecha. – Eu te amo, loiro, não se esqueça disso.

- Eu também te amo, Bea. – ele sussurrou de volta. – E estarei aqui nesse mesmo lugar te esperando quando você voltar.

Saí de seus braços contra minha vontade e caminhei até minha família. Chad, meu tio, Ryan e Daniel já tinham passado do portão. Emma já estava passando, seguindo seu pai Daniel. Ao menos minha melhor amiga estava me acompanhando. Não que ela tivesse muitas opções, já que seu pai era o baterista da banda. Aproximei-me de Michael, meu pai, Avalon e Dawson – minha irmã mais nova e meu irmão mais velho.

- Calma, Bea, vocês vão conseguir superar a distância. – disse Dawson compreensivamente, abraçando-me pelos ombros. Ele já tinha dezoito e é dois anos mais velho que eu, então sabe como dezesseis anos é uma fase difícil. Sorte minha, talvez?

- Eu sei disso. – disse, fazendo o possível para manter a convicção em minha voz. Olhei para trás enquanto andava para longe dos quatro meninos que foram tão importantes em minha vida. De longe eu podia ver Luke acenando. Acenei de volta. – Eu prometi que voltaria por eles. Eu vou voltar para eles.

Naquele momento, porém, eu não sabia aquela que fora uma das maiores mentiras que eu já havia contado em toda a minha vida.

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Balancei a cabeça para espalhar tais pensamentos. Há dois anos atrás eu havia me despedido do único garoto que já amei em toda a minha vida, mas hoje não nos falamos mais. Não sei nem mesmo se Luke lembrava da minha existência. Seis meses de contato e, após isso, tudo foi por água abaixo sem explicação alguma. Simplesmente paramos de conversar sempre, mandar mensagens e fazer chamadas no Skype. A distância simplesmente nos desgastou ao ponto de não falar nem mesmo com Calum, Ashton ou Michael.

Ainda hoje imagino como eles estavam, mas eu ouvia notícias do mundo dos famosos. Apesar de nunca mais ter ouvido as músicas que eles tanto lutaram para lançar ou ver uma única foto recente deles, eu sabia que o recente sucesso deles como 5 Seconds Of Summer era estrondoso. Ele não se lembrava mais de mim e com certeza não estaria me esperando no aeroporto como prometera fazer quando eu voltasse.

- Beatrice. – ouvi a voz de meu pai e olhei em sua direção. – Está tudo bem?

- Estou sim. – eu disse, tentando engolir o nó na minha garganta.

Eu não devia me importar tanto assim.

Já parecia um caminho traçado quando decidi abandonar tudo em Sydney. Eu sabia das possíveis consequências e teria de enfrentá-las. Tudo o que me restava agora era superar.

- Tem certeza? – ele perguntou por garantia, e eu assenti.

Tio Chad sorriu para mim enquanto me ajudava com as malas que pegamos no check-out.

- Espero que você descanse durante esses primeiros dias, vamos precisar da sua ajuda nos estúdios logo em breve. – ele disse animadamente.

Eu abri um sorriso sincero. Trabalhar como compositora para meu pai e seus companheiros do Nickelback era uma das experiências mais incríveis da minha vida. Ainda mais quando realmente gostavam das minhas músicas.

- Essa garota arrasa, precisamos dela. – brincou Daniel, mexendo nos meus fios de cabelo quando passou por mim.

- Ei, e quanto a mim, pai?! – exclamou Emma, considerada pela família Kroeger como uma prima postiça, fingindo estar indignada.

- Ah, você é um peso desconsiderável, Em. – brincou Dawson.

Emma adquiriu uma expressão ofendida e se virou para minha irmã de nove anos, que segurava a mão de Dawson.

- Vamos, Avalon, abandone seu irmão e venha comigo, porque sou mais legal!

E, por incrível que pareça, Avalon foi. – É mais legal sim!

Foi a vez de Dawson ficar indignado.

E tudo o que eu conseguia fazer era rir junto com Ryan.

- Eles não criam jeito mesmo! – exclamei para ele, que soltou uma gargalhada alta enquanto nos encaminhávamos para a saída do aeroporto.

- Olha só quem fala! Passou dois anos nos infernizando a cabeça! – Ryan me acusou. Talvez até fosse divertido estarmos todos de volta, mesmo que eles permanecessem por apenas certo tempo.

Saímos do aeroporto lotado sem muitos problemas – ainda bem que os fãs não sabiam que a pausa que o Nickelback faria antes da turnê australiana seria na própria Austrália – e nos encaminhamos para a vã que estava estacionada logo em frente a um dos grandes portões de entrada à nossa espera. Quando lá chegamos e eu estava prestes a arremessar a mala que eu carregava no porta malas para entrar, meu pai me impediu.

- O que foi, pai? – perguntei, confusa, quando franzi o cenho.

- Você já tem carona para casa. – ele disse, entortando a boca e apontando para algum ponto atrás de mim. – Você sabe muito bem que ficará com Angela, mocinha.

Respirei fundo umas três vezes antes de começar a imaginar várias e várias formas de extravasar a raiva na cara da minha “querida mãe”. Virei-me para onde meu pai apontava e vi uma das pessoas que eu menos queria naquele momento. De longos cabelos castanhos e um rosto de boneca Barbie falsificada, vi minha mãe acenando para nós de um Range Rover preto não muito longe de nós. A pequena animação que eu havia sentido acabara por ser implodida. Tentar comprar a mim e a Dawson com carros esportivos não iria adiantar.

- Vamos, Beatrice, não é o fim do mundo. – Emma, que ficaria conosco na casa da minha mãe, tentou me animar de alguma forma.

- Há controvérsias. – eu afirmei, emburrando ainda mais a cara quando Angela nos recebeu com vários abraços.

- Quanto tempo, eu senti saudades!

Eu quase podia ver o veneno escorrendo por sua boca.

- Também senti, mãe. – disse Dawson, mesmo eu sabendo não ser uma completa verdade. Ele e Avalon também nunca haviam recebido muita coisa dela.

- Mamãe! – Avalon abraçou-a fortemente e eu respirei fundo novamente. Acho o maior problema que eu tinha com minha mãe era o fato de Avalon nunca poder ter o que eu não tive.

- Vamos, vamos, vocês devem estar cansados. – ela nos apressou a entrar quando todas as malas foram acomodadas no grande porta malas.

Entrei no banco de trás, ao lado de Avalon e Emma. Eu me recusava a sentar ao lado no banco do carona.

- O tempo que passaremos juntos daqui para frente será muito bom, isso eu garanto! – Angela Kroeger olhou por nós através do espelho retrovisor, e tudo o que eu via eram seus olhos castanhos brilhantes e seu sorriso de pedra.

Ah, talvez o tempo em Sydney não fosse mais tão bom quando eu imaginei que seria.

 

 


Notas Finais




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