OLIVER NARRANDO
Mais uma noite como todas as outras, sem dormir direito, eu estou cansado disso. Além de atormentar minha vida, esse demônio perturba meu sono, meus sonhos, minha mente.
Levantei-me no horário de sempre e me arrumei. Fui direto pra escola, já que meu irmão ainda não tinha acordado pra ir trabalhar. Moro com ele desde que se tornou maior de idade e me tirou da casa do reformatório (um nos depois), pois nossa avó ficou perturbada da cabeça depois de perder nossa mãe e por achar que eu matei minha mãe, o que não é verdade como já sabem.
Ao chegar ao colégio soube que entraria uma garota nova na escola. Corajosa, entrar no início do 3º bimestre e ainda sem conhecer ninguém.
Bom deve ser só mais uma burguesinha loirinha que logo terá muitos "amiguinhos" ao redor dela. Tipo de garota repugnante que só pensa em si mesma e em que roupa vai usar.
Peguei meu material no armário e fui pra sala. Como sempre, não tinha ninguém além dos nerds da sala. Logo o sinal tocou e os restantes dos alunos entraram seguidos pelo professor.
- Bom dia alunos. Quero lhes apresentar a nossa nova aluna. Lights Valerie, entre querida. - Logo em seguida entrou garota linda na sala e seguiu até onde o professor estava.
Surpreendi-me ao me deparar com uma garota morena, baixinha e de roupas das quais nenhuma garota daqui usaria. Calça jeans rasgadas, uma blusa clara debaixo de um casaco jeans grande e botas.
Seu cabelo? Fora do normal e bagunçado.
Seu nome? Mais anormal ainda, quem se chama Lights cara??
- Apresente-se, por favor.
- Hm... Sou Lights Valerie, mas pros idiotas é melhor nem chegarem perto. Sou da cidade ao lado. Bom eu era... Nada muito longe.
- Qual a sua matéria favorita minha querida? – Sim, nosso professor é gay.
- Literatura.
- Então gosta de ler, escrever né?
- É o que parece né... - Ela parecia estar com vergonha, mas respondia normalmente.
- Tudo bem, querida, sente-se ali atrás do problemático ali - Disse apontando pra mim, filho da puta.
LIGHTS NARRANDO.
Minha tia resolveu se mudar por causa do novo trabalho que ela arrumou, mas nada muito longe. Porém acabaria com a única vida que eu estava começando a ter. Amigos? Não, apenas terei que fugir das pessoas idiotas novamente.
Um lado bom foi que eu, finalmente, fui embora daquele inferno de colégio. Mas por outro lado isso foi péssimo. Não é legal entrar no 3º Bimestre numa nova escola e sem conhecer ninguém. Mas como minha linda opinião não vale de nada...
Essa nova escola não é muito diferente da outra.
Estava decidida a não ser mais aquela menininha indefesa, que escutava todos os comentários idiotas e que tinha medo de todos como eu era na outra escola.
Reparei que todos naquela sala eram aqueles típicos alunos que só ligavam pra eles e eles mesmos, mas apenas um era diferente... E notei pelo que o professor disse que não era mesmo igual aos outros.
Fui até a frente de todos e me apresentei, odeio essa parte. Tentei de tudo pra não gaguejar e consegui. A parte de ficar com vergonha eu consigo fingir não ter porque quase não fico vermelha.
O restante das aulas foi normal assim como a primeira. A matéria que eu odiava era biologia, justamente, a matéria da qual a professora não foi com a minha cara.
~~~~~~~~~~
No final da ultima aula, minha tia me liga e me avisa que terei que voltar sozinha. Muito legal. Arrumei minhas coisas e sai da escola.
Comecei a descer a rua da escola e assim que virei a esquina comecei a me sentir estranha, como se alguém estivesse me seguindo ou observando. Atrevi-me a olhar para trás, mas pro meu alivio, ou não, não havia ninguém. Eu estou ficando maluca.
Antes de entrar em casa, olhei novamente e tive a impressão de ver alguém, mas quando olhei novamente não tinha mais nenhuma alma sequer naquela rua.
- Como foi sua aula querida? – Meu “padrasto” Andy pergunta saindo da cozinha.
- Normal. – Tentei passar por ele e ir para o primeiro andar, mas fui interrompida ao passar por ele que segurou meu braço.
- Como normal? Sua primeira aula e ainda mais no terceiro bimestre. Duvido que tenha sido normal. – Disse usando sua língua mestra, o sarcasmo.
- Pois é, você quebrou a cara, pois foi perfeitamente normal. Normal até demais. Agora me de licença – Disse puxando meu braço com força e correndo para meu quarto, trancando a porta logo em seguida. Tenho medo de Andy, isso é notável para qualquer um. Mas eu tenho que começar a tentar fugir dele, eu preciso sair dessa casa, eu não aguento mais ele na minha cola.
Andy não é um cara feio, longe disso, mas é um cara babaca, estúpido e que só está com a repugnante da minha tia apenas pelo dinheiro. Ela sabe disso, mas finge não acreditar. Mas digam-me, o que um cara bonito de 29 anos faria com uma velha de 60 anos?
Anabell até pode ter todas as plásticas que você imagina na cara e no resto do corpo, mas isso não justifica um cara idiota como Andrew estar com ela.
E o pior de tudo é que quem sofre na mão desse covarde sou eu. Ainda irei fazer dezessete anos e com isso não tenho muita opção do que fazer.
- Estou indo para o trabalho – Escutei Andy dizer atrás da porta. Não me dei o trabalho de responder.
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