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História Dont Look Back - Why?


Escrita por: EMPIREWILKINSON

Notas do Autor


oii gente, como prometido aqui está mais um capítulo!
esse ficou bem grande...
espero que gostem!!

Capítulo 5 - Why?


Fanfic / Fanfiction Dont Look Back - Why?

No sábado, encontrei com minhas amigas pela primeira vez. Elas falavam muito. E todas pareciam iguais. Magras e bem vestidas.

Elas me cercaram, abraçaram e choraram. Reparei que uma das garotas se destacava do resto. O nome dela, eu o aprendi bem rápido. Verônica Hodges. Loira, bronzeada, magra, perfeita.

- É tão bom saber que você está bem, Nat. Estávamos tão preocupadas. – disse Verônica.

- Obrigada.

Verônica se inclinou, se aproximando de mim, e falou bem baixo:

- E estamos torcendo para que Megan também apareça.

Assim como cachorrinhos muito bem adestrados, todas as meninas concordaram com a cabeça.

- Eu também.

- Mas... Sua mãe falou que você não se lembra dela – Verônica comentou, franzindo a sobrancelha.

- Nem de nós – Candy Alderman intrometeu-se, olhando com cara feia para as comidas que tinham sobre a mesa. – É bom ver que seu apetite continua o mesmo.

- É?

- Você sempre comeu feito homem. – disse Candy, afirmando com a cabeça.

- Verdade – murmurou minha mãe.

Bom, digamos que eu fiquei sem saber se era bom ou ruim eu não ter perdido meu apetite masculino.

- Mas, então... – Candy resolveu perguntar o que todas queriam saber. – Não se lembra de nada?

E, simples assim, perdi o meu famoso “apetite masculino”.

- Não lembro, mas o médico disse que minha memória logo vai voltar.

Depois da minha resposta para a pergunta super esperada pelas meninas, elas pareceram bem aliviadas. Aí, passaram a falar da escola, da temporada de beisebol que estava para começar, e aonde iriam naquela noite. Fui convidada, mas minha mãe avisou delicadamente que eu não colocaria os meus lindos pés fora de casa tão cedo. Excelente! Começaram a falar do namorado que eu ainda não conhecia.

- Ele é tudo de bom – Candy disse, sorrindo. – E tão, tão perfeito.

- É mesmo, Verônica concordou. – Vocês têm o namoro perfeito.

- Ele está muito preocupado com você – falou Candy. – Você tem mais sorte do que imagina.

Sorte por estar viva ou por ter um namorado “espetacular”?

O estranho era que, a não ser pelo comentário da Verônica, ninguém falava da Megan. Eu tinha certeza de que estavam fugindo do assunto, para que eu não surtasse. Dei graças a Deus por isso, mas eu queria saber mais a respeito dela.

Quando a conversa acabou, perguntei:

- Megan disse alguma coisa antes e nós... Antes de desaparecermos?

- Ela não...

- Acho que por hoje já basta, meninas. – Minha mãe apareceu atrás de Verônica, sorrindo sem mostrar os dentes.

- Natalie precisa descansar.

- Mãe – eu reagi, constrangida por ser tratada feito criança.

Empurrei a bancada para tomar impulso e me levantar, mas acabei derrubando o banco alto e fiquei de pé. Meus joelhos tremiam e, quando saiu, minha voz era apenas um sussurro:

- Mãe...

Ela olhou para as meninas que estavam completamente pálidas, o era definitivamente muito estranho devido á cor da pele delas que era bastante bronzeada.

- Que foi?

Meu coração batia muito forte. Como explicar? Eu sabia que já tinha respondido daquele jeito para a minha mãe. Já tinha me sentindo daquela maneira: frustrada, irritava e com muita, muita raiva dela. Toda a minha família que estava presente viu tudo que tinha acontecido. Para qualquer outra pessoa, não seria nada demais, mas, para meu cérebro completamente vazio, era algo estranho demais.

- Natalie?

Todo mundo olhava para mim. E cada rosto pertencia a uma pessoa desconhecida. Nenhuma lembrança, nem mesmo uma faísca de familiaridade.

- Não é nada. Só estou cansada.

Minha “reunião de boas-vindas” estava definitivamente cancelada. As garotas me deram abraços rápidos e beijinhos no rosto antes de irem embora.

- O que realmente aconteceu? – minha mãe perguntou, me seguindo por cada cômodo que eu passava pela casa. – Natalie, responda.

Eu me sentei no sofá enorme que tinha na sala.

- Não foi nada demais. Eu só me lembrei de ter... Ter me irritado com você antes, de ter te respondido com raiva.

Ela me observou por um momento e sentou ao meu lado. Seus olhos lacrimejavam. Ela segurou minhas mãos e disse:

- Nunca pensei que ficaria feliz em saber que você se lembra de ter se irritado comigo.

Sorri.

- Chato, né?

- Não, não é chato, amor. É um avanço, um grande avanço. Mas realmente acho que é melhor você ir com calma esse fim de semana.

- Quero ir pra escola na segunda-feira. Tenho que ir. Preciso ir.

- É muito cedo.

- Tenho que fazer algo normal. Talvez isso ajude a minha memória.

Ela pareceu ficar ainda mais preocupada.

- O doutor Weston disse que você precisa ir devagar. Pode ser um pouco demais.

- Que mal faria? – frustrada, cruzei meus braços. – Vou esquecer mais alguma coisa? Não sobrou nada para eu esquecer!

- Eu não sei. Já falei com a escola, e disseram que não seria um problema você ficar em casa uma ou duas semanas.

Naquele momento, descobri algo novo a meu respeito. Eu não tinha a menor paciência.

- Vou para a escola na segunda.

- Natalie, eu realmente...

- O que está acontecendo? – Meu pai entrou na sala e se inclinou para beijar meu rosto. – Parecem até os velhos tempos.

Minha mãe bufou e olhou de relance para meu pai.

- Sua filha quer ir para a escola na segunda- feira.

- Joanna, se é o que ela quer fazer, não devemos impedir.

– Mas...

- Então posso ir? – eu me intrometi, toda esperançosa.

- Dois contra um, já vi tudo. Certas coisas não mudam.

E, com isso, ela saiu com raiva da sala.

- Não ligue, filha. Sua mãe se preocupa com tudo.

Me despedi de meu pai e subi para o meu quarto.

Deitada na cama, fechei meus olhos e inspirei fundo várias vezes. Megan. O nome dela me assombrava. Será que ela está por aí, sem saber quem é, num hospital diferente? Sam disse que brigávamos muito, mas é isso que as amigas fazem... Ou pelo menos pensei que faziam. E, pelo visto, eu era uma verdadeira patricinha malvada. Tão má que nem mesmo Nash gostava de mim. Até meu irmão parecia ter medo de mim.

De olhos bem fechados, obriguei minha mente à se esvaziar. Inspirei fundo e visualizei o rosto da Megan. Ela era, obviamente, a última pessoa com quem eu havia estado. O que tínhamos feito? Cinema? Balada? Só companhia e bate- papo?

Suspirando, rolei para o outro lado e enfiei a cara no travesseiro. Debaixo dele, alguma coisa foi amarrotada.

Me afastei imediatamente do travesseiro. Enfiando sob o cobertor estava um pedaço de papel amarelo, dobrado em triângulo. Com a absoluta certeza de que esse papel não estava aqui de manhã, puxei o papelzinho e o desdobrei depressa.

Fiquei completamente sem ar e deixei cair o bilhete. Com a pulsação acelerada, fechei os olhos, mas ainda podia ver as palavras.

“Não olhe para trás. Não vai gostar do que encontrará.” 

Pulei fora da cama, saí correndo para o corredor e tombei com meu irmão.

- Oooou!

Sam agarrou meu braço e me segurou para eu não cair.

- Devagar.

Tentando recuperar o fôlego, olhei para ele ofegante.

- Tem um... Tem um...

O sorriso desapareceu por completo do rosto dele.

- Tem o quê, Nat? – Como eu não respondi, ele me sacudiu de leve. – O que está tentando dizer?

- Tem um bilhete debaixo do meu travesseiro!

- O quê?

Ele passou reto por mim, seguindo na direção do meu quarto. Fui atrás dele e parei na porta. Sam se aproximou da minha cama e apanhou o bilhete.

- “Não olhe para trás. Não vai gostar do que encontrará.” Está de sacanagem comigo? – Ele se virou, segurando o bilhete. – Quem esteve aqui em cima, Nat?

- Não sei. Ninguém que eu conheça...

Não completei a frase. Eu não conhecia ninguém.

- Ninguém passou aqui para ver você hoje? Talvez tenha dado uma escapada ou algo assim?

Uma idéia frustrante passou por minha cabeça.

- Minhas... Minhas amigas estiveram aqui hoje de manhã. Algumas saíram da cozinha para ir ao banheiro. – Franzi a sobrancelha. – Verônica saiu umas três vezes.

- Tem que ser uma delas. Foram as únicas a entrar aqui em casa. – Ele olhava o bilhete. – Tem que ser uma delas.    

Não gostei mesmo daquilo. Elas deviam ser minhas amigas e, mesmo que eu não me lembrasse das garotas, não queria acreditar que uma delas me deixaria aquele bilhete.

- O que está fazendo? – Tentei impedi-lo, mas ele jogou o papel na lata de lixo. – Por que jogou fora? É... Uma prova.

- Prova? Alguém está zoando você, é diferente. – Ele cruzou os braços e fechou a cara. – E aposto que foi uma das suas amigas idiotas.

- Minhas amigas não são idiotas.

- Você não se lembra das suas amigas.

- Tem razão. Mas por que alguém me deixaria um bilhete desses? Quer dizer, não tem nada de engraçado. Parece... Parece mais um aviso.

- Nat, é um trote.

Olhei para a lata de lixo. Não parecia um trote. Senti um estranho calafrio. Do meu ponto de vista, era um aviso claro. Uma ameaça, disse uma voz no fundo da minha mente.

- Escuta, você passou por uma porrada de coisas. – Sam disse, e desviou os olhos quando olhei para ele. – Sinceramente, não consigo imaginar como é não ter a mínima idéia de quem sou, mas não deixe as meninas te sacanearem.

- Não vou.

Achei mais que necessário me defender.

- E não acho que seja bom contar para os nossos pais o que aconteceu. Eles surtariam e nunca mais deixariam você sair de casa.

Ah, merda, ele tinha razão mais uma vez.

- Mas e se uma delas souber o que aconteceu? Megan ainda está desaparecida e...

- E o quê, Nat? Você vai interrogá-las só porque encontrou um bilhete no seu quarto?

- Pode ser – retruquei, cruzando os braços.

Balançando a cabeça, ele andou até a porta.

- Deixa pra lá, Nat. É um trote. E, para ser sincero, em se tratando da Megan, longe dos olhos, longe do coração.

Confusa, o encarei.

- O que quer dizer com isso?

- Só estou dizendo que... Ainda bem que não foi uma pessoa legal que desapareceu. Como a Julie.

- Julie?

- Minha namorada... Vocês eram amigas, mas ela se vestiu roxo no dia errada ou alguma porra desse tipo.

- Eu não deixaria de ser amiga de alguém só porque ela vestiu roxo no dia errado!

Ele arqueou a sobrancelha.

- Mas, então, a Megan era muito pior que você. E olhe que não é pouca coisa. Você mudou muito quando começou a andar com ela. Muitas pessoas que conheciam a Megan... Provavelmente ficaram felizes quando ela sumiu. Até mesmo as amigas dela.

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As palavras do Sam me assombraram o resto do sábado e o domingo também. Uma coisa era descobrir que você tratava mal a maioria das pessoas, mas saber que sua melhor amiga desaparecida era ainda pior foi horrível. Se éramos tão más, por que as pessoas se deram o trabalho de nos procurar?

- Pelo visto, medo e popularidade andam de mãos dadas – resmunguei, bloqueando a tela do meu celular.

Minha pulsação estava fora de controle. Eu ia encontrar o Cameron... Meu namorado. Ia ser um constrangimento só. Ouvi minha mãe berrar meu nome. Ele tinha chegado.

Antes de chegar na sala, dei uma espiada e vi que Cameron estava ao lado da minha mãe. Era mais alto que ela, mas reparei que era menor que Nash. Corpo escultural, moreno, seus cabelos castanhos estavam despenteados de propósito. Olhos castanhos. Era bem bonito. Seu suéter tinha as mangas arregaçadas até os cotovelos, deixando à mostra seus fortes braços. As mãos estavam enfiadas no jeans.

- Nat – ele falou.

Cameron tinha um sorriso eletrizante, do tipo que se vê em revistas de celebridades: perfeito, perfeito demais. Ele olhou para minha mãe, que assentiu com a cabeça e veio em minha direção.

- É tão bom ver você, gata. Não faz idéia.

Fiquei completamente paralisada.

- Você está legal, Nat? – Cameron perguntou.

Senti uma tontura. Minha mãe estava fazendo aquela cara, a mesma do dia anterior. Aflita, preocupada.

- Estou.

O sorriso dele voltou ao rosto e, me abraçando bem forte, me levantou no ar. Senti uma pontada de pânico quando ele me apertou contra seu corpo.

- Ah, Nat... Nunca mais me dê outro susto desses.

Eu não conseguia responder nem respirar. Meus pensamentos se repetiam. Não conheço você. Não conheço você.

Quando ele me pôs no chão, tive de resistir a minha vontade de sair correndo. Por cima do ombro dele, minha mãe nos observava.

A porta da frente se abriu atrás da minha mãe e meu irmão entrou. Atrás dele vinha Nash. Meu coração acelerou por completo, mas logo voltei ao “normal” quando os dois subiram para o quarto do Sam. Eles não cumprimentaram nem a mim e nem o Cameron, apenas minha mãe que insistiu que subissem logo, pois, de acordo com ela, estavam “atrapalhando” meu momento com Cameron.

- Não sei por que seu irmão anda com o Nash. – Cameron comentou depois de uma risada, balançando a cabeça.

- Vai ver que é porque gosta dele. – respondi, erguendo a cabeça.

- Não têm nada em comum.

Cameron pegou minha mão e me levou para uma pequena sala um pouco afastada da sala. Ele me mandou um sorriso malicioso.

Comecei a retribuir o gesto e reparei que o sorriso me agradava.

- Nash tem vindo muito aqui? – Cameron perguntou, me puxando para sentar ao lado dele no sofá.

- Não sei dizer. Ele estava aqui na sexta, mas...

- Você não se lembra. Certo. – ele segurou minha mão e a apertou. – Estou sempre esquecendo. Ah, quase me esqueci disto.

Ele soltou minha mão e ficou de pé para pegar uma coisa no bolso. Tirou dali de dentro uma caixinha azul.

- Queria devolver isto.

- Devolver? – perguntei, pegando a caixa.

- É, você... Você deixou isso na minha casa antes de... Bem, antes de tudo acontecer. – Ele desviou os olhos e engoliu seco. – Eu coloquei de volta na caixa para você.

Abrindo a caixa, vi uma corrente de prata com um pingente em forma de coração. Eu reconhecia o colar, mas não o garoto que tinha me dado o colar.

- Eu usava isto?

Cameron fez que sim com a cabeça.

- Essa corrente não faz você se lembrar de nada?

Balancei a cabeça negativamente.

- Por que o tirei?

Ele baixou a cabeça, e, um longo segundo passou antes de ele finalmente resolver me responder.

- Você queria... Tomar um banho

- Por que eu ia querer tomar um banho na sua casa?

Cameron contraiu as sobrancelhas e corou.

- Você não queria voltar para casa sem tomar banho, porque a gente...

Baixei o olhar para o pingente e, aos poucos, comecei a entender.

- A gente transou?

Ele coçou o nariz e fez que sim.

Meu rosto ficou quente e o calor desceu pelo pescoço. Tínhamos transado, e eu nem sequer me lembrava.

- Foi minha primeira vez?

Cameron sacudiu a cabeça, bufando de leve.

- Não. Namoramos há anos, Nat.

Eu definitivamente não sabia o que era pior. Se era aquela conversa absurdamente constrangedora ou nem sequer me lembrar da minha primeira vez com ele. Com as mão trêmulas, passei a corrente de prata pelo meu pescoço e a fechei. O peso delicado do colar parecia insuportável por algum motivo. Fui atropelada por uma onda de frustração. Como era possível eu não me lembrar de nada daquilo? Meus olhos começaram a lacrimejar, e a vontade de correr apareceu novamente.

- Tudo bem. – Cameron abriu um sorriso forçado. – Seus pais me avisaram que você não se lembra de nada. É isso mesmo, né? Nem mesmo da noite em que desapareceu?

Minhas pernas tremiam quando levantei.

- Não me lembro de nada, mas o médico disse que ainda posso recuperar a memória.

- Algo que eu possa fazer para ajudar? – ele insistiu.

Eu duvidava, mas, quanto mais olhava para ele, mais eu começava a entender que talvez ele pudesse me ajudar.

- Eu vi você na noite em que desapareci?

Ele confirmou com a cabeça.

- O que fizemos além de...

- Era um sábado à noite, e estávamos juntos, conversando. Entre outras coisas que fizemos – ele sorriu maliciosamente.

- Sabe a que horas fui embora?

- Umas nove. Eu queria que a gente saísse com o Nate, mas você recebeu um torpedo.

- Espera, quem é Nate? 

- Nate é um grande amigo meu. Era o namorado da Megan, mas eles terminaram alguns dias antes de... Ela sumir.

- Ela tinha namorado?

Ele afirmou com a cabeça e me sentei ao lado dele.

- Eles brigavam, bastante. As discussões dos dois eram a diversão de todos.

- Nós brigávamos?

- Não. Nunca. – ele respondeu sem demora. – Nós tínhamos... Temos um relacionamento perfeito. – Ele se inclinou, encostando seus lábios em meu rosto. – Como nossos pais.

Alarmes dispararam. Até onde eu sabia, meus pais não tinham um relacionamento perfeito. Desde que eu havia voltado para casa, nunca os vi encostar um dedo que fosse um no outro, nem permanecer os dois na mesma sala mais do que alguns minutos.

- Mas então... Eu recebi um torpedo e fui embora?

- É.

- Ele encostou sua cabeça no sofá. Dava pra sentir o quanto ele estava decepcionado.

- Acho que era da Megan, mas você não falou nada. Saiu lá de casa puta da vida.

- Com a Megan?

Ele balançou a cabeça.

- Não sei. Você e a Megan tinham uma certa...

- Rivalidade? Foi o que meu irmão disse.

- E ele não mentiu. Megan... Nossa, como dizer isso sem parecer um escroto? – Ele respirou devagar. – Megan queria ser igual a você. Sempre quis. Aos olhos dela, você tinha tudo. Ela copiava definitivamente tudo que você fazia. Se você não gostava de alguém, ela também não gostava. Se você quisesse alguém, ela queria a mesma pessoa. Todo mundo sabia disso.

Arqueei uma sobrancelha.

- Ah...

- Eu não queria falar mal dela, principalmente nas atuais circunstâncias. Meu Deus, ela pode estar morta. – Ele viu a cara que fiz e se desculpou imediatamente. – Sinto muito, mas você sabe o que quero dizer. Megan era encrenqueira. Até mesmo com a gente.

- Pensei que a gente nunca brigasse.

- Não era brigar, brigar – ele disse, desviando os olhos. – Sempre lhe dou cobertura. Mas, às vezes, a Megan agia de maneira digamos que inadequada quando você não estava por perto.

- Como assim?

- Ah, Nat... Ela dava em cima de mim, mesmo sabendo que nós dois namorávamos e que Nate era meu amigo.

Eu esperava sentir uma pontada de ciúme, mas não senti absolutamente nada.

- Você gostava da Megan?

- Sim, ela era legal quando queria. Por que a pergunta?

- É que da maneira como fala, parece que não gostava dela, e acho que Sam também não gostava.

- Não era fácil lidar com a Megan.

Ele se aproximou e colocou uma das mãos sobre meu joelho. No mesmo instante, meus músculos travaram.

- Não sei o que aconteceu na noite em que vocês duas desapareceram. Não sei se estavam realmente juntas, e não quero falar dela. Quero falar da gente.

- Da gente? – perguntei, com a voz travada.

- Fica juntinho – ele falou, estendendo a mão para mim.

Minha pulsação disparou, e eu não queria ficar juntinho. Mas ele esperava com aquele sorriso paciente e estampado em seu rosto, e eu não queria magoá-lo. Devia ser difícil para ele. Eu era sua namorada e não conseguia lembrar um único detalhe a respeito dele ou do nosso namoro. Cheguei mais perto até minhas pernas ficarem prensadas com as dele.

Cameron levou a mão à minha nuca, puxando minha cabeça até seu peito e soltou um leve suspiro.

Passamos a tarde toda conversando, o que me ajudou a voltar a conhecê-lo.

Minha mãe apareceu e perguntou se Cameron iria jantar com a gente, mas ele recusou educadamente o convite.

- Descanse, amor. – ele sorriu e me deu um selinho.

- Não se preocupe. – retribui o sorriso.

Depois dele ter ido embora, eu fiquei pensando na Megan. Todos queriam que eu a esquecesse, que seguisse em frente. Como se a garota não tivesse desaparecido. Como se ela nunca tivesse existido. Observando a foto que eu tinha com a Megan, que retirei do meu bolso, percebi que não poderia fazer aquilo, não poderia simplesmente esquecê-la. Assim como não poderia ser a pessoa que tinha sido antes. Aquela Natalie ainda estava sumida, presa onde quer que Megan estivesse, e talvez ela fosse capaz de deixar Megan para lá, mas eu não.


Notas Finais


bom, espero que tenham gostado do capítulo!
para a alegria de vocês, o Cameron finalmente apareceu!!
não se esqueçam de comentar o que estão achando da fic
ah, sugestões são sempre bem-vindas
xoxo


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