História Dont Love me - Cartas de Rimin

- Foi até uma boa ideia termos deixado os dois sozinhos... Até porque eles são namorados, precisam de um tempo só pra eles! - Sungjong comentou.

"Namorados", eu não sei por que mas isso não me entrava na cabeça, talvez porque Sunggyu esperara duas semanas para poder me contar e eu estaria mentindo se dissesse que isso não me incomodou um pouco, talvez muito!

- Foi uma ótima ideia mesmo Hye Rim-Ah, agora sei que você realmente é amiga do Hyung! Sempre pensando no melhor para ele! - Sungyeol disse esticando os braços.

Sorri docemente, estávamos perto da minha casa e eu já podia ouvir os latidos da minha pequena cachorrinha, Ra Zi, uma poodle toy. Sungyeol também tinha um cachorro, o Haiká, um pastor alemão filhotinho. Myungsoo ficou do meu lado e passou o braço em volta dos meus ombros.

- O que você achou de passar o dia conosco? - Ele perguntou rindo.

- Foi divertido! - Respondi rápido.

- Que bom, achei que você não iria gostar já que o Hyung não estava aqui! - Ele me soltou e enlaçou as próprias mãos atrás das costas.

- Não pense assim, vocês também são meus amigos certo? - Disse mordendo a língua e piscando um olho, travessa.

Myungsoo riu, Sungyeol e Sungjong já estavam lá na frente brincando com Haiká, corri em direção ao pequeno cachorrinho e o acariciei ouvindo os latidos de Ra Zi bem ao lado. Despedi-me de todos.

- Woohyun-oppa, cuidado no caminho de casa! - Eu disse antes de entrar em casa.

Ele afirmou com a cabeça e eu fechei a porta depois de vê-los virar as costas e Sungjong e Sungyeol entrar na casa ao lado. Sungjong vivia tendo problemas com a família e sempre acabava fugindo para a casa de Sungyeol, no começo meus pais achavam estranho, mas aos poucos se acostumaram. Meu pai trabalha até tarde, quase sempre chega em casa na hora do jantar, minha mãe é professora e uma ótima dona de casa.

Depois de fechar a porta e ouvir o baque da madeira logo minha mãe apareceu, com um avental cor de rosa e um chapéu de cozinheira, ela ama coisas fofas, por isso eu cresci e sempre fui tratada como uma boneca!

- Princesa! - Ela me chamou e me abraçou. - Onde você estava até agora?

- Saí com Sungyeol-oppa! Ele disse que tinha te avisado...

- Realmente, mas pensei que Sunggyu estivesse com vocês, mas alguns minutos atrás ele ligou querendo saber se você já estava, então automaticamente pensei que se você não estava com Sunggyu não poderia estar com os meninos, então me preocupei! - Ela disse fazendo aegyo. O que era estranho era que aegyo realmente combinava com a minha mãe.

- Prometo para você que estava com Sungyeol-oppa e os garotos, hoje o Sunggyu-oppa não pode vir pois estava com a namorada dele... - Expliquei com calma.

- Sunggyu está namorando? - Minha mãe arregalou os olhos.

- Sim... Depois vocês falam sobre isso, vou subir! - Disse rápida já subindo as escadas.

Entrei pro meu quarto, que dividia com minha irmã, metade branco e verde e outra metade branca e azul. Sentei na cama, não fiz muita coisa durante o dia mas me sentia extremamente cansada, olhei para o canto do quarto onde havia uma escrivaninha simples, de madeira branca, com um bloco de papel de carta no canto e um copo repleto de lápis e canetas, todos com aspecto extremamente fofo.

Acabei me sentando na frente dessa escrivaninha, arranquei um dos papeis e agarrei um lápis, hesitei antes de rabiscar qualquer palavra, abri uma gaveta e encontrei outras muitas cartas que eu mesma havia escrito antes. Minha primeira psicóloga que havia me mandado fazer aquilo, escrever as coisas que eu não conseguia dizer e depois jogar a carta fora, mas eu achava desperdício, então guardava todas. Voltei à atenção para o papel recém-arrancado do bloco. Comecei a escrever.

"Como sempre eu não sei como começar a escrever o que quero, então desculpe. Eu realmente não aprendi ainda como se escreve uma carta direito! Hoje foi um dia divertido, me encontrei com Eimy e ela insiste em dizer que eu preciso de um romance, mas fiz uma descoberta realmente triste. Meu melhor amigo, Sunggyu (eu já escrevi sobre ele!) começou a namorar.

Bom, eu a conheci hoje e acho que ela não gosta muito de mim. Mas ela é realmente bonita, então estou feliz pelo meu amigo, por ter conseguido uma garota tão linda. Mas então por que me sinto meio incomodada com isso? Por que sinto um tipo de aperto no peito? Será que estou realmente chateada por ele ter demorado tanto para me contar sobre ela? Eu não sei!

Mas estou torcendo para que eles sejam felizes, porque o Sunggyu é meu amigo e eu quero o melhor para ele..."

- Papai chegou... Vamos jantar! - Hyo Eun apareceu de repente atrás de mim.

Escondi a carta com a mão e virei a cabeça para encarar minha irmã mais nova.

- Tarde demais, já li tudo! - Ela disse rindo. - Sabe, eu acho bem estranho que você seja tão calada e prefira expor seus sentimentos a um pedaço de papel do que a seu irmã...

- Você não entenderia Hyo Eun...

- Entendo sim, você está com ciúmes! - Ela anunciou levantando o dedo indicador em sinal de ideia.

- Ciúmes?

- Sim, em outras palavras você tem medo que agora que ele tem uma namorada não queira mais saber de você! - Ela explicou pensativa. – Tadinha da minha irmãzinha, tá apaixonada.

Ela riu de mim, empurrei a cabeça dela com uma mão.

- Você é uma versão mais nova da Eimy, sempre pensando em romance! – Eu reclamei revirando os olhos.

- Hyo Eun, Hye Rim, desçam! - A voz do meu pai reçoou no quarto.

Minha irmã desceu primeiro, eu dobrei a carta e coloquei dentro de um envelope com a data de hoje e a guardei na gaveta, só depois desci.