Samantha Collins P.O.V
— Não precisa. O Glenn vai junto. Ele já esteve lá antes, entrou e saiu sem problemas. Ele mesmo disse.
— Ah que ótimo. Vamos arriscar três homens. — Shane se aproximou.
— Quatro. — T-Dog veio junto.
— Cinco, na verdade. — Disse.
— Que ótimo. — Daryl ironizou. — Meu dia fica cada vez melhor, não é?
Rick tentou me fazer desistir, mas eu já estava com a cabeça feita. Eu iria com eles, querendo ou não. Depois deles se despedirem entramos no carro e seguimos até Atlanta.
Quando chegamos na loja havia poucos errantes, então Daryl os matou com facilidade usando a crossbow dele. Subimos ao terraço correndo, mas quando chegamos lá o Merle não estava. Única coisa que tinha sobrado dele era a mão.
Eu fiquei chocada com o fato de realmente aquele idiota tinha cortado a própria mão. Virei o rosto quando percebi que o Daryl iria pegar a mão no chão. Rick calmamente pousou sua mão sobre meu ombro, tentando me acalmar com tudo aquilo que estava acontecendo. Sorri com o toque dele, mas logo fiquei seria quando vi Daryl me encarando.
— Você está bem? — Rick perguntou baixo e eu assenti.
Daryl começou a seguir os pingos de sangue. Descemos uma escada e acabamos saindo em um escritório. Tinha um errante, mas logo Daryl o acertou com a flecha. Conforme fomos seguindo encontramos mais dois mortos.
— Meu irmão é o homem mais durão que eu conheço. Ele matou dois dessas coisas com apenas uma mão.
— Mas qualquer um pode desmaiar com perda de sangue.
Entramos em uma outra sala e era parecido com uma cozinha, havia panelas e pratos sujos. O lugar estava todo empoeirado e fedia a coisa morta. O fogo estava ligado e havia sangue por todo lado. Uma panela caída ao lado estava quente. Peguei ela na mão e percebi que havia pele queimada no fundo dela.
— Acho que o idiota do seu irmão usou isso pra estancar o sangue.
— Ele cauterizou o pulso. — Rick pegou da minha mãe e deu uma olhada.
— Eu disse que ele era durão. — Daryl disse meio sem jeito
Daryl e Rick começaram a discutir, já que ele queria sair pelos becos à procura do irmão. Glenn deu a ideia de irmos com calma e cada um ir pra um canto e foi o que fizemos. T-Dog e Glenn foram para o beco onde eles tinham nos salvo. Rick e eu fomos para o terceiro beco e o Daryl para o primeiro.
— O que está achando do grupo? — Rick me perguntou enquanto andávamos.
— São boas pessoas. E fico feliz que tenha achado sua família.
— Você não tem ninguém? — Ele perguntou e eu neguei. — Sinto muito.
— Não sinta. Prefiro não ter ninguém do que passar a vida toda sem saber onde estão ou se ainda estão vivos.
Rick Grimes P.O.V
O que ela havia dito tinha me feito repensar na sorte que eu tinha de ter encontrado meu filho e a Lori, mas de alguma maneira algo havia mudado entre nós. Apesar de tudo, eu conseguia sentir que algo a incomodava na minha presença. Talvez não exatamente na minha presença, mas no que ela havia causado na Lori.
Estava andado distraído em meus pensamentos quando Samantha se esquiva e mata um errante bem na minha frente. Ela me olha como se perguntasse o que havia acontecido comigo, e eu apenas me desculpei e seguimos para o tanque.
Quando chegamos todos já estavam a nossa espera. Daryl estava super nervoso por não ter encontrado o irmão, mas não disse nada. O dia estava quase acabando quando pegamos a estrada. O furgão tinha sumido, nós sabíamos que tinha sido o Merle, mas conseguimos outro pequeno carro pra seguir viagem.
Samantha Collins P.O.V
Ficamos silencio a viagem toda de volta para o acampamento, e não nego que o silencio era horrível. Resolvi abrir o porta luvas e procurar por algum cd. Havia alguns que eu nunca havia escutado, e antes de chegar ao final tinha um cd do David Bowie.
— Meu favorito. — Murmurei pra mim mesma enquanto colocava pra tocar.
— Finalmente uma musica. — Gritou Glenn do fundo.
— Vou ser obrigado a escutar isso? — Daryl resmungou.
— Vai. — Sorri.
...
Já era praticamente de madrugada quando deixamos o carro e seguimos a pé até o acampamento. No meio do caminho ouvimos gritos e barulhos de tiro. Tirei minha arma da cintura e corri pra ajudar os outros. O acampamento estava enfestado de errantes. As crianças corriam para os braços de suas mães enquanto quem podia tentava ajudar a matar aquelas coisas.
Estavam todos devastados com o que havia acontecido, e olha a Andrea aos prantos enquanto segurava o corpo da sua irmã já desfalecida me fazia sentir algo inexplicável. Ainda com a arma empunhada na mão eu olhava para os lados com medo de que mais errantes aparecessem por ali. As pessoas se abraçavam e eu apenas olhava pra elas enquanto elas choravam.
Ninguém conseguiu dormir naquela noite, separamos os errantes do nosso pessoal e quando amanheceu queimamos os corpos e enterramos os parentes.
Um dos caras do grupo havia sido infectado, e o Daryl queria mata-lo, mas os outros não deixaram. Eu concordei com ele, e isso acabou me afastando um pouco do grupo, mas eu tentei não pensar muito nas coisas.
Shane chamou todos para conversar, então fomos. Eu percebi que ele e o Rick há pouco tempo estavam discutindo sobre a ida ao CCD, então provavelmente a conversa seria sobre isso. Todos nos sentamos em volta a fogueira e então ele começou a falar.
— Bom eu andei pensando sobre o plano do Rick. Olha, não há nenhuma garantia. De qualquer maneira, serei o primeiro a admitir isso. Conheço esse homem há muito tempo, e eu confio nos extintos dele, e também eu acho que o mais importante é que nós temos que ficar juntos. Então os que concordarem iremos logo que amanhecer. Tudo bem?
Todo mundo ficou em silencio e depois cada um foi para seu canto. Faltava poucas horas pra escurecer, e eu precisava pensar em qual decisão tomar, então desci para a pedreira.
— Samantha. — Era voz do Rick.
Me levantei limpando as mãos sujas de areia e fiquei de frente pra ele. Ele estava parado com a mão na cintura, e a outra afundada nos cabelos. Ele estava com ar de chateado.
— O que houve?
— A Lori e o Shane estão me culpado por não estar aqui quando aconteceu o ataque.
— Que ridículo. Nós trouxemos armas. Teria sido muito pior sem as armas.
— Foi o que eu disse. — Ele deu os ombros. — E quanto ao CCD?
— Sinceramente eu ainda não sei. — Olhei para agua. — Aqui é um bom lugar.
— Sim, mas não é mais seguro. Se aconteceu uma vez com certeza irá acontecer outras. Não podemos arriscar ficar aqui pra sempre.
— Mas também não podemos arriscar ir pra um lugar onde talvez ele nem mais exista.
— Achei que fosse concordar comigo. — Ele pareceu chateado.
— Eu concordo Rick. — Segurei sua mão. — Mas me de um tempo pra pensar.
— Obrigado. — Ele olhou pra baixo e depois voltou a me olhar no olho. — Obrigado por pelo menos pensar na possibilidade de ir comigo.
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