Meses depois...
O coração de Liam pulava acelerado dentro de seu peito, suas mãos tremiam como nunca tremeram, sua nuca suava, mas seu corpo estava gelado. Ele fechou os olhos durante alguns segundos e fez um pedido a Deus rapidamente. Mal esperou o carro parar e desceu desesperado do mesmo, se debruçou no balcão da recepção do hospital e perguntou sobre a paciente Paola Schmitt. A recepcionista disse o número do quarto e o indicou aonde era.
Liam andou meio hesitante pelo corredor, ele não estava certo do que veria. As plaquetas nas portas mostravam o número de cada quarto. 606, 607, 608... 609. Era esse mesmo. Pelo vidro da porta Liam conseguiu ver Lola, ela estava desacordada, mas mesmo assim ele entrou. A pele dela estava mais branca que o normal, suas veias estavam bem visíveis em seu pulso. Em um gesto impulsivo Liam segurou a mão da garota e depositou um leve beijo nela.
O garoto olhou a redor do quarto, tudo estava bem organizado, sinal de que Emily passara por ali. Ele encostou o rosto na mão de Lola, a pele estava gelada e seu cheiro era de remédio e o sabonete de avelã que Lola sempre usava. Após alguns instantes ali na presença de Lola, Liam saiu dali e foi atrás do médico. Na mesma hora o médico entrou no quarto, ele olhou estranhamente para Liam.
- Quem permitiu você entrar aqui? – o médico pareceu bravo.
- A mulher da recepção...
- Ok, precisa se retirar – Liam olhou mais uma vez para Lola.
- E o bebê?
- É uma bela menininha, parabéns. – Liam sorriu automaticamente.
- Mas onde ela está?
- Me siga.
Os dois saíram juntos do quarto. O médico parou em frente à um vidro que mostrava a sala com os recém-nascidos. Olhando dali parecia-se que todos os bebês ali eram iguais. Liam sorriu ao olhar todas aquelas crianças minúsculas com a cara enrugada e a pele rosada, o médico olhou em sua prancheta e se dirigiu a ele:
- Dove Payne, certo? – Liam assentiu. – Para vê-la de perto você terá de colocar a roupa para entrar lá dentro. – O médico o levou até uma outra salinha para ele se trocar.
Aquela incubadora tinha cheiro de talco, e havia muitas crianças chorando. Liam estava seguindo a enfermeira até achar Dove, a pequena estava em uma incubadora no meio da sala. Ela era muito pequenina e rechonchuda, e parecia tão frágil que seu próprio pai estava com medo de segura-la no colo, seus cabelos louro escuro ralos eram parecidos com o de Lola, mas seu nariz era idêntico ao de Liam. Seu peito levantava e descia rapidamente enquanto ela dormia.
- Vou checar se pode leva-la para o quarto agora – a enfermeira saiu dali. E alguns minutos depois ela voltou com algumas roupinhas e uma manta. – Vou vesti-la e aí o senhor pode leva-la.
Liam esperava ansiosamente fora da sala, ele sorriu quando viu a enfermeira sair com Dove da sala. Ela entregou-a a ele, que pegou o bebê meio sem jeito. Lola estava acordada quando o garoto entrou no quarto, ela sorriu ao vê-lo. Ele deitou Dove no colo da mãe, Lola o olhou sorrindo. Liam se abaixou e beijou a testa dela.
- Ela é a coisa mais linda que eu já vi na minha vida – Liam disse tocando o rostinho delicado da bebê.
- Ela parece você.
- Não, ela parece mais você. Olhe essa boca e o cabelo, é seu – Lola riu e balançou a cabeça.
- É seu nariz – a menina passou o polegar no pequeno nariz da criança.
- É, ela é bem minha filha mesmo – Liam sorriu e passou o braço sobre os ombros de Lola.
(...)
Já fazia alguns dias que Lola e Dove voltaram para casa. Liam fez questão de arrumar tudo de um jeito que ajudasse Lola a se sentir melhor, mas, é claro, com a ajuda de Lorena – mãe de Lola. Liam estava se sentindo tão feliz que parecia que aquela felicidade nunca ia acabar. Ele finalmente estava se dando bem com Lola novamente e Lola parecia ter esquecido o que aconteceu na festa de Richard, ou talvez esteja apenas ignorando como ela sempre faz para evitar brigas com Liam.
A pequena Dove estava adormecida no colo do pai que estava dormindo sentado no sofá, Liam estava morrendo de cansaço, ele nem se lembrava de quando foi a última vez que dormiu bem durante a noite. Emily chegou do mercado e encontrou Liam dormindo quase deixando a bebê cair no chão.
- Liam! – Emily gritou o acordando.
- Meu Deus! – Ele pegou Dove antes dela escorregar do cobertor. – Emily você poderia, por favor, cuidar de Dove pra mim? Pelo menos até Lola voltar – Liam entregou a bebê para ela.
- Cuido sim, e vá dormir. Quase não vejo sua cara atrás dessas olheiras. – Liam beijou a testa de Emily.
- Eu te amo Emily – o rapaz subiu as escadas correndo.
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