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História Don't touch me - Passado


Escrita por: ansodomitee

Capítulo 5 - Passado


Fanfic / Fanfiction Don't touch me - Passado

Acordei com uma dor excruciante em meu lado esquerdo do fêmur e em meu ventre. Lembranças e flashes confusos  da noite passada passam por minha mente, afasto os pensamentos o mais rápido possível, apenas queria esquecer o que aconteceu, e eu sabia, no fundo, que Jerome iria se vingar por minha rejeição. Então abri os olhos com dificuldade, tentando recobrar a consciência . Minha cabeça estava explodindo, e a dor  que já estava insuportável aumentava ao longo do tempo em que minha lucidez voltava. Quando voltei ao estado normal, ou o mais normal possível, tentei me locomover, porém não obtive sucesso. Tentei também reconhecer o lugar, mas nunca o tinha visto antes, era um comodo sujo e úmido, não mobiliado. Havia apenas janelas cobertas de pó, e uma mesa de rodinhas á minha esquerda, perto da porta aparentemente velha ( como todo o resto ).  Quando minha linha de raciocínio foi quebrada por uma pontada de dor que percorreu por toda minha perna, me atingindo em cheio. Logo encontrei a origem dessa dor alucinante, havia um "furo" no tecido da minha coxa, que era consideravelmente grande, estava expelindo sangue e algum tipo de secreção, aquilo me revirou o estômago de um jeito incrível, senti o amargo de minha ânsia descer por minha garganta seca e quando dei por mim, tudo girou e eu desmaiei.

 

- Ei, acorda boneca - disse uma voz distante e um pouco rouca, quase imperceptível.


Abri os olhos, era Jerome
E ele estava ajoelhado ao meu lado, mexendo e cutucando a ferida em minha coxa com uma faca que do meu ponto de vista parecia extremamente afiada.

- Ah, olá. - disse ele, se levantando - Você acabou desmaiando antes mesmo de  eu chegar. O ruivo passava a faca na barra de minha camisa, limpando o sangue, o cheiro era.. sinceramente, insuportável.

 - Mas não se preocupe, agora que chegou, vamos brincar um pouco.
Um sorriso horripilante cresceu em seu rosto
Mas logo uma expressão de mistério tomou conta de sua face. Ele descia a mão para o bolso de sua jeans, mas sem tirar os olhos dos meus, alcançando dois frascos minúsculos

- O que fez comigo, Jerome ? - minha voz saiu tremula e falha, ele  levou uma das mãos ao peito, fingindo não entender a pergunta óbvia

- Como assim ? Ah...sim. Você se refere á esse buraco em carne viva na sua perna ? - disse, sínico. E enquanto falava, sua voz ia ficando baixa e distante, até quase estar inaudível, meus olhos de repente ficaram pesados e meu pescoço involuntariamente pendeu para frente
Um baque forte me despertou, ele estava dando tapas em meu rosto, e antes que eu conseguisse proferir alguns xingamentos, ele enfiou três pequenas pílulas em minha boca

- O que é isso ? - tentei parecer firme, mas falhei miseravelmente, engolindo as pílulas á contra gosto

- Duas dessas são morfina, a outra é apenas um calmante forte - o olhei horrorizada, ele não podia me medicar desse jeito. Dei risada com a ironia naquilo, ele havia feito um furo tão profundo que arrancou metade do tecido grosso da minha coxa, aqueles remédios não eram nada - Relaxa, o  que pode acontecer é : Ou você melhora ou tem uma overdose e morre. Bom... Vamos torcer para ser a primeira opção
Acho que nesse instante, minha boca estava aberta, eu estava estática, mas reuni forças para falar

- Por que está fazendo isso  ? - percebi que minha voz saiu mais baixa do que o possível, o medo me tomou, seria os remédios fazendo efeito ?

- Bom...- ele começou, enquanto andava pelo comodo escuro - Primeiro eu tentei fazer  uma incisão em você, mas eu acabei apenas fazendo um buraco na sua perna, aliás  desculpe por isso - ele riu - Então..Rolou esse lance de incisão e agora nós temos que fechar isso, sério. Está tão nojento !

De repente, ele caiu na gargalhada, olhando para mim . Aquilo me fez perder o resto da sanidade, a risada dele invadiu minha mente já dopada, fazendo com que eu enxergasse tudo um pouco embaçado.

- Ou você só está fazendo isso por que não é homem suficiente para me fazer gostar de você ? - não consegui conter a risada fraca e sínica que escapou de minha garganta


Mas o arrependimento logo me tomou, o ruivo assumiu uma expressão que eu ainda não tinha conhecido. Seus olhos pareciam chamas prestes á me devorar viva e seus lábios se fecharam em uma linha reta e zangada. Seus cabelos caíam, fios soltos pendiam de seu topete até sua testa.
Ele ficou bons segundos sem dizer nada, apenas me observando do fundo do comodo, e como a luz lá era ainda mais escura, apenas fez com que seu olhar ficasse ainda mais intimidador.
Rapidamente ele investiu contra mim, dando passadas longas e pesadas veio á meu encontro e encostou seu corpo ao meu, sua proximidade era sufocante, logo suas mãos passaram por minha cintura, me apertando contra seu peitoral e seu nariz roçava em minha orelha, me causando arrepios inconvenientes.

- Nossa convivência poderia ser bem mais fácil se você não me provocasse tanto - seu humor mudou totalmente e sua mão rapidamente desceu para meu pescoço, o apertando. Precisamente posicionando seu dedo anelar em minha jugular, engasguei de primeiro encontro mas logonão conseguia projetar reação, estava totalmente sufocada.

-Morra, idiota... - soltei, com muito esforço, juntei forças do meu interior, de onde eu nunca tinha ido, balancei a cabeça para frente e cuspi no rosto do ruivo.

A minha saliva descia solta por sua boca, então ele  passou a ponta dos dedos sobre seus lábios limpando o líquido pegajoso e transparente. Como punição ele encostou mais o corpo ao meu, sabendo a repulsa que aquilo me causava. Então sorriu parecendo satisfeito com minha cara de puro nojo.
Logo depois disso vi que o remédio me pegou de surpresa, tudo pareceu escurecer e meu corpo amoleceu por completo, então apenas encostei minha cabeça no ombro de Jerome e apaguei.




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Estava em casa, aquele cheiro de panquecas com amoras inundava todo o quarto, me remexi no travisseiro ainda com preguiça de ir á escola, mas tomei coragem o suficiente para sair da cama. Andei pelo quarto á procura da porta, passei rapidamente pelo corredor alcançando as escadas, a cada passo dado o cheiro de café da manhã recém posto á mesa me rondiava, era o perfume mais doce que eu já havia sentido, tão confortante e acolhedor...Então corri para a cozinha em busca da mamãe, acho que a essa hora papai já foi ao trabalho.
Adentrei a cozinha cantarolando Annie Lennox, mamãe adorava.
Mas parei, tomada por uma visão perturbadora, mamãe estava deitada em cima de uma grande poça de sangue, sangue que jorrava livremente de suas costas, nelas, grandes buracos surgiam expelindo ainda mais sangue. Sentei ao seu lado desesperada, tentei á todo custo levanta-lá, tentava tirar seu rosto do chão ao menos, mas não tinha forças suficientes, o medo tomou conta de todo o meu ser, me deixando fraca.

- Mamãe, por favor...- eu dizia enquanto a abraçava.
Ela tentava falar mas apenas gemidos de dor saíam de sua boca. Me virei tentando encontrar algo que á ajudasse, quando vi papai. Ele estava parado á porta, nos encarando impassível.

- Papai...- eu tentava dizer, mas as lágrimas não deixavam - A mamãe..
Por mais que eu tentasse pedir ajuda, meu corpo em choque, não permitia, era como se minha voz estivesse sumindo.
Papai fechou a porta atrás de si, então veio caminhando lentamente até mim, sentou no chão ao meu lado e me puxou contra seus braços, me acolhendo.

- O que aconteceu ? - eu dizia, chorosa. Mas não obtive resposta, papai estava calado e indiferente

- Eu sinto muito - ele disse, porém sua voz era sem vida, parecia que algo havia se apoderado dele. Quando ele me agarrou pelo pescoço e me lançou a chão, de jeito que meu rosto ficasse colado ao rosto sem vivacidade de mamãe. Ele subiu em cima de mim com fúria enquanto apertava ainda mais meu pescoço, sugando minha vida aos poucos. A falta de ar tomava conta de todo o ambiente, não havia mais nada, apenas o escuro. Olhei para mamãe, e então relaxei o corpo. Estranhamente eu estava feliz, iria encontrar a mamãe em breve.

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Acordei com uma voz distante chamando por mim enquanto mãos frias me balançavam
Frustração, a palavra que define meu estado de espírito
Frustrada por não estar morta ? Me surpreendi comigo mesma, mas havia lógica nisto
Porque se eu estava viva, isso sugeria que eu ainda estava á mercê de Jerome.

- Anna ? Está ouvindo ? Sabia que fala enquanto dorme ? - o ruivo riu, um riso rápido e escandaloso - Seu pai matou sua mãe ? E eu pensei que tinha problemas na família.
 


 

 

 

 


Notas Finais


Oi, lindos
Vamos conhecer um pouco da história da Anna ?

And remember : There's nothing more contagious than laughter


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