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  3. Capítulo 2

História Don't trust anyone - ABO JIKOOK - Capítulo 2


Escrita por: YangMinHee

Capítulo 3 - Capítulo 2


 

Jimin

 

Nunca ninguém tinha reparado em mim ou dado pela minha presença. Ninguém se interessa, ninguém, absolutamente ninguém, então porque agora? Porque?

Corri para a casa de banho depois que o professor autorizou a minha saída e procurei por uma cabine vazia. Entrei, tranquei-a e sentei-me na privada deixando que o choro tomasse conta de mim. O meu coração doía e a minha garganta parecia trancar a cada soluço devido ao choro. Eu não queria pensar naquilo, não queria ter de relembrar aqueles momentos. Porque é que aquilo interessava a alguém? Era demasiado humilhante. 

O meu corpo tremia com as recordações daquele momento. Ninguém sabia, ou eu achava que ninguém sabia. Eu não tinha contado a ninguém, mas era óbvio que aquele ser repugnante o ia fazer. Era demasiado bom para que um alfa asqueroso não se gabasse de algo. 

Eu realmente imaginei que aquilo fosse morrer comigo, já que não faz parte do meu plano de história de amor com um príncipe encantado. 

Tentei acalmar-me com aqueles métodos estúpidos que ensinam às pessoas para fazer, mas nada resultou e eu continuava a chorar. 

Não sabia quem tinha enviado os bilhetes, contudo sabia que aquilo era o começo e que não ia parar. Talvez todo aquele grupinho de populares já soubesse e quando encontravam alguém para humilhar, eles nunca paravam, por isso é que nunca me importei de ser o ómega invisível. 

Eu não sabia o que fazer, eu precisava de falar com alguém. Precisava que a minha vida não fosse tão complicada. 

 

-Jimin?! - a voz de Hoseok soou por todo o espaço. E de alguma forma foi reconfortante.

Eu sabia que estava a demorar demasiado na casa de banho. Não demorou para que Hoseok viesse à minha procura. Talvez a pedido do professor, ou por vontade dele, nunca vou saber.

Funguei do lado de dentro da cabine quando ouvi a voz dele aproximar-se. Eu odiava ser um ômega tão sentimental. Qualquer coisita estou a chorar. 

-Hmm?

-O que se passa? Estás a chorar? - o Hoseok perguntou e pelo tom de voz, parecia bastante preocupado.

A preocupação dele foi melhor incentivo que todos aqueles métodos. Limpei as lágrimas e saí da cabine. 

-Estás mesmo.. Ei, que foi? -aproximou-se e tocou as minhas costas. 

Caminhei até ao lavatório e lavei a cara. A maquiagem estava toda arruinada àquele ponto. Parecia a maquiagem de alguém que morre nos filmes de terror, depois de gritar por socorro. 

Limpei a cara decentemente e olhei-o.

-Aqui não. Eu conto-te em minha casa logo. Aqui não! - eu disse-lhe deixando-o menos preocupado comigo, mas ainda assim preocupado. 

 

Voltamos para a aula e eu tentei concentrar-me, mas não tive sucesso. Não o consegui fazer durante uma única aula depois do que aconteceu. Aquilo já começava a afetar-me e eu precisava de arranjar uma solução para o assunto. 

No final das aulas, voltei para casa tendo o Hoseok por companhia. Ele falava sobre qualquer coisa, enquanto empurrava a bicicleta, mas eu não consegui ouvir nada do que ele disse. Apenas acenei em algum momento e foi o suficiente para que ele percebesse que eu não o ouvia. 

Fomos num silêncio confortante até minha casa.



 

-Vamos para o meu quarto - disse assim que abri a porta. 

Não podia deixar que ninguém me ouvisse. A minha mãe não podia saber daquilo. Contar ao Hoseok já me deixava ansioso. 

O Hoseok apenas me seguiu depois de tirar os sapatos. Deixei a minha mochila a um canto e sentei-me na cama. Peguei na almofada e deixei-a em cima das minhas pernas para me apoiar. O Hoseok sentou-se na cadeira da minha secretária e encarou-me esperando que eu falasse. 

-Vais-me contar porque estavas a chorar? - ele perguntou 

O suspiro que saiu por entre os meus lábios foi um sinal de que eu só podia contar partes. Até porque não me lembrava de muito.

Peguei nos bilhetinhos que recebi durante a aula e entreguei-lhos. Ele pareceu lê-los atentamente e olhou-me surpreso.

-Isto é…

-Não é verdade. Não aconteceu nada disso. Eu acho - olhei para o lado - eu não me lembro Hoseok. Eu sei que conversei com o Hwan quando a minha mãe deixou as pizzas na mesa e depois lembro-me de ter ido dançar um pouco. Depois disso são só flashes até eu acordar nu no meu quarto. 

Os olhos do Hoseok quase duplicaram de tamanho. Acabei por cobrir a minha cara por estar envergonhado. Era uma merda. Lembrar daquilo dava-me ânsia de vómito. 

 

-Jimin… flashes? - ele perguntou depois de se sentar também na minha cama. -Isto é…
-Hoseok… - chamei e o choro voltou - eu acho que ele abusou de mim - abracei o meu corpo e encolhi-me. O meu segredo já não era tão secreto. O meu segredo já não era só meu.

 

Ouvi-o dizer algumas coisas até se aproximar de mim e me abraçar. Eu precisava daquele abraço mais do que qualquer palavra. Precisava de saber que alguém se importava, mesmo que não fosse o meu príncipe encantado. 

-Jimin, devias ter apresentado queixa. Devia haver vestígios… - ele disse aquilo numa voz muito fraca.

-Eu não tive coragem - agarrei-me ao corpo do beta e continuei no meu pranto. Eu precisava deixar tudo ir ou eu ia sufocar. 

-Jimin, isto vai dar uma confusão. Nem é nada do que eles pensam. E eles vão ser maus e tu não mereces nada disso! Jimin…. devias ter apresentado queixa. Aish!! - O Hoseok parecia não estar tão certo de ter pedido para saber. 

 

-Hoseok… - chamei num prato ainda maior e olhei-o - Hoseok, eu acho que ainda é pior do que isso! 

Ele olhou-me ainda mais preocupado e balançou a cabeça. 

-Não Jimin! Não pode ser!

Caí na cama e abracei a minha almofada. 

-Fizeste algum teste? - perguntou e eu apenas balancei a cabeça de forma negativa.

-Hoseok, eu tenho sentido enjoos todos as manhãs - vi a boca do Hoseok abrir e fechar e o silêncio tomou conta de nós. 

Não demorou para o meu corpo ser envolvido pelos braços do Hoseok. Ele deitou-se atrás de mim e abraçou-me. Senti os lábios dele na minha nuca e logo depois o queixo no meu ombro. 

 

-O que vamos fazer? - perguntou-me

-Eu preciso de dinheiro… não posso ter este bebé. 

 

Ficamos durante algum tempo em silêncio. 

Apenas aproveitei o abraço do Hoseok até ouvir o carro da minha mãe entrar na garagem. Sentei na cama e olhei o Hoseok.
-Hoseok, isto fica entre nós está bem? Eu vou encontrar uma forma de resolver isto rápido.

Voltei a abraçar o Hoseok e fechei os olhos. 

Será que era ele o meu príncipe encantado e eu não tinha percebido?

Movi a minha cabeça o suficiente para o encarar e sorri.

 

O silêncio que nos acolhia foi interrompido por uma voz de um alfa que eu não conhecia. Este parecia discutir com a minha mãe. O que era estranho. Eu achava que ela não tinha ninguém. Ainda mais alguém que gritasse com ela. 

Os gritos pararam e logo se ouviu a voz de alfa. Arrepiei-me. Para mim a voz de alfa era assustadora. Mas a voz não atingiu o Hoseok de maneira nenhuma. Eu desejava mesmo ter nascido beta.

 



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