Deveria ser madrugada na hora em que eu acordei. Meu sono havia ido embora e deu lugar a uma coragem que nem eu sabia que tinha
Tentei levantar da cama, contudo meus braços e pernas estavam presos na cama
-Sabe Molly -Jim Moriarty estava encostado na porta do banheiro Enquanto você dormia eu tive uma ideia interessante e eu achei que seria excelente por em pratica o mais rápido possível
-Me solta -a minha voz não saiu como eu esperava. Parecia a de um filhote assustado
-Não precisa ficar com medo -ele passou seus dedos pela minha bochecha -Se depender de mim não vai doer nada
Foi quando ele pegou seu celular no seu bolso e apontou para mim
-Sorria, você está sendo filmada -ele deu um sorriso psicopata e subiu da cama. Cada uma de suas pernas estava de um lado do meu corpo -Diga alguma coisa. Diga alguma coisa para seus amigos, seus pais, ou até mesmo Sherlock! Algo que você sempre quis, mas nunca conseguiu
Dei um grito abafado. Sentia as lágrimas descendo pelo meu rosto
-Vamos, Molly, não fique assim. Você sabe que eu não quero te ver assim
-Então pare, por favor -minha voz estava fraca -Pare com isso
-Ouviu isso, Sherlock? Ela quer que eu pare! Me faça parar! -Moriarty começou a gargalhar. Uma gargalhada que fez eu começar a me debater desesperadamente
-Olhe a sua garota, Holmes! Você vai deixar ela assim?
Ele estendeu o braço com o celular para o lado, como se ele quisesse dar o aparelho para alguém. E, de fato, ele queria. Esse alguém é Christine Moran
-Não me olhe assim garota. Parece que estou fazendo algo errado -ela deu um sorriso tão psicopata quanto o de Moriarty. Eu me recusava a chamá-lo de Jim. Jim nunca existiu
Me debati mais ainda. As cordas que me prendiam machucavam meus pulsos e tornozelos, mas eu não ligava. Só queria sair dali
God, can you hear me? God is missing
Moriarty segurou minhas meus pulsos com as mãos e o seu rosto se aproximou do meu
-Não faça isso, você pode se machucar. Não queremos isso, não é?
Não respondi. Apenas o encarei
Faça algo Molly Hooper. Pare de chorar e faça alguma coisa!
-Eu quero me redimir pelo que aconteceu na escada, Molly -ele falou no meu ouvido -Christina acha que eu deveria ter um herdeiro. Disse que alguém deveria cuidar dos negócios da família quando eu morresse
Não. Não o deixe fazer isso. Faça algo. Reaja
-Você sabe que eu não preciso te machucar para ter o que quero, não é Molly? Mas você precisa colaborar se não quiser sentir dor, você entende?
-Christina, por favor, nos dê privacidade. Sabe que eu não consigo fazer com gente olhando
Ela apenas assentiu e prendeu o celular na parede com um durex que estava em seu bolso
-Tente relaxar. Vai ser quase igual à primeira vez, a única diferença é que estamos sóbrios
Não me lembro muito bem dos detalhes. Mas sei que tiveram muitos gritos vindos de mim e gargalhadas vindas dele
Quando tudo acabou, ele levantou da cama, pegou o celular e falou antes de sair
-Charles trará sua comida quando amanhecer
Apenas quando ele foi embora é que eu pude digerir o que aconteceu
Aquilo não poderia estar acontecendo. Simplesmente não poderia. Eu acabei de... Moriarty me estuprou.
Todo o meu corpo estava dolorido. Meus pulsos e tornozelos deveriam estar machucados por causa da corda. Eles doíam. Minha cabeça doía e eu estava sozinha
***
Provavelmente foram dois dias. Eu havia perdido a noção do tempo. Nesses dois possíveis dias, não vi ninguém além de Charlie, que me levava comida e me soltava apenas para eu usar o banheiro. Dois dias que eu não falava. Parecia que eu estava enlouquecendo
No terceiro dia, Christina apareceu. Ela estava com um exame de gravidez na mão. O resultado foi negativo
-O chefe não vai gostar disso -ela comentou. Seu olhar era de desaprovação -Ele estava bem ansioso para a chegada do herdeiro
Soltei um gemido baixo. Certamente, eu não sairia daquela situação impune, mesmo que não fosse culpa minha
Ela saiu do meu quarto com o teste em mãos e um olhar de quem iria presenciar a melhor cena do mundo em breve
Não demorou muito para eu ouvir passos apressados e duas vozes falando
A porta se abriu com um estrondo. Moriarty estava com raiva
-Pensei ter dito que queria um herdeiro -ele disse, entredentes
-Não sou eu quem escolho se vou engravidar ou não
Um tapa. Certamente a marca da sua mão ficou na minha bochecha
O cabelo cobria meu rosto. Não deixaria ele sentir o prazer de ver a marca que ele deixou
-Ah Molly. Me desculpe -o seu tom de voz suavizou de uma forma impressionante -Eu só fiquei triste, pois estava ansioso para a chegada no nosso filho
Nosso filho
Ele me abraçou e eu, não fiz nada, fiquei parada
Nosso filho
-Nosso filho? -repeti, minha voz saiu baixa, mas tenho certeza que ele ouviu
-Sim Molly, nosso filho. Nós vamos tentar novamente e eu tenho certeza que conseguiremos
Tentar novamente? Quer dizer que ele quer tentar novamente?
Ele se afastou de mim
-Christina, vamos. Melhor deixar ela descansando
Quando a porta fechou, eu me encolhi no chão gelado. Deus, consegue me ouvir? Eu preciso de ajuda
***
Novamente, Moriarty não foi mais me ver e Charles voltou a ser minha única companhia
-Mesmo se eu pedisse, você não me ajudaria a escapar, não é? -perguntei da última vez que nos encontramos
-Eu trabalho para o senhor Moriarty. Devo a minha total fidelidade à ele
-Mesmo se o que ele está fazendo é errado
Silêncio
-Charles, por favor! Você não vê o que ele está fazendo comigo? Olhe o meu estado!
-A senhorita não entende -foi sua resposta antes de sair
Eu estava sozinha
*Sherlock Holmes*
Eu nunca me senti tão mal como quando assisti àquele vídeo. Como só eu percebi quem realmente é James Moriarty?
Como as pessoas -principalmente os professores- podem ser tão cegos?
Enfim, o mais preocupante era o fato de ele ter o meu celular
Era difícil admitir, mas eu precisava da ajuda do meu irmão
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.