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História Dormindo com o Inimigo - O dia em que nos tornamos um


Escrita por: HimeSama20

Notas do Autor


Oieeeee, tudo bem com vocês, seus lindos??? Comigo tudo ótimo (ótimo, ótimo, não... última semana de férias, já viu T-T)
Olha, acho que bati meu recorde dessa vez, né? Depois de ser coagida (leia-se ameaçada) com uma faca (né, Mikacat, querida? huahuahua)
Mayuri-chan, sua oração pra minha imaginação não me abandonar parece que deu certo XD
Muito obrigada mesmo pelos comentários no capítulo anterior, fiquei realmente feliz com o apoio de todos vocês! Aos novos leitores, bem-vindos! Espero que continuem apreciando esse mundinho que eu criei com tanto carinho pra vocês!

E VAI TER PEGAÇÃO NESSE CAPÍTULO, MEU POVO!!!!!!!!
Bora pegar as bolsas de sangue!!

Capítulo 12 - O dia em que nos tornamos um


Otoya desceu do táxi certo de que o encontraria ali. Não sabia como, mas sua intuição lhe dizia que ele estaria ali.

Já era noite alta e a boate já estava aberta. Pelo horário, Otoya imaginou que já estaria cheia, e ao entrar, constatou que estava certo. Olhou em volta procurando seus velhos amigos, mas pela falta deles, imaginou que já estivessem "trabalhando". Dirigiu-se ao bar, onde Ryo servia os clientes. Ao se aproximar, o velho amigo arqueou as sobrancelhas, surpreso por vê-lo ali.

- Otoya! Imaginei que não o veria por aqui tão cedo!

Ele saiu de trás do balcão e os dois abraçaram-se, saudosos.

- As circunstâncias me obrigaram a voltar. - Fez uma pequena pausa para Ryo voltar ao seu posto atrás do balcão, enquanto tirava de seu bolso uma fotografia. - Estou procurando um amigo, algo me diz que ele pode ter vindo aqui.

Ryo analisou a foto atentamente, e seus olhos brilharam em reconhecimento, para alívio do Ittoki.

- Ele está ali. - Apontou para um canto escuro e reservado. Se não tivesse perguntado, jamais o teria visto.

- Está acompanhado?

O barman balançou a cabeça negativamente.

- Mas ele não deve estar muito sóbrio, já faz um tempo que ele chegou.

Otoya cerrou os maxilares.

- Vou querer dois copos de água, por favor.

Ryo o serviu imediatamente, e olhou-o de lado quando Otoya estendeu o dinheiro.

- Por favor, Ittoki! Acha que vou te cobrar dois copos de água? É por conta da casa.

Otoya sorriu.

- Obrigado, velho amigo.

Quando o ruivo virou-se, Ryo o chamou novamente.

- Otoya! – Continuou a falar quando o Ittoki se virou para ele novamente. – Tenha cuidado, ele está com cara de poucos amigos. Se ele arrumar confusão, não hesite em chamar os seguranças.

- Pode deixar, eu sei lidar com um cara bêbado. - Respondeu, batendo sugestivamente nos músculos do braço direito.

Tokiya sentava de costas para ele, por isso não o viu se aproximando. Ao chegar, Otoya apoiou sua mão no ombro do moreno e inclinou-se, jogando um copo de água em sua bebida, quase no fim.

- Ei! - Reclamou. Virando-se de cara zangada, assustou-se ao ver Otoya.

- Chega de beber, não acha?

A expressão do Ichinose era a de alguém que recebia uma surpresa desagradável.

- Como foi que você me achou?

- Intuição.

O ruivo sentou-se de frente para ele e depositou na mesa o outro copo de água, talvez com um pouco de força demais, derramando um pouco o conteúdo. Analisou-o atentamente, suas roupas já não eram as mesmas de quando o viu pela última vez, mas estavam extremamente amarrotadas. Seu olhar era indecifrável, parecia irritado, ao mesmo tempo em que parecia triste e perdido. Pelo cheiro forte de álcool que emanava dele, Ryo tinha razão quanto ao seu estado de sobriedade.

- Devia ter nos avisado onde estava, ficamos preocupados.

- Eu não devo satisfações a vocês. Na verdade, não devo a ninguém. O que te faz pensar que eu deveria?

- Somos seus amigos.

- Você não é meu amigo. – Jogou em sua cara, sem piedade. Seus olhos pareciam duas esferas de gelo, azuis, frias e cortantes. Otoya suspirou.

- Ok, eles são seus amigos e se importam com você. E apesar de não se considerar meu amigo, eu também me importo. – Tokiya riu alto e debochadamente.

- HÁ-HÁ-HÁ!! Você é tão ridículo. – Otoya levantou uma sobrancelha com o insulto.

- Você não tem moral pra chamar alguém de ridículo. Olha pra você, tá caindo de bêbado, aposto que mal consegue ficar em pé. Não deve nem lembrar mais onde está ou o porquê de estar aqui.

Tokiya gemeu alto, massageando a cabeça. Infelizmente, ele ainda se lembrava do porquê de estar ali. E era justamente isso que ele queria esquecer.

- Você diz que eles são meus amigos, isso é mentira. Eles deixaram de ser meus amigos no dia que você apareceu. Desde então, tudo é Otoya! Otoya isso, Otoya aquilo! “O Otoya é tão legal, né? Diferente de você, sempre com essa cara azeda.” Isso é ser amigo pra você!?

De repente Otoya entendeu o que ele queria dizer.

- Por isso você me odeia. Você acha que eu roubei eles de você.

Tokiya o olhou com rancor.

- Desde o dia que você entrou naquela sala, eles esqueceram que eu existia. Não conversavam mais comigo, não almoçavam mais comigo, não me chamavam pra ir na casa deles.

- Eles disseram que você sempre recusava. – Defendeu-se.

- Mentira!! A verdade é que eles não queriam mais alguém como eu perto deles! Mas eu, sempre tão idiota... como eu pude sentir a falta deles?

- Porque você gosta deles.

- E do que adianta, se eles não estão nem aí pra mim?

- Não é verdade. Eu não acabei de dizer que eles ficaram muito preocupados com você?

Tokiya avaliou-o. Otoya sentiu pena dele, a única coisa que ele queria era ter amigos, e mesmo pra isso ele tinha dificuldade.

- Você tem amigos, Tokiya. Você só precisa enxergar isso.

- E por que eles mandaram você? – Perguntou desconfiado.

- Eles não me mandaram, eu vim sozinho porque quis. Eles nem sabem onde nós estamos.

- Por que você? Você era a pessoa que eu menos queria ver agora, depois de-

Parou bruscamente ao perceber o que estava falando.

- Depois de Hayato?

Tokiya apertou as mãos em volta do copo.

- Não fala o nome dele!

- Ele é seu irmão.

- Eu quero esquecer isso!! – Ergueu o copo, que agora continha mais água que álcool, e gritou. - Mais uma dose!

Otoya segurou sua mão, descendo-a e gritando no mesmo tom.

- Não precisa, ele não vai beber mais.

Olhou Tokiya desafiadoramente, enquanto este o olhava incrédulo.

- Como é?

Otoya sentiu pelo tom ameaçador de Tokiya que a hora de sair era aquela. Aproveitou-se que ainda segurava a mão do Ichinose e puxou-o, levantando-se.

- Vamos embora daqui.

- Você não manda em mim! – Puxou a mão de volta, livrando-se do ruivo. No movimento, suas pernas atingiram a cadeira que antes estava sentado, jogando-a ruidosamente para trás. A essa altura, a maioria dos frequentadores ouvia a discussão dos dois, aguardando ansiosos pelo desfecho.

- Para com isso, Tokiya. Não me obrigue a fazer o que eu não quero.

O Ichinose riu desdenhoso.

- Olha o seu tamanho, moleque, você acha que pode me obrigar a fazer alguma coisa?

Otoya cerrou os maxilares.

- Você pode se surpreender.

Eles se encararam por vários minutos, os olhares firmes desafiando o outro a desviar primeiro. A tensão entre eles era sentida por todos que assistiam a discussão. Otoya percebeu que Tokiya tinha os braços na frente do corpo, como se estivesse em posição de defesa, como se se sentisse ameaçado pela presença do Ittoki.

- Chega disso, Tokiya! Olha o papelão que você tá fazendo. Se ao menos você me contasse o que acont-

Viu algo voar em sua direção e esquivou-se rapidamente quando Tokiya atirou um copo em sua direção, que se espatifou na parede atrás de sua cabeça. Toda a boate gritou, assustada.

- VOCÊ NÃO SABE DE NADA!! PARA DE FINGIR QUE ENTENDE OS OUTROS, VOCÊ NEM ME CONHECE!! O QUE VOCÊ SABE SOBRE MIM?! ME FALA!!! – Gritou exaltado.

- Sei que você não é tão forte quanto deixa transparecer. – Otoya disse sem gritar, mas em tom tão elevado quanto o de Tokiya. - No fundo, você é solitário e sensível. Quer desesperadamente que os outros percebam o quanto você está sofrendo, mas tem medo de contar seus problemas para os outros. Você foge porque acha que não pode confiar em ninguém!

Ele terminou de falar e os dois se encararam. Otoya estava ofegante por falar alto e pela adrenalina que corria em suas veias. Tokiya tinha um olhar raivoso, parecia prestes a atacá-lo.

- Ainda acha que eu não sei nada sobre você?

- Desgraçado!

Tokiya avançou sobre ele e desferiu um soco em sua boca, jogando-o em cima das cadeiras atrás de si. Todos gritaram, liberando espaço para os encrenqueiros, enquanto alguns chamavam pelos seguranças. O Ichinose aproximou-se de Otoya e levantou-o pelo colarinho, um fio de sangue escorria de sua boca. Levantou o punho para acertá-lo novamente, mas dessa vez o Ittoki se esquivou, fazendo-o perder o equilíbrio. Quando Tokiya virou-se para ele novamente, Otoya pegou o copo de água que estava em cima da mesa e jogou o conteúdo em seu rosto.

- Argh!! – Ele gritou, instintivamente jogando o rosto para o lado.

Aproveitou o momento de descuido do moreno para dar-lhe uma rasteira que o derrubou de costas no chão.

- O que está acontecendo aqui? - Gritaram os seguranças.

Tokiya estava estatelado no chão, encarando Otoya com um olhar brilhante de ódio. Otoya cuspiu o sangue acumulado em sua boca, erguendo uma das mãos e pedindo calma aos seguranças.

- Está tudo bem, ele se alterou um pouco. Ele paga pelos danos.

Como Otoya era conhecido por todos os funcionários do local, eles não fizeram nada contra Tokiya, apenas pediram que os dois se retirassem e, por amizade à Otoya, não lhe cobraram pelo prejuízo, desde que Tokiya não voltasse mais ali.

Assim que saíram, Otoya pegou firme no braço de Tokiya, antes que esse resolvesse fugir dele. Como esperado, o moreno tentou se soltar.

- Me solta!

Dessa vez, foi Otoya que lhe agarrou pelo colarinho. Com os rostos muito próximos, ele disse em tom baixo.

- Olha aqui, se você continuar se comportando como uma criança eu vou te tratar como uma, entendeu? Nós vamos entrar num daqueles táxis, e você vai ficar bem quietinho, a não ser que queira apanhar de um moleque como eu!

Isso pareceu acalmar a fúria do Ichinose. Novamente ele segurou em seu braço e guiou-o em direção aos táxis, como Tokiya estava meio cambaleante pelo álcool, não foi uma tarefa difícil. Chegando perto de um, abriu a porta de trás.

- Entra! – Ordenou, e Tokiya obedeceu-o, zangado. Otoya sentou-se no banco da frente. Ele vasculhou suas mensagens, e viu que eles haviam encontrado o hotel onde Tokiya estava, e lhe passaram o endereço. Ele repassou ao motorista.

Seu rosto doía terrivelmente. Ao olhar para trás e ver que o moreno estava confortavelmente ajeitado no banco, estreitou os olhos.

- Se você dormir aí, eu juro que eu vou te jogar numa valeta qualquer e esquecer que você existe. - Avisou. Tokiya olhou-o sem nada dizer.

Chegando no hotel, teve de carregar Tokiya até o quarto, o que atraiu olhares nada receptivos dos outros hóspedes.

- Vem tomar um banho, você está fedendo.

- Ahh, que saco! Quer parar de mandar em mim? Eu quero dormir.

Otoya constatou que o que dizem sobre bêbados serem iguais crianças era totalmente verdade. Sendo assim, ele teria que cumprir o que dissera anteriormente e tratá-lo como uma.

- Você não vai dormir antes de tomar banho. – Disse autoritário.

O Ichinose entrou no banheiro, de cara emburrada e permanecendo parado. O ruivo virou-se para ele, impaciente.

- O que está esperando, tire as roupas.

- Você vai ficar aí? - Perguntou, desconfiado.

- Tá com vergonha do quê? Esqueceu que eu já vi tudo isso aí?

O moreno pensou por um instante, e imediatamente começou a despir-se. Quando ele terminou, o ruivo o acompanhou, ficando apenas de cueca.

- Não vai tirar? - Tokiya perguntou, olhando sugestivamente para a peça remanescente.

- Não. – Disse simplesmente. Ele estava se concentrando profundamente para fingir que a visão do corpo nu de Tokiya não mexia consigo.

- Então você vai me dar banho? - Indagou, maliciosamente.

Otoya virou-se de costas e contou até três.

- "O que eu fiz pra merecer isso?" - Pensou. - E eu tenho escolha? Não quero que você acabe caindo e quebrando o pescoço. - Ele virou-se e estendeu a mão. - Vem.

Tokiya pegou-a e entrou embaixo da água, gritando em seguida.

- GELADA!!

Ele tentou sair, mas Otoya forçou-o a permanecer ali.

- É, gelada!

Depois de certo trabalho, Tokiya parou de se debater e se encolheu, tremendo de frio. Otoya deixou-o quieto um momento, deixando a água gelada clarear sua mente. A água que respingava em si fazia-o se arrepiar, e quando Tokiya cedeu e se ajoelhou no chão com os braços em volta do corpo, ele mudou a temperatura do chuveiro. Ao sentir a água quente em suas costas, Tokiya suspirou aliviado, erguendo a cabeça com os olhos fechados e deixando a água quente bater em seu rosto.

Otoya entrou embaixo do chuveiro também, pegando o frasco de shampoo e massageando cuidadosamente a cabeça do moreno. Tomava cuidado para a espuma não entrar em seus olhos ou boca, e aos poucos a expressão de Tokiya foi se suavizando, como se ele estivesse finalmente relaxando. Em certo momento, o corpo do mais velho pendeu para o lado quando ele cochilou ajoelhado, assustando o ruivo que teve que segurá-lo às pressas. O Ichinose abriu os olhos, espantado, como se não tivesse percebido que dormira.

- Aguente só mais um pouco. – Murmurou baixinho o Ittoki.

- Desculpe... – Otoya estranhou o pedido, Tokiya não era de pedir desculpas. – É que está tão bom...

- “Se você não estivesse bêbado eu juro que te agarraria agora.” – Pensou o ruivo. – Consegue se levantar? – Perguntou, quando terminou de lavar seu cabelo. O moreno obedeceu, cambaleante.

Otoya pegou o sabonete e passou suavemente em suas costas. Foi quanto Tokiya começou a falar.

- A única pessoa que eu queria que me amasse, me odeia...

Pego de surpresa, Otoya não soube muito bem o que fazer. Não estava acostumado a conversar com o moreno.

- Eles dizem que a culpa é minha...

- O que é culpa sua? – Fingiu que não sabia do que ele estava falando.

- Não é minha culpa... O acidente... Não fui eu...

- Do que você está falando? – Perguntou, mais para mantê-lo acordado do que qualquer outra coisa. Começou a ensaboar seu peito. Ao contrário do que ele esperava, Tokiya não falou mais, mas ele podia sentir que ele o encarava. Não pode deixar de corar com isso.

- O que foi? – Perguntou, incomodado, sem olhar em seus olhos. Inesperadamente, uma mão de Tokiya pousou sobre a que esfregava seu peito. Otoya parou o ato instantaneamente, olhando-o surpreso. Seu coração batia freneticamente. – Tokiya?

Havia algo diferente em seu olhar. Era como se a embriaguez tivesse ido embora. Definitivamente, Tokiya nunca o olhara daquela forma profunda e serena. Otoya se perdeu naqueles orbes azuis, foi como se o tempo tivesse parado e só eles existissem. Ele reparou em como a água escorria por seu pescoço, no modo como seu cabelo molhado grudava em sua pele. Céus, como o amava!

Então, Tokiya fez algo que o surpreendera mais do que qualquer coisa que já tivesse feito: encostou seus lábios aos dele, em um selinho desajeitado e, se Otoya não o conhecesse, diria inexperiente. Ele mantinha os olhos fechados, enquanto os de Otoya estavam arregalados de surpresa. Então Tokiya moveu os lábios, abrindo a boca minimamente, como alguém que beijava pela primeira vez. Assustado, Otoya fez a única coisa que veio à mente, empurrou-o bruscamente, virando o rosto extremamente corado para evitar encará-lo.

Tokiya parecia surpreso pela atitude do ruivo.

- O que foi? – Indagou, pegando o queixo de Otoya e virando seu rosto com força, quando ele resistiu. – Não era isso que você queria naquela noite?

- ... – Não conseguia proferir sequer uma palavra.

- Você é estranho sabia? Quando eu não quero, você fica decepcionado, e quando eu quero você foge?

- Eu não quero você assim. – Ele se referia ao fato de ele estar bêbado, e Tokiya entendeu perfeitamente. Seus olhos endureceram.

- Se não me quiser agora, não vai ter outra chance.

O coração de Otoya se comprimiu. Então, era necessário que Tokiya estivesse bêbado para que o desejasse?

- Me solte! – Desvencilhou-se da mão que o segurava pelo queixo, e quando tentou sair do box, Tokiya o segurou pelos braços e o colocou contra a parede. Seu peito acelerou tanto que até Tokiya pode ouvir as batidas.

- Me mostre... o Otoya daquela noite. Eu quero ver você daquele jeito de novo.

- Que jeito? – Indagou, embora soubesse perfeitamente do que ele falava.

- Sem vergonha, provocante, tesudo...

Otoya se lembrou que em seu primeiro encontro Tokiya dissera que gostava de ser provocado. Provavelmente ele nunca mais teria uma chance daquela, então decidiu que, bêbado ou não, Tokiya seria dele aquela noite.

- Então me beija, me beija de verdade.

Finalmente, Tokiya o beijou. Aquilo que ele ansiara por tanto tempo finamente estava acontecendo, embora não fossem nas circunstâncias que ele imaginava. Ele percebeu que a inexperiência de Tokiya não era só impressão, ele realmente não sabia beijar muito bem. Otoya separou-se minimamente, olhando-o divertido.

- Abre mais a sua boca. Eu gosto de usar a língua também.

E sem esperar reposta, beijou-o novamente e, quando sua língua pediu passagem, Tokiya a cedeu prontamente. E então finalmente Otoya sentiu que o beijava de verdade, um ato carnal e extremamente excitante que fazia sua virilha latejar e seu sangue ferver. Havia um forte gosto de álcool em sua boca, mas Otoya não se deixou incomodar por isso. As mãos inquietas de ambos não paravam um instante, a necessidade de sentir o corpo um do outro era demais. A água parecia ter aumentado uns 30 graus, mas eram os corpos que estavam mais quentes, incendiando mais e mais conforme as carícias ficavam mais ousadas.

Uma hora o ar faltou, e eles se obrigaram a se separar. Tokiya desceu para o pescoço do mais novo, cravando os dentes na pele alva, arrancando-lhe um grito de surpresa.

- Ahn...!

Em seguida ele lambeu o local, ato que fez o corpo do Ittoki se arrepiar. Enquanto Tokiya continuava dando atenção ao seu pescoço, suas mãos abaixaram a única peça de roupa remanescente no corpo do ruivo, deixando-a na altura da coxa. Em seguida subiram novamente, parando em suas nádegas e puxando-o de encontro a si, fazendo seus membros se tocarem. Otoya levou uma mão ao local e sorriu ao perceber que Tokiya estava tão duro quanto ele. Moveu as mãos, masturbando ambos os membros ao mesmo tempo. Gemidos ecoaram no banheiro.

Tokiya curvou a cabeça, encostando-a na parede ao lado da cabeça de Otoya, e fechou os olhos. Ele gemia, sentindo a carícia da mão do menor fazer seu membro ficar cada vez mais rijo. O ruivo lambeu os lábios, que estavam secos apesar da umidade do local, pigarreou para que sua voz não falhasse e disse.

- Quer que eu te chupe? – Sua voz saíra extremamente sexy, do jeito que ele planejara. O corpo de Tokiya se arrepiou, fato que não passou despercebido a Otoya.

Sem esperar uma resposta, o ruivo o empurrou com força, colocando-o de costas no vidro do box. Tokiya soltou uma exclamação quando seu corpo quente entrou em choque contra o vidro gelado. Otoya curvou-se e retirou completamente a cueca, colocou-se de joelhos e masturbou o pênis de Tokiya, enquanto beijava sua virilha. A mão livre acariciava suas nádegas.

Tokiya observava a tudo absorto. Queria sentir logo o prazer que a boca de Otoya lhe daria, então colocou as mãos em sua cabeça e tentou guiá-lo até seu membro, mas o ruivo afastou a cabeça bruscamente. Olhou-o, um sorriso brincando em seus lábios.

- Tsk, tsk, tsk. Pra que essa impaciência? Nós temos a noite inteira pra brincar. Ou será... – Passou sua língua levemente por toda a extensão de seu falo. O corpo de Tokiya se retesou e sua boca se abriu em um suspiro longo e carente. – que você está tão ansioso assim por mim?

Pela terceira vez, não esperou uma resposta. Colocou todo o membro de uma vez em sua boca e um gemido rouco e gutural saiu da boca de Tokiya. Otoya estava conseguindo exatamente o que queria, deixar o Ichinose louco por ele. Seus movimentos de vai e vem eram lentos e torturantes, ele tirava tudo, lambia a glande e colocava tudo na boca novamente, o mais lento que conseguia.

Os gemidos de Tokiya enchiam o banheiro, seu peito subia e descia com sua respiração irregular. Alguns choramingos escapavam de sua boca ocasionalmente, e, desesperado por mais, colocou novamente suas mãos na cabeça do outro, tentando fazê-lo ir mais rápido. Mas o outro resistiu e retirou novamente as mãos do outro de si, prendendo-as na parede e continuando sem o auxílio das mãos. Um gemido desesperado saiu da garganta do Ichinose.

- Mais... Eu preciso de mais... – Ele olhou para baixo ao mesmo tempo que Otoya olhou para cima. Quando seus olhos se encontraram, Tokiya viu o que ele precisava fazer para ter o que queria. – ...Por favor...

Imediatamente Otoya soltou suas mãos e iniciou um ritmo mais rápido, aumentando gradativamente conforme os gemidos de Tokiya ficavam mais altos. O Ichinose encostou a cabeça no box, suas mãos ajudando o Ittoki a chupar do jeito que ele queria. Então ele sentiu que ia gozar e segurou a firme a cabeça do outro, se curvando e retirando seu membro de sua boca. Seus olhos se encontraram novamente, e Otoya entendeu o pedido mudo de Tokiya. Retirou suas mãos do pênis do outro e abriu a boca, olhando-o profundamente e lhe dando permissão para o que ele queria fazer.

Tokiya colocou seu membro delicadamente na boca do outro novamente, segurando sua cabeça e investindo contra sua boca, com jeito, sem machucá-lo em momento algum. Ele investia cada vez mais rápido, com mais tesão e logo o orgasmo veio, gozando na boca de Otoya, que engoliu tudo que Tokiya lhe dera.

O moreno se encostou no box de olhos fechados, as pernas trêmulas e respiração falhada, enquanto Otoya se levantou e limpou os resquícios de sêmen que escorriam de sua boca. Se aproximou novamente e tocou sua face. Tokiya abriu os olhos e o ruivo o beijou com paixão. Uma de suas mãos desceu para o membro do moreno, recomeçando o trabalho de deixá-lo duro novamente.

Quando se separaram, Otoya desceu para seu peito, dando atenção para seus mamilos. O Ichinose parecia ser muito sensível ali, pois se contorceu e gemeu gostosamente quando o ruivo o mordeu.

Mas Tokiya também queria ver ele se contorcer de prazer, então o empurrou e o colocou contra a parede. Num movimento brusco, ele o virou, deixando-o de bruços. Sua mão foi para seu quadril, forçando-o para trás enquanto ele empurrava o corpo para a frente. Seu quadril se moveu, fazendo seu pênis se esfregar na bunda do outro. Otoya rebolava também, buscando mais contato com o corpo do amado.

Tokiya encostou sua boca em sua orelha, gemendo baixinho. Agora seus corpos se tocavam completamente, o peito de Tokiya colado nas costas do ruivo. A mão livre do Ichinose acariciou os cabelos de Otoya, mas de repente ela se fechou, agarrando um grande tufo de cabelo e os puxando para trás. Otoya gritou, surpreso.

- Eu vou te foder agora. – Disse rouco, mordendo sua orelha em seguida. Otoya gemeu. – É isso que você quer?

- É...

- Eu não ouvi! – E puxou seus cabelos com mais força.

- É!! – Gritou.

Então Tokiya o largou e desceu por suas costas, depositando beijos e carícias por onde passava. A pele do Ittoki era macia e gostosa, sem uma cicatriz sequer.

- Empina essa bundinha. – Ordenou.

Otoya obedeceu e Tokiya desferiu um tapa que ecoou pelo banheiro. Ele acariciou o local em seguida, se ajoelhando e espalmando as duas mãos naquela pele branca. Ele as separou, revelando a entrada do ruivo.

O Ittoki não conseguia ver nada do que ele estava fazendo, e essa expectativa aumentava seu tesão. Até que ele sentiu algo que o fez gritar de prazer, Tokiya estava estimulando sua entrada com a língua. Ele a circulava, subia e descia e a pressionava de um jeito totalmente excitante. Então ele substituiu a língua por um dedo, que ele inseriu sem cerimônia. O gemido que Otoya deixou escapar foi um dos mais excitantes que Tokiya já ouvira.

- Isso é bom, é?

- Você nem faz ideia!

Os movimentos eram lentos, Tokiya estava se vingando de Otoya pelo que fizera com ele mais cedo. Ele o faria implorar como ele mesmo teve que fazer.

- Hum... Delícia... Mais! Por favor!

Tokiya ergueu uma sobrancelha, aborrecido. No fim, nem teve que se esforçar pra fazer o outro implorar. Colocou outro dedo, apreciando a forma como sua entrada o comprimia. Ele aumentou o ritmo, fazendo os gemidos de Otoya ficarem cada vez mais altos, até acertar um ponto que o fez gritar.

- AAHH!!! Bem aí!!

Ele continuou acertando aquele ponto, vendo Otoya se contorcer e gemer desesperado. Decidindo que ele já estava bem preparado, levantou-se e posicionou-se na entrada do outro. Otoya fechou os olhos, esperando a dor da penetração vir, coisa que não aconteceu, pois Tokiya não se mexera. Ele olhou para trás com a pergunta muda no olhar.

- Vem. – Tokiya disse apenas.

O ruivo empurrou o quadril para trás, gemendo quando a cabeça entrou, fazendo seus olhos lacrimejarem. Ele esperou alguns segundos e continuou empurrando, até que a dor foi demais e ele parou.

- Eu achei que a dor te excitava. – Desdenhou o Ichinose.

- Essa posição dói mais...

Tokiya segurou seu quadril e retirou o pênis lentamente, voltando novamente antes que ele saísse por completo. Chegando na metade, retirou novamente e assim continuou, colocando um pouco mais fundo a cada 5 ou 6 estocadas. Dentro de alguns minutos, ele finalmente estava todo dentro. Seu pênis pulsava dentro daquele lugar quente e úmido, mas ele continuou com as estocadas lentas por vários minutos a mais.

- Tão apertado... – Disse sem ao menos se dar conta.

Então, ele começou a aumentar o ritmo. Otoya já estava pronto e fechou os olhos sentindo aquele prazer inigualável. Ele ainda conseguia controlar seus gemidos, coisa que Tokiya também fazia por ora. Então o Ichinose acertou novamente aquele ponto dentro dele, e ele perdeu qualquer controle que ele ainda tinha sobre seu corpo.

Pela reação e o grito que Otoya dera, o moreno soube que acertara sua próstata, e continuou acertando aquele local infinitas vezes. Os gemidos de Otoya se tornaram gritos de prazer, que Tokiya queria ouvir cada vez mais e mais.

Tokiya o abraçou, colando seu peito nas costas do outro e sua mão desceu para sua virilha, masturbando-o enquanto se movia fundo dentro do ruivo. Otoya praguejou alto, pois essa atitude do moreno quase o fizera gozar de repente, foi necessária muita força de vontade para impedir que isso acontecesse. Tokiya riu da reação do menor.

- O que foi, Otoya? – Disse no pé do ouvido. – Segurando pra não gozar?

Obviamente, Otoya não respondeu.

- Me diz o que você quer. – Continuou o Ichinose, diminuindo o ritmo das estocadas.

- Eu quero olhar pra você.

Imediatamente, Tokiya o virou de lado, sem sair de dentro dele, e ergueu uma de suas pernas, colocando em seu ombro. A posição não era das mais confortáveis para Otoya. O ruivo contemplou aqueles olhos azuis como o oceano que brilhavam de luxúria e levou uma de suas mãos à sua cabeça, acariciando de leve parte de seu rosto.

- Me beija. – Pediu.

A mão em sua cabeça o puxou para si, e não encontrou resistência, permitindo que seus lábios se selassem mais uma vez. O beijo era interrompido constantemente por gemidos e pausas para recuperar o fôlego. Durante o ósculo, Tokiya continuou com as investidas lentas, parando ocasionalmente para mover o quadril em círculos, remexendo todo o interior do ruivo. Otoya delirava quando ele fazia isso.

- Se você continuar assim... – Começou, sendo interrompido por um gemido sôfrego que escapara de sua garganta. - ...vai ser difícil segurar por muito tempo.

Tokiya o encarou por alguns segundos. Inesperadamente, ele retirou a perna do Ittoki de seu ombro, por consequência saindo de dentro dele, e segurou firme em suas nádegas, puxando-o para cima. Instintivamente, Otoya circundou as pernas na cintura de Tokiya, que o penetrou sem demora.

- Então não segure. – Respondeu enquanto recomeçava as investidas.

O ruivo o abraçou, se sentindo completo pela primeira vez na vida. Estava feliz, apesar de saber que no outro dia seria como se nada daquilo tivesse acontecido. Mas ele não se importava, por toda a sua vida imaginou como era ter o homem que amava em seus braços, e agora que estava finalmente descobrindo, aproveitaria ao máximo.

Novamente ele sentiu que ia gozar. Seus gemidos carentes ficaram mais frequentes, e ele pediu no ouvido de Tokiya.

- Vamos, Tokiya... Mais fundo! Eu vou...

Então ele finalmente gozou. Sua mão se fechou sobre seu membro, masturbando-o para aumentar o seu prazer. Tokiya gemeu baixo quando o canal do ruivo apertou gostosamente seu pênis. Ele achou sua expressão extremamente excitante, os cabelos ruivos molhados contornando sua face, a cabeça apoiada na parede com os olhos fechados e sua boca aberta por onde o ar escapava.

Embrenhado em seu prazer, Otoya sequer percebera que Tokiya fechara o chuveiro e saíra do banheiro com ele em seu colo, só percebeu quando o moreno o colocou com cuidado na cama. Quando abriu os olhos, viu Tokiya já acima de si, as pontas de seu cabelo pingando gotículas de água. A única fonte de luz entrava pela porta aberta, já que a luz do quarto estava apagada, dando um toque único ao momento. Seus rostos estavam a centímetros de distância.

Ele o olhava de um jeito totalmente diferente, havia um brilho estranho ali, algo que ele não pode reconhecer. Uma mão do Ichinose subiu e parou em seu rosto, acariciando levemente. Otoya achava que ele ainda não tinha percebido o que estava fazendo, pois o Tokiya que conhecia jamais faria aquele tipo de carinho em si. Delicadamente, o ruivo colocou uma mão sobre a do Ichinose, no exato momento em que o moreno o beijou de uma forma que Otoya jamais imaginou ser beijado por alguém. Não era urgente, nem rápido, nem fogoso. Era lento e, na opinião de Otoya, cheio de sentimentos. Quando se separaram, o ruivo mordeu levemente o lábio inferior do outro.

- Tudo bem com seu corpo? – Indagou o Ichinose.

- Melhor impossível.

Sem desviar o olhar, Tokiya afastou as pernas do ruivo, se colocou no meio delas e o penetrou lentamente. O corpo do menor se arqueou em busca de mais contato com o de Tokiya, que se abaixou mais e atendeu o pedido mudo do Ittoki. Seus peitos ainda molhados agora se colavam, a pele morena de Tokiya tinha um contraste visível contra a pele alva de Otoya.

O Ittoki o envolveu em seus braços, puxando-o para mais um beijo. Gradativamente, o ritmo das estocadas iam aumentando, até que, novamente, eles estavam entregues ao prazer no corpo um do outro, os gemidos e gritos ocasionais ecoando nas paredes.

As mãos de Otoya não conseguiam ficar quietas. Ora estava arranhando as costas de Tokiya, ora puxando seus cabelos, ora apertando o lençol com força. Ele sentia que podia facilmente gozar de novo. As sensações, os sentimentos, o tesão, tudo era totalmente diferente do que ele já tinha experimentado.

Então Tokiya aumentou o ritmo, e Otoya soube que ele estava prestes a gozar também. Tomado de impulso, Otoya o empurrou para o lado e rolou até ficar acima do outro, sem que seus corpos perdessem o contato. Tokiya o olhou com curiosidade.

- Se queria cavalgar em mim, era só pedir.

Sua voz tinha um tom malicioso e provocante.

- Assim também dá pra entender.

Ele começou a se mover. As mãos de Tokiya foram instintivamente para o seu quadril, para ajudá-lo nos movimentos, mas, para sua surpresa, Otoya retirou suas mãos bruscamente de si, prendendo uma pelo pulso e entrelaçando a outra na sua.

- Deixa que eu faço. – Mandou.

E recomeçou em ritmo forte, arrancando gemidos do moreno. O som das peles se chocando podia ser ouvido por todo o apartamento. Ocasionalmente, ele diminuía, rebolando no colo do outro, mas logo recomeçava.

- Ah, que delícia!! – Gritou. Seu corpo tremia, prestes a chegar ao clímax também.

Então os gemidos de Tokiya ficaram mais altos e ele forçou as mãos, que Otoya não demorou a liberar. Elas desceram para seu quadril, forçando-o a cavalgar forte e rápido, levando Tokiya ao orgasmo. Otoya pode sentir o líquido quente o preencher, e continuou cavalgando até chegar ao orgasmo também, o que não demorou a acontecer.

Otoya caiu para o lado, de costas na cama, exausto e ofegante. Olhou para o lado, Tokiya, de olhos fechados, não estava diferente. Alguns minutos silenciosos se passaram, Otoya o olhou novamente.

- “Acho que ele dormiu.” – Pensou.

Ele queria aproveitar mais seu momento junto de Tokiya, pois achava que ele nunca mais iria se repetir. Se aproximou, contemplando sua beleza esplêndida. Em seu peito, havia um líquido branco, onde ele havia jorrado seu prazer. Pegou a toalha que havia na cabeceira da cama e o limpou delicadamente, onde se deitou em seguida.

- Eu te amo, Tokiya. – Declarou-se. Ele pensou em depositar mais um beijo em seus lábios antes de se entregar ao sono, e quando levantou a cabeça, assustou-se ao perceber que ele não estava dormindo, pois seus olhos estavam abertos, e sua testa, franzida.

- “Será que ele ouviu?” – Pensou, apreensivo.

- Nunca mais repita isso. – Disse em tom severo, confirmando as suspeitas de Otoya.


Notas Finais


Esse foi o lemon mais rápido que eu já escrevi!! Espero que tenha atingido as expectativas de vocês para a "primeira" vez do casal.
E o que será que Tokiya vai aprontar dessa vez??
Não perca o próximo capítulo!

Gostaria de uma opinião de vocês, muitos leitores estão me recomendando escrever capítulos mais curtos para poder atualizar com mais frequência, mas eu preciso ver o que vocês acham disso. Claro que, o meu "capítulo curto" teria no mínimo umas 2.000 palavras (menos que isso é inaceitável u.u), acho que no máximo 4.000. Espero a opinião de vocês XD

Beijos da Hime e até o próximo capítulo <3


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