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História Double J - Eu vou fazer do seu sangue o meu suco


Escrita por: myungg

Notas do Autor


Não, isso não é uma miragem nem uma pegadinha. Eu voltei.

Lembra quando disse que ia demorar porque iria colocar tudo num capítulo só? Seria a explicação do enigma (leiam os comentários dos bônus para entenderem direitinho) e a nova fase romântica e linda de Jaime e Jungkook. Até falei que daria um puta capítulo grande porque teria bastante coisa pra falar. Só que aí eu tive um problema para achar palavras que descrevessem do jeito que eu queria e não consegui escrever mais, então hoje me deu a louca e escrevi tudo de uma vez bem a parte que tava difícil, e tadaaaaan decidi postar.

Então como eu sou toda mudança, toda garotinha louca dos destinos, decidi repartir os dois conteúdos e hoje temos o fim do foco no crime, e no próximo capítulo teremos o início do romance nojento e pegajoso (sem hot, porque eu nasci pra fazer e não descrever o sexo, perdão). Espero que não tenha decepcionado ninguém com essas "notícias", e espero que gostem desse fim dos enigmas e não se decepcionem com o conteúdo pelo tempo demorado.

AMO VOCÊS <3

Mais uma vez, me desculpem pela demora.

Capítulo 20 - Eu vou fazer do seu sangue o meu suco


— Fala comigo, ok? Presta atenção na minha voz e só isso.

— Jungkook....Ele vai me matar.

— Ele não vai te matar, Jamie! Eu não vou deixar, certo?

— Me desculpe. Eu não queria atirar em você, mas ele ficou gritando comigo e ameaçando a nossa filha. Eu sinto muito.

— Tudo bem, J. Eu que mandei você atirar em mim.

— Eu sinto muito, eu poderia ter te matado!

— Jamie, eu estou bem. Nós estamos bem—

— Eu amo você, eu nunca parei.

[...]

Eu sabia que no momento que ela pegasse aquela arma na mão alguém sairia ferido. Eu só não imaginei ser eu mesmo, e também não me imaginei dizendo para levar aquele tiro.

Tudo aconteceu muito rápido. A sede foi cercada por homens que nem mesmo do estado eram, eu corri para esconder a Jamie e a Jade. No entanto, algo em mim dizia que tudo estava errado. Foi quando ouvi um estrondo de bomba a minha direita e a fumaça cinza subiu rapidamente, nos impedindo de enxergar qualquer coisa em nossa frente. O grito agudo e choroso de Jade me fez entrar em desespero e a última coisa que lembro foi de correr por entre a fumaça atrás dela ou de quem quer que a fizesse chorar.

Meu coração parou de bater por alguns segundos, e eu tenho certeza que morri um pouco ao ver o pai de Jamie apontando uma arma para Jade enquanto seu pequeno e frágil corpo jogado no chão, temendo o homem velho em sua frente. Jamie estava ao lado dele, sendo agarrada no pescoço por um homem que nunca havia visto, mas parecia me conhecer desde criança. Por que ele me olhava com tamanha intimidade? Ignorei sua existência e fixei meu olhar em Jade que chorava desesperadamente. Tentei me mover na direção de Jade, dando um passo equivocado para frente. Meu coração parou, meus ossos falharam e minha respiração parecia não querer funcionar. Fechei os olhos os apertando, pedindo baixinho para aquilo não ter acontecido. Até mesmo para o Deus que eu não acreditava, comecei a rezar.

Louis havia atirado das minhas costas na direção de Jade, errando propositalmente. Minha atenção parou novamente em Jade, que era agora segurada pelo braço, meio pendida no ar. Louis parou ao meu lado e suspirou soltando uma risada fria e profunda, o olhei tentando conter o choro. Tudo aconteceu como uma corrida no tempo, eu já não aguentava mais toda aquela onda de ataques e preocupações. Eu estava acabo, e admiti sem problema algum.

Me coloquei de joelho, como ordenado por Louis. Minhas mãos foram colocadas bruscamente em minha nuca, e a arma em minha cintura retirada tão rapidamente que mal pude ver nas mãos de quem foi parar. Levantei a cabeça, esperançoso de que aquela cena fosse apenas mais uma de minhas paranoias noturnas.

Agora quem tinha toda a atenção era Jamie. Observei o lugar em minha volta e percebi todos meus aliados rendidos na mesma posição que eu, ajoelhados sendo ameaçados por homens portando o armamento mais forte que já vira. Jamie foi arremessada em minha frente, caindo de bruços junto da arma que me havia sido tirada. Entre nós dois, em pé, estava Louis, com o sorriso mais cínico e doentio existente, ele nos olhava com prazer. Como se aquela fosse uma cena pacífica. Mordi a língua para não dizer algo errado e piorar a situação, mas era tarde demais. Estávamos perto do fim.

Louis chutou a pistola em direção a Jamie, grunhi percebendo o que ele faria em seguida. Jamie apanhou o objeto rapidamente, enquanto Louis e mais dois homens apontavam suas armas para nós. Respirei fundo, tentando não surtar. Puxei os cabelos da nuca, esperando que aquela fosse a única dor que sentiria naquele dia. Por fim sorri, pois mesmo que aquele fosse meu destino, a última cena que veria seria das minhas duas garotas finalmente juntas de mim.

— Agora, minha amada filha. Você tem duas opções. — Louis pegou as mãos de Jamie e posicionou seus dedos na arma, ajeitando-os para ela poder atirar. Jamie chorava descontroladamente, de olhos fechados e cabeça baixa. — Você pode fazer nosso tempo aqui diminuir e matar logo o seu namoradinho, ou me dar o prazer de derrubar não só você, mas também minha neta. Escolha.

— Não faça nada com ela, por favor! — pedi, encarando Louis que sorriu inocente.

— Mas eu não farei, ela que vai. Puxe o gatilho. —  Louis ordenou, mas Jamie parecia viajar em seus próprios pensamento. —  Puxe o gatilho AGORA. —  Louis gritou a última palavra, apontando sua arma para Jade. 

Rapidamente ouvimos o click do gatilho. Jamie me escolheu. Uma onda de alívio dançou por todo meu corpo, me fazendo fraquejar e quase caindo para frente. Exercitei minha respiração e balancei a cabeça tentando transmitir confiança a ela. 

— Apenas atire, certo? Tudo vai ficar bem, eu prometo. —  disse, a tranquilizando.

— Pare de prometer coisas que você não pode cumprir! 

— Lembra do que disseram naquelas correspondências?  Vítima e cúmplice do criminoso.  — Jamie balançou a cabeça, confirmando. — É a Tyra. — sussurrei. —  Não terás tu somente a resgatar. Você precisa sair logo daqui, esconder a Jade e ir atrás da Tyra, ela sabe de tudo. Ela é a mensageira. Atire e espere eles saírem. Você precisa do Danny, ele sabe onde ela está presa. 

— Como você sabe disso tudo? E-E eu não quero atirar em você, eu não quero que você morra. Que merda, Jungkook!

— O Danny vai te explicar tudo. Você não vai me matar, Jamie. Tudo que você precisa fazer é atirar no A. Entendeu? É o único lugar que vai me manter vivo. — vi Jamie tentando decifrar o que eu acabara de dizer, então direcionei meu queixo levemente para  meu ombro direito. Ela disse o último "sinto muito" e atirou como eu havia mandado. 

[...]

— Danny, como você sabe desse lugar? — Jamie perguntou, ao ser ajudada a descer os últimos degraus da escada pendida no ar. 

— É o seguinte, Jamie. Nós não temos muito tempo, tudo bem? Quando esse telefone aqui tocar, significa que nós temos que estar longe da porta principal, isso com aquela mulher fodida de pesada. Então pelo amor de Deus, cala a boca e me segue. 

Tudo aquilo era um nível totalmente alto de adrenalina. Jamie não sabia como andar, para onde andar e porque andar. Ela pegou Jade no colo e a colocou na caminhonete do Jungkook, mandando um dos homens a levar para o lugar mais seguro que eles conheciam na cidade. Jamie já havia passado por muito. Depois de atirar em Jungkook, ela percebeu o quanto ele sangrava e acabou transformando seu teatro combinado numa sessão real de choro e sofrimento. Jungkook, no entanto, abriu os olhos rapidamente quando ouviu o barulho de carros se afastando. 

Jamie correu como nunca, entrando no carro ao lado de Danny que tentava a acalmar para poder salvarem Tyra e saírem vivos. Eles estacionaram num milharal a cem metros da casa de campo onde Tyra era mantida em cativeiro. Abaixados, a dupla caminhou em passos rápidos e curtos até um poste de luz posicionado nos fundos da casa. Danny chutou algumas pedras e galhos, dando visão para uma passagem arredondada de metal resistente, impossível de ser destruído. Num solavanco, Danny puxou o material pesado em sua direção e desceu as escadas, seus olhos atravessaram o pequeno espeço pouco iluminado em sua frente, percebendo que nada havia de errado ali assobiou para Jamie que iniciou seu caminho escada a baixo.

Os dois seguiram rapidamente pelo curto corredor ao lado da escada. Se deparando com uma porta simples de madeira, que nada surpreendia em ter dez diferentes trancos e fechaduras, Jamie torceu para aquele ser o lugar onde Tyra estava. E Jamie estava mais que certa. Ao abrir cada cadeado e fecho, Danny e Jamie adentraram o espaço incrivelmente espaçoso e escuro. Tyra estava sentada em frente a sua penteadeira, ela sorriu para Danny e abraçou Jamie como se fosse a recepção mais amorosa e simples entre as duas. 

O que havia acontecido com Tyra? Jamie se perguntava como Tyra conseguiu chegar naquele peso. Ela estava devastada, pois Tyra sempre foi uma mulher de corpo e beleza invejáveis. Retribuindo o abraço, Jamie sorriu para a mais velha, recebendo um carinho na bochecha que acabou virando uma tentativa de limpar os pontos de sangue seco espalhado por todo o rosto dela. Danny corria escada acima e abaixo, tentando colocar todas os pertences da mais velha no local combinado no meio do jardim improvisado da mulher. 

A sequência de letras vistas por Jamie e Jungkook no início da saga pelas pistas, estava também no teto do quarto. Jamie se virou para Tyra e questionou sobre os avisos que ela mandava toda semana. 

— Você precisa saber de uma coisa, Jamie. — Tyra iniciou, tentando caminhar rápido pelo corredor cumprido. — Seu pai me deixou assim, ele me fez assim. Depois de descobrir que eu mandei um informante para o Jungkook, com provas da sua inocência, ele me colocou aqui embaixo e me fez comer todo e qualquer tipo de alimento gorduroso. Ele queria que eu pagasse pela traição, mas que eu jamais fosse capaz de deixá-lo. Essa foi a única forma de me manter aqui, como se ser gorda fosse sinal de feiura. Mas essa é só a superfície de ice berg. Quando a Chloe foi morta, eu e ele fomos obrigados a passar por um tratamento psicológico do governo. Louis foi diagnosticado com sociopatia logo nas primeiras duas sessões. Foi quando o inferno realmente começou.

— Ele te colocou aqui e te submeteu a todas essas torturas? Ele raspou seu cabelo também? 

— Sim, enquanto chorava dizendo que eu era a mulher mais linda do mundo. 

Com um pouco de dificuldade, Danny ajudou Tyra a escalar as escadas, enquanto Jamie esperava no topo da saída pronta para puxa-la pelas mãos. Jamie lembrava da instrução de sair antes de Louis chegar de sua comemoração — a comemoração pela morte de Jungkook. Sua atenção era dividida entre manter-se discreta, puxar Tyra e se certificar que não havia mais ninguém por perto. Seu coração bateu forte quando um barulho de carro estacionando ecoou em seus ouvidos. Danny xingou entre dentes ao perceber que Jamie entrava em pânico. Num movimento brusco e rápido, Danny finalmente conseguiu tirar Tyra das escadas, ele escalou como se fosse o último dia de sua vida. 

Danny puxou Jamie pela cintura e a jogou no chão, os escondendo no meio dos matos mão aparados. Primeiramente Danny saiu abaixado, correndo até o carro e o parando no acostamento, desta vez um pouco mais perto da casa. O mesmo assobio de antes surgiu entre os ventos fortes da noite, avisando que Tyra deveria correr o mais rápido possível para o carro. Jamie seguia atrás, numa distância consideravelmente grande, assim nenhum barulho desnecessário seria feito. 

— Você está sequestrando a minha esposa?! 

Jamie parou no mesmo instante, a voz atrás dela, grossa e raivosa. Seus olhos analisavam o desespero de Danny e Tyra dentro do carro. Danny gritava para ela correr sem olhar para trás, mas Jamie não ouvia. Nada passava por seus ouvidos. Tudo estava parado. Ela precisava sair viva, ela não podia deixar sua filha, ela não podia perder Jungkook. 

De dentro do carro, Danny tentava contatar alguém da cede. Tyra tentava ajudar Jamie de alguma forma, então seu celular tocou no bolsa ao seu lado. Era Louis, seus olhos varreram o lugar e no tapete do carro achou um pano. Tyra enrolou o celular no tecido até não sobrar pedaço algum, ela saiu do carro e arremessou o objeto em direção a Jamie, gritando finalmente: "Se lembre das minhas dicas, nós iremos voltar." 

Acordar para a realidade foi um dos piores momentos daquele dia. No escuro, Jamie se ajoelhou no chão e procurou pelo celular. Ela não nasceu esperando a morte, muito menos planejou ela. Mas se encontrou no meio de uma máfia, e antes que deduzam, não era o tráfico e muito menos a cadeia. Jamie era sua própria inimiga, ela havia se colocado ali. Ela aceitou o Jungkook traficante e chefe de quadrilha — ou melhor o JK. Ela aceitou sua presença quando saiu da cadeia e aceitou qualquer outro tipo de afeto que ele podia oferecer. Se fosse pela carta para alguém que não merece, Jamie jamais se encontraria ali. Mas a carta do amor verdadeiro chegou em suas mãos no pior momento: quando ela mais precisava de amor. Ela precisava da filha e talvez precisasse de Jungkook. A carta da morte acendeu tudo aquilo, ela iniciou o ódio e a vingança. E se não fosse pelo primeiro vício de Jungkook, não haveria chance de salvação a ninguém. 

Jamie atendeu o celular e ouviu a voz de Louis, desesperado pela volta da esposa. 

— Ela não vai voltar, pai. — Jamie murmurou, se virando para o homem.

— É patético a forma como você sempre tenta arruinar a minha vida, Jamie. Você acha mesmo que ela não voltará? Ela não vive sem mim. Você acha que sabe de algo da vida, sabe que entende como é ter alguém te ama. Ninguém nunca te amou, todos nós só a toleramos, filha. — disse, em tom de deboche.

— Por que você está rindo? Você acha que venceu? Você acha que tirou tudo de mim de uma vez? — foi a vez de Jamie rir do outro lado da linha. — Por que você não liga para o Jungkook? Pergunta se ele está bem, se doeu o tiro no ombro que eu dei. 

Jamie observa a expressão do pai mudar. Ele começa a respirar rápido, tentando controlar a raiva, jogando o celular no chão. Louis vai até Jamie e tenta acertar um soco no rosto, mas Jamie é mais rápida e se afasta — mentalmente agradecendo as experiências vividas na cadeia. Louis agarra Jamie pelo pescoço e a derruba no chão, prendendo suas pernas com as dele contra o chão. O som de celular tocando faz Jamie e Louis pararem de se tocarem. A garota manda Louis atender, falando ser Jungkook. Num pulo, Louis levanta e espera Jamie atender o celular.

— Fala comigo, ok? Presta atenção na minha voz e só isso.

— Jungkook....Ele vai me matar.

— Ele não vai te matar, Jamie! Eu não vou deixar, certo?

— Me desculpe. Eu não queria atirar em você, mas ele ficou gritando comigo e ameaçando a nossa filha. Eu sinto muito.

— Tudo bem, J. Eu que mandei você atirar em mim.

— Eu sinto muito, eu poderia ter te matado!

— Jamie, eu estou bem. Nós estamos bem—

— Eu amo você, eu nunca parei.

— Eu estou chegando, encontrei com o Danny no meio do caminho e ele disse o que aconteceu. Ele está perto de você? 

— Ele está na minha frente, esperando eu desligar. 

— Tudo bem. Coloque no viva voz e entregue o celular pra ele. 

Jamie fez o que Jungkook mandou e se afastou de Louis em seguida. 

— Você achou que ia se livrar de mim, Louis. Você é o cara mais imbecil que eu conheço. Eu vou te achar e vou tirar cada membro do seu corpo, vou colocar sua cabeça do lado dos restos da vagabunda da sua filha. Eu vou fazer do seu sangue o meu suco e quando eu estive cansado, vou botar fogo em tudo ao seu redor, só pra você sentir um gostinho antecipado do inferno. Ouse encostar mais um dedo na Jamie, eu vou cortar cada um deles. As pessoas cantarolam que o inverno é a melhor estação. Mas o frio vem e elas se cobrem em camadas de roupas protetoras, fugindo de cada vento; cada floco de neve. Cada um tem a sua estação, Louis e essa é a sua última. 
 



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