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História Dr. Pepper - Meu avô conhece Chanyeol


Escrita por: yookione

Notas do Autor


Como o prometido, estou postando os capítulos já prontos, sem me prolongar muito na preocupação de fazer mais e de revisar trezentas vezes hahaha.
Espero que gostem :))
bye
Até as notas finais!!

Capítulo 12 - Meu avô conhece Chanyeol


Fanfic / Fanfiction Dr. Pepper - Meu avô conhece Chanyeol

Alguns dias se passam. E na manhã de terça-feira, antes de sair para o trabalho, não recebo bom dia.

Em vez disso, recebo a notícia de que Chanyeol irá viajar.

Na hora que ele me dá essa notícia pelo telefone, eu chuto o sofá, bato na parede, tampo o microfone do celular para dar um suspiro bem profundo – enquanto xingo ele com todos os palavreados que me vem a mente  –, antes de poder falar de novo.

– Quando?

– Agora – ouço o seu tom sem vergonha. – Já estou no aeroporto, despachando a mala.

Aperto a alça da minha bolsa de trabalho. Além de estar me aborrecendo, ele está me atrasando. Eu não acredito nisso, ele não seria capaz...

Filho da puta, porque você não me avisou antes?  Seu desgraçado, nem teve a consideração de se despedir de mim.

Decido finalmente sair, com raiva. Abro a porta do meu apartamento e a fecho com força, indignado, ouvindo o baque estrondoso em seguida. E que se danem os vizinhos. Gostaria de bater essa porta na cara dele.

– É uma viagem de última hora, Baek – ele fala no meio do burburinho alto do aeroporto. – Eu tive que vir correndo para cá, só estou tendo tempo de ligar agora.

Aperto o botão do elevador e, logo, a luz vermelha em volta dele acende.

– Ok, e sobre o que é essa viagem então?

Ouço por um tempo rodinhas de mala rodando no chão e então o arfar de Chanyeol, ambos alheios a mim. Ele conversa por um momento com alguém. Provavelmente despachando sua mala.

– É sobre um livro novo – ele volta a se dirigir a mim. – Estou indo me encontrar com um pessoal de uma editora.

– Você tá escrevendo um livro novo? Desde quando?

Outro tempo se segue. Imagino o quão difícil deve estar sendo falar comigo enquanto ele organiza todas suas coisas para viagem. Oh, coitadinho.

Tomara que ele engula a própria mala.

– Estou, am... desde o inicio do ano, acho.

– Sei.

O elevador chega, e eu entro. Só há uma senhora no canto, eu a cumprimento.

– Enfim, Baek, eu realmente tenho que desligar agora. Meu vôo é daqui a, acho, dez minutos e eu já deveria estar na fila.

Reviro os olhos, furioso. Não é possível que ele realmente esteja fazendo isso, ele realmente não tem um pingo de vergonha na cara de estar me ligando apenas agora. De não ter me dito nada antes.

– Ok, Chanyeol, boa viagem – digo, lacônico.

– Ei, saiba que eu te amo. Eu vou estar de volta no domingo, espere por mim. – Continuo o xingando mentalmente mesmo depois dessas palavras. – Eu te amo.

Porque ele continua repetindo essas três palavras como se fossem alguma reza?

– Tá, Chanyeol, já entendi... – bufo, batendo o pé, mas acabo por ceder lentamente. – Também te amo. Muito. E vê se não deixa esse avião cair com você dentro.

O elevador abre no térreo, e ouço a risada dele no auto-falante, impossibilitado de entender como ele ainda pode estar rindo em uma hora dessas.

– Pode deixar.

...

Depois disso, as coisas ficam um pouco escuras para mim.

No mesmo dia, vou para a casa de Kyungsoo quando chego do trabalho, porque estou muito irritado para ficar sozinho em casa. E, nesse meu estado, a altura de 20 andares que seu apartamento tem só consegue me deixar mais irritado, mas não me fere nem me desequilibra. Não me prolongo muito ao contar sobre a viagem de Chanyeol, quando falo sobre isso, e depois eu acabo por ficar deitado em seu sofá, olhando para o teto, enquanto ele trabalha.

Afinal, ele tem que trabalhar.

Fico ali, com raiva, esperando que Chanyeol ligue ou passe alguma mensagem dizendo se chegou no tal lugar para onde estava indo. Quando Kyungsoo me chama para dormir, já estamos bem longe da meia noite, e mesmo assim nada.

Antes de ir para o seu quarto, no entanto, deixo uma mensagem para Chanyeol. Perguntando desesperadamente se ele já chegou, onde ele está.

Me de notícias.

 

Na quarta, me levanto com o forte sentimento entusiasta de que ele respondeu minha mensagem.

Mas não, ele não respondeu.

Despeço-me de Kyungsoo depois de um café da manhã corrido e vou para mais um dia de trabalho. Artigos para escrever, casos para lutar por, papelada para cuidar. Nayeon para aguentar.

O cujo dito só vem me responder mesmo na hora do almoço, quando estou comendo sozinho em minha sala, e mesmo aí a resposta não bate com nenhuma das minhas expectativas.

[Já cheguei aqui. Está tudo bem. Foi um vôo longo e com escalas, por isso estou respondendo tarde. Espero que esteja tudo bem por ai.]

[E, Baekhyun, tenho que lhe avisar: eu menti a alguns entrevistadores, e disse que estou aqui por férias. Não posso falar desse livro ainda, seria um erro. Você sabe. E, por favor, mantenha segredo também]

[É isso, até. Já estou com saudades]

Fico esperando por mais, porém, para a minha decepção, não vêm mais. Então, tento responder. Pergunto, novamente, “onde você está? Porque não me liga?”.

Mas, de novo, tenho que me contentar com uma mensagem sem resposta.

 

Quinta agora. E, novamente, nada dele. Pelo menos não no meu celular.

Porque, quando chego no trabalho, e cumprimento todos por quem passo no corredor, eu literalmente não estou esperando por um vídeo de Chanyeol no aeroporto de Berlim, caminhando todo encapado de preto. Da cabeça aos pés. Quase não consigo ver seu rosto, se não fosse pelos olhos descobertos.

O repórter do vídeo persiste e persiste em conseguir a atenção de Chanyeol, e finalmente consegue por um segundo. Usa a única pergunta que tem usado o vídeo todo “o que o senhor está fazendo em Berlim?”.

E então vem a mentira que disse que ia contar. Ele “está de férias, tirando um tempo para relaxar, e para futuramente passear por uma cidade tão bonita”. Ele sorri o tempo todo enquanto fala isso, mesmo que não de pra ver seu sorriso por de baixo da máscara que ele se recusa em tirar.

“Porque você não trouxe seu namorado junto?”

Ele finge tristeza e chateação, dizendo que eu tinha que trabalhar e por isso não fui.

É, Chanyeol, com certeza é por isso.

De resto, no vídeo, ele só passa reto com a sua mala e ignora suas fãs alemãs.

Chanyeol está estranho, penso comigo mesmo. Definitivamente estranho.

Entretanto, eu apenas ignoro esses pensamentos e fecho o vídeo.

 

De noite, para minha surpresa, acontece algo realmente digno de atenção.

Corro para notebook na sala de casa quando fico sabendo, o abrindo rapidamente. Digito a url do vídeo que um dos repórteres do nosso jornal enviou enquanto estava nas ruas de Londres, na Inglaterra. Foi um tiroteio. Um tiroteio que teve a ver conosco, com a Coréia.

Muitos moradores daquela área conseguiram ver o tiroteio bem da janela de suas casas, e já há vários vídeos voando pela internet por causa disso. A comprovação que temos de que eles são de interesse coreano é que os homens definitivamente falam coreano no vídeo. Ou melhor, gritam.

É muito difícil conseguir qualquer informação com os áudios tão ruins, capturados de certa distancia segura a qual nosso repórter ficou. Mas algumas palavras são identificáveis.

O vídeo se concentra numa perspectiva de quem está na esquina da rua. Mais próximo da câmera, porém ainda longe, temos um homem só, agindo valente e seguro como se ignorasse o fato de que está contra um grupo de pelo menos cinco homens – quais não consigo enxergar bem devido à pouca luz – que o provocam do outro lado da rua. Um homem contra cinco.

Isso é interessante.

“... matar a mim?”, o homem solitário grita, dramático, apontando um dedo à própria face encapuzada.

É óbvio que o vídeo não foi gravado desde o inicio do diálogo, então é realmente confuso entender sobre o que exatamente esses homens falam.

“Está sozinho, desista!” um dos homens do grupo grita de volta. E a próxima frase sai bem baixa, mas com certeza ele fala “nação” no final dela.

O outro do grupo, que parece ser o líder, pois tem a voz mais clara e alta, fácil de entender, pronuncia na frente de todos:

“Nós vamos acabar com a sua raça, vermelhinho, antes que possa ser contra qualquer coisa.”

De supetão, ele tira o seu revolver escondido, em um só movimento, e então dispara.

Depois disso, mais nada pode ser ouvido além de tiros.

Sou apenas capaz de ver o “vermelhinho”, como assim os homem lhe chamou, correr para desviar da bala, e então ele próprio tirar sua arma do bolso e alternar entre atirar e se esconder atrás de um carro, que aciona seu alarme ao receber os tiros. Não consigo ver se o homem solitário consegue acertar algum tiro, ou se é baleado, porque, como toda pessoa sensata faria, nosso repórter começa a correr depois disso.

Quem não corresse daquela escura e noturna rua, penetrada apenas pelas luzes amarelas dos raros postes, com certeza levaria bala perdida. Podemos ouvir pelo vídeo, o som desesperado e desesperador dos tiros. Não dá para saber para onde todos eles vão.

Para todos nós, coreanos, absorvidos por nosso drama interno, fica óbvio quem o “vermelhinho” seria.

Dr. Pepper.

Afinal, a própria lata não é vermelha?

Por isso, sou eu também que me responsabilizo por escrever esse artigo. E eu nunca fiquei tão realizado por receber um artigo na vida. Quer dizer, esse caso é interessante. Um tiroteio! Um tiroteio de coreanos em Londres! E nós ainda temos um vídeo!

Agora, o porque raios Dr. Pepper estaria em Londres? Ou será que é uma pessoa só de uma gangue que recebe este nome? E, de qualquer forma, porque eles trariam nossos problemas para outros países tão bem sucedidos como a Inglaterra? Isso é um desastre, e bem grande, pois agora provavelmente a Inglaterra irá cortar algumas relações com nosso país. Além, é claro, de adquirir um enorme por preconceito por todo o tipo de turista coreano que encontrarem por lá. Ah, isso não foi bom.

Escrevo todas essas conjecturas num papel, inclusive o fato de que eu realmente acredito que o “vermelhinho” poderia ser Dr. Pepper. E depois rasgo a folha.

Não posso escrever esse tipo de coisa em meu artigo. Jornalismo não tem tempo, nem espaço, para suposições e deduções. Jornalismo só se preocupa com os fatos.

E, por isso, eu só lhe dou os fatos.

...

Sábado, de manhãzinha, provavelmente antes das sete horas da manhã (um horário decente para qualquer um estar dormindo em um sábado), eu acordo com meu telefone tocando.

E o pior de tudo é que eu não tenho tempo para ficar com raiva de estar acordando a essa hora, porque quando eu vejo que é Chanyeol, o próprio, eu logo começo a ter raiva por outra coisa.

– Porque raios você está ligando só agora?! – esbravejo.

– Bom dia para você também, Baekhyun, estou ligando muito cedo? O fuso-horário daqui é muito diferente então eu não tenho certeza de...

Eu o interrompo, irritado.

– Ta sim, cacete, ta ligando cedo para um caralho, agora me diz porque está ligando só agora?

Ele respira fundo antes de falar. Parece ter dificuldade para fazê-lo.

– Eu não estou tendo mesmo tempo de ligar, desculpa. Eu estou com muita saudade, você não sabe o quanto.

E então expira o ar lentamente. Ok, tem realmente algo errado com a sua respiração.

– Guarde as amenidades pra você, Chanyeol – falo. – Agora me diz, porque eu to ouvindo sua respiração toda hora?

– O que? – de repente, parece que ele prende o ar.

– É, pateta, esse negócio de ficar suspirando toda hora, e parece que eu tô ouvindo todo o ar do mundo entrando pelo seu nariz agora mesmo. Sua respiração ta muito estranha, porque isso?

E então, ele começa a fungar, como se o nariz dele estivesse entupido.

– Acho que eu só peguei gripe, anjo. Você sabe como a Europa é fria.

Eu não acredito que ele tem a ousadia de me chamar de anjo de novo.

Deito na minha cama, novamente, frustrado, me enrolando nos lençóis em que dormi. Não quero parecer um pé no saco, mas é realmente um absurdo ele ter me ignorado tantas vezes durante essa viagem. Ele não me atende, não responde minhas mensagens, e mesmo assim parece que está tudo bem.

– Você ta me traindo, Chanyeol? – pergunto, começando a pensar sobre a possibilidade.

– O que?! Claro que não! – ele grita indignado. – Eu nunca te trairia, Baekhyun! Tá doido?

Fico um tempo calado, tentando fingir que eu não continuo escutando sua respiração pesada, mesmo que ele force para parecer que ela está estável. Não está. Ele deveria tomar remédio para melhorar, ou então ir a algum médico em Berlim.

É incrível como eu ainda consigo me preocupar consigo, mesmo quando estou com raiva dele. Faço uma careta.

– Eu só estou chateado. – Acabo por deixar escapar. – Você meio que sumiu.

Ele suspira, e, meu deus, eu acho que ele se esforçou muito para isso.

– Eu sei que tá sendo difícil, Baek. Mas aguenta mais um pouquinho, por mim, eu já vou voltar amanhã. O vôo está previsto para chegar as três e quarenta e cinco da tarde, será que você pode me buscar no aeroporto?

– Vou pensar.

Ele ri, sem voz, de tão rouco que está.

– É sério, eu estava pensando, na verdade, de você me levar para conhecer seu avô. Você gosta tanto dele, que me faz querer conhecê-lo. Pode remarcar sua visita de hoje para amanhã?

Essa respiração dele está realmente doida. Caramba, Chanyeol.

– Tudo bem – assinto com a cabeça. – Às três e quarenta e cinco eu vou estar no aeroporto. Não se atrase.

– Não irei.

Concordo com a cabeça, me distraindo em meus lençóis. Penso como ele está agora, em Berlim, em seu quarto de hotel, deitado na cama cumprindo seu ultimo dos últimos compromissos do dia que é dar satisfação para o namorado. A porta da sacada fechada para o vento frio não soprar em seu rosto, um copo de café no criado-mudo.

– E você tem certeza que essa gripe está sob controle? Estou preocupado, você está respirando muito estranho.

– Eu estou bem, Baekhyun. Já tomei remédio – ele fala com um tom divertido. – Mas, olhe, aqui já está tarde aqui. Preciso saber como você está antes de dormir. Está tudo bem?

– Tudo, tudo mesmo – falo, mordendo os lábios. – Eu fiquei muito animado com a matéria que escrevi ontem.

– Sério? E foi sobre o que?

– Sobre o que mais seria Chanyeol? – pergunto, indignado. – Você pode estar em Berlim, mas não está em uma caverna! Todo mundo está sabendo do que houve ontem. Chanyeol, não vai ser só a Inglaterra que irá cortar relações com a Coréia, mas toda o Reino Unido! Meu deus, sabe os prejuízos que isso traz para o pais? Milhares! Se tivermos de entrar em alguma crise, ela terá de ser agora, e isso é simplesmente avassalador! Vê agora sobre o que estou falando?

Ok, me empolguei demais. Eu sei. Sei disso no momento em que eu acabo de falar, esperando uma reação de Chanyeol. Esperando que ele fique surpreso tanto quanto eu. Que ele aprecie como as coisas correm, como tudo acaba sendo frágil como uma casa de cartas. Se puxar uma, as outras caem.

E um andar inteiro da Coréia está caindo.

Mas tudo o que ele fala é:

– Parece divertido de escrever sobre.

Suspiro.

Estou com saudade de suas conversas infinitas, mas essa poderia muito bem acabar agora.

– Ei, vai dormir – sorrio levemente, mesmo receoso de que ele suma de novo - Eu sei que está cansado.

Ele demora a responder.

– Tem certeza?

– Tenho – confirmo. – Absoluta.

– Então... Tudo bem – ele cede. – Estou com saudades do seu beijo, Byun Baekhyun, amanhã me receba com um, por favor.

Rio. Ele é tão bobo, tão idiota.

– Conte com isso – assinto com a cabeça, ainda rindo. – Boa noite, Chanyeol.

– Bom dia, Baek!

Novamente, solto o riso, desligando a ligação e finalmente me levantando da cama, mesmo que seja muito, muito, cedo para um sábado. Abro as cortinas da janela e sinto o sol esquentar minha pele.

Hora de fazer meu café da manhã.

...

Três e quarenta e cinco estou no aeroporto.

Esperando.

Há algumas fãs e paparazzis ao meu redor, tirando fotos. Algumas das fãs até quiseram tirar fotos comigo, e eu, sem nenhum problema, deixei e fui simpático com cada uma delas. Percebo que é mil vezes mais fácil interagir com fãs quando elas não são suas. Converso tanto com elas que de repente, já até me sinto parte da família de fãs de Chanyeol.

Algumas até pedem para eu erguer a placa que eu estou segurando nas fotos. E não é por nada já que, em letras garrafais, escreve-se “PROCURA-SE O RUIVO MAIS LINDO DO MUNDO”.  Algumas riem para a placa.

Tenho que admitir que pensei em colocar “PROCURA-SE O RUIVO QUE FODEU COM A MINHA VIDA”, mas imaginando que fãs e paparazzis surgiriam, pensei que era melhor guardar esse tipo de coisa para mim mesmo.

Quando vemos no painel que o vôo chegou, as meninas (e alguns meninos) começam a cochichar ao meu redor, ansiosos. Eu, por outro lado, não tenho com quem cochichar, então apenas me contento em comprimir os lábios e bater o pé no chão.

O primeira a vê-lo é um garoto de boné vermelho. Tento olhar para onde ele está apontando, procurando os cabelos vermelhos, e demoro um pouco para finalmente achá-lo.

Graças a deus, os fãs não saem correndo atrás dele, porque, sinceramente, Chanyeol parece um caco. Ele abre alas na multidão em correria do aeroporto, em seus trajes escuros e mórbidos, cabisbaixo. É até deprimente, vendo daqui.

Quando chega próximo dos fãs, entretanto, finge sorrisos. Ele acena, e os cumprimenta com um eye-smile simpático. Vem fazendo isso até me notar, um pouco mais a distância, e então começa a dispensar as fãs à medida que ele se direciona a mim.

Ele olha para a placa ainda em minhas mãos e eu vejo ele rir. É até estranho vê-lo rir quando, a medida que ele se aproxima, mais vejo o quanto parece desgastado. Até suas olheiras estão a vista, e fortes.

Quando está perto o suficiente, tira a placa da minha mão e envolve meu rosto nos seus dedos. Eu não consigo falar nada, ao olhar para si, tão próximo, quando esteve tão distante, física e metaforicamente, de mim.

– Onde está o beijo que eu pedi? – ele cochicha perto da minha boca.

– Porque você não procura?

Ele ri fracamente e leva meus lábios aos seus. Deus! Eu na sabia que estava com tantas saudades. Parece até que é a primeira vez que eu o beijo, e sinto a textura macia e gelada de seus tão preciosos lábios. Tão preciso é que eu me demoro naquele ato, querendo que dure, que eu sinta tudo que há para sentir ali.

Por um momento, esqueço dos paparazzis, esqueço das fãs, esqueço do mundo inteiro ao meu redor.

Está apenas esse ser humano diante de mim.

Que eu, enfurecidamente, amo.

 

...

 

Bato na porta branca do hospital. À essa altura, meu avô já até gravou a forma como eu bato.

– Meu neto? – a voz sai abafada.

– Eu mesmo.

– Entre, por favor!

Lentamente eu abro a porta, e lá está ele, recostado na cama. Parece estar mais animado hoje, provavelmente porque eu falei que nós teríamos um visitante a mais hoje.

– Ah, Baek, meu neto, está tão bonito hoje!

Sorrio, erguendo o nariz.

– São seus olhos, vô.

Ele ri.

– Então, ele está la fora? – ele pergunta, ansioso. Coloca as mãos no colo, se empertigando. – Mande-o entrar!

– O senhor não vai assustá-lo, né, vô?

– Jamais! Mande logo!

Sendo assim, coloco devagar a cabeça para fora do quarto e, encontrando Chanyeol encostado na parede ao lado, peço silenciosamente para ele entrar.

Ele arruma os cabelos e ajeita a simples blusa cinza acima dos ombros. Esfrega o rosto, mas tenho que dizer que nada na vida tira aquelas olheiras do seu rosto.

Entretanto, não preciso que ele se preocupe com isso. Realmente, não.

O primeiro olhar que Chanyeol ganha do meu avô é de seriedade. Suas pálpebras caem tanto sobre o rosto, e ele faz uma expressão tão marrenta que até me dá vontade de rir. Mas a verdade é que isso deixa qualquer um que não o conheça apavorado.

– Olá, s-senhor Byun. – Chanyeol gagueja, fraquejando um sorriso, e estende a mão para cumprimentar meu avô. – É um prazer conhecê-lo.

Entretanto, meu avô deixa aquela mão estendida no ar, e não mexe nem um músculo.

– Sente-se garoto.

Com esse comando, rapidamente Chanyeol recolhe sua mão e se senta na poltrona ao lado da cama, procurando uma maneira decente de cruzar as pernas. Eu me seguro muito para não rir, Chanyeol está claramente morrendo, ainda mais desse jeito meio zumbi que ele se encontra, como se não dormisse direito há três noites, mas ainda assim quisesse parecer apresentável.

– Senhor Byun, é uma honra conhecer o senhor pessoalmente... – diz chanyeol com a voz vacilando. – Baek fala tanto sobre o senhor...

– Ah, é Baek para você?

Chanyeol hesita em responder.

– ...É-é.

– Cadê o respeito? Chame-o pelo nome completo. O meu neto parece algum qualquer para você?

– N-não, senhor.

– Então o chame pelo nome completo. Baekhyun.

– S-sim, senhor.

Eu não consigo mais aguentar dessa situação, então começo a gargalhar, muito, muito alto. É simplesmente impossível aguentar isso sem rir.

– Vô, para! – digo eu, em meio aos risos.

E é aí que meu avô solta uma risada, involuntariamente. E então, finalmente aperta a mão de Chanyeol decentemente.

– É um prazer conhecê-lo também, Park Chanyeol. Li alguns de seus livros.

O de cabelos vermelhos, atônito, olha para mim com os olhos arregalados e a respiração aparentemente ofegante. Ele estava quase para ter um ataque cardíaco!

– Não se preocupe – falo –, você não é o primeiro com quem ele faz isso.

Meu avo ri mais ainda, rouco.

– Olha só como ele está pálido, Baekhyun!

Depois disso, Chanyeol começa a se acalmar mais com a ideia de meu avô gostar ou não de si, e então uma conversa começa entre eles dois.

Chanyeol fala de como eu tenho sido muito bom para ele desde que estamos juntos, e comenta sobre como foi estranho a forma como nos encontramos. Meu avô concorda, falando que não é todo dia que nós presenciamos uma tragédia, quem dirá então encontrar um namorado em uma!

E Chanyeol continua a falar sobre como eu tenho o feito pensar nas coisas mais inusitadas e simples da vida. Como aquelas poucas coisas, belezas, que notamos.

“Como por exemplo,” ele falou “o senhor sabia que as flores tem um padrão numérico para pétalas? Se chama A Sequência de Fibonachi em que você soma os dois últimos números e...”

Meu avô também conta histórias minhas de quando eu era criança. Conta que eu adorava achar figuras nas nuvens, e que queria muito tocá-las quando criança. Ele fala que eu achava que elas eram algodão doce, e que elas seriam muito geladas caso tentássemos comê-las.

– Bom, pelo menos uma coisa você acertou, Baekhyun – Chanyeol fala – As nuvens são realmente geladas.

– Eu queria muito vê-las quando criança. Mas elas nunca saíram do céu para mim – confesso.

– E, depois do medo de altura que ele adquiriu – meu avô fala, infelizmente levantando um ponto do qual eu odeio falar sobre –, ele também nunca teve a chance de entrar num avião para ver elas de perto.

– Você não deveria ter medo de altura, Baek – Chanyeol olha em meus olhos, segurando minha mão. – De lá se vê tudo. As casinhas ficam pequeninas, até o ponto de não conseguir mais enxergá-las.

– Eu imagino – é só o que eu consigo dizer.

Meu olhar e do meu avô se encontram em um alerta. Isso, assunto proibido.Vamos voltar às conversas bonitinhas sem envolver os traumas do Baekhyun. Sem trauma hoje, pelo amor de deus, eu peço, pelo menos hoje.

E assim, a conversa se desvia da altura.

 

 

 

– Então, vô, o que achou dele? – pergunto, brincando com sua mão fina, judiada pelo tempo.

Chanyeol foi à frente, atrás do meu carro, e eu prometi que iria depois. Ele disse que compraria chocolate quente para mim, e que eu não me prolongasse muito aqui, para não ficar frio.

Então, se despediu muito respeitosamente de meu avô, e saiu.

Meu avô sorri para mim, colocando sua mão em cima da minha. E então fala, com sua confiável sinceridade.

– Eu o achei ótimo, meu neto. Talvez um dos melhores que você arrumou até agora – ele confessa, rindo. – Ele é charmoso como você, tem um bom senso de humor, é respeitoso, te trata bem... E, definitivamente, ele é muito inteligente. Muito esperto, esse rapaz. Chego até a pensar que ele seja esperto demais.

Esperto demais?

Isso seria algo ruim?


Notas Finais


É issooooo :>
Como sempre, obrigada por todo o amor a Dr. Pepper ;)))
Vou responder agora os comentários dos capítulos anteriores auhauhuahua eu sou uma pessoa horrível

Tenho que adimitir que os personagens dessa fanfic são muito especiais para mim e que, talvez, eu esteja me apaixonando pela história de novo e não vá desistir dela tão cedo. Talvez eu agilize os acontecimentos, então ela seria mais curta, mas, não sei, deixar essas criaturinhas sem final parece partir meu coração.

Enfim, obrigada por quem le até aqui, significa muito <333

XOXO~~~~


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