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História Dr. Stone: O Mundo de Pedra - Nineteen


Escrita por: CahValdez

Notas do Autor


LEIAM AS NOTAS FINAIS

Capítulo 21 - Nineteen


Eu não entrei no rio em nenhum momento. Apenas fiquei na beirada, sentada em uma das pedras, enquanto observava eles nadando. Kohaku era a mais ágil de todos eles. Em poucos minutos, sua bolsa de pano já estava repleta de imãs.

Depois de alguns minutos, Senku e Chrome se sentaram comigo na rocha. Um de cada lado.

Eu nem preciso dizer que fiquei extremamente envergonhada, né? Mas é claro que eu jamais demonstraria isso, ainda mais depois das piadinhas ridículas que o Senku fez antes. Então apenas me esforcei para não desviar o olhar de Kohaku, enquanto os outros dois conversavam.

— Essa leoa é mesmo incrível. Os outros da sua vila também são assim? - perguntou Senku.

— Temos alguns gorilas com uma força sobre-humana, mas a Kohaku é a mais ágil de todos. - respondeu Chrome.

— Eu também tenho uma gorila! - ele bateu levemente no topo da minha cabeça. - Bem aqui.

Respirei fundo e rosnei pra ele, ainda sem desviar o olhar, porém ele acabou percebendo o rubor nas minhas bochechas e deu um sorriso debochado. Mas antes que ele pudesse zombar de mim, Kohaku gritou.

— EU JÁ DISSE QUE NÃO SOU UMA GORILA! - então ela ficou com uma cara assustadora, que causou arrepios até em mim. - E por que apenas eu estou pegando mais areia de ferro?! Vocês também deveriam ser mais ágeis!!

— Desculpa! - pedimos todos juntos.

— Anda logo, Shimizu! Mecha essas pernas! - disse Kohaku.

— EU NÃO VOU TIRAR AS MINHAS ROUPAS!

Enquanto nós duas discutíamos, Senku e Chrome nos observavam com gotas na testa. Até que a atenção de Senku foi atraída por algo que estava flutuando no rio.

— Um melão? - disse ele.

No segundo seguinte, eu já estava ao lado dele com os pés descalços.

— Woah! Um melão flutuante!!! - meus olhos brilharam e eu comecei á bater palmas. - Eu tava mesmo com fome!

Então do nada, o melão criou perninhas e se transformou numa garotinha com cabeça de melão. Deu pra entender?

— AAAAAAAH! - gritamos Chrome e eu.

A garotinha estava com um ímã na mão. Kohaku se aproximou dela e começou á fazer um cafuné na casca verde que cobria a cabeça dela.

— Ora, o que está fazendo aqui, Suika? Você nos seguiu? - perguntou ela.

Senku e eu nos viramos para Chrome.

— O nome dela é Suika? - perguntamos com gotas na testa.

— Um apelido, provavelmente. Porque ela usa uma casca de melão como chapéu. - então ele correu pra cima dela e retirou o ímã de suas mãoszinhas. - Ei! Não segura meu ímã assim, sua pirralha!

A garotinha não disse nada. Apenas se voltou para baixo e começou á procurar por mais imãs.

— Suika também quer ajudar... - disse ela. Sua vozinha era tão fofa quanto sua aparência. - Por sempre usar isso, eu nunca pude ser útil para ninguém. Mesmo quando eu crescer, aposto que vai continuar sendo assim. Por causa disso, se alguém precisar, a Suika vai...

— Tá bom, chega de papo furado. - interrompeu Senku. Todos ficamos surpresos com sua atitude, mas eu me acalmei instantamente ao ver o pequeno sorriso que ele deu. - Na verdade, eu sou grato. O reino da ciência não renega á ninguém. Precisamos de toda a ajuda possível, independente do tamanho! Parece que uma pirralha é um bilhão de vezes melhor para pegar areia. Conto com você, Suika!

Pude ver a pequena parte do seu rosto que não era coberta pela máscara ser tomada por um rubor. Dei um sorriso singelo.

— Beleza, então, se até mesmo uma criança vai ajudar, eu também vou! - me aproximei de Suika e agaichei á sua frente. - Oi! Eu sou Shimizu, amiga daquele panaca ali. - apontei para o Senku. - É um prazer conhecer você, Suika.

— Vocês são as primeiras pessoas que não me pedem para tirar isso... - ela disse. - Claro, vocês perceberam que eu não quero mostrar meu rosto, e por isso me tratará com tanta gentileza!

— Eh, a Shimizu pode até ser, mas você ainda não conhece o Senku. Não o coloque num pedestal. - disse Kohaku.

— Mesmo com essa cara de empolgado, ele basicamente só falou por falar. Ele é assim mesmo. - disse Chrome.

Dei uma risada pequena, que atraiu a atenção dos três. Peguei Suika no colo delicadamente. Ela era bem levinha, e não reclamou.

— Nah, ele nem é tão ruim assim. - dei um sorriso para Suika. - Ele pode ser o ogro que for, mas tem um coração mais mole que gelatina!

— Mas não é você quem vive xingando ele por aí? - perguntaram os dois, com um sorriso nervoso. Apenas dei de ombros.

— Nós não somos normais. Á esse ponto, já era para vocês terem percebido isso! - saí andando com Suika sentada em meus ombros na direção que Senku foi.

— Bipolar... - resmungou Chrome, que foi calado pela banana que eu joguei em sua testa.

Suika resolveu que queria descer, então eu a coloquei na água. Ela se afundou no rio, deixando apenas a cabeça de melão flutuante para fora.

— A Suika vai pegar um monte de areia preta!! - disse ela.

— Você é Momotaro?! Não se afogue! - exclamou Chrome, capturando a minha atenção.

— Espera! Como vocês conhecem o Momotaro? - perguntei. Senku se aproximou.

— Você não sabia sobre Dragon Quest ou Monster Hunter, mas sabe da lenda do Momotaro. - disse ele. - De quem você a ouviu?

— Oh! Então vocês também conhecem o Momotaro, Senku e Shimizu? - disse Chrome, sorrindo.

— A Ruri-nee me conta um monte de histórias como essa! - exclamou Suika.

— Pera...pensando bem, como vocês sabem o que é um Gorila? Eles vivem por aqui? - perguntei.

— Nah. Eu nunca vi um. - respondeu Kohaku.

— Sim, mas um não aparece na lenda de Momotaro? - perguntou Chrome.

— Quê?! - exclamamos Senku e eu. - É claro que não!

— Mas este não era um de seus amigos que ele reuniu em sua jornada? Que nem o Leão, o Crocodilo e o Urso?

— QUE MOMOTARO DAS SELVAS É ESSE?! - exclamou Senku.

“Essa historia...foi contada com animais fortes e perigosos? É totalmente diferente da original!” pensei.

— Eu já ouvi várias histórias da Ruri, também. A maioria tinham palavras super difíceis, mas a Ruri consegue se lembrar de tudo como se não fosse nada! - disse Kohaku.

Olhei para Senku. Ele tinha um sorriso misterioso no rosto. Eu sabia muito bem o que ele devia estar pensando agora. Essa tal de Ruri... nós tínhamos que conhecê-la.

— Essa moça, Ruri, realmente despertou meu interesse. Agora precisamos fazer o remédio que cura tudo para salvá-la ainda melhor.

Então eu vi o semblante de Chrome mudar, como se estivesse incomodado com algo.

— Por que está tão interessado na Ruri? O que quer dizer com isso, Senku? - perguntou ele.

— Hã?

Então a verdade veio como um míssil. Dei um sorrisinho discreto e cutuquei o ombro de Senku.

— Nee, acho que eu sei o que tá rolando.

— É exatamente isso que você está pensando, Shimizu. - disse Kohaku. - Chrome gosta da Ruri desde que eles eram crianças.

— Ah. Então o lance é esse. - Senku disse fazendo uma careta nervosa.

— Então ele tá pensando que você está interessado nela DAQUELE jeito! - dei um sorriso sacana para ele e cutuquei suas bochechas com os dedos. - Nah, ele nem deve se preocupar com isso. Não é como se você tivesse olhos para algo além da ciência! E que retardada se amarraria em você?

— Você é a única retardada que conheço. - Apertei as bochechas dele com força.

— Quê?! Deus é mais! Para de brincar com essas coisas, maldito! - gritei, fazendo com que ele risse mais.

— Chrome é meio lerdo para certas coisas, mas no fundo, acaba sendo bem fofo! - disse Kohaku.

— EI, DO QUE VOCÊS ESTÃO FALANDO? E QUEM É LERDO?! - gritava o garoto, arrancando risos nossos.

“Mas querendo ou não, isso acaba sendo fofo, mesmo. Dá pra ver o quanto Chrome seria capaz de fazer qualquer coisa pra ver a Ruri bem.” pensei enquanto sorria ternamente. “Então é isso que as pessoas chamam de paixão? Heh…será que algum dia eu vou ser capaz de sentir algo assim também?” nesse instante, meu olhar se voltou para o Senku. Eu ainda apertava as bochechas dele e ele me olhava com curiosidade. Devia estar se perguntando o que se passava na minha cabeça.

Quando percebi que estava naquele estado por tempo demais, senti meu rosto arder um pouco. Soltei o rosto dele imediatamente e comecei á sair do rio.

— É melhor voltarmos logo pro depósito. Talvez possamos arriscar ter uma conversa com a Ruri, também. Ela me deixou bastante curiosa. - eu disse, já caminhando para dentro da floresta.

Bob surgiu no meio das árvores, pousando no meu ombro. Ele havia subido lá em cima para dormir.

— É, tem razão. Vamos embora. - Senku disse, já se colocando á sair do rio também .

Logo todos nós estávamos na floresta fazendo o caminho que levava de volta ao vilarejo. Senku estava á minha frente.

“É melhor você expulsar esses pensamentos estranhos pra longe, Shimizu. ” pensei enquanto encarava suas costas. “Não pense em nada além de salvar o mundo e rever os seus pais! É! Esse vai ser o meu mantra á partir de agora. ”.

— Eu não disse para não colocarem um pé na vila?! - exclamou Kinrou, apontando sua lança dourada para nós.

— Nós só queremos fazer algumas perguntas para a Ruri. - respondeu Senku.

— Regras são regras!

— Argh... - bufei. Eu simplesmente não conseguia aturar esse cara por perto.

Então nós fomos obrigados á nos afastar.

— Bem, assim que conseguirmos completar o remédio cura tudo, nada ficará em nosso caminho! - exclamou Chrome. - Já estamos quase completando-o! O alvorecer do reino da ciência será com esse ferro!

Colocamos toda a areia de ferro que encontramos dentro de um pote de argila. O que iríamos fazer seria transformar toda a areia que pegamos em ferro. O processo poderia parecer simples aos olhos de Kohaku e Chrome, mas Senku e eu sabíamos que não era bem assim. Para transformar a areia em ferro, seria necessário acender um fogo com a potência de 1500 C°. Então para chegarmos perto disso, fizemos uma estrutura de barro que funcionava como uma espécie de "forno". Para acendermos a chama, precisaríamos ficar soprando ar nos buracos incessantemente.

Mas foi um completo fracasso.

— DROGA! MEUS BRAÇOS VÃO CAIR! - gritava Chrome.

— SE VOCÊS RELAXAREM, A TEMPERATURA VAI CAIR TAMBÉM! - berrou Senku.

— EU...VOU...MORRER... - eu gritava desesperada, com a respiração totalmente descompassada. E quando eu estava prestes á desistir, me lembrei de que o Naruto jamais desistiria. - MORRER É O CARALHO!

— QUANTO TEMPO MAIS PRECISAMOS FAZER ISSO?! - perguntou Kohaku.

— POR PELO MENOS... - disse Senku. - ALGUMAS DEZENAS DE HORAS!

— FAZER FERRO É HORRÍVEL! — todos gritaram e caíram no chão juntos, completamente exaustos, sujos e desejando cair de cara em uma cama quentinha.

— Senku... - sussurrei. Ele virou o olhar exausto na minha direção. - Isso é quase tão impossível quanto achar uma nota de cem dólares na rua...não vamos...conseguir sozinhos…

— Tem razão… - ele se sentou no chão. - Nossa prioridade é...conseguir mais gente...

— Precisamos alimentar o número de cidadãos do Reino da Ciência! - disse Chrome.

Nos levantamos e vimos, ao longe, Ginrou sentado encolhido no chão, quase chorando.

— Lança…prateada... - resmungava ele.

Demos um sorriso demoníaco.

— Hehe...o tampinha é quase nosso! - eu disse.

— Admita que você só deu um apelido desses pra ele, porquê ele é menor do que você. Você deve estar amando isso. - brincou Senku. Eu apenas o ignorei.

— Nós podemos fazer isso como o nosso padrão. E persuadí-los com iscas científicas! - exclamou Chrome.

Coloquei a mão no queixo.

— Não é uma ideia tão ruim...mas...

— Nem todos da vila vão se interessar por lanças prateadas. - Senku completou meu raciocínio. - Precisamos reunir informações sobre o que todos querem.

Suika começou á dar pulinhos.

— Essa é a especialidade da Suika! Porque a Suika pode virar uma simples "Suika"! A Suika pode fazer as coisas sem ser notada!

— Desculpa. Eu me perdi no primeiro "Suika". Pode repetir? - pedi.

Ela simplesmente virou uma melancia.

— COMIDA! - gritei.

— NÃO É COMIDA! - Senku me deu um tapinha na nuca. - Ela quis dizer que pode investigar isso para nós sem ser notada por ninguém! - ele deu um sorriso esperto. - Certo! Para conseguir pessoas suficientes para fazer o ferro, a detetive Suika entra em ação!

A garotinha pareceu genuinamente feliz com o novo apelido. Foi uma cena tão fofa de se ver que eu sinto que serei capaz de vomitar cachorrinhos por um mês inteiro.

— Então é hora de você entrar em ação, Sherlock! - exclamei, fazendo cafuné na casca de melancia. - Contamos com você!

Finalizei com um sorriso colgate, fazendo todos me acompanharem no gesto.

Isso vai ser deveras interessante, meu caro Watson.


Notas Finais


Gente, podem me responder uma perguntinha?

Quem aqui gosta do ano One Punch Man? Respondam nos comentários, please!

Obrigada por lerem!


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