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História Dragão de Gelo - Jon II


Escrita por: Guard

Notas do Autor


Olá meus leitores!
Desculpe-me se o capítulo ficou enorme, mas eu me empolguei na escrita e quis narrar cada parte do acontecimento com os mínimos detalhes. Então para aqueles que gostam de se aventurar em capítulos longos, boa sorte, porque vai valer muito a pena.
E mesmo não gostando do Viserys, por favor leiam o capítulo dele, pois são de extrema importância para o enredo em si.
Forte Abraço.

Capítulo 7 - Jon II


Fanfic / Fanfiction Dragão de Gelo - Jon II

    O coração de Jon palpitava de tanta excitação por causa da rodada final do torneio de espadachins. Havia permitido que Podrick Payne, seu escudeiro viesse lhe ajudar a ajustar qualquer parte da armadura que pudesse estar desalinhada. Apenas suas manoplas haviam se desencaixado da armadura, em algum momento quando um guerreiro da Campina viera para cima dele e Jon numa tentativa rápida bloqueou a espada a desviando para o lado usando a própria armadura. Tive muita sorte em não ter perdido naquele momento, pensou consigo mesmo, pois bastava apenas um corte superficial para ser desqualificado. Tocou instintivamente em sua espada de batalha, como era uma arma comum não tinha nome, e provavelmente teria que descartá-la depois do torneio, pois ela já estaria cega.

    Depois que Pod terminou os ajustes na armadura Jon foi até o canto onde haviam os escudos a fim de conferir se o seu estava em boas condições. Ele já havia adquirido uma compulsão por checar todo o seu armamento, e queria que tudo estivesse perfeito. Esse era seu primeiro torneio e se tudo desse certo finalmente conseguiria pedir a mão de Dany formalmente para o pai. Pod ao ver que não era necessário começa a se afastar calmamente, enquanto isso, uma pessoa diferente se aproxima com uma leve risada.

    - Você se parece com os Starks, mas é apenas um mimadinho de Porto Real. - Robb aparece colocando uma das mãos de forma brincalhona no ombro de Jon. A armadura do nortenho parecia impecável, embora ele tivesse enfrentado dois adversários mais de uma vez. - Para que chamar seu escudeiro para ajustar a armadura, não consegue fazer isso sozinho? - perguntou de forma zombeteira.

    Os oito guerreiros que ficaram até o fim puderam se organizar em oito tendas para descansar e se alimentar antes que pudessem ser chamados pro combates finais. A tenda de Jon no entanto, era grande o suficiente para abrigar uma família inteira. Havia uma cama improvisada com peles de alce e travesseiros de pena de ganso, uma mesa pequena, porém farta com frutas e pães para que se alimentasse e uma jarra de água.

    - Vejo também que é mania dos Starks invadir a tenda dos outros sem ser convidado. - Jon empurra o primo para longe dele rindo. - Quer que nosso duelo aconteça escondido para ser poupado da vergonha?

    - Duelar com você agora? Jamais, apostei muito dinheiro que iria vencer você. - Robb responde rindo. - E eu não conseguiria meu investimento se chutasse sua bunda real aqui dentro.

    Os dois riram e depois compartilharam um pouco de pão juntos enquanto conversavam de forma animada sobre os combates, principalmente o momento derradeiro onde se uniram e derrotaram vários guerreiros juntos.

    - Cobol Celtigar nunca vai nos perdoar por termos o derrotado daquele jeito. - disse Robb se lembrando de como um desarmou o guerreiro e o outro o havia derrubado usando o próprio ombro.

    - Pois é, mas devíamos ter derrubado o Clegane antes da primeira rodada acabar. - Jon lhe lembra. - Ele com certeza vai ser um problema caso um de nós o enfrente.

    Sandor Clegane havia sido impiedoso do início ao fim, somente ele e o príncipe conseguiam afugentar os concorrentes. Jon ainda se lembrava de como o homem havia tirado um dos espadachins apenas com um chute que fez o homem rolar vários metros.

    - A culpa foi daquele tal de Arys Oakheart, enquanto lutamos com o Cão dos Lannisters ele derrubou uma dupla de espadachins que acabou finalizando a primeira rodada. - o primo lembrou de forma soturna. - Sério, só comecei a prestar atenção naquele cara quando tinham vinte pessoas em pé. Ele era tão forte quanto Clegane e tão rápido quanto você, nunca vi alguém tão bom quanto ele.

    - Então você acha que eu sou o guerreiro mais rápido da competição? - Jon pergunta achando uma forma de perturbar o primo.

    - Cala a boca Targaryen, não é porque seu pai é o rei que eu não vou te desarmar na frente de todos. - Robb fala jogando um pedaço de pão na direção dele, mas Jon é mais rápido e desvia da comida, em seguida olha de soslaio para o Stark a fim de de demonstrar que era realmente o melhor.

    Continuaram a debater por mais alguns momentos sobre os outros guerreiros que haviam passado daquela rodada. Thoros de Myr havia sido um candidato inesperado, sua permace pirmântica com espadas havia feito muitos guerreiros largarem as armas e correrem de medo deles, os irmãos Kettleblack que sobraram provavelmente iriam querer se vingar de Jon por ter derrotado o irmão mais novo logo no início do combate. Havia ainda Berric Dondarrion, que conseguiu derrotar vários inimigos com ferocidade, porém não aparentava a nenhum dos dois uma pessoa que representasse muito perigo, pois o homem era feroz com a espada, no entanto, carecia de técnica. Coisa da qual Jon e Robb possuíam em excesso devido ao treinamento rigoroso que tiveram.

    Uma trombeta soou dizendo que os guerreiros tinham mais dez minutos antes de começarem a ser chamados para os combates. Sendo assim, Robb deveria voltar para sua tenda e esperar ser chamado quando fosse chegado a sua hora. Antes de sair, o primo se vira para Jon e resolve falar uma última coisa.

    - Se eu vencer, vou coroar a sua irmã a Rainha da Beleza, espero que não se importe com isso Targaryen.

    - Como se uma pessoas com linhagens dornesas iria algum dia morar no Norte. - Jon rebate achando engraçado o interesse súbito do Stark por Rhaenys. - Dizem que vocês precisam do triplo do esforço para engravidar uma mulher por causa dos seus sacos congelados.

    - Vai a merda. - Robb responde gargalhando e sai da tenda.

    Um silêncio repentino se abateu dentro do local e Jon começou a sentir a ansiedade se apossando de seu corpo novamente. Aquele era o momento dele de conseguir se firmar como cavaleiro, apesar da maioria dos espadachins ali não ter um título de Sor, o Targaryen sabia muito bem que não seria impossível ter um título desses recebido do rei nesse tipo de competição. O tempo pareceu passar de maneira diferente dentro daquela tenda depois da saída do primo, pois para Jon aparentava terem se passado horas antes de finalmente um dos anunciantes do torneio vir na sua tenda para lhe chamar.

    O príncipe levantou prontamente e se apressou em buscar seu escudo com o dragão vermelho estampado na madeira. Ele seguiu o homem para o caminho da arena novamente e tentava ver se já havia acontecido algum combate antes do seu, era de se imaginar que tivesse acontecido um sorteio, porém os adversários só saberiam que já havia sido eliminado ou quem seria seu oponente quando chegasse na arena para o combate. Jon tentou não pensar se Robb já havia lutado contra alguém antes dele, e se haveria de ter vencido o seu combate. Ao chegar na arena ele passa direto pelas arquibancadas montadas pelos Lannisters e os Tyrell. Nesse momento todo o local começou a gritar.

    Jon ouve um grito vindo de cima das arquibancadas e enxerga o irmão Aegon ao lado de Margaery Tyrell saudando-o.

- Mostra para eles do que o dragão é feito Jon! - gritou o irmão mais velho e a Tyrell ao seu lado riu. - Não se atreva a me envergonhar na frente de todos os grandes senhores dos Sete Reinos.

Jon imaginou que a única pessoa que sairia envergonhada caso ele perdesse seria ele mesmo, duvidava que a honra dos Targaryen seria manchada caso o príncipe que não era herdeiro perdesse. Mesmo assim acenou para o irmão se sentindo empolgado. Tyrion Lannister da outra arquibancada gritou algo para Aegon em relação a apostas, mas Jon não havia conseguido compreender o que era. De fato, seus olhos queriam ir logo a arquibancada principal do rei e encontrar Dany de uma vez, suas expectativas foram atendidas ao encontrar a Senhora de Pedra do Dragão de pé a fim de enxergá-lo melhor. Ela sorriu para ele de forma tímida, mas isso bastou para aquecer o coração de Jon, ele queria acenar e gritar o quanto a deseja ali mesmo, porém havia feito uma promessa e iria cumpri-la de qualquer forma. Também conseguiu vislumbrar a irmã Rhaenys ao lado de Daenerys que tinha um sorriso inelegível no rosto, mais acima estavam o Rei Rhaegar e a Rainha Lyanna. O pai de Jon mal conseguia segurar a empolgação, isso ele conseguia perceber, pois via como o homem se esforçava ao máximo para não levantar na cadeira e aplaudir a entrada do filho na arena, já a rainha estava claramente nervosa por ver seu filha participar de uma disputa dessas. O príncipe fez uma nota mental de brincar com a mãe em relação a sua preocupação, tendo em vista que Lyanna nunca fora vista como uma mulher prudente na sua juventude.

Ficou tão preso em devaneios que quando percebeu estava no centro da arena e havia um outro guerreiro parado a sua frente. Um homem da mesma altura de Jon, porém com uma armadura de metal pouco ornamentada, tirando uma túnica que ficava sobre ela com um caldeirão negro estampado nela. Tinha uma barba triangular negra que combinava com a cor dos seus cabelos e o homem parecia ser feito de puro músculo. Jon sabia muito bem que aquele era Osmund Kettleblack, pois a semelhança com o irmão mais novo que ele desqualificou anteriormente era enorme.

O juiz da arena começou a ditar as regras novamente para os dois. Nesse momento a plateia se silenciou para poder ouví-lo também. Eles não poderiam se matar e deveriam evitar ao máximo a amputação de membro de um dos concorrentes, quem sangrasse primeiro iria ser desqualificado, ou se a pessoa fosse desarmada. Kettleblack cuspiu no chão na hora em que ouviu todas as regras. Jon sabia que ele deveria estar se segurando para não ofender o adversário que era filho do rei. O juiz então ditou que os dois se afastarem alguns metros um do outro para dar início ao combate.

Naquele momento todos os pensamentos em Daenerys e nas outras pessoas nas arquibancadas foram cessados. Só existia ele e o seu adversário.

- Espero que esteja pronto principezinho. - murmurou Osmund Kettleblack baixo o suficiente só para Jon conseguir ouvir.

O juiz anunciou que o combate poderia começar e os instintos de Jon entraram em ação. Com três passos para frente as espadas dos dois adversários já haviam se encontrado, o choque das duas armas soltou faíscas e nesse momento a multidão voltou a gritar pelo embate. Jon e Osmund trocaram uma série de golpes lentos tentando interpretar os movimentos um do outro a fim de adquirir segurança no embate. Após uma última investida com espadas, os dois se afastaram lentamente nunca tirando os olhos um do outro. Osmund foi o primeiro a avançar novamente levantando sua enorme espada e desferindo um golpe direto no braço de Jon. Ele bloqueia o golpe com o escudo e o impacto o faz recuar alguns passos para trás até adquirir firmeza para se mexer novamente. A sua vantagem em comparação ao adversário era exatamente o fato de possuir um escudo, enquanto o outro usava uma espada de duas mãos.

Mais gritos ecoaram por toda a arena e Jon se forçou mais a consegui levantar o escudo e usando todas as forças conseguiu tirar a espada de Osmund de cima dele. Aproveitando o momento do adversário distraído ele avança desferindo um golpe horizontal com a espada visando atingir as pernas de Kettleblack, o homem é forçado a se jogar para trás quase caindo no chão para não ser atingido. Jon não para de avançar e corre para cima do adversário usando o escudo com um porrete, ele tenta acertar o inimigo no peito, mas este consegue bloquear o golpe com a enorme espada. Os dois começam a travar outra batalha de forças, mas desta vez era a vez de Jon pressionar o inimigo. Conseguia ouvir os gemidos de força de Osmund tentando se desvencilhar do golpe, novamente ficaram nessa situação, porém Jon tinha uma vantagem. Com uma leve estocada golpeou uma parte da perna do inimigo aproveitando que este não tinha como bloquear a tentativa. Ele viu que Kettleblack havia tentado desviar a perna para não ser atingido, porém foi lento demais e quando Jon recuou para se distanciar do homem, mostrou para o público a espada manchada de sangue.

Por um momento ele viu que Osmund lhe olhava com ódio e acho que o homem continuaria a lutar mesmo tendo sido ferido. Porém o juiz foi mais rápido e decretou que Jon foi o vencedor, isso o obrigou a cravar a espada no chão e fazer uma leve reverência para o vitorioso. Com isso Jon se lembrou de respirar e percebeu que a multidão estava calada até aquela hora, porque nesse momento os gritos ficaram mais intensos. Somente então ele conseguiu sentir vontade olhar para todos ali e sorrir com a esperança que depositaram nele. Nesse momento viu seu pai Rhaegar o aplaudindo de pé e não conseguiu evitar uma risada de felicidade.

 

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De volta para a sua tenda Jon não queria relaxar ainda, assim que as outras lutas acabassem eles dariam um prazo de meia-hora para chamarem para as semifinais, e ele estava disposto a não deixar a adrenalina sair do corpo. Tentou comer um pouco, mas não conseguia ingerir nada ainda. Ficou analisando todos os movimentos que fez durante a batalha contra Osmund, se repreendeu em alguns momentos, pois poderia ter sido eliminado se o oponente tivesse mais destreza. O mais angustiante era saber quem seria o seu adversário na próxima rodada.

Havia ouvido os gritos da arena pelo menos umas duas vezes em alguns momentos e tinha certeza que isso significaria que outros combates estavam tão emocionantes quanto o dele. O príncipe assumia que por um momento gostaria de usar sua posição real para sair das tendas e observar os seus possíveis oponentes. Faltavam apenas dois deles e o garoto tinha certeza que seriam os dois bem difíceis. Nesse momento ele vê um vulto parando na frente da tenda e um homem entra. Em princípio achou que talvez fosse Robb novamente, porém o homem que entrou usava uma armadura branca polida e carregava uma espada lendária presa às costas. Era seu mentor Arthur Dayne, o homem assim que viu Jon não conseguiu evitar de dar um longo sorriso para ele.

- Você lutou que nem uma prostituta manca rapaz. - disse rindo, mas ao mesmo tempo dando um abraço nele. - Ainda bem que Osmund Kettleblack não conseguiria derrubar nem uma tartaruga.

- Obrigado, ainda bem que tive uma velha cega para me treinar. - Jon rebateu o comentário dando um soco no ombro de Dayne. - Mas me diga uma coisa, não sabia que visitantes eram permitidos nas tendas dos participantes. - viu a Estrela da Manhã reagir com uma longa gargalhada, mas depois olhou sério para Jon antes de responder.

- Bom, eles tentaram me impedir da primeira vez, mas na segunda eu desembainhei a Amanhecer e perguntei se eles gostariam de tentar me impedir. - ele falava como se não fosse nada demais. - Fico impressionado em como os homens ficam mais educados com uma espada desembainhada.

Eles riram disso e depois Arthur foi se serviu um pouco de água e ao mesmo tempo ficava olhando a tenda de Jon. Parecia querer brincar mais com o garoto, que era a única pessoa que se permitia mostrar seu lado bem-humorado, nem mesmo com Rhaegar ele fazia isso. Jon imaginava que talvez fossem mais próximos na época que o pai não usava a coroa dos Sete Reinos na cabeça.

- Então, quem foram as pessoas que passaram? - Jon acaba cedendo a sua curiosidade.

- Direto ao ponto em rapaz? - Sor Arthur toma mais um gole de água e claramente demonstra que queria beber algo melhor. - O outro Kettleblack foi eliminado por Robb Stark, o Jovem Lobo veio com ânsia assassina para lutar aqui. Quem imaginaria que os nortenhos tem tantos culhões assim. - após falar isso ele deu uma leve olhada na direção da tenda de Jon a fim de saber se havia mais alguém lhes escutando. - Eles não querem que vocês saibam que foram os eliminados até agora, mas francamente, não vejo nada demais nisso. Sor Arys Oakheart derrotou Lord Dondarrion em um combate magnífico. Deve ter ouvido os berros daqui, tenho certeza.

- Sim, ouvi berros algumas vezes enquanto estava na tenda. - Jon gostou de saber que dois oponentes fortes já haviam se enfrentado, mesmo que sua parte mais nobre quisesse ter o direito de enfrentar todos ali pelo menos uma vez.

- Foi a penúltima luta garoto, mas a última foi a que deixou todos loucos. - Arthur deu uma risada leve ao parecer se lembrar. - Tyrion Lannister gritou furioso ao ver o cãozinho dos Lannisters largar a espada no chão na luta contra Thoros de Myr. - Jon não conseguia acreditar naquelas palavras, nunca sequer cogitou a hipótese de Sandor Clegane perder logo no início das disputas, ainda mais contra Thoros, que estava claramente lutando bêbado desde a primeira rodada. - Sim garoto, foi algo vergonhoso, mas ver um bêbado com uma espada pegando fogo correndo atrás de você não é algo que se veja todo dia.

- Isso é legal? - Jon havia visto a técnica piromântica com a espada antes, mas não imaginava se seria contra as regras ou não.

- Ilegal não é garoto, não há juiz no mundo que possa querer estar preparado para Thoros de Myr. - Sor Arthur responde sério. - A propósito, ele será seu oponente, então se tem medo de fogo eu recomendo aprender a se controlar agora.

Jon fitou o homem bem sério enquanto falava isso. Estava decepcionado pelo oponente, mesmo sabendo que o homem havia derrotado o Cão dos Lannisters, sabia que foi por pura sorte. Mesmo assim decidiu levar Thoros bem a sério no próximo combate.

- Sou do sangue do dragão, Arthur fogo é a última coisa da qual tenho medo. - respondeu sério para o mentor. - Se ele acender aquela espada contra mim, irá ser a última coisa que irá fazer nesse torneio.

Logo depois imaginou que talvez fosse enfrentar Robb na final, e isso o deixou mais animado com a competição. Uma trombeta soou avisando que os combates iriam retornar em dez minutos.

- Se eu fosse você me prepararia logo garoto. - Sor Arthur o advertiu se levantando da mesa onde estava. - A sua luta será a primeira da semifinal.

Jon já havia terminado de se arrumar quando vieram lhe convocar para o combate. Dessa vez ele foi menos ansioso e mais sério para luta, estava determinado a não dar nenhuma vantagem para o seu oponente. Já sabia que tinha uma vantagem por saber quem iria enfrentar. E mesmo sabendo que teria um adversário mais inferior foi preparado para luta. Ao entrar na arena não houve tanto estardalhaço quanto havia ocorrido antes, todos o saudaram sérios, muitos ali deviam estar furiosos por terem perdido dinheiro na luta de Thoros contra Clegane.

No centro da arena o seu adversário já estava lá lhe esperando. Thoros já deveria estar na casa dos quarenta anos e tinha um careca e barba grisalha, ao invés de armadura usava uma túnica vermelha que simbolizava que era um sacerdote de R’hllor. O homem parecia estar surpreso ao ver Jon entrar na arena, pois de repente ficou bastante desconfortável onde estava.

Mais uma vez as regras foram ditas e pode ouvir alguns murmúrios da arquibancada de pessoas que não aguentavam mais escutá-las. Dessa vez Jon não olhou para a plateia, queria se concentrar completamente na batalha e tentar evitar ao máximo a perda de energia para a final - desde quando sou tão confiante assim? - pensou surpreso. O juiz não se demorou muito e deu o início ao confronto.

Jon havia sido o primeiro a avançar contra Thoros, desferiu uma série de golpes contra o velho, que se esquivou várias vezes com facilidade. Por não usar armadura ele se tornava bem mais veloz que Osmund. Thoros estava usando uma espada só, isso o deixava mais ágil ainda. Ele tentou acertar Jon algumas vezes, porém foi infrutífero dois golpes foram desviados apenas com a velocidade e o último fora bloqueado pelo escudo e não havia tido necessidade de que o príncipe fizesse muito esforço. Nesse momento o ataque voltou para Jon que usou a espada para fazer um arco com um golpe visando a omoplata de Thoros, o velho bloqueou o golpe com a espada e cambaleou um pouco e aproveitando esse momento o príncipe agiu tentando lhe golpear. Ao perceber que era tudo um engodo para deixá-lo mais confiante já era tarde demais, Thoros se recuperou espantosamente e atacou Jon visando uma parte desprotegida da armadura entre o braço e o antebraço.

Ao perceber que iria ser ferido Jon se obriga a jogar-se no chão e rolar para longe do guerreiro. Temeu ter largado a espada ou ter se machucado com a tentativa de escapar do golpe, mas só havia deixado o escudo cair no desespero. Agora os dois estavam em igualdade de armas.

- Pensou rápido, Lorde Príncipe. - caçoou Thoros tirando um líquido das vestes e pingando na espada. Logo em seguida ele a bateu no chão e ela começou a pegar fogo.

Jon se assustou ao ver o truque tão de perto e se lembrou das lendas de Azor Ahai, quando era jovem havia ouvido bastante sobre essa lenda. E ver uma espada em chamas o fazia ficar imaginando se Thoros sabia algo sobre a verdadeira Luminífora. Se forçou a perder o fascínio pela arma logo e se voltou sério para o inimigo.

- Thoros, deseja mesmo usar fogo contra um dragão? - rosnou Jon com a voz séria e uma raiva genuína pela afronta. - Eu sou do fogo do dragão, isso não irá me ferir.

- Você é meio fogo e meio gelo garotinho - lembrou Thoros sério. - Eu escolho arriscar lhe derrotar com isso.

Os dois gritaram e avançaram novamente um contra o outro. Thoros tentou cortar o rosto de Jon que desviou a tempo de não ser atingido pelas labaredas, ele havia conseguido dar um giro para se recompor e com um brado concentrou toda sua força no golpe contra o peito de Thoro. O sacerdote colocou sua espada em chamas na frente para bloquear e quando as duas armas chocaram-se Jon pode sentir o calor emanando da arma do inimigo. Se posicionou mais à frente e sentiu-se um dragão, com um urro de raiva levantou a espada e golpeou a espada do inimigo mais uma vez com toda sua força. Dessa vez ela se abriu ao meio devido a exposição das chamas.

Thoros o olhou espantado enquanto a multidão gritava pela primeira vez na batalha toda. O juiz anunciou que Jon havia sido primeiro finalista do torneio. Os dois se cumprimentaram em um gesto esportivo e a multidão aplaudiu de novo. Thoros então o puxou até perto do ouvido e sussurrou.

- Você foi bem garoto, mas se quiser mesmo vencer esse torneio vai ter que deixar o Dragão surgir. - Jon não havia entendido as palavras, porém não conseguiu perguntar ao homem o que ele queria dizer com isso, pois este já estava se afastando e saindo da arena.

Com isso ele decidiu ir para sua tenda recebendo aplausos e gritos enquanto saia, havia recuperado seu escudo e viu que estava chamuscado em várias área onde os golpes da espada flamejante haviam lhe golpeado. Fez tudo isso enquanto caminhava para sua tenda. Conseguiu ver Robb sair da tenda próxima a dele e os dois conseguiram dar um leve aceno de cabeças sem muito entusiasmo enquanto o Stark caminhava para o seu confronto. Após isto, Jon entrou em sua tenda.

Ficou surpreso ao ver que havia alguém deitado na sua cama. Por um breve momento ao ver que era a silhueta de uma mulher imaginou que fosse Daenerys, seu corpo se enrijeceu ao imaginá-la ali lhe esperando. Porém ao se aproximar mais viu a pele morena de uma mulher e percebeu ser Rhaenys que o lhe esperava. A Targaryen estava usando um vestido laranja de cetim, o mesmo que usava nas arquibancadas e destacava bastante suas pernas. Mesmo achando errado, Jon se demorou um pouco olhando para o corpo da irmã mais velha. Ela percebeu que ele estava ali, porém ficou mais alguns segundos comendo um pêssego e deixou o líquido da fruta escorrer um pouco pelo lábio, limpou-o com os dedos e depois chupou delicadamente o néctar.

- Irmãozinho, estava esperando que você chegasse aqui de uma vez. - falou a mulher animada, como se a sua presença na tenda de Jon não fosse nada demais. - Não me venha questionar de como eu sabia que você iria vencer, pois era óbvio que Thoros de Myr não era páreo para você.

Jon nada respondeu e continuou encarando a irmã. Não queria perguntar como ela havia chegado ali, pois se Sor Arthur havia conseguido, então isso significava que alguém do posto de princesa de Porto Real poderia facilmente chegar em sua tenda com mais facilidade. Rhaenys ao perceber sua desconfiança decidiu se levantar e foi andando na direção do garoto. Seu cheiro lembrava algo doce, mas ao mesmo tempo mortal. Como uma fruta venenosa que poderia ser saborosa, mas após alguns instantes lhe mataria.

Os dois tinham uma boa convivência, Rhaenys sempre gostou de ver os treinos de Jon e Aegon, algumas vezes parecia até querer participar, porém desistia facilmente. Fora isso, ela o tratava com um afeto calculado, sempre que eram vistos juntos pelos pais de Jon a irmã se tornava infinitamente mais simpática. Ou quando Daenerys estava morando com eles, ela gostava de chamar Jon para falar coisas do castelo sempre que ele e Dany ficavam sozinhos. Deixando a tia deles sozinha, uma vez ela havia reclamado para Jon do comportamento de Rhaenys, mas este havia apenas rido e dito que ela fazia isso para causar ciúmes entre os dois.

- Estou surpreso com a visita, minha irmã. - Jon fez questão de enfatizar os seus laços familiares, porém não entendeu o motivo.

- Desculpe, eu estava ansiosa para lhe parabenizar por ter chegado na final. - ela se aproxima de Jon e nesse momento ele percebe que os dois têm a mesma altura. - E gostaria de te contar também que nosso pai deseja lhe dar um presente para o caso de você vencer o torneio. - por mais que ele tenha tentado esconder os sentimentos, nesse momento se demonstrou surpreso ao ouvir isso. A garota sorriu ao ver isso. - Não deveria lhe falar isso, mas consegui fazer o velho rei Rhaegar I a falar que deseja fazer do vencedor do torneio o novo sétimo membro da Guarda Real.

Mais uma vez Jon sentiu um soco no estômago ao ouvir isso. Ser da Guarda Real era um sonho, e ele estaria mentindo se dissesse que nunca houvera sonhado com tal honraria, porém agora havia Daenerys na sua vida. Ele não poderia ser tornar um cavaleiro sagrado protetor do rei se isso lhe implicasse nunca poder se casar com a mulher que ama.

- Claro que você não quer isso, afinal, você ama a nossa tia e deseja se casar com ela - a dedução de Rhaenys fora tão precisa que Jon, não conseguia esboçar mais nenhuma reação.

- Por que está me falando tudo isso Rhaenys? - Jon conseguiu perguntar.

- Porque eu sei que além da proposta de ser membro da Guarda Real, ele também deseja lhe dar a espada Irmã Negra como presente caso ganhe. - Rhaenys para de sorrir e olhar bem séria para o irmão.

- Impossível o papai ter conseguido essa espada Rhaenys, ela está desaparecida há mais de um século. - Jon rebate. E era verdade, a espada Irmã Negra havia pertencido a um dos bastardos de Aegon IV, O Indigno. Corvo de Sangue, como era conhecido o homem, fora banido para a Muralha e alguns anos depois havia desaparecido para sempre.

- Eu também achei isso, mas o papai conseguiu a espada de volta. Aparentemente ela estava escondida em algum canto obscuro do Castelo Negro e foi achada pelo meistre do local, você sabe que papai resolveu convocar o homem para a Fortaleza Vermelha para que tomasse o posto de Grão-Meistre do Reino. - Jon se lembrava de ter ouvido essa informação do pai, porém não conseguia imaginar que tudo estaria conectado.

- E você teme que se eu aceitar a espada vou por os Sete Reinos de volta numa guerra eminente? - perguntou tentando deduzir o que a irmã queria lhe dizer.

- Exatamente irmãozinho, nossa eu não imaginava que você conseguiria ligar os pontos tão rápido. - a surpresa de Rhaenys parecia ser genuína. - Eu temo que se você aceitar, os Lordes podem achar que nosso pai está querendo trocar a herança do trono para você ao invés de Aegon...

- Assim como aconteceu com Daemon Blackfire, que recebeu a própria espada Blackfire do pai. - Jon não aguentava mais ouvir aquelas asneiras e insinuações. - Eu jamais irei querer tirar o trono de Aegon, e mesmo que se quisesse, a Irmã Negra pertenceu a Visenya Targaryen e não ao Conquistador.

- Sim irmão, mas a Blackfire talvez nem exista mais. - Rhaenys parecia entretida com o modo que o assunto havia chegado. - Só peço que pense no Reino, assim como eu penso Jon. Se o nosso pai lhe oferecer a espada não a aceite, considere isso uma troca pelo que lhe contei. - Ela se move rapidamente e fica parada atrás de Jon, ele sentiu seus dedos esguios tocarem o rosto e o hálito dela que tem um leve cheiro adocicado de vinho.

- Por que não falou isso diretamente para o nosso pai? - Jon sentia-se excitado e ao mesmo culpado pelo toque da irmã. Uma parte sua, a parte do dragão queria agarrá-la, e isso o fazia sentir-se péssimo, pois sabia que seu  coração pertencia a Daenerys.

- Ele não entenderia os motivos, o Rei Rhaegar iria pensar que nem você. Diria que a espada pertenceu a maior protetora de Aegon o Conquistador, então ela deveria ser dada a você. O nobre Jaeherys Targaryen. - Rhaenys praticamente sussurrava em seu ouvido, depois se afastou de Jon e caminhou até a saída da tenda. Jon voltou-se para ela e viu que a irmã estava triunfante por todo o impacto que causou nele. - Pense no que falei Jaeherys, você pode ser feliz com a nossa tia, viver em Pedra do Dragão até morrer ou pode aceitar a Irmã Negra sem se tornar membro da Guarda Real e começar a ver os Lordes sussurraram que você deve ser o rei e não Aegon.

Rhaenys saiu sem esperar que Jon respondesse alguma coisa. Ao voltar a ficar sozinho na tenda ele se sentiu furioso, pois o dia estava perfeito até aquele momento. Sentia raiva dos irmãos que queriam fazer ele participar do Jogo, de seu pai por querer lhe transformar num membro da Guarda Real e assim acabar com qualquer hipótese dos Lordes dos Sete Reinos querem que Jon seja rei e não Aegon. Principalmente sentia raiva de si mesmo, se tivesse tido coragem de falar com o pai sobre o casamento com Daenerys desde o início, se ele tivesse simplesmente tido coragem e sido mais direto com a garota Targaryen, não precisaria estar passando por isso.

A tentação de possuir uma espada ancestral da sua família era enorme. A Irmã Negra havia sido forjada na própria Valíria, segundo as lendas. Aço valiriano não era simples de se fazer, não existiam mais ferreiros que soubesse fazer o tipo de metal, somente ferreiros que sabiam remodelar aquela arma. Tinha que tirar rápido aquele desejo de sua cabeça, seria uma boa oportunidade para saber quais eram os reais sentimentos de Dany por ele, afinal, se a garota não o amasse e nem quisesse ser sua esposa, ele preferia virar membro da Guarda Real.

Antes que pudesse formular algum pensamento, a trombeta que estava lhe chamando para o combate final fora soada.

Seu corpo havia se movido de forma automática e quando ele conseguiu perceber já estava entrando na arena. Só então viu a explosão de emoção de todos os presente, dessa vez não era só uma simples comemoração, um Targaryen estava entre os melhores espadachins dos Sete Reinos. Por incrível que pareça, depois de todos esses acontecimentos, Jaeherys não importava com isso. Ainda sentia uma fúria crescente em seu peito. Não conseguia sequer olhar para onde Daenerys estava, porque provavelmente Rhaenys estava ao seu lado, também não queria olhar para Rhaegar. Ficou surpreso ao pensar que o único de quem não sentia raiva era Aegon, os dois sempre foram muito amigos, e só agora Jon percebeu que talvez o irmão fosse outro peão na peça do jogo de alguém.

Demorou alguns instantes para as pessoas se calarem, assim que o fizeram o juiz começou a anunciar o combate. Jon então viu que quem estava lhe enfrentando não era Robb, mas sim um rapaz de cabelos castanhos e uma barba pequena, com um rosto que as mulheres consideravam bonito. Era forte, isso Jon podia perceber pela armadura que estava vestindo e tinha uma túnica com um carvalho estampado. Usava um escudo de mogno com um carvalho também, por causa disso Jon imaginou que ele talvez fosse da nobreza, pois poucos tinham um escudo com aquele tipo de material.

- O combate final do torneio dos espadachins será entre Jaeherys Targaryen, filho do Rei Rhaegar I contra Arys Oakheart, filho de Lorde Gwayne Oakheart. - anunciou o juiz e todos voltaram a gritar de empolgação, fora necessário que o rei Rhaegar se levantasse para que todos se calassem e o combate pudesse começar. - As regras serão diferentes, agora é a regra dos três sangues. Quem conseguir ferir o adversário três vezes vencerá o torneio, ou caso um dos adversários decida desistir antes disso. Não preciso dizer que se matar ou decepar os membros do adversário está proibido.

Jon havia reparado que a regra de desarme também havia sido suspensa. Logo, mesmo que um dos guerreiros perdesse sua arma, ele poderia desistir ou tentar recuperá-la. A trombeta para o início do combate soou neste momento e sor Arys se movimentou mais rápido indo na direção do príncipe. Jon ainda aturdido em pensamento só teve tempo de bloquear o golpe enquanto cambaleava para trás, sor Arys se movimentou de novo rodando e desferindo um golpe direto na lateral, por pouco não o atinge. O Targaryen então é obrigado a se afastar um pouco e tenta golpear o adversário, porém é muito lento.  Oakheart só precisa dar alguns passos para trás e tenta cortar pelo flanco esquerdo, Jon nem sequer percebe que a espada dele estava manchada de sangue ao retornar a espada para perto do corpo.

O primeiro sangue havia sido do príncipe. Nem sequer conseguia saber qual devia ser a reação que as pessoas estavam tendo na arquibancada, porém nesse momento sentiu uma raiva súbita percorrer o corpo. Vai ter que deixar o dragão surgir garoto, a voz de Thoros de Myr o advertindo surgiu. Fora como se uma enorme muralha de gelo tivesse sido atingida por chamas e começasse a derreter. Jon com urro que veio do fundo da alma avançou novamente contra Arys Oakheart.

Eles começaram a se golpear em uma velocidade espantosa, dessa vez Jon conseguia acompanhar seus movimentos. Arys chegou para o lado alguns metros e tentou cortar o braço de Jon com um movimento vertical com a espada, este a bloqueou com o escudo e rapidamente tentou desferir um golpe contra o braço que o adversário segurava a espada. Sor Arys consegue colocar o escudo a tempo de bloquear o golpe e consegue se desvencilhar para se afastar um pouco e tentar uma nova investida. Os dois recuaram um pouco e avançam novamente gritando fazendo suas espadas chocarem com toda a força que tem o clangor de metal se chocando ecoou alto e Jon usou o escudo como porrete a fim de atingir o peito de sor Arys. Numa tentativa desesperada de se proteger o homem coloca o escudo na frente para impedir a pancada, porém nesse momento sua mão que segurava afrouxou e Jon aproveitou esse momento para fazer mais força e fez a espada de Oakheart sair de posição, e finalmente havia visto uma brecha no homem, cortou a lateral do braço da mão da espada com leve talho. Por sorte sor Arys havia conseguido o empurrar para longe, pois Jon achava que estava mirando para arrancar um membro do homem.

Eles recuam novamente o segundo sangue havia acontecido na batalha. O juiz olhava espantado para Jon, e a multidão voltou a berrar indo a loucura. Avançaram os dois novamente para se enfrentar, sor Arys com um filete de sangue saindo do braço onde segurava a arma. Ele faz o primeiro ataque visando acertar o peito de Jon, que é obrigado a colocar seu escudo na frente para interromper o impacto. O golpe fora tão forte que quase faz o jovem Targaryen cair no chão, mesmo com um ferimento seu adversário ainda possuía força sobre-humana. Jon via que Arys forçava ao máximo para fazer com que ele largasse o escudo, por sua vez, este fez força até que ouviu o som da madeira se rachando e teve certeza que em breve ele iria se romper. Usando toda a força ele impulsiona as pernas para a frente e faz Arys recuar um pouco, joga o escudo para o lado e vê que a espada havia ficado presa nele. Para forçar o inimigo jogar a arma fora, Jon consegue levar a perna suficiente para chutar a perna de Arys. Que desta vez perde as forças e deixa a espada cair no chão. Jon avança desferindo um soco direto no queixo do inimigo.

Arys recua alguns passos e um filete de sangue começa a escorrer da sua boca, porém Jon perde a concentração por tempo o suficiente para tomar uma pancada do escudo do inimigo no rosto. Jon grita e rola no chão, tinha certeza que sor Arys tinha controlado a força para não lhe matar, porém sentia o mundo girar à sua volta.

Sabia que o pai e a mãe deveria estar preocupados ao ver isso, e imaginou o triunfo de Rhaenys ao perceber que Jon não conseguia mais se levantar. Não, eu sou um dragão, pensou consigo mesmo, Não vou cair assim. As suas forças voltaram com as chamas de novo preenchendo seu corpo. Jon se levanta novamente e percebe que o olho direito está fechado, com a mão direita o apalpa e vê que está escorrendo sangue. Mesmo assim decide firmar a espada em sua mão esquerda até sentir as juntas doere.

Sor Arys estava em pé na sua frente, estava segurando a espada que havia conseguido tirar do escudo usando a mão esquerda, ao invés do braço onde Jon o tinha cortado. Isso significava que ele também estava ferido demais para usar sua mão de arma.

O juiz olhou para os dois a fim de saber se ambos querem continuar a batalha. Sem que uma resposta fosse dada, eles avançam gritando novamente. As espadas se chocam e Jon nota que o golpe interceptado era bem mais fraco que os anteriores, Arys não era ambidestro.

- Tenho que admitir garoto, você é muito bom. - quando o cavaleiro fala isso, um filete de sangue escorre da sua boca novamente. - Não imaginei que os dragões ainda existiam, até ver você lutando Jaeherys.

- Para uma árvore, você não pega fogo fácil. - Jon rebate o elogio.

Eles voltam a se afastar um pouco e trocam mais uma série de golpes. Com Jon aparando cada tentativa de Arys conseguir lhe atingir, por sua vez, Oakheart usava sua agilidade para não ser atingido pelos golpes de Jon. Já não era mais um simples combate, já se transformara numa dança da morte. Golpes eram acertados com precisão impressionante e a cada choque alguém gritava de empolgação. Jon tenta um golpe cruzado e Arys joga sua espada para proteger, mas havia sido um golpe falso, o Targaryen consegue parar no meio do caminho  e gira para o lado ainda com a espada em movimento. Ele vai o lado onde o braço de Arys está impossibilitado e o corta exatamente na parte de trás do joelho. Um silêncio escoa pela arena.

Arys tombou de joelhos e finalmente suas forças parecem ter se exaurido. Jon também queria desabar, porém sentia uma injeção de energia absurda em seu corpo. Finca sua espada no chão ainda de costas para o inimigo e ergue o punho da espada para o ar dando um grito da vitória. A multidão o acompanha, berros e aplausos são ecoados por todos os cantos e em quase sincronia o seu nome é escutado “Jaeherys”.

Sua mente parecia divagar com tudo que acontecia. Viu sor Arys ser ajudado a levantar pelo escudeiro e o cumprimenta e abraça pelo combate, Jon fala o mesmo para ele. Porém seus olhos já estão indo na direção de Daenerys. Ela estava linda naquele momento, seus cabelos quase prateados estavam brilhando pela luz do entardecer. Estava com um vestido azul de cetim e detalhes prateados, via ela sorrir para ele e parecia estar prestes a chorar de emoção.

Sentiu um relixar em suas costas e viu que Pod havia trazido seu cavalo enquanto estava distraído. Jon conseguiu montar em seu cavalo apesar dos protestos por causa do ferimento que havia sofrido no supercílio, ele cavalga por toda a arena acenando para todos os que estavam ali presente. Gritos voltaram a soar e ele imaginou que muitos ali iriam  acordar sem voz amanhã. De repente tudo que havia acontecido antes da batalha sumiu, ele não se importava com Rhaneys e nem mesmo com o Reino. Aquele era seu momento, e o momento que seu peito se encheu de coragem.

Havia chegado o momento, o próprio juiz veio lhe entregar uma coroa de rosas azuis. Jon sorriu, pois sabia que aquilo deveria ter sido ideia de Lyanna. Ele colocou a coroa de rosas na ponta da espada após a ter limpado usando as próprias vestes. Cavalgou novamente por toda a arena, com as mulheres e meninas se aproximando da beirada a fim de saber se seriam ou não escolhidas Rainha da Beleza. Somente Daenerys e Rhaenys pareciam paradas já sabendo o que aconteceria.

Seguindo para o meio da arena e indo na direção da arquibancada do Rei, Jon chega bem próximo e dessa vez Dany se levanta. Ela se aproxima lentamente e não consegue esconder mais um sorriso.

    - Eu disse que iria conseguir, não disse? - ele fala segurando-se para não se emocionar.

    - Disse sim. - ela consegue dizer e então Jon ergue a espada para que a garota possa pegar a coroa. - Você até que sabe de algumas coisas, Jaeherys Targaryen. - ela coloca a coroa de flores na cabeça e todos gritam.

    Mulheres dão gritos estridentes de felicidade e homens gargalham gritando coisas sobre Targaryens. Estavam todos aproveitando aquele momento, até Rhaegar I se levantar.

O Rei caminha calmamente até a direção de Jon, e só nesse momento percebeu que o pai estava chorando de orgulho. A mão do rei foi lentamente até a espada que estava em sua bainha. Neste momento Rhaenys e Jon cruzaram os olhos, o garoto sabia que não podia fazer nada além de participar do jogo da irmã.

    - Meu filho - ele começa a dizer indo desembainhar a espada. - eu gostaria de lhe nomear cavaleiro. - Rhaegar agora havia sacado a Irmã Negra e a colocou no ombro direito de Jon. Também gostaria de lhe nomear membro da Guarda Real e…

    - Agradeço o título de cavaleiro meu pai e Rei, porém não posso aceitar a nomeação de Guarda Real. - a multidão de calou e alguns sussurros puderam ser ouvidos. - Se o senhor deseja me presentear de alguma forma pela vitória - sua mão pousou ao lado da mãe de Daenerys e viu que a garota lhe dava coragem para continuar. - Desejo que o senhor abençoe meu casamento com sua irmã, Daenerys Targaryen.

 

  



 

    

 


Notas Finais


Feedbacks serão bem vindos!
1. Jon o melhor espadachim de Westeros?
2. Daenerys vai aceitar ou não o pedido?
3. Rhaegar vai deixar o casamento na boa?
4. Aegon vai ficar de boa com a vitória do irmão?
5. Mas afinal, de que lado Rhaenys está?


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