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História Dragão Negro - Um momento para descontrair


Escrita por: Leonidas182

Capítulo 59 - Um momento para descontrair


POV: VOZ

Humanos têm a doce ilusão de conseguirem enganar seus próximos, mas o que mais me irrita é aquele que sabe que está sob uma falsa realidade, porem não faz nada para requebrá-la.

POV: JULIE

Com a única coisa que nos protegia dos fortes ventos que se entravam do outro lado da porta, nós montamos uma fogueira com algumas madeiras que achamos no próprio chão do lugar. Eu fiquei observando o lugar por um longo tempo, essa estrutura parecia que conseguir aquentar fortes tempestades, então me veio uma pergunta na cabeça: Por que o Darti chamou isso aqui de ruínas? Estava na cara que essa cidade havia sido abandonada, mas por quê?

Desde que ela tinha encontrado aquela corrente ele vem a fitando desde então, não entendo o que ela tem de tão interessante. Já estava começando a ficar preocupada, ele não costuma ficar avoado, dormir é uma coisa, mas olhar para um objeto por mais de meia hora não pode ser normal.

- Darti? – Segui meu caminho até os restos de banco em que ele sentava.

- Hum?

- Posso me sentar?

- Humhum. – Murmurou ele ainda com o pingente em mãos.

- Posso saber o que você tanto olha?

- Nada de mais. – Falou enquanto segurou o pingente e o guardava no casaco, pensei que nós não guardaríamos segredos um do outro.

- Vem comigo por um instante. – Não quero fazer uma cena na frente dos outros.

- Por quê?

- Só vem. – O levei para um local com menos olhos sobre nós, e lá eu pude falar com mais liberdade. – Anda, me conta logo o que é isso?

- Já disse, não é nada.

- Você é muito cara de pau, pensei que já tinha aprendido. Nada de segredo entre nós, com os outros até entendo, mas de mim? Sério? – Vi ele sorrir enquanto seus punhos se fechavam, eu já o entendia. Toda vez que ele não gosta de algo, inconscientemente acaba cerrando as mãos.

- Não consigo esconder nada de você?

- Você sabe que não. – Ele deu dois passos para o lado encostando-se nas paredes de pedra, deslizando devagar até estar sentado no chão. Me convidando para sentar-me ao seu lado, quando o fiz ele começou a falar.

- Acho que não te contei como encontrei esse lugar mesmo em meio a tempestade, não é? – Neguei com a cabeça enquanto olhava em seus olhos que se mostravam mais sérios do que de costume quando estamos juntos – Sabe o que dizem, a pessoa nunca esquece o caminho de casa.

- Não estamos em Berk.

- Assim como você, eu não sou berkiano. – Liguei todas as informações, não sei como demorei tanto para ligar os fatos... Fora do arquipélago, isolada de todo, uma ilha que ele encontra sem mesmo ver e completamente vazia. Essa é a ilha que ele nasceu.

- Essa... É a sua casa?

- Acho que pode se dizer que era... – Vi ele tirar o corrente com o pingente de um pequeno bolso de seu casaco. – E este era o símbolo da minha vila. – O pingente mostrava duas adagas cruzadas sobrepujando uma figura sem rosto metálica. – A maior vila dos assassinos.

- Por que nos trouxe aqui?

- Você me conhece, o que eu sinto não é tão importante quanto à segurança deles. Se tivéssemos continuado lá, não teria garantia que todos saíssem sã e salvo. – Olhei a corrente e me veio uma idéia. A tirei de suas mãos e a coloquei em seu pescoço. – Pra que isso?

- Ela simboliza sua vila, apesar de tudo que ela passou e do que ela é, não deixa de ser sua casa. Devia sentir orgulho de mostrá-la por ai. – Ele sorriu para mim e passou seu braço pelos meus ombros me trazendo para um abraço.

- O que seria de mim sem você?

- Vai saber...

- Convencida. – Disse ele com um sorriso de canto.

- Vem, vamos voltar logo. Eles já devem estar sentindo nossa falta. – E assim voltamos com ele mantendo seu braço direito em meus ombros, vi que eles tinham separado a fogueira em duas piras. Separando as camas.

- O que está acontecendo? – Perguntei com minha mão direita no braço direito do Darti que estava por cima do meu ombro.

- Noite das Garotas.

- Noite dos rapazes. – Disseram todos em conjunto.

- Serio isso? Acabamos de sair de uma tempestade que podia ter nos matado, e vocês querem fazer festa dividida por sexo? – Perguntou meu marido com pouco entusiasmos.

- Isso mesmo. – Falou Cabeça Dura

- Então ta. – Disse ele dando de ombros pra toda aquela situação.

E assim nos deparamos, cada um foi para seu grupo para conversar em volta de sua fogueira, nós meninas nos afastamos um pouco enquanto eles ficaram lá mesmo. Assim que eu sentei ao lado da Astrid começamos a conversar, conversa vem, conversa vai, até que o assunto se volta para vida particular da Astrid.

- Então Astrid... – Cabeça Quente aproveitou a oportunidade para desarmar a Astrid, para que não tivesse nenhum acidente. – Como você está com o Soluço?

- Estamos ótimos. Por que?

- Sei lá, vocês estão nessa relação a um bom tempo já. Não fizeram nada além disso?

- Como o que?

- Não se faça de inocente, você sabe o que eu quero dizer.

- Você sabe muito bem o que eu penso sobre isso. Só depois do casamento.

- Então ele já tentou?

- O que? Não... Já... Não! – Disse ela com o aumento do rubor em seu rosto, a mesma não sabia que resposta dar.

- Hahahahahahaha, sua cara foi ótima Astrid. – Fico grata em saber que eu estou fora disso.

- E você Julie? – E eu nem abri a boca.

- O que?

- Você e o Darti já são casados, na verdade são os mais jovens de nós que se casaram. Então já fizeram? – Sabia que eu não ia ficar de fora por muito tempo.

- Sim. – Vi as duas espantarem com a facilidade que eu disse isso. – Qual o problemas? Estamos entre amigas. – Assim que eles voltaram o mundo dos vivos, as perguntas voltaram.

- No dia do casamento?

- Não, nesse dia ele acabou desmaiando por causa da viagem e das bagagens que ele carregou para mim. – Eles começaram a rir descontroladamente quando disse isso, acho que elas tem razão, no dia eu também tinha ficado meio decepcionada com ele.

- Imagino ele morrendo na cama. – Falou Astrid rindo com uma das mãos cobrindo a boca, numa tentativa inútil de controlar a risada.

- É foi bem isso.

- Ele é muito preguiçoso, não imagino ele fazendo algo direito.

- A parem com isso, ele consegue ser bem ativo quando quer. – Demorou alguns segundos para que eu percebesse o que eu havia dito. Minha nossa, elas duas ficaram pasmas com minhas palavras e eu também. Como eu queria sair daqui agora, como será que os meninos estão?

POV: SOLUÇO

Assim que as meninas foram embora Melequento e Cabeça Dura retiraram um barril enorme de hidromel que estava escondido atrás de um dos pilares.

- Onde vocês encontraram isso? - Os questionei

- Pegamos da carga.

- Isso é pra vender.

- Relaxa, nós podemos cobrir tudo. E além do mais, o que é uma reunião sem álcool? – Disse Melequento já enchendo seu copo.

- Nada – Respondeu Cabeça Dura já oferecendo seu copo para ser preenchido.

- É, por que não? – Disse Darti pegando uma caneca e indo enchê-la junto de Perna de Peixe.

- Todos estão fazendo, se não pode com eles junte-se a eles. – Disse eu pegando uma caneca da mesa e pedindo para enchê-la também. Conversamos sobre assuntos banais por algum tempo, falamos besteiras demais e logo surgiu Melequento com sua péssima ideia.

- Sabe o que podíamos fazer? Dar uma visita lá para as garotas.

- Quantos anos você tem? – Perguntei, nós já passamos da idade de ficar incomodando outras pessoas, não que eu já tenha feito isso.

- Ah vamos lá, só vamos dar um “oi”. Tenho certeza que elas estão se sentindo sozinhas. – Quando ele disse isso, logo pensei na Astrid. Não podia deixar ele fazer isso. – Então, vam...

- Não acho que isso seja uma boa idéia.

- Ah vai Soluço, só por que você tem companhia, não precisa nos privar disso. E tem mais, eu vou lá de qualquer jeito.

- Não vai mesmo – Disse Darti desembainhando sua espada, com o som do aço sendo se movendo Melequento parou e voltou seu olhar para ele.

- E o que você vai fazer? – Ele não estava bem, e o Darti não parece estar brincando.

- Julie está lá, e tem mais. Vai lutar com que armas? – Sorriu mostrando as armas de todos os presentes em uma sacola que estava atrás de seu banco. Quando Melequento viu isso desistiu e voltou a murmurar reclamações em meio a goles de bebida... Até que hoje foi um dia divertido.



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