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História Dramione. - Ligados por um torneio. - Covardia?


Escrita por: rxiz

Capítulo 36 - Covardia?


- Draco -

Não devia fazer muito tempo que Hermione havia partido para dentro do castelo deixando-me sozinho, encostado àquela árvore refletindo sobre o quanto minha vida estava um caos e se eu já entendia alguma coisa, quando Blás se juntou a mim.

- Entre no castelo ou ela vai comer nossos fígados. – Disse ele, parando ao meu lado.

- Ela? – Perguntei, embora soubesse de quem ela falava. Suspirei.

Ela havia o mandado até aqui, embora houvesse saído pisando duro, irritada com o rumo de nossa conversa como de costume, mas cá estava Blás, certamente seguindo a um pedido seu que, possivelmente, estava mesmo preocupada. Essa conclusão me fez sorrir, o que me fez sentir irritado, pois só confirmava ainda mais o que eu trabalhava fortemente para negar.

- A beijoqueira. – O ouvi dizer em resposta.

- Beijoqueira? – Repeti, revirando os olhos. - Rá…

- Devia entrar e ir conversar com ela.

- Para quê? Tenho certeza que você vai conversar com ela depois.

- Esse não é o ponto. – Ele murmurou em resposta.

- Então, vai mesmo?

- Vou. – Suspirou. – Vocês dois são ridículos, eu tenho que ajudar, sabe como é…

- Então vá e me deixe em paz. – Bufei, voltando a encarar o lago.

- Cara. – Começou ele, agachando-se ao meu lado. – O que houve dessa vez? – Perguntou, rolando os olhos.

Me mantive em silêncio por um momento, o encarando e refletindo brevemente se deveria dizer o que eu realmente queria dizer ou apenas enxotá-lo dali.

- Ela terminou comigo. – Contei a ele, afinal ela provavelmente ia tagarelar com ele a respeito. – Ninguém tinha feito isso antes. – Comentei, compartilhando o que eu havia concluído mais cedo.

- Vocês não tinham exatamente algo para terminar – Rebateu ele, apenas o encarei por um momento e resolvi prosseguir. Ele tinha razão.

- Terminou e vai sair com aquele idiota. – Continuei, deslizando as mãos pelos cabelos. Aquilo não me agradava em nada. – E a culpa é sua. – Falei.

- Rá. – Bufou – E por que raios a culpa seria minha?

- Você disse alguma coisa a ela… Sobre aquela bobagem de achar um beijo melhor.

- Você mesmo a incentivou sobre isso. – Devolveu, rolando os olhos.

- Não estava falando sério. – Era óbvio que não. Como alguém poderia não perceber que falei por falar?

- Devia ter deixado isso claro para ela. – Rebateu Blás. Bufei frustrado, era só o que me faltava.

- De que lado você está afinal? – Irritei-me.

- Draco… Cara. Eu não queria dizer “eu te avisei”, mas…

- Então não diga. - O interrompi.

- Quando você começou com aquela palhaçada dos beijos… De fazê-la pedir… Eu te disse… Avisei que o seu jogo estava se virando contra você.

- Te falei para não dizer. – Murmurei, encarando o lago.

- O jogo virou meu amigo. – Afirmou. – Ainda não terminou. – Murmurou – Mas, se continuar sentado aí logo teremos um perdedor e vai ser você.

O encarei sem saber exatamente o que responder, mas sentindo a frustração em meu peito aumentar cada vez mais porque uma parte de mim, uma pequeníssima parte, sabia que ele tinha razão.

- Quer dizer, dois perdedores. Ninguém iria ganhar. – Continuou, antes que eu pudesse falar. – Cara… Que porcaria de jogo. – Riu.

- Isso não…

- Tudo que você ganhou foi informação.

- Informação? - Perguntei como um tolo, sabendo que vinha bobagem.

- Agora você sabe que tem um coração e que, definitivamente, pode ser atormentado. – Murmurou sorrindo como se fosse uma boa coisa. – Quebrado, talvez. – Considerou.

- Por que você não cai fora?

- Por que não larga de ser covarde e vai atrás dela? – Perguntou Blás em tom de sugestão.

- Caia. Fora. – Disse pausadamente. Ele se levantou suspirando e deu alguns passos para longe de mim antes de voltar a falar.

- Devia mesmo ir para dentro, cara. Está frio, não seja idiota e teimoso a esse ponto só para contrariá-la. – Murmurou o idiota, afastando-se de mim.

Permaneci no mesmo lugar por mais algum tempo depois que Blás partiu, sendo atormentado pelas ridículas palavras que ele havia ousado me dizer. O jogo havia virado contra mim, foi o que ele me disse. Querer seguir suas palavras e realmente ir atrás dela não consistia exatamente em perder o jogo ou vira-lo a favor dela, não é?

Caso eu fosse e isso resultasse em um cancelamento de seus planos com aquele idiota então o jogo estaria totalmente ao meu favor. Mas, qual garantia eu tinha de que ela faria isso? Certamente nenhuma, afinal eu não tinha realmente um bom motivo para fazer tal coisa, não tinha argumentos. O que eu diria? Já havia dito que ficasse longe dele e, obviamente, de nada adiantou.

Pensar nisso deixou-me ainda mais inquieto, pois trouxe a minha mente a conversa que tive com ela a respeito, lembrando-me do ridículo trecho em que ela disse que precisava de um motivo para ficar longe dele, isso é, de verdade. Não como ficava longe de mim, ou seja, nada longe.

Ela iria a um maldito encontro com Barbizan, obviamente planejando se manter tão longe dele quanto se mantinha de mim, o que por razões que prefiro não nomear nem mesmo em pensamento me deixaram furioso.

Ao menos a fúria me fazia raciocinar um pouco de forma lúcida. Ela não me ouviria de forma alguma. Ir atrás dela seria esforçar-me para passar por idiota, portanto, ao invés disso retornei a casa dos gritos, onde poderia quebrar algo e, talvez, extravasar um quarto de toda a maldita frustração que eu sentia.

 

- Hermione –

O que estava feito, estava feito. Certo?

Certo ou não me apeguei a isso como uma forma de seguir o dia. Acordei com os primeiros raios de sol invadindo o quarto e minhas últimas decisões batendo em meu rosto. Pois bem, eu havia dado um fim a seja lá o que havia entre Draco e eu. Também havia aceitado sair com Dominic.

Duas decisões impetuosas em um único dia. Ótimo. Se não fossem ótimas decisões, eu teria de torná-las.

Assisti a minhas aulas, as quais felizmente não eram com a Sonserina. Já me bastava toda a situação com Harry e Rony, eu não precisava de também ter Draco presente no ambiente. Dois dos três me bastavam para que eu me sentisse tão infeliz quanto poderia com essa situação. É interessante pensar que um dia eu chegaria a os colocar em uma mesma frase.

Resolvi não almoçar ou ir a qualquer lugar que pudesse encontrar algum deles. Pelo menos não naquele dia em específico. Ainda era cedo, eu não sabia exatamente o que dizer, o que sentir e como resolver as coisas, portanto, peguei um livro e rumei para próximo do lago. Sentei-me debaixo de uma árvore que parecia me esconder o bastante do resto do mundo, fazendo um bom serviço para toda a covardia que eu sentia em relação a minha vida e as pessoas envolvidas nela naquele instante.

- Está apenas sendo covarde ou tentando morrer de fome? – Ouvi a voz de Blás perguntar segundos antes de uma maça aterrissar em meu colo.

- Apenas sendo covarde. – Afirmei, mordendo a maça em seguida.

- Ótimo. – Disse, sentando-se a meu lado. – Isso eu já esperava. – Provocou.

- Eu não vou atrás dele. – Disse, sabendo qual assunto ele iria trazer a tona. – E não vou cancelar o encontro.

- Sei que não. – Bufou. – Você disse isso mil vezes ontem.

- E você me ignorou em todas.

- Você mesma disse que foram decisões impetuosas.

- Não quer dizer que foram decisões ruins. – Considerei. Não eram, certo?

- A gente discute isso depois do seu encontro. – Rebateu com um sorriso de quem tinha certeza que seria uma porcaria.

- Tire esse sorriso idiota do rosto. – Resmunguei.  – Vai ser ótimo. – Disse, tanto para ele quanto para mim.

- Nunca disse o contrário. – Deu ombros, sorrindo. Aquilo era pior do que afirmar em alto em bom som que seria um encontro ruim.  – Eu vou indo, por favor não morra de fome ou covardia nas próximas horas. – Murmurou, provocador como usual, afastando-se dali.

Permaneci ali por um bom tempo, mas com a chegada do pôr-do-sol concluí que deveria voltar para o dormitório e começar a pensar no que usaria no encontro. Aliás, surpreendi-me por não ter pensado nisso mais cedo. Não seria um comportamento mais comum ficar nervosa com a roupa e toda bobagem envolvendo o encontro? Se sim, eu já havia começado errado.

Observei o que eu possuía de roupas e me perguntei o que deveria usar. Acabei por me encontrar frente ao espelho usando um vestido preto. Eu não lembrava que o tinha e certamente não havia pensado em usá-lo. Felizmente não estava tão frio e, portanto, era uma opção plausível junto a um casaco. Terminei de me aprontar e sorri satisfeita para o reflexo no espelho, sentindo o sorriso morrer por um instante ao pensar que gostaria que certo alguém me visse daquele modo. Expulsei tal bobagem rapidamente de minha mente, concentrando-me em quem deveria me importar naquela noite. Dominic.

O encontrei me esperando na saída do castelo, encostado em uma parede, mãos nos bolsos e olhar de entediado. O maldito olhar que alguns garotos parecem fazer, pois sabem que as chances desse olhar ridículo funcionar e – por algum motivo totalmente místico – fazê-los parecer sexys são altas. Seu lábio curvou-se num sorriso sutil ao me observar me aproximando.

- Você está bonito. – Me ouvi murmurar. Era verdade, mas talvez não fosse a primeira coisa que eu devesse ter tido.

Seu sorriso se tornou ainda mais pronunciado e ele respondeu mais sonserino do que em qualquer outro momento. Não posso dizer que não gostei de ouvir.

- Você também está bonita. – Devolveu, observando-me de cima a baixo. – Claro que não tanto quanto a primeira vez que nos falamos... – Sorriu. – Você usava um maldito pijama... Muito menos tecido... – Disse, sorrindo maliciosamente. – Mas, hoje também está bonita. – Murmurou, deslizando a ponta dos dedos por meus braços, até segurar minha mão. – Está sempre bonita... Vamos. – Falou, me puxando para fora do castelo. Só aí notei o que estava em suas mãos. Uma maldita vassoura.

- Vamos voando? – Me acovardei.

- Não vou te deixar cair. – Afirmou.

- Unpf... Já ouvi isso antes... – Disse eu, pensando alto como uma tola. O ouvi rir, olhei em sua direção e o vi suspirar.

- Eu, Dominic – Disse ele, frisando seu nome. Ótimo, Hermione. Ele sabia do que eu provavelmente falava. – não vou te deixar cair. – Assinalou, levantando meu rosto fazendo-me encará-lo. – Confie em mim.   

- Se eu cair vou querer ser ressarcida. – Brinquei, tentando quebrar o clima estranho que senti de repente.

- Ótimo. – Concordou. – Se você não cair também quero ser ressarcido pela desconfiança indevida que recebi. – Rebateu, subindo na vassoura e passando os braços a meu redor assim que sentei a frente dele. – E eu falo sério. – Sussurrou em meu ouvido assim que levantou voo.      

- O que iria querer de ressarcimento? – Perguntei curiosa um tempo depois que estávamos voando.

- Já percebeu que eu sou ótimo em voo, certo? – Vangloriou-se. – Você não vai cair.

- Nunca duvidei das suas habilidades, só... – Comecei, mas ele me interrompeu.

- Posso pensar em uma ou duas coisas como ressarcimento. – Disse. – Tudo muito fácil, não se preocupe.

- Muito fácil? – Questionei, arqueando as sobrancelhas, embora ele não pudesse ver meu rosto.

- A quantas anda seu beijo? – Ele perguntou, enquanto pousávamos. – Beijos são fáceis. – Disse ele no instante em que eu me virei para encará-lo.

- Beijo? – Perguntei incerta se ele falava sério. – Não vou beijar você como ressarcimento. – Afirmei.

E por que não?” perguntou uma vozinha no fundo de minha mente. Eu não sabia o porquê. Eu não estava procurando um beijo melhor?

- E por que não? – Perguntou Dominic, verbalizando o que a minha vozinha interna havia questionado.

- Bom... – Eu não tinha ideia. Muito menos com ele aproximando-se, deixando nossos lábios tão próximos quanto era possível para estar próximo, mas ainda sem tocá-los.

- Bom... – Repetiu ele, incentivando-me e observando meu rosto atentamente por alguns segundos antes de começar a rir. – Você não vai fazer isso porque não tem cabimento. – Afirmou, afastando-se um pouco. – Vai me beijar porque quer, não por qualquer outro motivo. – Murmurou sorrindo gentilmente.

- Você...

- Estava brincando, é claro. – Rolou os olhos. – A não ser que queria me beijar agora... – Murmurou. Ele brincava ou falava sério? Eu não sabia e permaneci o encarando em dúvida, buscando a resposta. – Foi o que eu pensei. – Afirmou após uns instantes. – Vamos indo. – Disse, pegando minha mão e me puxando para dentro de um estabelecimento.

Era um lugar realmente bonito ele provavelmente planejou aquilo. Não é o tipo de lugar que se vai por não ter nada melhor a se fazer. O lugar era um restaurante, muito similar aos do mundo trouxa. Haviam casais na maioria das mesas e a iluminação definitivamente tinha sido pensada para que a gente se sentisse confortável, sorrisse bobamente e perdesse a hora ali em boa companhia. Nós perdemos a hora. Há tempos não me sentia tão leve, aproveitando o momento, conversando e vivendo sem drama... Bom, não tanto tempo assim. Mas, enfim. O ponto é que foi bom e eu detesto que ele tenha tocado nesse ponto mais tarde naquela noite.

Como havíamos chegado tarde de todo modo nos sentamos em frente ao lago, encobertos por uma árvore e ficamos conversando por um longo tempo sobre tudo e todas as coisas possíveis, sérias e banais. E então eu comecei a sentir aquela maldita sensação de finais de encontros, entende? Quando você sabe que o encontro está no fim e que, provavelmente, haverá um beijo. O primeiro que sempre é o mais difícil, já que você não sabe o que esperar e fica ali, conversando, sabendo que ele vai acontecer, mas não faz nada só para prolongar tudo mais um pouquinho. Quando ele disse que iria me levar até a Grifinória a sensação tomou conta de todo meu corpo, embora eu não soubesse exatamente porquê. Não é como se eu estivesse todo o encontro querendo ser beijada por ele.

Sentia-me meio boba. Lá estava eu com um cara bonito e que foi bacana comigo e eu me questionava se queria ou não beijá-lo. E a parte que queria nem queria tanto assim. Por que eu haveria de não querer? Fiquei sem saber. Ao menos naquela noite eu não saberia porque não iria querer, uma vez que ele me beijou e, por sinal, beijava muitíssimo bem.

Seus lábios têm um sabor suave e doce e tocavam os meus de uma maneira que não deixava pontas soltas para que eu reclamasse, para que eu o afastasse. Seus lábios tomaram os meus de forma sutil por um mero momento, tornando o beijo ávido como se há muito ele esperasse por isso. Eu sentia a pressão de suas mãos sobre minha cintura, deslizando-as e parecendo combinar perfeitamente com a forma com que ele beijava. Ele definitivamente sabia o que estava fazendo.

Quando seus lábios separaram-se dos meus e ele de mim indicando que estava indo embora ele sorriu e voltou a falar.

- Vou deixar você ir dormir... Embora preferisse continuar aqui. – Murmurou ele e eu sorri. – Talvez possamos sair de novo qualquer hora. – Deu ombros. – Eu me diverti. – Comentou.

- Eu também me diverti. – Disse sinceramente.

- E... Bom... – Começou ele, coçando a nuca. Ele aparentava nervosismo, totalmente diferente de quando o encontrei mais cedo para irmos.

- O quê? – Perguntei curiosa.

- O que achou? – Perguntou, pondo uma mecha de meus cabelos atrás de minha orelha.  – E, por favor, não me diga que foi bom... – Disse rindo, aparentemente sem humor.

- Mas... – Tinha sido bom.

- Eu te disse que seria mais do que meramente bom. – Me lembrou e me peguei sorrindo novamente.

- Foi muito bom. – Falei rindo, tentando fugir de dizer algo que não seria verdade. Lhe dei um rápido beijo e saí dali antes que estragasse tudo. – Boa noite. – Sorri, virando-me e dizendo a senha do salão, entrando e dando um último adeus antes que a porta se fechasse, permitindo que eu inspirasse profundamente tentando entender os caminhos que tomava.

- Eu sempre achei que fosse a mais esperta de nós. – Ouvi uma voz familiar dizendo as minhas costas e me virei para encará-lo. Um par de olhos, tão familiar quanto sua voz, me encarava de uma poltrona no canto da lareira. – Mas, parece que você não tem ideia do que está fazendo.

- Acho que não. – Murmurei em meio a um suspiro, aproximando-me e sentando na poltrona oposta. 


Notas Finais


HELLO OLD FRIENDSSSS

Espero que tenham curtido o capítulo. *----*

Hello, new friendsss.. Obrigads novos favoritos! <3

~~ ~~~~

Gente, sério. Desculpas pela última demora e tals, uma galera falou sobre e tudo mais, mas é sério. Eu faço três estágios, entrego tcc mês que vem e tenho vida, às vezes.
Não é de propósito que eu atraso, afinal eu gosto que vocês leiam, comentem sobre o que gostaram ou não. Não posto só porque gosto de escrever, mas porque gosto de compartilhar com vocês. Também sou leitora e na minha opinião postando aqui o escrever deixa de ser apenas hobby, mas é compromisso com quem te acompanha. Eu respeito isso. Eu posso atrasar, mas não abandonar. Então, não se afobem.
Abracinho e até o próximo <3


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