História Dream girl - Back to him

-Vamos, Brooke. -Bella gritou para que eu a ouvisse através da alta música, me puxando pelo pulso. -Eu sabia que não era uma boa ideia.

Ela tentou me puxar com força novamente, mas meu corpo parecia estar congelado no lugar. Meus olhos não conseguiam se desviar da cena na minha frente.

Justin estava sentado no sofá da área vip, parecendo completamente chapado. Uma loira rebolava em seu colo.

Depois de tanto tempo eu não sabia pelo o que esperava, mas meu coração estava dilacerado.

Segurei as lágrimas dentro dos meus olhos, me sentindo uma idiota. Eu não tenho este direito.

-Está tudo bem, Bella. -Murmurei, e ela me encarou, preocupada. 

Ao menos Chaz tinha saído para pegar uma bebida no bar, assim ele não precisaria também me ver neste estado.

Voltei a olhar a cena pelo canto do olho, e vi que a loira se levantou, começando a beijar o pescoço de Justin, que mantinha seus olhos fechados.

Tinham vários resquícios de cocaína e maconha na mesa.

Então eu vi o rosto da mulher.

Khloe.

Fechei meus punhos com força. Podia ser qualquer outra, tinha que ser justo ela?

Ele sabia que ela me odiava, e vice versa.

-Essa vadia... -Murmurei, e Bella me puxou, desta vez me fazendo andar entre a multidão.

-Porra Brooke, você sabia que isso ia acontecer. -Ela disse, e eu fiquei em silêncio.

É claro que no fundo eu sabia. Não seria tão idiota de pensar que ele estaria sozinho na boate.

Eu só queria vê-lo, saber que ele estava bem. Mas aquela cena me provava que ele não estava nada bem, nada mesmo.

Ele estava completamente chapado de cocaína.

Bella se sentou em uma baqueta no bar e eu fiz o mesmo, apoiando meus cotovelos no balcão, segurando minha cabeça entre minhas mãos.

-Se o Nolan nos ver juntas... -Falei, mas ela negou com a cabeça.

-Ele não vai aparecer aqui, fique tranquila. -Falou, enquanto pegava uma garrafa de Hennessy com o bar man.

Bella tirou a tampa, tomando um longo gole e me passando em seguida. Senti o forte líquido queimar minha garganta.

-Como está sendo, com o Nolan? -Perguntei, e ela bufou.

-Um inferno. Ele está tentando arruinar todos nossos negócios, e consegue alguns. Além disso mal podemos sair da casa. Ele tentou causar um acidente com o Chris a um tempo atrás. -Ela falou.

Fiquei em silêncio, enquanto pegava a garrafa de Bella novamente e tomava mais alguns goles.

Em alguns minutos já me sentia um tanto tonta.

-Eu tenho vontade de matar esse Nolan com minhas próprias mãos. -Murmurei, e ela riu.

-Boa sorte. -Ela falou. -Estamos tentando, acredite. Tenho raiva dele, mas de Justin também. Justin foi um filho da puta com ele em Toronto.

Fechei meus olhos com força, sentindo o efeito da bebida. E se Justin me visse ali? O que eu faria?

-Bella, acho melhor eu ir embora... -Falei, e ela me encarou, apavorada.

-Não se mecha, Brooke. Ele está atrás de você. -Ela falou, e eu levantei uma sobrancelha, até que ouvi uma voz conhecida atrás de mim. 

Abaixei minha cabeça um tanto no balcão, tentando escondê-la nas minhas mãos.

-Quer uma bebida, neném? -A irritando voz de Khloe soou atras de mim, me fazendo morder o labio com força, irritada.

-Vê se não enche, vadia. -Ele murmurou, visivelmente alterado.

Pela proximidade de sua voz, aposto que ele estava a poucos metros de mim. Senti meu corpo todo se arrepiar involuntáriamente.

-Fique aqui. -Bella sussurrou, se levantando.

-Bella, o que você está fazendo aqui? -Justin disse, enroladamente devido ao seu estado.

-O que mais eu estaria fazendo na nossa boate no sábado à noite? -Ela perguntou, rindo.

Ouvi atentamente Justin respirar fundo.

-Hoje é... aniversário dela, não é? -Ele murmurou, e eu senti meu corpo todo se arrepiar. -Caralho, eu não posso falar sobre isso. 

Fechei meus olhos com força, contendo toda vontade que eu sentia de correr até ele e abraçá-lo, e ao mesmo tempo de soca-lo na cara.

-É, Bieber. E você ainda usa o colar dela. -Bella disse, aumentando a sua voz, para que eu ouvisse.

Esqueci meu colar de passarinho, que meu pai me deu quando eu era criança, na casa de Justin na manhã antes de eu voltar para Londres.

Só nunca esperava que ele o usasse.

-E aposto que aquela desgraçada usa a minha corrente. -Ele falou, e eu olhei a corrente em meu pescoço. -Preciso parar com isso. Vou foder alguma vadia.

Ouvi ele se afastar, e Bella se sentou do meu lado novamente. 

O álcool estava na minha cabeça, fazendo todas as emoções parecerem mil vezes mais intensas, como se já não fossem o suficiente.

Senti as lágrimas que eu tentava segurar a muito tempo caindo pelo meu rosto, enquanto Bella as limpava com seus dedos

-Eu sinto muito, Brooke. Porra, você merece toda a felicidade do mundo. -Ela disse, passando a mão pelo meu rosto com delicadeza.

Ele iria dormir com outra garota, talvez até com Khloe.

Bati na minha testa me sentindo estupida. Com quantas ele deve ter feito isso neste tempo? Muito mais do que posso contar.

-Vamos, vou te levar para casa. -Ela disse, pegando na minha mão e me conduzindo pela pista de dança.

Agora eu já me sentia totalmente bêbada. As pessoas na minha volta giravam e as vozes se misturavam,  tornando tudo mais melancólico ainda.

Olhei para a área vip novamente, vendo Justin aos beijos com Khloe de novo.

Soltei um soluço, deixando mais lágrimas escaparem, enquanto Bella me tirava dali, me colocando em seu carro.

...

Acordei sentindo minha cabeça latejar. Meus olhos estavam inchados, devido ao que chorei, e eu fedia a bebida.

Me levantei, pegando uma roupa confortável em minha mala e entrando no chuveiro.

Deixei a água quente escorrer pelo meu corpo enquanto fechava meus olhos com força, tentando esquecer o que tinha visto na última noite.

Mas não, nada vai apagar o que eu vi.

Eu só queria ir embora, para Londres, para bem longe.

Justin usando meu colar enquanto fodia Khloe não era uma imagem nada agradável na minha cabeça. 

Terminei meu banho, me vestindo e indo até a sala, onde minha avó e minha mãe almoçavam.

-Bom dia, querida. -Minha avó disse, e me sentei do seu lado na mesa, me servindo.

-Posso saber onde foi ontem, durante a sua festa? -Minha mãe disse, séria. -A imprensa sentiu sua falta.

-Sai com uns amigos. -Falei, sem encara-lá.

-Pensei que tivesse brigado com seus amigos de Nova York. -Ela disse, e eu bufei.

-Vamos, Clair. A menina fez dezoito anos, deixe ela se divertir. -Minha avó falou, sorrindo para mim.

-É, ela me provou que sabe se divertir muito bem. Até demais. -Ela disse, e eu a encarei.

Fechei meus punhos com força, sentindo a raiva me consumir.

Antes que eu iniciasse uma enorme briga na frente da minha avó me levantei, saindo bufando até o quarto, batendo a porta com força e a trancando.

Como ela pode ser tão idiota?

-Abra esta porta, Brooklyn! -Minha mãe gritou, dando socos contra a porta. 

-Vá para o inferno! -Gritei de volta.

...

Passei toda a tarde deitada em minha cama, encarando o teto, remoendo tudo o que tinha acontecido ontem e mais um pouco.

Ele sabia que era meu aniversário,

Ele usa o colar que esqueci na sua casa.

Ele ainda pensa em mim, e isso faz com que eu me sinta pior ainda.

-Vamos, Brooklyn. -Minha mãe falou, parecendo mais calma, batendo na porta. -O avião sai em uma hora. 

Me levantei da cama, terminando de colocar minhas coisas na mala, abrindo a porta e indo até a sala.

Minha mãe desviou o olhar do celular para me encarar por alguns segundos, mas logo depois voltou sua atenção para o mesmo. 

Se eu esperava um pedido de desculpas, estava muito enganada. Ela jogaria esta história das drogas na minha cara pelo resto da minha vida.

Logo minha vó apareceu na sala.

-Querida, boa viagem. -Falou, me dando um beijo na bochecha e outro na da minha mãe.

Fomos em silêncio até a portaria do prédio, onde o motorista nos aguardava.

Colocamos nossas malas no porta malas, nos despedindo novamente de minha avó. 

Apoiei minha testa no vidro enquanto o carro andava pelas ruas do centro da cidade.  

Um lado meu esperava não voltar para cá tão cedo, mas outro queria que as coisas se resolvessem logo.

Mas outro queria com todas as forças que eu pudesse voltar, para a cidade, e para ele.

Resolvi me focar que me mandava ir embora sem olhar para trás.

...

-Vou sair. -Falei, pegando uma chave de casa no balcão da sala.

-Para onde, posso perguntar? -Minha mãe disse, debochada.

-Quem sabe comprar mais cocaína? -Falei, bufando, batendo a porta com força antes que ela pudesse responder qualquer coisa.

 Andei até a garagem, pegando meu carro, e dirigindo rapidamente até o centro de Londres.

Eu precisava sair daquela casa, respirar ar puro.

Estacionei meu carro algumas ruas antes da minha cafeteria preferida, onde costumava vir com meu pai quando pequena.

Peguei um atalho, por onde costumava andar com meu pai. A rua era deserta, com alguns prédios residenciais.

Ouvi alguns passos atras de mim, parecendo apressados.

Olhei para trás, mas não vi ninguém. 

Andei mais alguns passos até ouvir alguém novamente, desta vez me virando mais rapidamente. 

Uma pessoa estava parada a alguns metros de mim, mas não conseguia ver seu rosto, que estava coberto por um capuz preto. 

Senti minhas pernas amolecerem, enquanto tentava me preparar para correr.

Quando me virei para correr, a pessoa veio atras de mim, me alçando rapidamente, me jogando contra uma parede de um prédio com força, me fazendo tontear.

É só um assalto, só preciso entregar minhas coisas.

-Pegue meu celular. -Falei, alcançando meu telefone, mas a pessoa riu.

-Tenho um recado para você, Brooklyn Fields.