História Dringr (narusasu) - Ciúmes

Escrita por: leattan

Capítulo 16 - Ciúmes

Sasuke

Tensão. Essa é a sensação que percorre todo o meu corpo. Desde a ponta de meus dedos dos pés, passando pelos meus ombros endurecidos, até a veia que salta em minha testa. O motivo de minha ansiedade constante não é de hoje e, mesmo tentando esquecer os meus problemas com Naruto, ainda está aqui o tempo todo, incomodando.

Caminho em direção ao café a poucos metros de minha empresa com um ar de despreocupação, tanto para não causar alarde, quanto para enganar a mim mesmo sobre os meus reais sentimentos. Admito, porém, que vim jogando a sujeira para debaixo do tapete, apesar de já ter consciência do meu fim iminente. Não há mais escapatória. Se Deidara quiser revelar tudo a todos, serei obrigado a contratar um assassino de aluguel. De verdade, nunca quis me envolver com crimes hediondos, mas a morte do loiro parece ser a única chance de que eu continue vivendo minha vida com naturalidade. Pelo menos, não seria eu a cometer diretamente o delito e ninguém mais saberia do assunto. Seria o ponto final perfeito da história.

Ele levanta o olhar em minha direção, assim que entro na cafeteria e o sino ressoa pelo ambiente. Tento procurar em seu rosto algum vestígio de suas próximas suas ações, mas o ômega não deixa nenhuma dica, apertando seus lábios em uma linha. Solto o ar lentamente pela boca e me aproximo dele a passos largos.

—Deidara,— arrasto uma cadeira e me sento. —Por que me chamou aqui?

O loiro desvia os olhos para a vidraça e finge observar os carros, por esse motivo imponho minha presença. Ao ganhar sua atenção novamente, vejo seus olhos lacrimejarem.

—Por que não me contou antes? Hm. Poderia ter poupado muita coisa.

Para que tudo isso? Vai direto ao ponto logo.

—Você vai contar para todo mundo, não vai? O que você quer em troca? Eu posso pagar, mas, se não tiver jeito, terei que lidar com tudo de maneira mais violenta— ignoro o drama do menor, já pegando minha carteira.

É meio difícil decidir que quantia dar para o loiro, quando sei que ele também é rico.

—Não, seu babaca— afasta as notas que ofereço, retribuindo meus feromônios, embora de maneira suave. —Eu não vou contar para todo mundo— olho-o chocado.

—Não vai?

—Hm. Não.

—Nem me chantagear?— ele fraze o cenho.

—Que porra de pessoa você acha que sou?— parece indignado.

Dou de ombros. Uma pessoa burra.

Que tipo de pessoa não chantageia alguém quando tem oportunidade? Eu chantagearia.

—O que você quer comigo?

Ele cruza os braços, bufa e afunda na cadeira.

—Não quero nada para ser sincero. Só queria deixar claro que não vou fazer nada— olho-o perplexo. —Entendi já. Você não me quer e eu consigo arranjar outros.

—O quê?— a pressão se esvai de meu corpo lentamente.

—Não vou repetir. Hm. Você já me ouviu bem— olha para o chão.

Provavelmente, evita contato visual comigo pelo nojo. Tenho certeza. Por isso mesmo, encolho meus ombros.

—Não acha que eu sou doente? Uma anomalia? Não vai me xingar? Contar para a minha família?

—Porra. 'Tá se achando a última bolacha do pacote, alecrim dourado? Hm. Tem várias pessoas como você. Não é novidade nenhuma— seu rosto adquire um tom rubro pela irritação. —Se alguém vai contar para a sua família, vai ser você mesmo, né, caralho? Tenho cara de pombo correio?

Deidara é louco. Só pode. É a única explicação.

—Uau... Só estou chocado por você não querer acabar com a minha vida, mas fico feliz, senão seria obrigado a acabar com a sua— ele levanta uma sobrancelha.

—Estava pensando em me matar!?

—Não. Isso nunca se passou pela minha cabeça. Nem por um segundo.

—Certo...

—Então, estamos resolvidos. Vou embora.

—Não! Não te chamei aqui só para isso— um atendente entrega uma caneca com chocolate para Deidara e eu chacoalho minha mão para que ele entenda que não quero pedir nada no momento. —Eu queria saber se aquele loiro... É seu namorado?

Arregalo meus olhos e minha feição se torna desgostosa.

—Claro que não. Não tenho dono. Nunca seria de um só— reprimo um sorriso ladino.

Eu te amo. Pela força da bebida, deixei escapar essas três palavras e foi tão engraçada a forma como Naruto reagiu. Pareceu até um adolescente com um primeiro amor. Podia até não ter dito nada, mas seus olhos não negavam a surpresa e o fascínio.

Alfas são como brinquedinhos.

—Sasuke, nunca pensei que você fosse um puto— ele parece segurar uma risada.

—Eu não sou um puto— arrasto a cadeira para mais próximo do menor e inclino meu tronco em sua direção. —Só gosto de testar os limites de cada um.

—Isso é exatamente o que te torna um puto— beberica o chocolate sem desgrudar os olhos dos meus.

—É?— fico bravo com o seu comentário. —Não é o que você está fazendo com o Obito? Ou ele é seu namorado?

—Ele não é meu namorado! Eu...— fica quieto por uns intantes. —Talvez sejamos um pouco parecidos. Digo... Eu e você.

Parecer com Deidara? Nunca. Eu não sou um irritante pegajoso para caralho e cachorrinho dos outros.

—Mas você não se importa nem sequer um pouco com os caras com quem você dorme?— meu coração pula umas batidas.

—Não. Por quê? Você se importa com o meu primo?—suas bochechas tornam-se pigmentadas.

—Hm. Não! Claro que não!— solto uma risada alta.

—Admite logo, Deidara. Será menos trabalho para vocês dois. Qual a dificuldade de aceitar seus sentimentos?

—Não tem sentimento nenhum por ele!— ele cobre o rosto com a caneca, tomando grandes goles do líquido açucarado.

—Se você diz...

Não me importo de prestar atenção nos comentários do ômega e pego meu celular de meu bolso para checar minhas últimas notificações. Como se eu já não soubesse que isso aconteceria, entro no aplicativo do sorriso de gato.

Naru: oiii suke:) tá fazendo oq?

Ele me enviou há 5 minutos essa mensagem.

_sUKE_: Resolvendo uns negócios.

Naru: fiquei mto feliz q pudemos conversar naquele dia

Naru: me fez sentir mto importante

Naru: nssa amizade está crescendo a cada dia T0T

Reviro os olhos.

_sUKE_: Não somos tão amigos assim, idiota. Só gosto de passar um tempo com você às vezes.

Naru: TÃO ... ASSIM. PRA MIM ISSO QUER DIZER QUE SOMOS AMIGOS SIM

Não somos amigos. Não é exatamente isso. Naruto seria alguém legal, mas não para mim.

—Hm. Por que está sorrindo para o telefone?— de repente noto Deidara totalmente apoiado nas minhas costas. —Falando com aquele alfa?— estou estático e o menor se aproveita da situação para arrastar o dedo pela tela. —Caralho, hm, que gostoso.

No instante em que tiro o olhar do ômega e volto para o celular, percebo que está aberto no perfil do meu alfa e o interesseiro do Deidara está soltando esses seus feromônios fedorentos.

—Nem pense nisso!— desligo o celular.

—Eu nem pensei em nada.

—Eu vou embora daqui— me levanto sem deixar que Deidara dê opinião.

Ele acha que pode fazer o que quiser... Faça-me um favor e abra sua pernas para outro e não se meta mais em minha vida.

Já dentro do táxi, mexo aleatoriamente pelas redes sociais, ainda sentindo o alívio no peito de estar livre do loiro irritante e meu segredo estar intacto, mas, para a ausência de surpresa de todos, logo recebo uma notificação desagradável. Realmente, nada é passível de dar certo na vida de Sasuke Uchiha.

Naru: seu amg descobriu minha conta e quer se encontrar cmg

Ele me manda um print da tela com um perfil recentemente criado com o título de "loirinho69" e uma foto de Deidara sorrindo calmamente. Dá até para enganar um pouco o fato de que, na verdade, ele é um explosivo do caralho.

Como ele pode ser tão surtado a ponto de se cadastrar em um site gay apenas para me perseguir? Perseguir a mim e a minhas conquistas.

_sUKE_: Não saia com ele. Ele é um maluco. Doido psicopata.

Naru: mas é o msm q estava na sua casa naquele dia

Passo minha mão pela minha testa suada.

_sUKE_: foda-se.

_sUKE: Só não quero que você tenha contato com as pessoas do meu ciclo social.

Naru: dsd qnd vc tem ciclo social?

_sUKE_: Naruto, você está me irritando.

Naru: vou me encontrar com ele :p

Repiro fundo.

_sUKE_: Onde vocês vão se encontrar?

Naru: ichiraku