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História Dringr (narusasu) - Quem você é


Escrita por: leattan

Capítulo 9 - Quem você é


Acordo sentindo uma pressão estranha contra meu corpo. 

Está quente... 

—O quê...?— falo meio sonolento, enquanto cubro meus olhos dos raios de Sol vindos da janela. 

—Acordou já? Bom dia, Suke— sinto beijos molhados serem distribuídos em minha cervical. 

Ah, é mesmo. Naruto dormiu aqui...

 Por favor... Só mais cinco minutos... Só cinco... Cinco e eu levanto. Levanto e... 

De repente, arregalo meus olhos. 

Meu Deus, ainda tenho que trabalhar hoje e não coloquei despertador!

Empurro Naruto para o outro lado da cama e me levanto. Porra, preciso ficar pronto, porque já são... Olho para o horário no celular. São 8:40. Eu deveria estar lá desde às 8. Todos vão perceber o meu deslize e vão me olhar com uma cara esquisita. 

—Ei, calma, Sasuke. O que houve?—o tonto de fios loiros bagunçados pergunta como se não soubesse de nada, conseguindo me retirar da confusão de meus pensamentos frenéticos. 

—Estou atrasado, caralho— corro a mão por meus cabelos. —Não quero conversar. É bom você se arrumar logo e partir. Não vou poder te deixar em lugar algum. Só vamos sair logo e ser discretos.

Visto um terno apressadamente e penteio meu cabelo, antes de escovar os dentes e lavar bem meu rosto. E, sim, só percebi depois que essa não foi a melhor ordem para me arrumar, porém agora já era. 

—Naruto— aproximo-me do alfa, colocando o relógio de prata no punho. —Já estou pronto... Espera. O que você 'tá fazendo ainda sentado, merda!?

—Ai, Suke. Eu ainda não superei o trauma de ter acordado— ele leva sua mão a um dos olhos e o esfrega, ainda sonolento. —Será que é por isso que os bebês choram ao acordar?—aperto minhas mãos com força. —Ei, Sasuke... Por que sua cara 'tá tão vermelha?

—Levanta agora!— puxo a orelha de Naruto, assim como meu irmão faz comigo. —Veste suas roupas e vamos. 

—Ai, ai. Me solta!— sua presença fica quase nula por conta de meus feromônios opressores. —Me solta, por favor— acabo por deixar Naruto livre.

Assisto a seus movimentos de se livrar de minhas roupas emprestadas e de se vestir com as suas, as quais ainda estão espalhadas pelo chão desde ontem à noite, enquanto minha mente divaga pelos nossos momentos juntos no dia anterior, permitindo que eu ignorasse os olhares estranhos e irritados de Naruto em minha direção.

—Estamos atrasados— empino o nariz.

—Correção: você está. E pior ainda... Seu mau-humor é contagiante— ele esfrega a orelha avermelhada, fazendo biquinho. 

Saio com o alfa, sem ouvir nenhuma palavra de sua animação matinal, que parece ter voltado em um piscar de olhos para quem havia "contraído o meu mau-humor". Que pena...Devia ter puxado sua orelha com mais força ainda. Depois de me livrar do loiro, sumo de seu campo de visão e peço para um funcionário buscar meu carro. 

—Bom dia, senhor... Aqui está— não respondo as palavras desnecessárias do beta, que entrega a chave do carro para mim. —Senhor...

—O que foi?—pergunto áspero. 

—Seu pescoço...

—O que tem meu pescoço...?— levo a mão para o referido membro.

Abro meus olhos como um animal no meio de uma estrada prestes a ser atropelado.

Ah... Naruto...

Após suas palavras, saio dali com ainda mais raiva do que antes e com menos dez mil reais na minha conta. Ainda bem que esse dinheiro não é nada para mim. Do mesmo jeito, fico irritado ao saber que aquele funcionariozinho pode voltar a me chantagear por conta de minha sexualidade, porém prefiro acreditar que não, até porque o cérebro dele deve ser menor que o de uma azeitona para poder arquitetar um plano assim.

Fito os chupões e mordidas em minha pele pelo retrovisor, enquanto dirijo. Eles vão desde o meu maxilar até minha clavícula, constato ao puxa a gola de minha roupa. Provavelmente, deve haver vários distribuídos pelo meu tronco, mas, pelo menos, ali não estariam visíveis.

Preciso de maquiagem neste instante. 

Porra! Soco o volante ao lembrar que a cidade é congestionada já pela manhã. Naruto... Ele falou alguma coisa sobre isso, enquanto estávamos no elevador, porém eu não dei ouvidos. Por isso, paro o carro, imediatamente, na primeira vaga que vejo, apesar de ser forçado a dar vinte reais para um dos pedintes. 

Não acredito nisso: eu, Sasuke Uchiha, andando à pé por estar atrasado. Patético.

Sempre saio cedo para não pegar trânsito... Mesmo que Naruto pudesse ter, talvez, avisado sobre o congestionamento, ainda é sua culpa eu ter me atrasado e... Por que eu ainda estou pensando nele? Foi só uma foda casual. Nunca mais vou ver aquele cara na vida. 

Cubro meu pescoço com o meu cabelo, o qual é um pouco longo, e tento chamar o mínimo de atenção— o que é impossível para um dos presidentes da empresa. Conforme eu disse, meu plano não dá muito certo, já que todos percebem minha chegada, mas, pelo menos, estão concentrados demais em esconder as besteiras que estavam fazendo antes de eu entrar que nenhum dirige um olhar sequer para mim. É bom ser temido.  

—Me dê isso—pego o estojo de maquiagem que minha secretária estava usando há poucos segundos para retocar a maquiagem. —Deveria estar trabalhando em vez de brincar de maquiadora, Haruno. 

—Sinto muito, senhor Uchiha— ela se olha para as coxas e comprime os lábios. 

Ignoro a ômega e sigo para a minha sala, onde posso, finalmente, dedicar-me a encobrir todas as marcas em meu pescoço. 

Depois de todo o estresse, tento me concentrar no trabalho desta manhã. Fico tão absorto nisso que a batida repentina na porta me tira de meu transe. 

—Entre— suspiro.

—Senhor Uchiha,— os cabelos rosados aparecem no canto da porta. — O senhor Deidara convocou sua presença para o almoço— diz em um fio de voz. 

—Recuse.

—Recusar, mas por quê?— meu irmão diz em tom divertido e enrosca seu braço ao redor da secretária. —Estou a fim de almoçar com vocês. Vamos?

—Itachi...— reviro os olhos, acompanhado por um bufo.

—Devemos ser profissionais no ambiente de trabalho, não é?— sorri, cínico. —O Deidara não vai esperar para sempre.

Levanto uma sobrancelha e cruzo os braços. 

Por mim, ele pode esperar para sempre, sim

Meu irmão me dirige um olhar flamejante e eu levanto imediatamente.

—Já estou indo, nii-san.

Itachi sai da sala e eu o sigo. 

—Você bem que podia ser mais legal com o Deidara— ele parece irritado pelo jeito que cruza os braços e caminha apressadamente.

—Não tenho interesse nele.

—Não precisa tratar o ômega mal por isso. Ômegas são frágeis, sabia?— ele vira-se para mim.

—Você e o Deidara têm de tudo menos fragilidade— ele aperta o meu punho, fazendo-me reclamar da dor.

—Eu ouvi "Deidara"?— Obito aparece ao nosso lado, quase como uma assombração.

Eu salto de susto e tiro a mão de Itachi de mim antes de olhar com fúria para meu primo:

—De onde você surgiu, merda? Que susto. Você nem trabalha neste setor. É só ouvir o nome daquele ômega que você vem como cachorrinho?

—Não, eu vi o Deidara por aqui mesmo— ele demonstra seu desagrado com minhas palavras pela sua presença potente. —E não ache que é porque eu deixo o meu ômega me tratar como cachorro que você pode. Não esqueça que sou mais velho— torço o nariz.

—Seu ômega...—tiro sarro.

—Vocês dois aí! Por acaso são ogros?— Itachi torce nossos braços. —Eu sou um ômega grávido. Vocês estão mesmo liberando seus feromônios agressivos?

Eu e Obito ficamos quietos. Realmente, ainda bem que meu irmão já é marcado e não fica tão afetado com as nossas discussões, contanto, mesmo assim, feromônios de alfas dominantes podem ser bem ofensivos até para alfas comuns.

—Sinto muito— falamos uníssono. 

—Só calem a boca.

Entramos no elevador e ficamos em silêncio durante o curto percurso até o refeitório da empresa. Bem... Isso até um pequeno ômega loiro me abraçar. 

—Sasuke! Você veio— a voz grossa e nem um pouco delicada para um ômega é ouvida.

—Vim porque o Itachi quase me decepou— respondo e, então, o ômega, Deidara, empurra meu corpo e cruza os braços.

—Deidara-senpai... E-eu... E-eu vim por você... Não mereço um abraço?

—Não, Tobi— o ômega segura-se no meu braço e dá língua para o alfa.

Que infantil...

—Como se não tivesse me abraçado quando o Sasuke não quis se deitar com você— ele murmura tão baixo que eu mesmo quase não ouvi. 

Que reviravolta é essa?

—Vou fingir que não vi vocês dois na minha cozinha— Itachi diz cínico.

—Cozinha?— pergunto, achando graça da situação. —O que ocorreu que eu não estou sabendo?

—Vamos deixar isso 'pra lá. Hm— Deidara se intromete, tentando abafar o caso.

—Por mim, a gente nunca esquecia o nosso lance— Obito abraça a cintura de Deidara e faz com que ele vá mais para perto dele.

Eu e meu irmão nos entreolhamos e deixamos os dois a sós para procurar uma mesa. No fim, até que não demoramos muito para achar um lugar para sentar... Quem eu estou enganando? É lógico que os presidentes da empresa têm um local privado para almoçar.

—Não acredito que você me deixou com aquele ogro do Obito— Deidara se senta ao meu lado e deita a cabeça no meu ombro espontaneamente.

—Até poucos dias atrás, você 'tava chorando no meu ombro, porque o Sasuke não te dá atenção, senpai— dou de ombros com o comentário, enquanto meu primo acomoda-se perto de meu irmão.

Ele não está mentindo mesmo.

Olho o cardápio entediado. Na verdade, nem tomei café da manhã, mas, apesar disso, não sinto muita fome. Por isso, resolvo pedir um risoto de camarão, acompanhado de um suco de limão, já que eu, geralmente, não curto muito as entradas. 

Depois de todos fazerem seus pedidos, Deidara volta a me abraçar de lado e Obito fita-me com um olhar assassino. Logo, respiro fundo e chio:

—Algum problema?— levanto uma das sobrancelhas, controlando bem o meu corpo para não liberar feromônios ameaçadores, principalmente, com tantos ômegas não atados por perto. 

—Você sabe muito bem, Sasuke— ele rosna. 

Deidara parece até alheio a situação, porém, para mim, o seu sorriso débil denuncia que está adorando ter dois alfas dominantes "brigando por ele". Para ser sincero, só estou continuando essa discussão para preservar o meu ego e não para inflar o do loiro.

—Não sou eu que forço Deidara a se esfregar em mim como uma cadela no cio— digo entredentes.

Até o ômega afasta-se de mim depois dessas palavras e o humor de Obito parece melhorar significativamente. 

—Sejam civilizados... Pelo menos uma vez na vida— meu irmão se altera.

Todos ignoramos o pedido de Itachi e ficamos de cara fechada, até o garçom trazer nossa comida. Depois disso, os três começam a comer e conversar, mas eu me mantenho quieto, ainda mergulhado em meus pensamentos. 

Sinto o vibrar de meu celular no bolso da calça, contanto não consigo fazer nada, porque Deidara solta um comentário desgraçado:

—Hoje o Sasuke está com um cheiro diferente— como diabos ele chegou a esse assunto?  —Parece, hm...— o pequeno pressiona o nariz contra o meu ombro. —É suave, mas... Parece de outro alfa— meus olhos se arregalam com a última palavra que sai de sua boca. 

Amargo, esse é o gosto que sinto se alastrar por minha boca, enquanto minha cabeça roda sem parar. 

Nervoso e aflito, não consigo medir minhas ações e empurro Deidara para longe de mim em um impulso, fazendo com que ele emita um grito meio agudo, o qual piora a dor latejante que sinto em minha nuca. Apesar de ouvir as vozes ao meu redor, não consigo escutá-las, uma vez que tudo soa como um zunido. Nessa ocasião, minha visão fica embaçada e eu não exergo saída além de correr dali o mais rápido possível. 

Entro no banheiro, que está vazio neste horário, e apoio minhas mãos sobre o mármore brilhante da bancada onde se encontram as pias. Olhando meu reflexo no espelho, inspiro, profundamente, uma, duas e, até, dez vezes, mas não consigo fazer a ansiedade, que insiste em me deixar trêmulo, parar.

Repentinamente, sinto uma mão tocar o meu ombro e olho para trás, assustado:

—Itachi...?— a frase sai rouca.

—Sasuke, você está bem? O que foi aquilo?

—Nada, eu só...— minha cabeça pulsa e eu fico quieto. 

—Tem alguma coisa para me contar?— exige, incisivo. 

Meneio minha cabeça negativamente e sou surpreendido pelo puxar de meu braço pelo meu irmão. Após isso, observa o fundo de meus olhos, enquanto leva meu pulso para seu nariz e inspira seu cheiro fortemente.

—Tem certeza que não tem nada para me contar?— meu rosto queima com a insinuação.

Deidara filho da puta.

—Estou usando uma colônia nova!— puxo o meu braço dele e rosno. 

Nunca rosno para Itachi. Nunca.

—Por que está tendo uma reação tão exagerada, Sasuke!? Calma...

—Eu...— hesito.

Não termino o que ia dizer e viro de costas para ele. 

Quero sair daqui.

Naruto vai me pagar tão caro por dormir comigo, liberando seus feromônios durante a noite toda para, por fim, empregnar seu cheiro em mim. 

Itachi segura meu braço e eu prendo meu olhar sobre o chão encerado, perplexo.

—Sasuke, olhe para mim...— mordo meu lábio inferior e sinto o medo percorrer minhas entranhas, contanto torno a olhar para o ômega. —O sharingan...— suas íris se expandem, acompanhadas pelo seu toque quente em minhas bochechas. —Está escondendo algo tão grande a ponto de ativar esses olhos?—engulo seco e desvio minhas orbes para o espelho.

Reparo na minha expressão acuada e o olhar vermelho raivoso. Bem que sempre me disseram que criaturas amedrontadas são as mais perigosas na natureza. 

Eu assustei o meu irmão? Meu estômago se revira. Ele já deve ter percebido tudo.

—Você pode confiar em mim. Não tem problema ser quem você é...— ele leva seus dedos indicador e médio até a minha testa e a empurra. —Eu te amo do seu jeito.

Toco minha testa e sinto o rubor se espalhar por minha face.

Itachi faz isso desde quando eu me entendo por gente. Acho que é o jeito dele de dizer que me ama e se preocupa comigo. Apesar disso, ainda fico envergonhado com o gesto carinhoso. Não sou alguém de muitos afetos. 

—Eu sei, Tachi— olho para ele e assumo uma expressão emburrada. —Não tenho nada para te contar. Também tenho muito trabalho a fazer... Então, tchau— corto o assunto e saio do banheiro, mesmo escutando a desaprovação do meu irmão mais velho.

Naruto. Ele é o culpado por meu dia estar sendo horrível é ele. Se não tivesse dormido comigo e tivesse agido como um alfa racional, nada disso teria acontecido. Por esse motivo, puxo o celular de meu bolso para mandar uma mensagem xingando-o em todas as línguas possíveis.

 Naru: bom diaaaaaaaaaaaa flor do dia mal consegui flar com vc hj

Naru: espero q tenha chegado bem ao trabalho *-* 

Estranho as notificações na tela de bloqueio, já que ninguém nunca mantém contato comigo depois de fodermos, só se for para pedir dinheiro. 

Estreito meus olhos.

Que droga se passa na cabeça desse cara?


Notas Finais


genteee, que tanto de feedback no capítulo passado. obrigada por estarem acompanhandooo t-t
não esperava que vocês fossem odiar tanto o Sukezinhokjkjjk.
sobre os palpites do que vocês acham que vai acontecer… bem, vou dizer que alguns de vocês estão meio certos, mas acho q vai ser meio inesperado ???? acredito que vão gostar.
até S2


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