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História Duality - You'll be the one to fall


Escrita por: NySkyler

Capítulo 16 - You'll be the one to fall


 

Estava sozinha em meu apartamento, sentada na beira da cama, as mãos apoiadas em ambos os lados do meu corpo. Foi difícil convencer Lori a ir embora, eu sei que ela está preocupada, mas tudo o que eu menos preciso agora é de alguém pra me olhar com pena. Minha mãe ligou, disse que havia um problema no trabalho e não poderia vir me ver, eu agradeci a Deus por isso. Claro que ela fez um discurso no telefone, o qual eu confesso, não prestei atenção alguma, tinha coisas mais importantes ocupando minha mente. Brian havia escapado, estava lá fora, podia fazer o que quisesse a qualquer momento, podia matar um inocente a qualquer momento. E era minha culpa.

             Levantei-me e segui para a cozinha. Coloquei um pouco de água para esquentar e encostei-me à bancada. Não conseguia pensar em mais nada a não ser que Brian estava na minha frente e o deixei ir, eu falhei, mais uma vez. Eu era a detetive, era para ser eu quem iria encontra-lo e não me deixar ser capturada por ele, o que foi que deixar passar? Tenho que voltar a delegacia, pensar em algo, Brian não iria parar com o que estava fazendo, ainda mais agora, eu o conheço a tempo suficiente para saber que estaria furioso e iria querer mostrar seu poder para a polícia, para todo mundo, iria querer nos fazer de tolos só pra mostrar o quanto é melhor. Brian sempre teve um ego gigante, nunca deixaria que o humilhassem ou fossem mais inteligentes do que ele, nunca.

O apito da chaleira me avisou que a água já havia fervido. Desliguei o fogo e preparei um chá, não estava com fome e nem tinha vontade de fazer nada para comer. Coloquei um pouco de água e comida para Sky, e a observei comer enquanto bebia o chá. Batidas na porta me fizeram levantar imediatamente, peguei minha arma atrás do armário e fui até a porta, o mais silenciosamente possível. Sabia que haviam policiais lá fora, mesmo assim, embora pudesse parecer imprudência, Brian poderia facilmente passar por eles e chegar ao meu apartamento se assim quisesse.

Encostei-me a parede ao lado da porta e esperei que batessem de novo. Com a arma firmemente empunhada na mão direita, abri a porta rapidamente me surpreendendo com o homem parado no corredor. Matt encarava o chão a sua frente e ergueu as mãos assim que notou a arma apontada para ele.

—Sou eu, detetive. – Abaixei a arma e relaxei a postura observando-o abaixar as mãos e me encarar de volta, não sabia o que dizer, não esperava vê-lo tão cedo. – Só vim ver como você está.

   Olhei para o homem parado a minha frente, permaneci em silêncio por alguns segundos, antes de suspirar cansada, e lhe dar espaço para entrar no apartamento. Matthew acariciou Sky antes de se sentar à mesa, seu olhar recaiu sobre a xícara de chá que deixei ali. Andei até lá, sentei-me de frente para ele e continuei a beber o chá, deixando a arma em cima da bancada.

Sky voltou a comer e Matt observou o animal enquanto eu analisava seu rosto. Os hematomas ainda estavam bastante visíveis, um pouco amarelados agora. Fazia dois dias desde a última vez que nos vimos, Lori ficou comigo esse tempo, e mesmo que ela não tivesse me dito nada, sabia que Matt havia ligado pra ela e sabia que eu era o assunto.

—Então...o que você quer? – perguntei quebrando o silêncio.

—Como você está? – perguntou baixo.

—Como acha que estou? – Matthew respirou fundo e se mexeu na cadeira antes de continuar, olhando diretamente pra mim.

—Olha, eu sei que está com raiva por Brian ter fugido, acredite em mim, eu também estou, todos estamos. Salvar vidas de inocentes é nossa prioridade, lembra? E sei que acha que deixando Brian ir estamos colocando mais pessoas em risco do que as ajudando, mas nós não deixamos ele escapar, Gwen. Brian é muito esperto, estávamos no território dele, acha mesmo que ele não tinha um plano de fuga traçado caso algo desse errado? Acha mesmo que ele não fazia a mínima ideia de que a polícia poderia aparecer? Embora eu não goste de admitir, Brian é um desgraçado inteligente do caralho, você é a pessoa que o conhece melhor aqui, Gwen, você sabe disso.

—Sei. – respondi com um fio de voz, tomei um gole de chá para limpar a garganta antes de continuar. – Matt, o que eu disse antes...

—Está tudo bem, Gwen, eu entendo.

—Não, me deixe falar. – Matthew me deixou continuar, seu fixo em meu rosto – Desculpe pelo que eu disse antes, não quis parecer ingrata ou te chamar de idiota é só que...Ele estava bem ali e eu o vi desaparecer sem poder fazer nada.  Brian estava na minha frente, ele matou aquelas pessoas, me capturou, me manipulou e tudo o que pude fazer foi assistir.

—Gwen, você não tinha como saber...- Matt trouxe a cadeira para perto de mim e segurou minhas mãos nas suas.

—Eu sou a idiota aqui, Matthew, ele me fez de idiota, de novo. – fechei os olhos e respirei fundo. - Honestamente, não sei o que fazer agora. No começo tudo o que eu queria era esquecer que Brian existe, fingir que nunca o que havia conhecido, ocupar minha cabeça com trabalho até não lembrar mais que um dia esse desgraçado cruzou o meu caminho. Mas agora, ele voltou. Voltou para me lembrar o quão inútil eu sou, o quão burra. Sabe, eu poderia tê-lo entregado para polícia antes, droga, eu era a merda da polícia, e simplesmente não pude...não pude porque era estúpida o bastante para achar que ele mudaria.

—Gwen...

—Mas não sou mais estúpida, Matthew, vamos pegar esse desgraçado nem que seja a ultima coisa que faço na vida.

—Nós vamos.  – Os olhos verdes dele me encaravam com determinação, levei minhas mãos ao seu rosto e contornei os machucados com a ponta dos dedos.

— Sinto muito.

—Não sinta, não é sua culpa, nada disso é.

 Encostei minha testa na dele e fechei os olhos, quando senti sua mão em minha cintura o puxei para um beijo. Matt me puxou pra si e quando dei por mim já estava apoiada na bancada com os dedos enterrados em seu cabelo enquanto ele beijava meu pescoço. “Então imagine a minha surpresa ao descobrir que você estava dormindo com ele, um dos meus melhores amigos”.

—Melhores amigos...- disse mais pra mim mesma do que qualquer coisa, mas Matthew ouviu e se afastou um pouco para me olhar.

—O que disse?

—Melhores amigos, Matthew. – disse abrindo um sorriso, enquanto o homem me encarava confuso. – Eu sei como encontrar Brian.

—Sabe? – assenti com a cabeça. – Como?

—Michelle.

 



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