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História Duality - Friends?


Escrita por: NySkyler

Capítulo 5 - Friends?


                Acordei com o barulho irritante e ininterrupto da máquina ao meu lado. Meus olhos levaram alguns segundos para se acostumarem com a claridade e o branco do quarto. Odiava hospitais.

—Hey. – a voz baixa chamou minha atenção, olhei para a garota sentada ao meu lado.

—Hey. – eu respondi com a voz fraca. – Por quanto tempo eu apaguei?

—Quase o dia todo, já são quase sete horas.

—Da manhã?

—Da noite.

—Uau, eu dormi mesmo dessa vez, Josh não deve estra nada feliz. - me sentei devagar, meu corpo não estava tão dolorido quanto eu pensei.  

—Como se sente? – Lori perguntou.

—Como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Tirando isso, eu estou ótima.

—O médico já te deu alta, só estava esperando você acordar. – ela levantou e foi até sua bolsa tirando algumas roupas de lá e me entregando.

                Só quando reconheci as roupas como sendo minhas, percebi que eu vestia aquela camisola ridícula de hospital, já disse que eu odeio hospitais?

—Vá se trocar, Matt já está vindo te buscar.

—Matt? – perguntei.

—Isso.

—Por que ELE está vindo me buscar?

—Porque minha cara, a partir de hoje você não fica mais um segundo sozinha, então Matthew vai te levar pra casa porque eu tive um pequeno probleminha com meu carro.

—O que aconteceu com seu carro?

—Nada demais.

—Lori, o que aconteceu com seu carro?

— Eu arranquei a porta, feliz?

—Você arrancou a porta do seu carro? – perguntei divertida e comecei a rir.

—Não ria de mim, ainda tenho seus vídeos da faculdade! –ela disse estreitando os olhos.

—Você disse que tinha apagado todos! – protestei.

—Não, com o que eu iria te chantagear se eu apagasse? – ela disse pegando a bolsa.

—Sua vadia!

—Vá se vestir, a não ser que você queira que o Matt te veja vestida assim. – ela me mandou um beijinho da porta e saiu.

                Rolei os olhos e levantei da cama. Observei meu reflexo no espelho do banheiro, havia marcas roxas em meu pescoço onde aquele filho da puta apertou, com certeza demorariam, no mínimo, uma semana para sumirem. Lavei meu rosto e troquei de roupa rapidamente. Quando voltei para o quarto Matthew já estava lá, encostado na parede e girando as chaves nos dedos.

—Isso tá feio. – ele disse apontando para o meu pescoço.

—Eu sei. – minha voz saiu fraca.

—Vamos? – ele perguntou.

—Vamos. – deixei a camisola em cima da cama e sai para o corredor, Matthew foi na frente já que eu não sabia onde ficava a saída.

                Matthew já havia arrumado um carro. Era uma BMW preta, linda, mas com certeza um carro desses não saiu nem um pouco barato, o que me faz pensar, se ele tinha uma banda  que não deu certo antes de vir trabalhar na delegacia, de onde ele tirou dinheiro para comprar uma BMW?

                O silêncio predominou por todo o caminho, eu estava quase dormindo quando o carro parou.

—Achei que tinha decorado o caminho até o meu apartamento, Matthew. – disse olhando para fora.

 —Eu decorei. – ele respondeu descendo do carro.

—Se não percebeu, esse não é o prédio. – disse saindo do carro também.

—Não, esse é o meu prédio, aluguei um apartamento aqui.

—E por que você me trouxe aqui?

—Porque você vai ficar aqui. Suas coisas já estão lá em cima, não se preocupe. – disse andando até o porteiro.

—Como assim vou ficar aqui? – perguntei o seguindo.

—Lori não te disse?

—Me disse o que?

—Que você vai ficar no meu apartamento até pegarmos o assassino.

—Como?

—Não vai ficar sozinha.

—Não vou ficar no seu apartamento! – disse andando de volta para o carro.

—Gwen...hey! – ele puxou meu braço me fazendo virar pra ele.

—Eu não vou ficar sozinha, ok? Vou pra casa da Lori.

–Não, você não vai. Ela tá trabalhando, e vai trabalhar na delegacia todos os dias, você não vai ter com quem ficar na casa dela.

—Você trabalha também, caso não lembre.

—Josh me deu licença.

—Por que? – franzi a testa.

—Pra cuidar de você.

—Pra cuidar de mim? – perguntei.

—Você tá sendo ameaça por um assassino caso não tenha percebido, e eu, como seu colega, detetive, tenho a obrigação de te proteger. Por isso estou cedendo a minha casa pra você. – ele falou pausadamente.

—Está cedendo sua casa, é?

—Sim, minha cama também se quiser, mas não vou dormir no sofá dessa vez. – ele falou exibindo as covinhas.

—Tava demorando...

—O que? – ele fez uma cara de inocente e seu sorriso aumentou mais ainda.

                Pensei bem, não parecia boa ideia ficar no apartamento dele, mas também era um ideia pior ainda ficar sozinha, Lori inútil, nem pra ficar em casa quando eu preciso. Olhei para Matthew, ele me observava atentamente.

—Mas e a Sky? – perguntei.

—Ela já tá aqui, eu a trouxe quando fui pegar suas coisas.

—Minhas coisas? – ele assentiu. – Mexeu no meu apartamento?

—Não, Lori deixou tudo pronto pra trazer.

—Lori, é? Aposto que foi ideia dela me trazer pra cá, não foi?

—Foi ela quem falou com Josh, para me dar a licença, você sabe. – ele coçou a nuca.

                Respirei fundo, Lori tem parar com isso de querer me juntar com qualquer cara que aparece.

—Tudo bem eu vou ficar, mas só porque a Sky tá aqui.

—Claro, pela Sky.

                O apartamento de Matthew ficava num dos últimos andares do prédio. Era grande e bonito, os móveis eram todos em branco e preto, só o quarto dava o tamanho do meu apartamento inteiro!

                Sky estava dormindo no canto do sofá quando eu cheguei, Matt a pegou no colo e veio andando até mim.

—Olha quem chegou Sky? É a mamãe! – ele me estendeu o animal e eu a peguei em minhas mãos sorrindo involuntariamente.

—Idiota! – eu disse passando por ele e indo pra cozinha. Coloquei Sky no chão e abri um dos armários – O que tem pra se comer aqui?

— Nada, mas eu já pedi uma pizza, imaginei que estivesse com fome. – Matt estava parado atrás de mim, me virei para olhá-lo.

—Bom garoto!

—Mereço um beijo, não? – ele colocou uma mão de cada lado do meu corpo, apoiada no armário.

—Eu acho que não. – disse tentando sair, mas ele chegou mais perto, me impedindo de sair.

—Eu acho que sim. – ele chegou mais perto, uma de suas mãos foi para minha cintura me trazendo pra perto dele, a outra foi pra minha nuca.

—Não, eu não posso. – espalmei minhas mãos em seu peito, tentando manter uma distância segura.

—Por que não? – ele perguntou rouco.

—Porque...- por que mesmo? Não sei exatamente quando ficou difícil respirar normalmente, provavelmente quando ele me puxou mais, colando seu corpo ao meu.

                Com minha falta de resposta, Matthew sorriu e colou seus lábios nos meus. Eu correspondi meio que automaticamente. Os lábios dele eram macios contra os meus, ele prendeu meu lábio inferior entre os dele e puxou de leve, Matt se afastou um pouco e eu encarei os olhos verdes brilhantes. Eu queria aquilo, mas parecia errado. Matthew era meu assistente, nós trabalhávamos juntos, era um problema querer arrancar a camiseta dele e sentir todos os seus músculos? O que você está fazendo Myers?

                Não tinha percebido que prendia a respiração até que meus pulmões me obrigaram a expulsar o ar. Minha respiração se tornou falha, o que só fez com que Matthew sorrisse mais e, agora sim, me beijasse de verdade. Quando a língua dele passou pela minha, eu esqueci da minha discussão mental comigo mesma, esqueci que há apenas algumas horas alguém tinha tentado me matar, esqueci que aquilo era errado, esqueci de todo o resto, a única coisa que eu podia pensar era em como ele conseguia beijar tão bem? E por que eu nunca o tinha beijado antes? Ah é, porque não é uma boa ideia pegar o assistente, mas é claro, que feio Gwen!

                 Minhas mãos subiram para o pescoço e nuca dele, minhas unhas raspavam de leve por sua pele, enquanto ele me puxava mais pra ele, acabando totalmente com o pouco espaço que ainda restava entre nós.

                Nos separamos pela falta de ar, mas não deu nem dez segundos e Matthew já estava atacando meus lábios novamente, me prensando entre seu corpo e o armário atrás de mim, as mãos dele entraram por baixo da minha camiseta, eu ofeguei com o toque frio de suas mãos em minhas costas quentes.

—Matt...- soprei em seus lábios.

—O que? –ele perguntou rouco.

                Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa o interfone tocou. Matt grunhiu em meu ouvido, mas me soltou e foi atender. Eu tentei arrumar o meu cabelo, mas acho que não deu muito certo. Respirei fundo e tomei um copo de água, tudo de uma vez só pra tentar me acalmar, que droga eu tava fazendo?

                Ouvi vozes vindas da sala e me virei para a porta. O garoto conversava animadamente com Matthew e sorriu ao me ver parada ali.

—Gwen? – perguntou confuso.

—Oi Zacky.

—Vocês se conhecem? – Matt perguntou intrigado.

—Ele é meu vizinho.

—Sério?

—Moramos no mesmo andar. – Zacky respondeu sem hesitar. – Soube o que aconteceu. – ele olhou para as marcas em meu pescoço. – Sinto muito.

—Não sinta. – respondi.

                Acabou que Zacky fazia parte da banda de Matt e eles eram amigos há anos. O resto do dia eles passaram jogando alguns (muitos) jogos que Matthew tinha, sério ele tinha pelo menos uns vintes jogos diferentes ali.

                Não sou exatamente a melhor jogadora de vídeo game do mundo, então eu perdi muitas e muitas vezes, mas em minha defesa, eu não perdi uma em Mortal Combat, que é provavelmente o único jogo que eu sei jogar direito, além de Mário.

                Aproximadamente uma meia hora depois que Zacky chegou, a pizza foi entregue. Eu comi calmamente minha pizza, enquanto eles devoraram uma das pizzas inteira em questão de segundos.

                Zacky era meu vizinho já fazia uns dois anos, talvez mais, o que me leva a concluir que se eles tinham uma banda, ela não era tão recente quanto eu imaginei que fosse.

                Não sei que horas eram quando Zacky foi embora, mas já havia escurecido há tempos. Ele se despediu de mim com um abraço e trocou um olhar estranho com Matt, o que me fez rolar os olhos.

—Então, onde estávamos? – Matt disse já se aproximando de mim.

—Eu estava indo pra cama. – mantive meu braço esticado a minha frente, impedindo que ele se aproximasse mais.

—Boa ideia, detetive. – ele disse e forma maliciosa.

—Ok, corrigindo o que eu disse: eu vou dormir, sozinha. – completei.

                Andei até o quarto onde estavam minhas coisas, Matthew veio atrás de mim. Na porta, ele protestou quando não o deixei entrar.

—Qual é? Eu te dei minha cama uma vez, eu só vou dormir ao seu lado, não vou tentar nada prometo!

—Primeiro: eu não pedi para você me dar a sua cama...

—Na verdade...- ele começou mas eu o cortei.

—Cala a boca! Segundo: eu não acredito em você. Só dormir, tá bom.

—Eu estou falando sério! Qual é? Não gosto de dormir sozinho...- ele disse fazendo uma carinha de inocente, mas comigo isso não funciona querido.

—Que triste, partiu meu coração, boa noite Matthew! – disse fechando e trancando a porta antes que ele tentasse abrir novamente. Pude ouvir sua risada atrás da porta fechada.

—Não recebo nem um beijo de boa noite? – ele perguntou.

—Não!

—Não seja tão má, detetive!

—Eu não sou má, você que é um pervertido idiota. – ele riu e ficou em silêncio por um tempo.

—Boa noite detetive.

                Ouvi ele se afastar, então andei até minhas malas em cima da cama. Tirei tudo o que tinha lá dentro e, minha querida Lori, não colocou um pijama sequer nas malas, nada! Respirei fundo e tirei as malas de cima da cama. Olhei em volta no quarto e lá estava ela em cima da cabeceira da cama, a mesma camiseta do Matthew que eu usei para dormir no hotel.

—Droga! 



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