História Duas metades - Mais difícil do que voce imagina

 (Bianca)

Respiro fundo antes de apertar o botão do controle do portão da garagem. Dou partida no carro e sigo pelas ruas sem rumo. Preciso por a cabeça no lugar. Ligo o rádio e começa a tocar inventor dos amores Gustavo Lima. Paro no semáforo e começo a analizar a letra da música. Parece que ele tá cantando pra mim, só que sem a parte de ser escravo.

pensando bem, até que sou escrava sim. Escrava do meu sentimento.

Levo as mãos na cabeça percebendo que ainda sinto algo pelo Luan, e algo muito forte.

Droga Bianca. Digo a mim mesma seguindo para casa de quem mais vai me entender nesse momento, minha prima quase irmã, ises.

(...)

- Quando o porteiro disse quase não acredito, mais te vendo aqui... Minha prima diz me abraçando.

Bianca: - pois é. Milagres acontecem. Digo e rimos.

- Quando você chegou? Tio Carlos disse que cê só chegaria semana que vem. Ises se afasta fechando a porta.

Bianca: - acabei de chegar. E já tô começando a me arrepender de ter voltado. Relaxo os ombros e me sento no sofá.

Ises:- ué? Mais porque? Ela se senta em frente a mim.

- Porque descobri que a mamãe sabe o real motivo de eu ter ido embora, a Bia me pediu pra trocar de lugar com ela num jantar na casa do Luan, e eu acabei de perceber que ainda sinto algo por ele.

Ises:- puta merda, prima. O que cê vai fazer? Ela arregala os olhos.

Bianca: o que a mamãe pediu. Ou melhor, ordenou. Vou me afastar dele. digo e vejo minha prima entortar a boca.

- Eu não faria isso. Até porque ela não manda em você, bi.

- É. Mais estou debaixo do teto dela,

ises. Não dar para confrontar.

- Vem morar aqui. Eu e o tomas iamos adorar. Tomas é o marido dela, e muito amigo de Luan.

Nego com a cabeça e mudo o assunto.

- Você ta de folga hoje? Cadê o tom por falar nel?

Ises:- pois é. Vem para cá. Tô preparando o jantar. Tomas foi no supermercados. Ela diz indo até a cozinha e a sigo.

ajudo ela cortando algumas verduras até que escutamos a voz de tomas conversando com alguém que tinha a voz conhecida. Ah não, Luan não pode está aqui.

Os meninos entram na cozinha e meu olhar vai direto para o de Luan. Porra! Não consigo evitar. é mais forte do que eu.

- Acho que ficar longe do lindinho vai ser mais difícil do que você pensa, prima. Ises diz no meu ouvido e dou um sorriso torto.

- Olha, quem tá aqui. Tomas diz empolgado me abraçando.

- Tudo bem, minha bonequinha de porcelana? Ele continua e se afasta para colocar as coisas na geladeira.

Bianca: - tudo sim, tom. Sorriu.

Oi bibizinha! Luan diz cheirando meus cabelos depois de comprimentar ises.

- Oi. Digo e mantenho meus olhos na verdura.

Tomas:- quando chegou? Nem avisou nada.

Bianca: - cheguei hoje. Continou cortando.

- E tu num fala nada, boi? Tomas da um tapa na cabeça de Luan.

- Ai! Caralho. Eu esqueci, porra. Rio com a infantilidade deles.

Tomas: - mais é um pomba lesa mesmo.

- Já chega, né rapazes? Agora vão lá pra sala que quero terminar isso aqui. Só fica a Bianca. Ises diz os empurrando para sala.

Luan:- Só fica a Bianca pra fofocar, né? Ele diz e gargalha.

Vai logo, porra. Ises finge está brava e Luan sai correndo.

(...)

Ises termina de preparar o jantar e sobe para tomar banho. Eu fico lavando o que sujamos, e quando termino, vou até a varanda apreciar a vista mais bonita da cidade.

Oi. Escuto a voz de Luan atrás de mim e meu coração dispara, tropeça quase para.

Me viro para ele visivelmente assustada e Luan ri. E que puta de sorriso. Miserável.

- Te assustei? Ele diz todo fofo. que vontade de apertar.

- É. Não... Quer dizer, um pouco. Digo meio sem saber como agir.

Luan: - desculpa. Não queria. Ele se debruça sobre o parapeito da varanda.

- Tudo bem. Não tem problema. Olho para o nada.

Luan: - você tá bem? Ele me olha, mais continuo da mesma forma.

- Tô. Respondo com a voz já embargada. A verdade é que não estou nada bem.

Luan segura em meus ombros e me virando para ele diz:- você não está bem, não é?

Bianca:- Tô. Eu só tive uma discussão com a mamãe, só isso. Limpo minhas lágrimas. Mais foi inútil porque elas continuaram a cair.

- Vem cá. Luan diz e me abraça forte. Com uma de suas mãos na base da minha coluna e a outra em meus cabelos. O abraço perfeito. O abraço que eu estava precisando.

Luan: -Xiu. Não fica assim, tá? Isso vai passar. Ele se afasta um pouco.

Ela me pediu pra me afastar de você. Pra não atrapalhar a felicidade da Bia. Confesso.

Luan: - Ela veio com um papo nesse sentido para mim também.

O quê?

Ele segura meu rosto com as mãos e diz: - Você não vai fazer isso, não é? Isso não tem cabimento, Bianca. Por favor, não faz isso. Eu adoro você. Não se afasta de mim.

Luan eu...

Eu tô te pedindo, Bianca. Não faz isso. Já foi difícil te ver ir embora. Não faz isso. Me diz que você não vai se afastar. Me diz.

Ouvir Luan falando assim comigo, fez eu me arrepiar toda. O jeito dele falar. Seus olhos negros fixados nos meus. O que ele disse que já foi difícil ele me ver ir embora. O que será que ele quis dizer com isso? Meu deus!

Calma Bianca. Não cria falsas esperanças.

Respiro fundo e digo:- Ok. Eu não vou me afastar. Mais não quero atrapalhar a felicidade da Beatriz, então vamos manter distância na presença dela, ok?

Luan:- Mais bi...

O interrompo e digo:- É isso ou nada, luanzinho. Cruzo os braços e ele bufa frustrado.

- Ok. Fazer o quê né? Mais saiba que acho isso uma palhaçada. Nós sempre fomos amigos e por capricho da sua mãe isso vai acabar.

Amigos? Então é isso?

-;Luan, não é pelo capricho da minha mãe. É pela felicidade da Bia. Dani-se os caprichos da minha mãe. É tudo pela minha irmã. Ela te ama e não quero ser a ruína do relacionamento de vocês. Explico.

Luan: - Mais eu amo a Bia também, Bianca. Jamais faria algo pra magoa-la. O que não entendo é porque a nossa proximidade é uma ameaça pro meu namoro. Só isso.

Bianca: - Minha mãe acha que temos intimidades de mais pra quem é apenas cunhado. Digo e Luan rir rouco.

- Isso tudo é uma viagem. Ele brinca.

Bianca:- Pode crê que é sorri.

Luan: - E você ainda gosta de cantar?

- Tá brincando? Cantar é minha vida. Digo entusiasmada.

Luan: ótimo. Então vem cá. Tenho uma proposta pra te fazer. Ele pega na minha mão e me leva até a sala.