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História Duas Semanas - Devo confiar?


Escrita por: HatakePrincess

Notas do Autor


Gente mdssss
Passamos dos 30 favoritos e eu estou muitoooo feliz. Obrigada meus lindos. Amo vocês de montão *0*

Galera faltou matar eu e o Shikamaru no último capítulo, então estou ansiosa pra caramba com esse hahahaha eu ia postar mais tarde, mas quem disse que a ansiedade deixa?!

VAMOS LOGO PRO CAPÍTULO

Capítulo 15 - Devo confiar?


Fanfic / Fanfiction Duas Semanas - Devo confiar?

Temari por sua vez dirigia de maneira muito perigosa. Seus olhos desafiavam a quantidade de água que eram capazes de expelir, e ela tentava dirigir com os olhos completamente embaçados. Chorava copiosamente, se perguntando como podia ter sido tão burra.

"Sou só mais uma professora que caiu na conversa dele?"

"Por que justo ela?"

"Por que justo eu??"

Parou o carro no estacionamento do supermercado que tinha no caminho de sua casa. Abraçou os próprios joelhos, e chorou alto sem poder segurar mais, se sentindo traída. Usada. Burra.

Levou um susto quando a porta do passageiro foi aberta e alguém entrou, fechando em seguida. Mas quem ela viu era a última pessoa que queria ver naquele momento.

– Temari, amor, deixa eu falar com você por favor. Aquela mulher é louca.

O olhou magoada. Seu coração partido. E o filho da puta ainda tinha a audácia de se fazer de triste.

– Sai do meu carro – disse com a voz firme enquanto as lágrimas escorriam.

– Amor não. Por favor. Deixa eu explicar.

– Não me chama de amor! Só me responde uma coisa. Vocês tiveram algo?

Ele suspirou triste e abaixou a cabeça, sem coragem de encara-la.

– Não foi nada igual a gente amor, acredi...

– Cala a boca. Puta merda... Então eu realmente estava certa em achar que eu era só mais a bosta de um fetiche de pegar professora. – sua voz perdeu a firmeza, começou a ficar embargada.

– Você nunca foi isso. Você sabe.

– Sei Shikamaru? SEI?! Como você quer que eu acredite em você?? Agora a única coisa que consigo pensar é em quantas vezes eu estava em casa lutando pra não criar sentimentos por um aluno FILHO DA PUTA enquanto você fodia com a professora que mais me atormentou em toda a escola. Puta merda.

– Isso não aconteceu nenhuma vez esse ano Temari. Foi só ano passado. No final do ano. Eu não encontrei com ela nenhuma vez mais depois que você chegou, por medo de nunca ter uma chance caso isso chegassem até você.

Ela riu irônica junto ao choro.

– Então seu desafio de final de ano é pegar uma professora diferente, legal. E você tem razão, se eu soubesse, isso nunca teria acontecido – ela dizia chorando – na verdade eu queria que nunca tivesse acontecido. Eu sinto nojo de você Shikamaru. Me sinto usada. Suja. A minha vontade é de nunca mais te ver!

As palavras dela o atingiram igual a flechas venenosas. Ele sentiu o coração doer e os olhos arderem.

– Tema não fala isso, por favor.

Ele tentou segurar as mãos dela, mas ela as tirou com brutalidade.

– Sai do meu carro.

– Temari me escuta por favor. Isso foi ano passado, eu nem sabia que ia te conhecer. E eu nunca senti nada por ela. Nunca!

Ela ainda chorando, com a voz completamente embargada, respondeu pausadamente.

Sai. Do. Meu. Carro. Agora.

– Temari... Por favor

SAI.

Ele respirou fundo. Os olhos cheios de lágrimas. Saiu do carro, e ela bateu a porta com força, para voltar a chorar em seguida.

Não saiu do estacionamento. Por sorte seu lado racional entrou em comando não permitindo que ela se arriscasse a dirigir naquele estado.

O dia estava quente, e Shikamaru ficou sentado ao lado do carro desde de que fora posto para fora. 


Passaram-se por volta de uma hora de choro e infindáveis questionamentos até que Temari viu que ele ainda estava lá. E sabia que ele não iria embora. Abriu a porta do carro.

Shikamaru ao ouvir a trava, se levantou e entrou rapidamente antes que ela mudasse de ideia. Temari começou a falar com a voz baixa, mas chorosa e magoada. Não conseguia nem olhar para ele.

– Como você quer que eu me sinta, sabendo que eu me entreguei tanto a você, mas na verdade eu me entreguei a algo falso? Você também levou ela na casa da praia, fez todo aquele showzinho, um picnic, tocou violão, disse que estava apaixonado, fez a porra de um poema daqueles pra ela também? Puta merda Shikamaru. Eu estava me apaixonando por você de verdade, e era tudo mentira!! Como você pode fazer isso comigo?

– Você estava? – ele perguntou surpreso

Ela não respondeu. Apenas desviou o olhar para a janela do seu lado.

Ele segurou sua mão, dessa vez sem deixá-la soltar, limpou as lágrimas dela mesmo com sua resistência.

– Não me toca Shikamaru.

Ele fingindo não escutar, segurou em seu rosto delicadamente, fazendo ela o olhar. Ele tinha os olhos levemente vermelhos também pelo choro recente.

Shikamaru sentiu vontade de socar a própria cara por fazê-la chorar. Deveria estar fazendo ela sorrir, e não chorar.


Tamari se amaldiçoou até o último fio de cabelo por não conseguir afastar a mão quente do seu rosto, por necessitar tanto do calor que ele emanava, e pelo cheiro dele preencher seu corpo e alma de um jeito que nem o oxigênio mais puro fazia.

Se encararam doloridos. Ela magoada e ele arrependido. Ele suspirou triste antes de começar a falar.

– Ela veio atrás de mim. E eu me deixei levar uma vez. Sinceramente é uma das coisas que mais me arrependo de ter feito. Ela é doente. Ela cisma com um aluno, e enquanto não consegue o que quer não sossega. Eu fiquei com nojo de mim aquele dia. Eu até conversei com o diretor mas ele fingiu não escutar. Ela continuou atrás de mim, mas por sorte vieram as férias logo. Depois passou, parei de dar importância. Quando chegou esse ano, na mente doentia dela, ela achava que eu ia continuar me encontrando com ela. Eu não queria. Ainda mais por que eu tinha uma pontinha de esperança, bem bem bem lá no fundo que você talvez me notasse. Mesmo assim eu ainda era educado com ela, não via motivo para não ser. Até o dia que vi ela te atormentando sobre alguma atividade que você tinha feito com uma das turmas, falou da sua roupa, e algo sobre que você nem deveria ser uma professora. Lembro que te vi chorar no carro naquele dia. Quis ir lá e te abraçar, mas fiquei com receio... E não foi a única vez que eu vi ela fazendo algo assim com você. Depois disso, o nojo que eu já tinha dela passou a ser mil vezes pior. E eu comecei a tratar ela mal também. Ela ainda tentava algo comigo, mas eu te garanto que eu só cometi aquele erro uma vez e foi antes de te conhecer.

Temari absorvia cada palavra despejada por ele. Prestou atenção às suas feições, e não viu nada além de sinceridade e arrependimento. Sentiu uma enorme vontade de estrangular aquela mulher.

Ficou em silêncio e Shikamaru continuou.

– Você realmente foi a primeira mulher que eu levei na casa da praia. Eu nunca fiz nada por ela. Nunca fiz poema nenhum. Nunca levei ela em um encontro. Nunca dormi com ela do meu lado. Nunca corri atrás, nunca me declarei. Isso por que eu nunca senti por ela, nem mais ninguém, nem um milésimo do que sinto por você. Por favor acredita em mim amor. Aconteceu. Mas foi antes de você, não teve sentimento algum além do arrependimento. Se eu soubesse, nem que fosse por um segundo, que eu iria te conhecer, que iria conhecer a menina da praia, que ia conhecer o amor da minha vida, eu não teria feito nada disso.

Ela o olhou alarmada, suas lágrimas molhavam a mão que repousava em seu rosto. Ele soube o que ela pensava.

– Sim, você é o amor da minha vida e nada vai me fazer pensar o contrário. Sou apaixonado por você desde o fodido primeiro dia de aula desse ano quando você apareceu com aquele maldito vestido preto, e esses olhos verdes que enxergam até a minha alma... você me ganhou na hora que colocou os pés na sala – ele respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos e sentimentos, para então tentar colocar isso em palavras – Me apaixonei mais a cada sorriso que você dava. Cada vez que meu olhar encontrava com o seu. Mas isso doía, por que eu não achava que você me daria uma chance. Mas você deu. E todo o sentimento que eu reprimi, me afogou igual a uma avalanche desde que eu te toquei pela primeira vez. Você é tão maravilhosa... É humanamente impossível não se apaixonar por você, pelo seu jeito irônico, por sua inteligência, pelos seus sorrisos, por sua risada, pelo jeito que você se distrai enquanto está contando alguma coisa, é como se realmente tivesse voltado no tempo. O jeito que você fica tímida e corada perto de mim. Porra eu amo tanto isso... E de pensar que você é a menina que eu me apaixonei pela voz quando criança, a pessoa que eu sonhei tanto, que eu quis tanto achar...

Nesse ponto da conversa, Temari soluçava em meio ao choro. Seu coração estava completamente dividido entre não confiar nele e se jogar desesperadamente em seus braços. 

Sua mente receosa falava mais alto, mas seu corpo não concordava, pois não teve forças pra resistir quando ele a puxou com facilidade para seu colo, uma perna de cada lado do corpo dele.

– Quantas surpresas mais eu vou ter que esperar encontrar Shikamaru? – perguntou com a voz chorosa.

– Nenhuma. Eu te conto tudo. Sem esconder nada do que você quiser saber. Eu juro. Mas por favor, não se afasta de mim. Eu tenho certeza que não vou mais fazer sentido sem você, minha loira.

Os braços dela ainda mantinham certa distância entre eles, com as palmas das mãos apoiadas com receio em seus ombros. Já os braços dele rodeavam possessivamente a cintura fina, e ao terminar de falar a puxou em um abraço apertado que ela não conseguiu, tampouco quis resistir.

Seus dedos apertaram os fios castanhos, bagunçando o que ela havia arrumado mais cedo e seu queixo repousou no alto da cabeça dele.

Shikamaru afundou o rosto acima dos seus seios, onde o tecido não cobria. Ela sentia a respiração quente dele em contato com sua pele. Sentiu uma lágrima solitária escorrer no seu decote. As suas lágrimas ainda corriam em abundância.

– Por favor minha princesa. Outra chance. Eu amo você – Shikamaru sussurrou contra a pele dela.

Ela arregalou os olhos, mas nada respondeu. Não conseguiu. Apenas apertou o abraço.

Ele quebrou o silêncio com uma pergunta que saiu em um fio de voz.

– Você está com nojo de mim amor?

A voz saiu dolorida e baixa. Temari se sentiu mal. Não sentia nojo dele. Pelo menos não depois do que ele contou.

– Não. Eu falei sem pensar. Desculpa – ela respondeu baixinho, sem soltarem o abraço. Ele soltou um suspiro um tantinho aliviado.

– Eu posso confiar nisso tudo que você falou Shikamaru?

– Pode, em cada palavra.

Temari ainda absorvia tudo que tinha ouvido. Era muito a assimilar.

– A Shiho, do segundo ano, o que aconteceu? – perguntou sem sair de perto dele.

Ele riu levemente, ainda perdido no abraço dela.

– Não foi nada sério, foi bem tosco na verdade.

Ela se afastou um pouco e sorriu minimamente pelo cabelo que ela mesma bagunçou. Até descabelado continuava irritantemente lindo.

Soltou os fios castanhos que iam até os ombros e passou a os pentear com os dedos.

Ele a olhou apaixonado. Sentindo-se destruído por ver o rosto tão belo marcado pelas lágrimas. Se xingou internamente por ter sido tão idiota no ano anterior. Por não ter falado a verdade ao invés de deixá-la descobrir dessa maneira.

Shikamaru enxugou seu rosto onde ainda estava úmido pelas lágrimas em um carinho, ela tentando se manter distraída com seus fios, e não se entregar pelo olhar que ele lançava.

– Eu não sou de beber até ficar bêbado. Acho desnecessário. Só é ruim por que sempre sobre para mim cuidar dos outros e isso é problemático... Mas é melhor do que perder a memória, fazer besteira e ainda aguentar uma ressaca. Mas um dia esse ano, por volta de março,  eu resolvi encher a cara – negou com a cabeça reprovando as próprias ações – eu não lembro de quase nada daquela festa. E de verdade, não lembro o que aconteceu. Agora pouco mandei mensagem para Ino, enquanto estava ali fora, perguntando.

– E ela disse o que? – perguntou com a voz baixa, os dedos finos ainda percorrendo os fios castanhos e seu tronco levemente apoiado sobre o dele.

– Ela me disse que já era bem no final na festa, eu estava mal e não tinha mais quase ninguém. Eu quis participar do jogo de desafios que o pessoal estava fazendo. Algo que eu nem faria normalmente – ela concordou, realmente não era algo de seu feitio – e uma amiga da Shiho desafiou que eu beijasse a Shiho. A Ino disse que a menina corou horrores só que concordou, eu pedi permissão e beijei ela. Foi um beijo e depois capotei... E foi isso. Só que aí a menina acha que por causa daquilo eu tenho interesse nela ou algo assim... Sei lá, isso é um saco...

Ele disse e deu uma bufada. Não entendia por que as mulheres eram assim.

– Por um beijo igual o seu até dá pra entender ela – murmurou para si mesma, mas ele ouviu e deu uma risada, ganhando um tapinha no braço em resposta – Eu só não entendi uma coisa – Temari disse endireitando a postura, ainda em seu colo e o olhando curiosa – se você não é de beber assim, por que resolveu encher a cara naquele dia?

Ele corou.

– N-nada, deu vontade só – disse desviando o olhar dela, mas sua voz soou muito pouco convincente. Ela fez uma nota mental sobre como ele era um péssimo mentiroso, mas que sua tentativa era fofa.


"Maldito. Não seja fofo. Ele não é fofo Temari. Não é fofo"

"Eh, filhotes também não"

"Cala a boca"


Cruzou os braços o olhando com a sobrancelha arqueada e rindo levemente.

– Aham. Desembucha.

Ele a olhou como que pedindo piedade.

– Achei que iria me contar tudo que eu quisesse saber – Temari disse, se fazendo de triste e ameaçou sair de seu colo.

Shikamaru a abraçou de imediato, colando os corpos novamente. Ele escondeu o rosto na curva de seu pescoço, e a loira precisou de um autocontrole absurdo para não arrepiar fortemente com aquela respiração ricocheteando na sua pele.

– Desculpa, desculpa. Não vai... É que é algo meio tosco.

– Tudo bem, não tem problema – disse acariciando os cabelos e nuca dele.

A maneira firme que ele a segurava fazia um grande contraste com a insegurança que ele passava naquele momento.

Suspirou.

– Foi uma sexta feira... E estava tudo bem. Até que chegou um buquê de flores enorme pra você. Pouco depois você recebeu uma mensagem no celular e ficou toda sorridente. Fiquei me corroendo de ciúmes – bufou, ela riu baixinho – Aí na hora da saída, tinha um cara ruivo te esperando, e você foi toda feliz correndo abraçar ele, o cara te abraçou, girou você no ar e blá blá blá. Ele era visivelmente mais velho que você, parecia ter uns 7, 8 anos a mais. Aquilo foi igual um tapa na cara. Achei que você gostasse de caras mais velhos, ou seja eu estava totalmente fora... e aquele dia fiquei tão puto, chateado, e resolvi que seria uma boa encher a cara – ele disse com um tom de voz de quem sabia que tinha feito uma escolha ruim – Não precisa me explicar nada... É bem idiota, eu sei... – a voz dele denunciava que aquilo ainda o incomodava.

– Por isso você bateu tanto na tecla de achar que eu não aceitei seu pedido de namoro por você ser mais novo?

Ele balançou a cabeça positivamente, ainda escondido em seu pescoço. Temari riu.

– Por que está rindo? – ele perguntou a olhando um tanto ofendido.

– Bom, você disse que eu não preciso te explicar, mas tem tantos fatores que você não sabe nesse meio que chega a ser engraçado. Vamos lá. – ela começou a enumerar com os dedos – Aquele é o Sasori. O Sasori estava viajando faziam 5 meses, então ele tinha perdido até meu aniversário. Aquele dia foi quando ele voltou de viagem e ele mandou as flores como um parabéns atrasado... Na mensagem ele dizia que ia me buscar quando eu saísse.

Ela deu uma pausa para absorver a expressão ciumenta no rosto dele. Riu um pouco da bufada e revirada de olhos dele.

– Ele na verdade é 10 anos mais velho que eu.... Hum, o que mais mesmo? – disse fazendo uma pose pensativa, obviamente se divertindo com a situação, então fez um estalo com os dedos, e voltou a contar nos dedos – Ah sim. Ele é gay, noivo de um cara fazem uns 5 anos, e por último mas não menos importante, é meu primo.

Shikamaru arregalou os olhos para a expressão divertida de Temari pelo o que ela havia acabado de contar.

– Tsc. Então você quer dizer que a minha pior ressaca do ano, provavelmente da vida, foi por ciúmes do teu primo gay?

Ela assentiu, mordendo os lábios de forma travessa, se segurando para não rir muito.

Em vão, por que Temari logo riu alto, e Shikamaru foi obrigado a rir também. A apertou em seus braços e tornou a esconder o rosto na curva do pescoço dela, mas ainda ria baixinho.

Ela voltou a acariciar os fios castanhos. A risada cessou aos poucos, e o clima pesado de antes foi retornando. Shikamaru foi quem cortou o silêncio novamente com um sussurro. Como se mais ninguém além deles devesse ouvir.

– Me desculpa. Por favor.

Temari não respondeu. Se manteve apoiada nele, abraçados e inspirando o cheiro um do outro, como se a vida dependesse daquilo.

Ela se amaldiçoando por ter o coração tão mole quando se tratava daquele moreno. Eram muitas as dúvidas que rodeavam sua mente naquele momento. Será que ela se arrependeria de confiar novamente? Deveria confiar nele?

Mas sem dúvida tentar pensar racionalmente sobre isso sentada sob seu colo, sentindo seu cheiro, com ele a abraçando possessivamente, as mãos subindo e descendo nas suas costas... Seria impossível.

Respirou fundo tentando manter o raciocínio em ordem. Em vão, já que só sentiu se preencher pelo cheiro gostoso dele.

Sentiu a respiração pesada contra sua pele, e seus batimentos cardíacos um tanto acelerados.

Dentro daquele carro, não havia ar condicionado no mundo que fosse potente o suficiente para aplacar o calor que se instalou entre eles.

Sentar no colo? Péssima ideia. Próximos demais.

Temari estava com os braços envolta do pescoço dele, e Shikamaru se ajeitou, ficando minimamente deitado e a puxou para mais perto. Se sentada mais ao meio das pernas dele estava complicado, terem os corpos tão perfeitamente encaixados, era uma missão impossível para o autocontrole.

Vestido? Péssima ideia. Acessível demais.

Ele desceu os olhos até os lábios rosados dela. Ela involuntariamente mordeu o próprio lábio.

As mãos firmes na sua cintura e o olhar penetrante, faziam os neurônios de Temari entrarem em parafuso, e por mais que ela pensasse que não deveria ceder, ainda tinha que pensar sobre isso antes, tinha que colocar seus pensamentos em ordem... Foi bem complicado quando as mãos deles começaram a acariciar suas pernas firme e lentamente.

"Sai do colo dele sai do colo dele sai do colo dele pelos deuses eu vou dar pra ele no carro se não sair daqui Temari por tudo que é mais sagrado se controle" sua mente gritava freneticamente, mas seu corpo não se moveu.

Uma das mãos dele subiu para sua nuca, a trazendo lentamente mais para perto, ficando inclinada sobre ele.

– Você me perdoa? – ele perguntou em um sussurro.

"Sedutor demais. Pelos deuses, não há autocontrole no mundo suficiente para não cair como um patinho na conversa dele" Temari choramingou em sua mente.

Ele estava usando em partes seu charme para isso? Sim. Estava certo? Não.

Mas por mais que Temari tentasse ver algum resquício de maldade em seu olhar, ela não via nada além de um pedido silencioso de desculpas. Já havia visto ele tentar esconder algo. Desde coisas mais sérias até coisas tipo "esqueci o meu texto em casa". Era um péssimo mentiroso. E o que tornava aquela situação infinitamente mais difícil, era que ele não parecia estar mentindo. Parecia sincero.

A respiração deles passou a ser desregulada. Aquela proximidade, os olhares penetrantes falando mais que palavras... estava sendo difícil de processar.

"Se deixe levar" seu coração implorava, junto às borboletas voando furiosamente dentro de si.

"Pense com mais calma sobre isso, você realmente perdoou ele? Caso contrário só vai se arrepender depois" sua racionalidade tentava lembrar-lhe.

Por sorte, ou azar, ela não soube definir, o telefone começou a vibrar insistente no painel do carro, o que foi um tanto quanto impossível de ignorar.

Aquela atmosfera que exalava perigo e uma sensualidade absurda, foi parcialmente quebrada. Eles levaram um pequeno susto com o barulho, tão imersos no momento que estavam. Shikamaru se endireitou, voltando a estar totalmente sentado, mas sem afastar nem um milímetro a loira de si.

Na tela do celular brilhava o nome:

INO MARAVILHOSA

Temari virou o celular para ele, ainda sentada em seu colo, perigosamente perto diga-se de passagem, e ele revirou os olhos.

Ela riu antes de atender.

– Alô?

Só que no exato instante que ela atendeu o telefone, em um momento de distração, Shikamaru se aproximou sorrateiro e depositou um beijo em seu pescoço. Ela arrepiou. Continuou a distribuir mais beijos, calmos e suaves.

Temari do céu, onde você está? Está tudo bem? O Shikamaru está com você? Já chegou em casa?

Temari não conseguiu ouvir direito o que Ino disse, estava fazendo um esforço absurdo para não emitir nenhum som suspeito e tentar se afastar daquele ser pecaminoso. Claro que ele não deixou, a manteve presa perto de si e só riu baixo, o que causou ainda mais arrepios.

Temari?

– Eu.

Outro beijo. Ela respirou fundo. Aquele encaixe estava se tornando um sério problema.

Ouviu o que eu disse? Onde você está? Está tudo bem? O Shikamaru está com você? Já chegou em casa?

Outro beijo, ela deu um tapa em seu braço, ele riu.

– Supermercado, sim, sim e não.

Shikamaru mordeu levemente o lóbulo de sua orelha que não era protegida pelo telefone.

Por um milagre da humanidade, o sexto sentido maligno de Ino não reparou o que acontecia no outro lado da ligação, mesmo com o suspiro sôfrego que Temari soltou.

Olha, a gente está indo para sua casa. A treta tomou uma proporção absurda, preciso te contar. Eu vou levar lanches para almoçar, leva o Shikamaru por que eu vou matar ele.

– Por que ela vai me matar? – ele sussurrou em seu ouvido, mas se calou com o olhar assasino que recebeu. Riu baixinho antes de retomar aos beijos.

– O-ok. Estamos indo pra lá também.

Você está estranha, está tudo bem mesmo? – perguntou desconfiada.

Ele mordeu o pescoço dela.

Ela beliscou o braço dele. Ele se afastou rindo.

– Está sim. 10 minutos vou estar em casa – comemorou internamente por não ter gaguejado.

Hum. Então tá bom. Até daqui a pouco. Beijos.

– Beijos.

Assim que desligou o olhou com raiva e tentou fazer seu caminho de volta para o banco do motorista e para sua sanidade.

Claro que ele a impediu. Não só por que a prendeu com seus braços quanto pelo olhar triste que ele lançou.

– Amor...

Ele voltou a distribuir beijos pelo seu pescoço, e ela fechou os olhos enquanto ele a abraçava forte. Os beijos subiram do pescoço, até o seu maxilar, bochecha até chegar nos lábios. Ele a olhou, e depositou um selinho breve. Temari não se afastou quando ele a segurou delicado pela nuca, e a beijou novamente. Ela permitiu que a língua dele a invadisse, e retribuiu o beijo.

Se é que faz algum sentido, era um beijo triste. Havia sim o desejo de um pelo outro, mas naquele momento as línguas se entrelaçando lentamente passavam, antes de tudo, a necessidade do perdão e de conquistar de volta a confiança quebrada.

"Mas por que dói tanto?" Temari pensou.

Shikamaru interrompeu o beijo, quase sem se afastar dela, ao notar que o beijo deles havia adquirido um sabor salgado. Abriu os olhos, ela chorava. Ele sentiu os próprios olhos reagirem traiçoeiramente àquilo, se tornando também lacrimejantes.

– Tema, o que foi? – ele perguntou triste, e ela respondeu sem abrir os olhos e com a voz embargada. As testas coladas.

– Uma coisa é desculpar, outra é confiar de novo Shika... Uma parte de mim só te quer perto, mas a outra está com medo de sair machucada, medo de ser só mais uma. Eu preferia ter descoberto isso porque você me contou, seria uma coisa. Mas descobrir isso por causa de um escândalo no meio da escola é outra coisa bem diferente... Só me dá um tempo para assimilar tudo por favor.

Ele assentiu. Ela tinha razão. Apenas a abraçou apertado, e ela se encolheu contra ele.

– Eu juro que fui sincero em cada palavra que eu disse.

Ela balançou a cabeça positivamente.

– Se eu pudesse eu construía uma máquina do tempo e nunca teria feito aquilo. Mas por favor, não deixa meu erro idiota do passado atrapalhar o futuro que podemos ter juntos meu amor. Por favor. Eu preciso de você do meu lado, mais que tudo. Eu te garanto que você é única, e se puder passo o resto da minha vida te provando isso. Só me dá uma segunda chance Temari...


Notas Finais


Vou morrer por parar agora? Kkkkkkk
Me digam, amamos o Shikamaru de novo ou ainda não? Kkkkk

No próximo capítulo:
Temari vai confiar nele novamente? Eles vão acertar isso? Ou vai ser o fim? Qual foi a treta que deu na escola? Será que as pessoas sabem o que aconteceu entre eles?

Amo vocês não me matem e comentem hehehehehe
Beijoooooss


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