História Dude (Zayn Malik) - Let's go...e GOOOL!

~ Parte 1- Let's go

- Sophi. Sophi. Sophi. Sophi. Sophi. Sophi. Sophi. – mas… hein? – Sophi. Sophi. Sophi. Sophi. – algum ser infeliz (BEM INFELIZ) tinha me acordado me cutucando infinitamente.
- O QUE FOI? – fico de mau-humor quando me acordam assim, me julguem.
- Até que enfim você acordou! Senhor é pai!
Depois de bufar super-mega-ultra alto, sentei na minha cama contra a minha vontade e esfreguei meus olhos bruscamente de raiva. Minha visão entrou em foco e automaticamente Eleanor e Harry apareceram sorridentes em minha frente. Oi?
- O que vocês querem? – cocei minha cabeça quase perdendo meu dedo no meio dos cabelos bagunçados – Eleanor, você não tinha ido embora ontem de noite?
- Eu fui, uai! Mas eu voltei. Eu e o Harry viemos te buscar – ela pulou em minha cama, seguida do Styles.
Minha cara devia estar bem de demente, porque logo depois Els disse:
- Sabe? Pro jogo que vai ter hoje...
Jogo. Hoje.
O jogo de futebol era hoje.
O dia tão esperado era hoje.
Mas... Eu desisti. Isso não vale mais para mim.
- Então vocês vieram para nada! Sinto muito, mas minha programação de hoje é sentar e comer porcarias... De novo!
- Sophia Cox! Não vem com papo furado pro nosso lado não, ok? – Harry puxou minhas cobertas – Vamos! Não temos tempo! – ele bateu palmas feito bicha.
- Primeiro – puxei meu edredom roxo de volta – não toque na minha coberta! Segundo, Harry, você acordou muito homossexual hoje, e terceiro – joguei o tecido pesado sobre mim – eu não vou mais jogar, ou seja, vocês perderam seu tempo! Agora podem vazar do meu quarto e me deixem dormir em paz! Obrigada!
- Na-na-ni-na-não! – Els puxou novamente minha coberta.
- PELAS BARBAS DO PROFETA! SERÁ QUE VOCÊS PODEM ME DEIXAR DORMIR?
- Não... Espera, você disse ´´pelas barbas do profeta´´ – ah eu mereço, viu?
- Quem que foi o filho da puta que deixou vocês entrarem? – massageei minhas têmporas, já estava ficando muito irritada.
- Fuui eu! – Derek pulou para dentro do quarto.
- E eu! – e esse foi Zack fazendo a mesma coisa.
- Ok, retiro o que disse sobre filho da puta, então vamos mudar para gays ridículos que não pensam na irmã! – joguei um travesseiro em Zack.
- Pelo contrário Sophi... – começou Eleanor – Poxa. Você trabalhou tão duro para chegar aqui! Depois de dois longos e tortuosos meses! Só falta isso – ela juntou os dedos – para você conseguir o que quer... Ou vai falar que já desistiu de jogar na cara daquele cara que meninas são tão boas quanto os rapazes!
- Não... Eu não desisti... Eu só não consigo...
- Sophi... – começou Derek – olha aqui, você não pode amarelar. Tudo foi em vão? Quer dizer que eu vou ter que aguentar pelo resto da minha vida ser chamado de gay assanhado piolhudo por nada? – soltei uma risada fraca – Se você não fizer isso, vai se arrepender.
- Não...
- Maninha... Você é mais forte que isso! – falou Zack.
- Olha, Sophi... Se está fazendo isso por ´´uma certa pessoa´´... Não faça! Ela não merece essas lágrimas, esses sorvetes, muito menos tudo isso o que você está fazendo. Zayn é só mais um babaca no mundo... Então faça um favor para a humanidade feminina e levante dessa cama, ponha uma peruca, corra para aquele campo e mostre para o seu ex treinador e para o Zayn do que você é capaz!
As palavras de Eleanor foram para o fundo da minha mente. Por que tudo isso começou? Como tudo isso começou? Com um time feminino sendo cortado e humilhado. Com uma dignidade sendo amaçada e tacada no lixo.
Será que eles estão certos? Eu me arrependeria se não fizesse?
Harry jogou uma bola em meu colo. Segurei e fiquei encarando-a por um bom tempo. Ela estava imunda, com marcas de chutes, com lama por toda parte e com cheiro de campo molhado. Aquele cheiro delicioso de grama-pós-chuva.
Parecia que fazia séculos que eu não chutava uma bola de futebol.
Desistir valia mesmo a pena?
Por mais que meu coração estivesse partido em mil e um pedacinhos e eu me sentisse tão morta a ponto de virar um vegetal, eu não podia jogar tudo pros ares e dizer “foda-se futebol”. Jogar faz parte de mim e essa era uma parte que tinha sido um pouco esquecida e logo depois, substituída por Zayn...
Então porque não preencher meu vazio com ela de novo? Por que não pegar aquele papel da lixeira e desenrola-lo, e aproveitando, esfregando na cara de todos?
- Mas lembre – segui a voz feminina que vinha até da porta – faça uma escolha sábia... Porque depois... Não tem volta! – mamãe estava encostada no batente de madeira, com os braços cruzados e com uma expressão totalmente calma e encorajadora.
Abri um sorriso breve no rosto enquanto olhava para meus amigos/irmãos receosos. Prendi meu cabelo num coque e abri a gaveta do criado mudo, tirando a minha velha peruca – que eu tinha guardado lá na noite passada – e colocando desajeitadamente na cabeça.
- Vamos nessa!

Tum-tum. Tum-tum.
Meu coração estava a mil por hora. Minhas mãos suavam, meus pés tremiam.
Eu estava sentada no banco do vestiário enquanto encarava os vários armários vermelhos na minha frente. Os rapazes em minha volta estavam todos tensos e nervosos.
Vi Harry passar por mim e lançar um olhar calmo.
COMO ALGUÉM PODE ESTAR CALMO EM SITUAÇÕES COMO ESTA?
- Hey S... Derek! Vamos arrasar! – ele disse. Como se isso tivesse conseguido me acalmar.
Quando cheguei aqui mais cedo, todos os caras me cumprimentaram. Disseram que pensaram que eu não iria aparecer, já que estava faltando demais as aulas e tals. Fiquei feliz com a recepção, mas ao mesmo tempo estava com um tremendo medo de aparecer naquele vestuário. Quer dizer... O que eu faço quando encontra-lo? Eu vou ter vontade de pular em cima dele, dar um abraço apertado e depois enche-lo de tapas fortes e irritados.
- 15 minutos meninos! – um cara magricela, com uma prancheta na mão, veio até nós para dar o ´´grande´´ aviso.
Tive que me segurar para não sair correndo dali. Ainda tínhamos tempo, mais 15 minutos! Conseguiria me recompor até lá. Era só respirar fundo e encarar isso como... O maior desafio de toda a minha vida... Ok, isso não estava ajudando em nada.
- 10 minutos! – O QUÊ? NÃO FALTAVAM 15 ATÉ DOIS SEGUNDOS? POR QUANTO TEMPO PENSEI?
Lancei um olhar de desespero para Harry. Eu não sentia meu corpo, não sentia minha perna, nem meu pé, muito menos lembrava da capacidade de chutar uma bola. Harry tentou dizer algo como ‘’está tudo bem’’, mas não estava. E se eu errasse? E se eu perdesse a bola? E se nós perdêssemos?
Huunf! Por que tem que ser tudo tão complicado
- MUITO BEM SEUS MACACOS! – trinador Chiaua apareceu com seu típico boné ‘’Manchester’’ e seu moletom velho, com uma mancha de molho no lado esquerdo – Vamos entrar em cinco minutos! – cinco???? Tenho que parar de pensar muito! – Nós treinamos para isso! Hoje nós iremos recuperar o troféu que foi tirado de nós anos passado... E no anterior desse também! – os alunos concordaram – Vamos conseguir! Todos preparados? – não!
- SIIIIM! – um coro masculino foi escutado.
- É isso mesmo que eu queria ouvir! Styles, não se esqueça da manobra secreta! Se o jogo não estiver andando é só passar para o Malik e vocês já sabem o que fazer... Esperem! – o treinador olhou em volta e eu me lembrei de um dos motivos pelo qual eu estava nervosa – Onde está o Zayn?
- Estou aqui, treinador!
Lá estava ele. Com os cabelos bagunçados e a cara amaçada de sono. Seu bico parecia maior que o normal e ele estava sem camisa, ou seja, seu lindo abdômen definido estava totalmente exposto para apreciação.
Meu coração apertou e senti uma pontada no estomago. Aquele vazio se mostrou presente, assim como a raiva e a dor que estava sentindo esses dias. Uma dor incurável e insuportável! Parecia que estavam puxando todos os meus membros em direções opostas enquanto me davam tapas na cara.
Não posso chorar agora.
- Me desculpe... Perdi o horário! – ele foi até seu armário e pegou sua camiseta do time, vestindo-a rapidamente.
- Hunf. Tudo bem... Mas que isso não se repita, Malik! Da próxima vez você não joga. – Zayn assentiu.
Seu olhar misterioso passou pelos jogadores, até finalmente pousarem sobre mim. Eles estavam diferentes, tristes, sem vida, inchados, vermelhos. Meus olhos, por outro lado, marejaram no mesmo instante por receber algumas lembranças – a boca de Zayn colada na de Olívia – e não aguentei segurar o olhar por muito tempo.
- ...VAMOS ACABAR COM ELES! – Chiaua berrou e eu levantei minha cabeça de susto.
Todos os meninos já estavam pulando e gritando enquanto corriam para fora do vestiário. Levantei-me tremendo ainda mais (medo + ex-namorado-traíra-gato-depressivo não são uma boa combinação). A porta parecia muito distante e isso me fazia até que sentir aliviada em certos aspectos.
Essa era a hora. A hora de mostrar a todos a o que eu sou capaz e...
Ok. Meus pensamentos filósofos foram bruscamente interrompidos por uma mão puxando meu braço com uma certa rigidez. Meu corpo deu uma volta de 360 graus e antes que eu pudesse raciocinar eu estava envolvida em braços fortes, que em três segundos me puxaram para mais perto possível, pressionando algo contra os meus lábios.

~Parte 2 - GOOOL!

Ok. Eu podia reconhecer esses lábios da China! Tão macios e perfeitamente desenhados. O gosto... E o jeito que me tiram do sério, as minhas veias pulsando e... Espera. Isso não está certo! Nem um pouquinho certo. Não era para ele estar me beijando e não era para eu estar aqui, parada, feito idiota apreciando tudo isso.
- Zayn, para! – empurrei seus ombros, desgrudando, infelizmente, nossos lábios e abaixei bruscamente minha cabeça – Por... Por que fez isso... Nós... Eu...
- Desculpe. Senti saudades de você... E quis desejar boa sorte... – olhei para ele. O que estava fazendo?
- Não! – balancei a cabeça em negação, feito uma louca – Para! Para! Para! Para!
- Qual é Sophi? Pretende me ignorar por quanto tempo? Precisamos conversar! – Zayn segurou meu braço.
Por que raios o seu toque ainda me causavam arrepios? Mas que droga! Já esqueci ele.
- Mas nós não vamos! – respondi rapidamente – Não precisamos conversar!
- Sophia, por favor! – Malik me olhou nos fundos dos olhos – Eu preciso que você entenda.
Seus olhos. Tão tristes e derrotados, inchados, acabados. Como se o brilho existente tivesse sumido para sempre... E isso apertou meu coração. Por que ele não podia deixar tudo mais fácil e me deixar em paz?
- Zayn... Eu... – para de me olhar. Para de me olhar. Para de me olhar. Para de me olhar – Eu... Quero – olhei para o chão – que fique longe de mim! Por favor! – puxei meu braço com força, evitando o máximo possível olhar para ele.
Sem dizer mais nada, virei meu corpo e com muita pressa, tomei rumo pra fora do vestiário.
Que coisa mais linda. Já estava tremendo feito minhoca (minhoca treme?) e agora estou mais zonza, e confusa, do que peixe fora d’água. Por quê, Zayn? Por que tinha que me beijar justo nesse momento? Nessa situação?
Eu não posso pensar nisso agora!!! Preciso de foco!!
Mas os seus olhos... Tristes... Por minha causa?
NÃO! SOPHIA! ESQUEÇA! ZAYN MALIK NÃO FAZ MAIS PARTE DA SUA VIDA! NÃO FAZ! VAMOS FIGIR QUE ELE NUNCA, NUNCA, NUNCA, FEZ.
Respirei fundo e continuei andando até o resto do time, que esperava atentamente a apresentação para podermos correr pro meio do campo. Fiquei ao lado de Harry e um guri qualquer.
- O que estava acontecendo lá dentro? – ele perguntou, sussurrando.
- Como assim? – sussurrei de volta.
- Não se faça de boba. Acha que eu não reparei que os dois não estavam presentes? – lhe lancei um olhar de “não quero responder sua pergunta e é por isso que mudarei de assunto”.
- O tempo está bom hoje, não?
- Você não toma jeito, né? – Harry perguntou cínico, virando os olhos verdes.
- Talvez um dia, quem sabe? – sorri fofa (o mais másculo possível) e voltei a olhar para frente.
- E com vocês! OS CHIAUAS! – o narrador, do outro lado do campo, gritou.
Meu time, vulgo Chiauas (pois é), correu para dentro do campo. Os torcedores começaram a berrar enlouquecidos e assumo que me assustei um pouco. Estava LOTADO!
As líderes de torcida começaram a fazer o que bem entendem e meu time de posicionou para o jogo, enquanto o pessoal do McGuiney entrava numa animação muito maior que a nossa. Essa é a hora que eu caio desacordada de nervoso?
Nosso treinador e o ridículo do Phill se cumprimentaram civilizadamente, como colegas que não ligavam pra competição (puffff). Avistei Jessie e seu cabelo nojento atravessando o campo com uma cara de última bolacha do pacote. Automaticamente me lembrei da última vez que tive o prazer de sua presença, quando ele bateu no Zayn...
Certo. Mas por que isso sempre acontece? Lembrar de uma coisa qualquer e essa coisa me levar a última pessoa no mundo na qual quero pensar. Eu penso em meias e lembro de Zayn. Olha para as nuvens, e elas me lembram seu cabelo. Olho para o chão e lembro de jeito desleixado que ele andava. Nem pra mim mesma eu consigo olhar mais. Isso não é algo no qual me orgulho.
O apito do juiz baixinho me fez despertar. Um cara baixinho e gordinho, com um cabelo totalmente falso (virei mestra em perucas)!
- Muito bem. Os Buldogs – ou seja, o povo do McGuiney – começam com a bola porque são os visitantes! – ele entregou a bola para uma cara do outro time – Lembrem-se meninos, isso é um amistoso entre colégios. Precisamos ser bons perdedores e levar tudo na esportiva! – falar isso para jogadores de futebol é a mesma coisa que falar para uma criança não enfiar o dedo no nariz! – Vocês têm dois minutos!
O treinador nos chamou e falou mais algumas poucas palavras de encorajamento, nas quais eu não consegui prestar muita atenção, tamanha era a minha distração. Os olhos tristes de...
Vamos fazer o seguinte, toda vez que eu for mencionar meu... hum... ex namorado, eu irei usar o codinome João, certo? Assim será mais fácil...
Voltando, os olhos tristes de João não saiam da minha cabeça.
- VAMOS LÁ! – o treinador gritou... Outra vez.
Fomos todos para suas devidas posições novamente. Consegui ver João – ok isso é estranho – pelo canto do olho e me forcei para não correr até lá e dar um abraço de boa sorte e dizer que eu o perdoava por tudo o que ele me fez... Ou seja, me trair.
Não consegui resistir. Olhei para o lado, só para uma encarada rápida. Mas foi o um minuto mais desapontante que eu já presenciei em toda a minha vida. Olívia, com sua mini saia de líder-puta-de-torcida correu até Zayn, quer dizer, João, e pulou em seu colo para um abraço. Se houve algo a mais? Eu não sei! Virei meu rosto antes que pudesse ver o restante.
Pronto. Tudo estava embaçado de novo. Eu queria chorar pela milésima vez no dia. E quando estava prestes a tentar ceder a toda essa angústia e sair dali correndo, um som agudo, irritante, mas muuuito familiar, correu pelos meus ouvidos.
Tinha começado.
Harry, que estava bem mais a frente de mim, correu para cima dos jogadores vestidos de azul, enquanto estes, passavam a bola rapidamente um para o outro. Eu me senti um pouco perdida. Minha visão estava se recuperando, mas eu tinha me esquecido de todas as jogadas.
Passei a mão pelo meu rosto e respirei fundo três vezes, tentando tornar tudo mais realista. Quando afastei as mãos, tudo pareceu mais calmo e normal... Tirando o fato de que quatro caras corriam em minha direção.
O som, que antes estava meio oculto, pareceu voltar para meus ouvidos e eu pude escutar perfeitamente:
- SE MEXA!
- DEREK! A BOLA!
- DEREK! O QUE ESTÁ FAZENDO?
Bola? Onde?
Olhei para baixo, ainda confusa, e a bola estava parada na frente do meu pé.
- CARA! ACORDA!
- MANO! ALGUÉM PEGA A BOLA DAQUELE VIADO!
Olhei reto novamente e os caras já estavam bem mais próximos. Assustada com a proximidade, fiz esforço para mexer meus membros e começar a me movimentar guiando a bola. Corri para a direção oposta e mais uns 567890987654 caras me seguiram.
Um gritinho agudo – foi sem querer, juro – saiu da minha boca quando um rapaz, de pelo menos 2 metros de altura, veio contra mim. Parei de correr, segurando a bola num dos pés, e quando ele chegou mais perto, passei ela por meio de suas pernas e contornei seu corpo, pegando a bola do outro lado e finalmente passando-a para alguém. Nem sei se foi alguém do meu time.
E realmente não deve ter sido, já que segundos depois uma parte da plateia gritou e os jogadores de azul começaram a correr animados, enquanto outros pulavam em cima de um cara.
- GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL!
É. Parece que eu não comecei as coisas bem.
- DEREK! SE CONCENTRA. VOCÊ CONSEGUE, CARA! – reconheci a voz rouca de Harry.
Vamos lá! Eu consigo! Eu consigo!
.
Eu não consigo.
Por que raios eu não consigo pegar a bendita bola? Você não tem noção do que ta rolando nesse campo. Vou resumir para vocês: ESTAMOS PERDENDO. De 5 a 2, só para deixar claro.
- FIM DO PRIMEIRO TEMPO! – o juiz (que nesse ponto já estava me dando nos nervos) apitou e berrou mais alto que uma gralha.
Parei de correr atrás da bola e segui todos até o vestiário novamente. Os meninos pareciam ter acabado de terem saído de uma maratona de 200km, ou seja, suados, cansados e desanimados.
- Não adianta! Estamos muito atrás! – reclamou Jeff.
- Podemos revirar agora!
- Impossível, Tom! Nunca vamos conseguir, eles estão muito melhores do que ano passado! – disse Harry, revoltado.
- Temos que bolar algo!
- Bolar algo? Não dá! Já perdemos!
- Mas isso não é justo, eles trapacearam! Quantas vezes eu fui para o chão e ninguém marcou nada? E além do mais, os últimos dois gols tinham que ter sido impedidos! O juiz estás do lado deles e como ninguém consegue ver nada, ele nem apita!
- Isso é verdade! O Boby foi expulso sem motivo!
- E o George “escorregou na grama”? Quem escorrega na grama.
Exatamente. Esse não estava sendo uma bom jogo. Mal tínhamos começado e perdemos dois jogadores que alegam não terem feito nada para causar sua saída.
- E é por isso que temos que bolar algo! – Logan repetiu a frase.
- Ah, fique quieto, Logan! – depois disso começou uma baita de uma discussão.
Por mais que eu não gostasse do Logan ele tinha razão. Quer dizer... Se eles estão jogando sujo... Por que temos que continuar limpos feito sabão? [N/A: ok, essa piadinha foi horrível... No comments about me].
- Pessoal! – me pus de pé, encarando todos aqueles jogadores nervosos – PESSOAL! – eles me olharam e para prosseguir com o meu discurso eu subi em um dos bancos – Seguinte, o Logan tem razão. Precisamos fazer algo.
- Tipo o quê? – perguntou Harry enquanto cruzava seus braços.
- Não sei... Sei lá... Podemos decidir isso depois! Antes de tudo, para que isso dê certo, nós precisamos jogar como um time. Isso significa sem brigar... Ou perder as esperanças. – eles continuaram me olhando sem dizer nada – Escutem... Todos nós aqui queremos ganhar... Vocês não tem esse sonho? De conseguir completar algo e se orgulhar depois? Sabe, uma das melhores sensações do mundo é essa e... – é impressão minha ou eles não tão prestando atenção em nada?
Hunf. Tenho que me lembrar que estou vestida de homem e não posso ter esses surtos gays. Por que nunca aprendo?
- Rum... Quer dizer... Vamos entrar naquele campo e ACABAR COM ELES! UHUL! – Harry segurou a risada. Desisto.
- Ele tem razão. – uma voz extremamente conhecida falou. A voz de Zayn.
- Não podemos ficar aqui parados, nos lamentando. Temos que fazer algo! – ele olhou para mim, com o rostinho esbanjando confiança e não consegui deixar um meio sorriso tímido (e gay) escapar dos meus lábios.
Eu e meu caso de bipolaridade.
- Eles tem razão! Nós conseguimos! – disse Harry – Todos juntos? – os rapazes se olharam e depois de lançarem alguns sorrisos, concordaram.
- Vamos nessa gente! – pulei do banco.
- Mas espera... – chamou Jeff – qual será nossas táticas? – putz, é mesmo.
- Bem... – franzi o cenho, tentando me lembrar de alguma coisa legal para nos ajudar a ganhar deles.
Antes que pudesse continuar meu raciocínio, Eleanor, outras duas líderes de torcida, Louis, Liam, Niall e Miranda entraram pela porta.
- Viemos desejar uma boa sorte! – disse Liam todo sorridente.
- Valeu cara! – ele e Harry fizeram um toque legal aí.
Espera...
Olhei para Eleanor fixamente. Uma ideia surgiu rapidamente em minha cabeça e um sorriso malicioso brotou em meus lábios.
- Por que está me olhando assim?

Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
O segundo tempo tinha começado e eu já tinha corrido para o outro lado para que pudessem passar a bola para mim. Todos pareciam mais confiantes e animados, dispostos para mais uma maratona... E dessa vez seria beeeeeeeeeeeem mais divertida.
Eu não trapaceio, não faço isso. Só acho que esses caras precisam aprender uma lição: não mexer com meu time.
Logan e Harry vieram correndo para a minha direção enquanto trocavam passes. Harry me passou e eu segurei a bola com o pé, correndo em direção ao gol em seguida. Eu já estava próxima, desviei de um carinha e quando senti que poderia chutar, pronta para mais um gol, um apito irritante, daquele juiz irritante, soou em alto e bom tom.
Parei de me mexer e olhei-o com cara de confusa. Eu estava impedida?
- Falta! – FALTA? F-A-L-T-A? F/A/L/T/A? TIPO... FALTA?
- Como é que é?
- O QUÊ? – o treinador berrou do outro lado.
- Sinto muito, você empurrou o Johnson para passar!
- Empurrei nada.
- Sinto muito, terá que ser pênalti! – meu queixo foi parar lá embaixo – não discuta ou estará fora, rapaz.
Ainda com uma cara de indignação, fui para o lado direito, me afastando do tal Johnson. Eu não acredito nisso! Esse juiz só pode estar brincando comigo.
O retardado que sofreu falta se posicionou. Isso não iria ficar assim. Olhei para Harry, que apenas concordou com a cabeça, então olhei para Els e fiz a mesma coisa que Harry; ela sorriu marota e chamou a equipe para uma mini-rápida-reunião, que durou três segundos. Elas se posicionaram, prontas para “torcer” por nós.
- VAMOOOS LÁ! – Els berrou bem alto.
Isso acabou chamando a atenção do Johnson e o restante do seu time. Eleanor mordeu o lábio, jogou os cabelos para trás, mandou um beijo para ele e começou a fazer uma torcida bem... Hum... Sensual?
E como esperado, todos os caras ali ficaram de boca aberta e quando o juiz trapaceiro apitou a única coisa que o John (apelido carinhoso) conseguiu fazer foi chutar a bola á um milímetro de distancia.
- UHULL! – os rapazes do meu lado comemoraram o pênalti perdido e as garotas riram do outro lado.
Agora sim o jogo iria começar.
.
- GOOOOOOOOOOOOOOOOOL! – Harry saiu correndo e pulou em cima de Zayn.
- E O PLACARA ESTÁ 6X6 PESSOAL! – espera, desde quando tem um cara narrando o jogo? – OS CHIAUAS CONSEGUIRAM VIRAR O JOGO EM QUARENTA MINUTOS!! QUEM SERÁ QUE VAI GANHAR?
Dito e feito. Conseguimos virar o jogo. Graças as nossas ótimas habilidades, a raiva do outro time e nossas táticas especiais.
Eu estava totalmente suada e a adrenalina corria intensamente pelo meu corpo. Eu não ligava para mais nada, a minha cabeça se mantinha no jogo e nada mais. Era como se tudo tivesse voado da minha mente e a única coisa que importava era eu e o gramado sujo.
Em cima de mim o placar marcava 3 minutos para o final do jogo e se fizéssemos o passe correto, do jeito correto (sem trapaças) conseguiríamos ganhar. Era tudo isso que eu precisava para animar meu... Mês.
- JAKE! AQUI! – berrei.
Jake chutou a bola para mim e por pouco não consegui pegar. Corri com ela nos meus pés, dessa vez tomando cuidado para não chegar perto de alguém e os meninos foram me ajudando (tá mais parecendo futebol americano).
Mais uma vez eu estava cara a cara com o gol. A minha chance estava bem ali na minha frente... Junto com meu ex-ex namorado, mas vamos esquecer o Jessie, certo? Certo. Vamos voltar para o jogo.
- VAI DEREK! MANDA VER!
Parei na frente do gol. Observei atentamente onde iria chutar.
- CHUTA LOGO CARA!
- 10, 9, 8... – a plateia começou a contar e eu olhei para os lados.
Um cara parecia vir com tudo, sem dó ou piedade, como se quisesse mesmo me atingir... E isso iria mesmo acontecer.
Sem perder mais tempo, levei meu pé para trás e com todas as minhas forças, joguei ele para frente, sentindo minha chuteira se chocar contra a bola e fazê-la voar para frente.
Meu coração se acelerou e a cena pareceu correr em câmera lenta. E quando eu estava prestes a ver se a bola entrava ou não, algo muito muito pesado de chocou contra meu ombro e eu voei longe, batendo com tudo no chão, sentindo uma dor horrível no mesmo osso acertado e na cabeça.
Ouvi gritos felizes, outros tristes, outros surpresos, mas o único que eu me lembro de ter escutado antes de apagar foi esse:
- SOPHIA!