História Duo - 02

Eram oito horas da noite passadas no dia seguinte quando Donghae e Hyukjae já estavam a caminho de uma das mesinhas altas que haviam no interior da casa noturna. Eles haviam combinado de irem um pouco mais cedo para que pudessem tomar o tempo conversando enquanto esperavam pela banda, e após uns dez minutos de percurso dentro de um táxi juntos e mais alguns breves para encontrarem uma mesa vaga, eles sentaram-se lado a lado em um pequeno silêncio até que confortável.

Eles haviam conseguido encontrar lugares próximos do bar, e não demorou muito para que ambos tivessem seu primeiro copo de bebida pago em mãos pouco depois de terem chego, e também para engancharem em pequenas conversas.

O clima ali era completamente diferente do de uma sala de danças, é claro, e por mais que, desde o momento em que haviam se falado por mensagens e se encontrado naquele dia, algumas provocações bestas e sorrisinhos entre os dois foram trocados, de um jeito já natural até, eles estavam encontrando mais espaço e também se permitindo a conversar e se conhecerem um pouco melhor além das contáveis vezes que já haviam se falado direito em momentos de menos... perversão nos ensaios.

“Você tem carta de moto, mas não usa moto!?”

“Mentira que você já foi loiro?”

“Eu nunca fiquei bêbado. Nem gosto de beber muito.”

“Eu também já torci um pé dançando!”

“Não, eu nunca usei aparelho...”

‘Hyukjae, se você quer uma bebida igual a minha, vai pedir uma- para de beber do meu copo.”

Eles permaneceram assim, apreciando um pouco mais outros aspectos um do outro, e histórias, e risadas e os xavecos habituais sempre surgindo no meio do papo.

Além da boa aparência um do outro naquela noite, é claro.

Era a primeira vez que eles se viam bem arrumados, com cabelos ajeitados e o odor de perfumes ainda frescos, e jeans bonitos e blusas compridas (o tempo estava esfriando já), bem diferentes das roupas desleixadas da dança e do visual que eles adquiriam nos ensaios, cansados e suados, e eles pensavam com eles mesmos mais ou menos a mesma coisa – como quando Donghae notou de primeira o contorno sutil de maquiagem nos olhos de Hyukjae naquele rosto peculiar que nunca perdia o aspecto travesso e, ao mesmo tempo, adorável, ou Hyukjae que se distraia por alguns segundos conforme Donghae vez ou outra inclinava um pouco a cabeça, expondo mais aquele belo pescoço quando corria os dedos pelo cabelo para ajeitá-lo – ele está sexy, ele é sexy, e muito lindo.

E era evidente que os dois não perderiam a chance de dizer isso um ao outro, é óbvio que não.

“Sabe...” Donghae começou após um breve silêncio, chamando a atenção de Hyukjae. “Eu não sabia que você usando maquiagem ficaria tão atraente.”

Hyukjae lhe mandou um sorriso irresistível.

“Você gostou, huh?” E Donghae assentiu, sorrindo de volta.

“Estou imaginando agora que você também deve ficar ainda mais bonito do que já é com lápis de olho.” Hyukjae comentou, piscando um olho enquanto terminava sua bebida.

Donghae teve o tempo apenas para dar uma risadinha baixa e tomar mais alguns goles do próprio copo antes de ouvir o anúncio da banda, que já se encontrava a postos, e o som de alguns vários aplausos vindos da plateia que se acumulava à frente do pequeno palco e de outros que, assim como os dois, se mantiveram sentados em suas mesas.

A música logo começara a soar, e Hyukjae e Donghae tinham sua atenção na banda, aproximando-se um do outro ocasionalmente para falar alguma coisa – Hyukjae apontando para o vocalista e lhe dizendo que ele era um conhecido seu, e Donghae comentando que ele cantava muito bem –, ambos balançando o corpo no ritmo e cantando as letras das músicas conhecidas que eram reapresentadas.

Fora, mais ou menos, na quinta música que Hyukjae se empolgou e se levantou.

“Eu adoro demais essa música, e não quero mais ficar sentado. Vamos até lá!”

Donghae piscou confuso por um instante até entender que Hyukjae se referia à plateia.

“Até lá? Está bastante cheio...”

Hyukjae fez um bico leve, dando-lhe um puxãozinho no pulso. “Ah, Donghae, vamoooos. Não vá ser indelicado com a sua companhia, anda.”

Donghae deu uma risada, cedendo e levantando-se da cadeira, e Hyukjae lhe sorriu antes de se posicionar atrás de si, empurrando-o gentilmente à sua frente com duas mãos suaves em sua cintura enquanto seguiam até a plateia. Eles conseguiram se encaixar entre algumas pessoas, um pouco distante do palco, o que não fora, no entanto, um grande problema. O som ali ecoava mais alto e penetrava mais forte, e foram instantes depois, no meio daquela pequena multidão que cantava e se agitava, que Donghae e Hyukjae se viram da mesma forma, ouvindo as próprias vozes exclamando as músicas e remexendo o corpo no ritmo das melodias, meio acalorados e super contagiados, não deixando de revezar o momento juntos com as trocas de olhares e sorrisinhos tortos, e danças e contatos mais próximos, interessantes.

Foram uns vinte minutos mais tarde, após terem deixado a multidão e pago mais uma bebida no bar, que eles conversaram melhor novamente, retornando até estarem apenas próximos da aglomeração de pessoas de novo, no momento em que uma música familiar e um pouco mais lenta começava a repercutir por todo o local.

Hyukjae parou ao seu lado, depositando a mão desocupada de copo em seu bolso de trás e dando um sorriso quando perguntou: “E aí, está gostando?”

Donghae acenou com a cabeça rapidamente. “Está sendo mais divertido do que eu pensava.”

“Ah, você subestimou a minha ideia?!” Ele fez uma carinha de chateado, arrancando uma risada de Donghae quando negou.

“Não, foi só mais do que eu estava esperando, entendeu~?”

Hyukjae sorriu mais uma vez, exageradamente convencido.

“Eu tive uma boa ideia, não tive? Eu sou um cara legal com boas ideias, não sou?!” Ele foi achegando-se enquanto questionava, e Donghae revirou os olhos, um sorriso divertido nos lábios.

“Deixa de ser besta.” Ele murmurou, e então, em um segundo, involuntariamente, Donghae se viu colocando sua mão livre na cintura de Hyukjae quando a dele havia saído do bolso, se arrastado e o puxado delicadamente para perto pela sua própria.

Ele fixou o olhar em si e Donghae o encarou de volta, e se Hyukjae tinha alguma coisa à mais para acrescentar, ele pareceu não achar mais necessário dizer. Eles ficaram em silêncio, e Donghae sentiu o peso do clima... gostosinho, e que lhe trazia uma sensação familiar por dentro. Ele o sentiu um pouquinho mais quando arriou o olhar direto à Hyukjae para a sua boca, intensificando quando ele fez o mesmo consigo, sentiu as batidas do coração vigorando de um instante para o outro. Eles tiveram esse momento durante mínimos segundos, mas que pareceram se arrastar, e talvez aquela música lenta ainda tocando como uma trilha sonora ao fundo e a vontadezinha contida de realizar o que eles sabiam que estava prestes a acontecer os impulsionaram a realmente fazê-lo quase que simultaneamente, e Donghae e Hyukjae sentiram-se esquentar por inteiro quando colaram as bocas uma na outra.

Eles circularam os braços um no outro enquanto beijavam-se devagar, sem intenção de apressar nada e tendo noção apenas de equilibrar a mão que de ambos ainda seguravam os copos meio cheios, aproveitando cada sensação que aquele beijo aguardado causava; arrastando os lábios um sobre o outro, os mais estreitos de Donghae comparados aos carnudinhos de Hyukjae, causando pequenos estalos que eles mal ouviam no ambiente barulhento, que, no entanto, parecia soar abafado e distante repentinamente, e o tempo devia estar um pouco distorcido, porque quando separaram-se eles sentiram que pareceu ter durado tanto, mas, da mesma forma, tão pouco.

Donghae entreabriu os olhos, vendo-o ali, a milímetros do seu rosto, observando Hyukjae abrir os seus próprios mais lentamente e um sorrisinho nascer em seus lábios, atraindo sua atenção e sentindo sua boca também se repuxar sem conter-se, e eles ficaram nessa durante breves segundos até o momento que sentiu Hyukjae o forçando gentilmente para trás consigo, sem desgrudar-se conforme lhe guiava e acompanhava seus passos até Donghae sentir algo sólido encontrando suas costas. Ele espiou rapidamente, constatando que era a parede, e voltou-se para Hyukjae novamente, a vontade de um novo beijo fazendo-o deixar seus rostos próximos, os narizes por pouco não se roçando, e seus dedos apertarem um pouco sua blusa sem nem notar. Não aconteceu imediatamente, entretanto, Hyukjae se preocupando em pegar o copo de sua mão para depositá-lo junto do dele em alguma mesa próxima, somente quando retornou à sua frente, deslizando as mãos nas laterais de seu corpo, e Donghae logo tinha as suas em Hyukjae mais uma vez também antes que se beijassem novamente, mais firme, mantendo o ritmo calmo, porém intenso. Eles encaixavam os lábios um no outro, chupando-os suavemente, incluindo as línguas dessa vez e suspiros que escapavam durante o ato, e por mais que o beijo não estivesse sendo tão forte e desesperado, eles sentiam-se quentes, com mais calor do que haviam sentido após quase meia hora no meio de uma plateia dançante, muito mais calor do que deveriam sentir assim em público, porém se importar com isso era o que eles menos faziam no momento. Estava delicioso, e eles estavam adorando, sentindo vontade de mais.

Foram instantes depois que Hyukjae puxou levemente seu lábio inferior com os dentes quando sentiu as mãos de Donghae descerem até sua bunda, e Donghae se distanciou do contato com um último beijinho arrastado quando as mãos de Hyukjae foram parar nas suas próprias nádegas, as apertando forte para completar.

Hyukjae deu um sorrisinho contra a boca de Donghae, que o retribuiu, e roçou os lábios no dele quando disse baixo, porém ainda audível: “Hmm, o seu beijo é ótimo.”

Donghae franziu os lábios para lhe dar mais um selinho. “O seu também é.”

“E essas suas mãos aí, huh...” Hyukjae o questionou com um olhar divertido, referindo-se as mãos sorrateiras em sua bunda quando as suas próprias se moveram para adentrar os bolsos de trás de Donghae.

Donghae deu um riso baixo, subindo as mãos para seus dedos se prenderem nos passantes do jeans de Hyukjae e puxá-lo para um pouquinho mais perto, impossivelmente mais perto.

“Quem é você pra falar disso, né?” Ele brincou, e Hyukjae apertou as mãos em si novamente, dando um sorriso largo antes de dar início à um novo beijo, dessa vez um pouco mais vigoroso, molhado, ainda mais gostoso. Eles passaram minutos dando amassos, Donghae se pegando com os braços sob os de Hyukjae novamente, mantendo-o grudado em si com as mãos em suas costas e sentindo dedos de Hyukjae em seu cabelo, acariciando-os de um jeito ótimo e que o deixava mais enérgico, e o corpo dele prensando-o contra a parede em certas áreas que o fez suspirar e hmmzar incontáveis vezes.

Hyukjae interrompeu novamente o beijo, os dois respirando pesado e com o coração batendo forte no peito dessa vez, e aproximou-se para perguntar-lhe ao pé do ouvido: “Você quer ir pra algum outro lugar?”

Donghae suspirou quando um arrepio leve correu sua pele. “Pra onde?”

“Hmmm, não sei... que tal... a minha casa?”

“Sua casa?”

“Uhum. Você pode conhecê-la.” Ele deu-lhe uma mordidinha na carne do lóbulo. “Eu posso te mostrar onde eu durmo...”

Donghae sentiu Hyukjae ir se afastando lentamente e puxando seu corpo junto (Hyukjae parecia gostar de fazer isso), e se deixou levar.

“Mas e – ngh” Donghae começou, mordendo o lábio quando Hyukjae pousou a boca em seu pescoço e deu um beijo leve, mas que conseguiu afetá-lo. “E a banda...?” Ele perguntou, sem realmente estar preocupado com isso, e sorriu quando Hyukjae o encarou sorrindo também, entendendo que ele não havia falado sério.

“A gente volta aqui outro dia.” Ele deslizou as mãos até uma segurar a de Donghae. “Vamos embora.”

Donghae apertou os dedos que se entrelaçaram com os seus, sentindo o coração afoito e a temperatura do corpo morna ainda assim, sem estarem agarrados e se pegando, e conforme ele acompanhou os passos rápidos de Hyukjae de volta até a entrada da casa noturna, parando à frente de um pequeno balcão de recepção para solicitar um táxi e reparando Hyukjae olhando-o com uma expressão contida e um sorrisinho que crescia, Donghae se sentiu ansioso e nervoso, com certeza mais para um lado positivo do que negativo pelo que ele tinha certeza do que iria acontecer na casa de Hyukjae.

●

Eles estavam no apartamento de Hyukjae vinte minutos mais tarde. O táxi não havia demorado para chegar, e depois de alguns instantes sexualmente tensos dentro do veículo e os dois se controlando para não acabarem começando uma nova sessão de pegação dentro do carro e evitando a inconveniência, e até algum comentário desagradável do motorista, que já havia lançado olhares à ambos pelo retrovisor quando não se reprimiam e mantinham-se perto demais, sussurrando na orelha ou alisando as pernas um do outro.

Agora na privacidade, entre as quatro paredes da casa de Hyukjae, ele mal havia trancado a porta quando Donghae aproveitou para se aproximar um pouquinho, escorregando uma mão sobre seu braço até chegar em sua mão, dando-lhe um aperto leve, e Hyukjae virou-se e o encarou com um sorrisinho nos lábios durante o tempo que levou até chegar perto o suficiente para capturar seus lábios mais uma vez naquela noite. Donghae o beijou de volta de imediato, agarrando-se à ele e acariciando sua nuca quando o segurou pelo pescoço, e Hyukjae passou os braços por suas costas ao fazê-lo caminhar junto de si até a sala.

Hyukjae cessou os passos com Donghae quando se encontraram ao lado do sofá da sala, e no momento que Donghae rompeu o beijo para se permitir sentir a pele do pescoço de Hyukjae contra sua boca, ouvindo-o suspirar suavemente enquanto dava alguns beijos molhados na conexão com o ombro, ele espiou a área com um dos olhos abertos, verificando que o sofá era na verdade um sofá-cama, grande e já aberto, aliás, com um lençol bagunçado e travesseiro marcado, como se Hyukjae houvesse dormido ali há poucas horas e nem se preocupado em organizar.

Donghae deu um último beijo seguido de uma mordidinha delicada na pele agora avermelhada de seu pescoço antes de sussurrar: "É aqui que você dorme?"

Hyukjae quem lhe estalou um beijo em seu pescoço agora. "Uhum."

“Não imaginava que você tinha dito aquilo porque dormia em outro lugar sem ser uma cama."

"Hmm, eu tenho uma cama no meu quarto... Mas prefiro mais dormir aqui."

Ele lhe deu beijos novamente, suaves, estalados e contínuos, deslizando e resvalando os lábios nos de Donghae, seus dedos tocando um pedacinho da pele de sua cintura e ameaçando levantar um pouco de sua blusa, causando uma cócega mínima, mas que o fez arrepiar.

“Tudo bem pra você?” Hyukjae perguntou em um sussurro entre os selinhos, seus olhos minimamente abertos quando Donghae os mirou.

“O que?” Ele questionou, ainda que sinceramente já fizesse ideia da resposta.

“Se nós dois...” Uma mordida leve no lábio superior de Donghae, suas mãos adentrando finalmente sob o tecido. “Usássemos um pouco o meu sofá-cama?”

Ele cessou os beijos por um instante, talvez aguardando uma investida que confirmasse, e Donghae lhe correspondeu com as próprias mãos invadindo sua roupa vagarosamente e um novo beijo, dando início a mais um amasso que prosseguiu quando ambos puseram-se sobre o sofá cama, arrastando-se até estarem afastados da beirada, e interromperam o contato forte e molhado somente minutos mais tarde quando sentiram-se quase sem ar, aproveitando a pausa para, enfim, arrancarem as blusas compridas um do outro, e não demorarem mais para também abrirem zíperes e botões de calças, até retirarem os sapatos juntos das meias que eles nem haviam se preocupado em deixar próximos à porta antes.

Eles estavam apenas de cueca, Hyukjae deitando Donghae sobre a superfície do sofá e fazendo o mesmo sobre ele, apoiando-se sobre seu corpo, os torsos se tocando e as intimidades encostando uma na outra, fazendo a temperatura parecer se elevar mais e mais. Donghae tinha os braços envolvendo os seus ombros, os dedos brincando com os cabelos de sua nuca enquanto se beijavam ardentemente, o sonzinho que produziam em suas gargantas e das bocas estalando soando alto no silencio do cômodo, entre os suspiros e pequenos gemidos que deixavam escapar, e Hyukjae tinha as mãos em sua cintura, seu abdômen, seu tórax, seu quadril, acariciando todo canto do tronco de Donghae antes de ser mais direto e deslizá-las até a barra de sua cueca, devagar, provocante, enfiando sorrateiramente o dedão de cada mão sob o pano escuro, ensaiando para descê-la mas não fazendo-o ainda, instigando, atiçando Donghae com aqueles dedos simplesmente parados em seu quadril, e ainda mais quando Hyukjae moveu-se sobre a ereção que crescia entre suas pernas, esfregando a sua própria contra a dele devagarzinho, ondulando o quadril de uma maneira ótima que causou aos dois gemidos baixinhos, já respirando pesado e apertando os olhos fechados enquanto ainda se beijavam e puxavam-se um contra o outro com mais vontade.

Em um piscar de olhos eles se encontravam, enfim, completamente nus, masturbando um ao outro com os olhares descarados e encobertos de prazer sendo compartilhados, Donghae apreciando a visão e o toque no corpo esguio e delicioso de Hyukjae tão quente próximo ao seu, e Hyukjae idem, aproveitando a sensação da mão em sua ereção e da sua própria fazendo Donghae morder o lábio e grunhir sob si, soltando seus próprios pequenos gemidos contra a pele de seu pescoço, onde beijava e marcava com um chupão. Eles se mantiveram assim por um tempinho antes que Hyukjae num certo momento se desvencilhasse rapidamente dos toques, “só um segundo”, ele disse, se inclinando na beirada do sofá para pegar alguma coisa que havia no chão: camisinhas e um tubo de lubrificante, Donghae reconheceu quando ele os mostrou em sua mão, um sorrisinho torto em seu rosto ao qual Donghae respondeu com um próprio.

“Você tinha isso aqui do lado do sofá já, assim?” Donghae perguntou com uma sobrancelha arqueada, e Hyukjae mordeu o lábio quando deu um risinho baixo, a camisinha em sua mão já desembalada e sendo posta em sua ereção enquanto o fitava diretamente, vendo que Donghae observava cada ação sua naquele momento.

“Comprei hoje à tarde.” Hyukjae respondeu, a voz baixa e grave e o sorrisinho ainda lá, se tocando brevemente quando deslizou a camisinha até o fim e pegando o tubo de lubrificante em seguida, abrindo-o e despejando um pouco do produto em alguns dedos enquanto falava: “Pensei que seria melhor ter tudo preparado, mesmo se você não viesse pra cá hoje à noite...”

Hyukjae se aproximou novamente, curvando-se sobre Donghae e conectando a boca na sua com beijinhos lentos, sugadas suaves e mordidinhas que Donghae reproduzia em seus lábios conforme Hyukjae achegava mais o corpo e se ajeitava entre suas pernas, que, automaticamente, se abriam aos poucos, acariciando uma de suas coxas com a mão limpa enquanto Donghae deslizava as mãos sobre seus braços em um carinho sutil.

“Hmm... ainda bem que eu vim, então.” Ele sussurrou desacanhado, fazendo Hyukjae sorrir.

“Ainda bem.”

Mais alguns beijos ligeiros, Hyukjae apertando suas coxas e Donghae suspirando quando sentiu um dedo viscoso se arrastando de seu genital para baixo, descendo até roçar lá.

“Eu ia ter perguntar antes se você se importaria de ser... o passivo.” Hyukjae murmurou com um sorriso na voz, movendo-se até estar com a boca encostada em sua bochecha. “Mas já que já estamos assim mesmo...” Ele, então, introduziu o primeiro dedo em Donghae, ouvindo-o fazer um som com a garganta e vendo-o fechar os olhos quando começou a movê-lo dentro de si em uma velocidade razoável. “Não tem problema, né?!”

Donghae negou com a cabeça, mordendo o lábio e sentindo a pequena sensação incômoda quando Hyukjae não demorou para penetrar um segundo dedo, indo e vindo com eles com cuidado ao passo que os espaçava e o alargava o mais breve que conseguia.

Donghae levou as mãos as costas de Hyukjae, apertando os dedos de leve na pele, movendo minimamente os quadris contra o pequeno estímulo antes de murmurar: “Seria divertido também eu ser o ativo, h-huh? Numa próxima...”

Hyukjae deu uma mordida suave na sua bochecha. “Numa próxima?” Ele provocou, voltando-se a boca de Donghae para lhe dar um novo selinho.

Donghae rolou os olhos, apesar de sorrir levemente. Hyukjae pôs um terceiro dedo dentro de si, e o seu sorriso vacilou, o desconforto mais uma vez presente, porém o prazer e a vontade de mais também já conseguindo sobrepô-la quando Hyukjae começou a penetrá-los um pouco mais rápido.

“Hmm, eu vou adorar transar com você de novo.” Ele disse, lhe beijando uma última vez antes de retirar os dedos de seu interior subitamente e se afastar mais uma vez, ouvindo um choramingo baixinho escapando da garganta de Donghae pela pausa no estímulo, pegando o lubrificante novamente e despejando mais um pouco do produto na mão, levando-a até sua ereção e espalhando o líquido com uma masturbação ligeira, e então Hyukjae se deitou no sofá, atrás de Donghae, encostando-se totalmente e fazendo-o sentir sua ereção direto em suas nádegas em uma posição de conchinha.

Donghae gemeu baixo, movendo-se contra Hyukjae, sentindo-o por uma mão atrás de seu joelho e erguer sua perna o suficiente para que pudesse se posicionar.

“Mas primeiro...” Hyukjae segurou o pênis, encostando-o na intimidade de Donghae e roçando a cabeça na área para provocá-lo, deixando escapar um gemido junto de Donghae, que não se inibiu ao gemer mais alto. “Quero ver o quão flexível você é.”

Donghae não teve o tempo para lhe perguntar o que aquilo significava, porque naquele momento Hyukjae o penetrou, indo com calma, porém direto até o fim, e Donghae gemeu alto mais uma vez, seguido de outros e mais outros pequenos gemidos e suspiros fortes quando Hyukjae deu início a estocadas contínuas, e antes que percebesse, Hyukjae havia movido a mão que segurava sua perna até atrás de sua canela, puxando-a em sua direção e forçando-a a se esticar o máximo que podia, deixando-a reta e próxima a cabeça de Donghae (graças à elasticidade de anos de dança), e assim ele compreendeu o que Hyukjae havia dito, se deparando na posição mais, uh, arreganhada que já havia ficado na vida em uma situação dessas, e que o deixou ligeiramente constrangido, mas incrivelmente com ainda mais tesão.

“A-ah, Hyukjae, o que você tá fazend-“

“Hm, você...” Hyukjae grunhiu em sua orelha, pondo um pouco mais de força nos quadris e penetrando forte, e Donghae tombou lentamente a cabeça para trás na dele quando soltou um gemido longo. “É ainda mais gostoso assim.”

Hyukjae continuou investindo ainda segurando sua perna por mais alguns instantes até liberá-la delicadamente, deixando Donghae apenas apoiar o pé no sofá, achando um pouco mais confortável e também ótimo o jeito que a mão de Hyukjae agora apertava sua coxa, sua boca revezando entre sugar e morder a pele de seu pescoço, além dos gemidos deliciosos que soavam direto ao pé de seu ouvido.

Hyukjae investiu fundo mais algumas vezes antes de indicar à Donghae que trocassem de posição, e em segundos Donghae se encontrava de quatro, Hyukjae atrás de si retornando à enfiar-se dentro de seu corpo e a penetrá-lo mais rápido, inclinado sobre suas costas e abraçando-o pela cintura conforme o mesmo pendia a cabeça para trás em êxtase, seus dedos apertando o lençol bagunçado com força, e os gemidos de ambos ecoavam em harmonia.

“Nghhn, Donghae” Hyukjae grunhiu. “Você assim, porra–“

Donghae gemeu alto quando Hyukjae lhe acertou no lugar certo pela incontável vez, e ajeitou os braços para se apoiar melhor quando os sentiu quase arriar.

“Espera só até eu met-ter em v-você– oh, vai~”

Donghae arquejou quando Hyukjae segurou sua ereção, masturbando-a incrivelmente rápido enquanto entrava e saia de si com agilidade, os resfôlegos e sons altos que os dois vocalizavam como os únicos que se ouviam (com sorte, apenas ali, não chegando ao ouvido de nenhum vizinho).

Hyukjae estava perto, ele avisou com a voz grave e sem fôlego, e Donghae assumiu as socadas em seu pênis quando lhe disse que também logo iria gozar. Hyukjae pôs as duas mãos em seu quadril e intensificou um pouco mais, fodendo-o com jeito e lhe dando um prazer sensacional além da auto masturbação, e Hyukjae devia estar apreciando tanto quanto ele pelos gemidos gostosos que liberava para os ares, ou contra a pele de suas costas ou sua orelha quando flexionava o corpo sobre o seu na maior parte do tempo, ou em sua boca quando Donghae virou o rosto em sua direção e os dois compartilharam um último beijo bagunçado durante segundos, até Hyukjae deter o contato para soltar gemidinhos altos quando atingiu o orgasmo, seus quadris sem mais ritmo e tanta velocidade enquanto ele sentia-se latejar e gozar na camisinha, e as pernas apoiadas no sofá tremelicando pelos espasmos correndo no corpo inteiro, e Donghae ouviu um próprio gemido alucinado ressoar pela sala quando também gozou pouco tempo depois, seus braços que o suportavam ligeiramente doloridos, agora acompanhando a fraqueza repentina que o orgasmo lhe deu o fazendo ceder, deitando o rosto no estofado com o resto do corpo ainda empinado e Hyukjae ainda dentro de si, penetrando minimamente para degustar as últimas sensações até parar por completo.

Hyukjae retirou-se de dentro de Donghae para remover a camisinha, amarrando a ponta e segurando-a por um momento até que recuperasse um pouco do fôlego antes de ir jogá-la fora, tombando deitado no sofá ao seu lado e lhe mandando um sorrisinho suave quando Donghae olhou na sua direção, respirando pesado da mesma forma quando retribuiu, virando-se para deitar para cima e remover a própria camisinha.

“Wow...”

Donghae concordou. “Wow.”

Hyukjae de um riso baixo, e, antes de mais nada, levantou-se, descendo do sofá e lhe esticando a mão, indicando que o entregasse a camisinha usada, seguindo até o banheiro para jogá-las fora, sentindo as pernas e o corpo ainda sensibilizados, e em segundos ele já havia retornado e se acomodando ao lado de Donghae novamente, tomando a liberdade de passar um braço sobre seu estômago e apertá-lo de leve em sua cintura.

Donghae lhe fitou com um sorriso. “É agora que a gente dorme agarradinho?”

Hyukjae deu levemente de ombros, refletindo o semblante. “Se você quiser.”

“Não estou tão cansado assim...” Donghae comentou baixinho, sua mão iniciando uma carícia no braço de Hyukjae.

“Nem eu.” Ele mordeu o lábio, aproximando aos pouquinhos o rosto do seu. “Mas a parte de ficar agarradinho...”

Donghae fechou os olhos no momento em que Hyukjae o beijou suavemente, de uma forma doce que eles ainda não haviam experimentado, e Donghae ouviu-se suspirar, tornando o corpo até estar frente à frente com Hyukjae, sua mão encontrando seu corpo, seus dedos deslizando pela pele de sua cintura até suas costas, e os dois se apertaram um pouquinho durante o ato, fitando um ao outro com os olhinhos e sorrisinhos preguiçosos no momento que o interromperam.

“Foi ótimo.” Hyukjae sussurrou contra sua boca, mordendo seu lábio superior delicadamente. Donghae sinceramente não soube o porquê da pequena sensação de vergonha que o atingiu por um instante, então ele tentou ignorá-la o mais rápido possível, concordando com a cabeça com um risinho escapando de seus lábios, afundando a rosto no pescoço de Hyukjae em seguida, sentindo o cheiro bom de perfume em sua pele morna.

“Tomara que eu não fique tão dolorido. Tem dança na segunda.” Ele murmurou, e Hyukjae soltou uma risada.

“Se você ficar, eu sinto muito.” Ele arrastou os dedos pela base da coluna de Donghae em uma carícia gostosa antes de completar: “Foi inevitável.”

Donghae riu baixo, sentindo uma nova frase na ponta da língua na hora propícia para chegar onde ultimamente andava querendo. E nos seus vinte segundos de coragem, repentinamente, Donghae inspirou fundo, hesitando pouco até dizer com a voz abafada contra o pescoço de Hyukjae:

“Se você fizesse uma massagem pra recompensar seu namorado...”

Donghae sentiu a mão nas suas costas parar. Hyukjae se afastou para olhá-lo melhor, e nesse mínimo meio tempo, Donghae se perguntou se havia sido má ideia ter dito isso de repente.

“Namorado?” Hyukjae soou divertido. Donghae deu um pequeno sorriso, porém desviou os olhos por um momento.

“Uhm, se você quiser...”

“Hmmm” Ele murmurou, alargando o sorriso conforme chegava perto de seu rosto mais uma vez. “acho que eu vou querer sim...”

Donghae sentiu o coração batendo mais intenso e um sorrisinho contente se formar em seu rosto enquanto se beijavam novamente, a boca de Hyukjae parecendo tão mais saborosa de repente, se aconchegando um grudado ao outro com carícias suaves e no limite, sem intenções de se excitarem novamente.

Eles deram um tempo nos beijos e levantaram-se do sofá quando Hyukjae lhe convidou para tomar banho junto com ele, lhe dizendo que emprestaria uma roupa confortável para Donghae dormir lá naquela noite (e também garantindo à Donghae que tentaria não seduzi-lo no chuveiro, “mesmo sabendo que você também me acha irresistível, né, baby?”).

●

Quatro meses depois.

Hyukjae e Donghae haviam acabado de voltar para trás do palco após terem apresentado o seu duo juntos, a sensação de satisfação e a pequena emoção que o som dos aplausos da plateia ainda ecoando ao longe e em seus ouvidos causavam em ambos, junto dos sorrisos contentes em seus rostos e as respirações pesadas pelo esforço.

Victoria passou pelos dois junto de Sungmin, lhes mandando um “parabéns, foi lindo!” rapidamente antes de seguir para o palco com seu par para o próxima coreografia que apresentariam também juntos, e ambos agradeceram antes de caminharem até o camarim, suas mãos se encontrando e os dedos entrelaçando no meio do trajeto.

“Hyuk-ah~” Donghae chamou, vendo-o sorrir quando abriu os braços na sua direção. “Me dê um abraço... nós fomos bem.”

“Nós fomos bem.” Hyukjae concordou, enrolando os braços em sua cintura, os dois se abraçando e tendo um momento só deles no meio de mais meia dúzia de outros dançarinos que ainda se preparavam para se apresentarem, ou aguardavam o fim do espetáculo agora como eles.

“Você estava ótimo...” Donghae murmurou, dando-lhe um selinho na bochecha, e Hyukjae sorriu.

“Ow, baby, você também estava.”

Donghae retribuiu o sorriso e os pequenos beijos que Hyukjae lhe deu nos lábios.

“Será que nós podemos escapar já pra irmos pra nossa comemoração?” Hyukjae brincou, arrancando-lhe uma risada.

“Você sabe que não. Vamos ter que esperar só mais um pouco... E aí vamos poder sair daqui e ir aproveitar o resto da noite.”

“Hmm, eu mal posso esperar...”

Hyukjae lhe deu uma nova sessão de beijos curtos e doces, e Donghae deixou-se suspirar levemente entre eles, fitando o rosto de Hyukjae e aquele semblante aparentando segundas intenções.

“E essa sua cara que me diz que você parece ter outros planos além dos que nós dois combinamos...”

Hyukjae mordeu o lábio quando sorriu, totalmente travesso, e Donghae balançou a cabeça.

“Você consegue me ler tão bem.”

“É fácil saber quando você está pensando em safadeza.”

Hyukjae riu, apertando um pouquinho mais os braços na sua cintura.

“Eu sei que agora você deve estar imaginando o que nós podemos fazer mais tarde, e tá ainda mais ansioso pra sair daqui...”

Donghae deu um sorriso, desviando o olhar, não achando necessário replicar nada, pois Hyukjae entenderia que sim, ok, ele estava, mesmo que não fosse dizê-lo em voz alta.

Vinte minutos mais tarde, o espetáculo havia chego ao fim, e os dois voltaram à frente do palco junto dos outros dançarinos da turma, de outras turmas e também de outros gêneros de dança que haviam sido performados para fazerem uma última aparição e receber os últimos aplausos da plateia, retribuindo à todos com uma reverência longa, e quando ergueram-se novamente, a extensa cortina do palco descendo ali à frente, Donghae encarou Hyukjae ao seu lado, compartilhando o sorrisinho bonito de um pequeno orgulho e de missão cumprida sempre que realizava as apresentações de dança que tanto gostava, até dali a algumas semanas voltarem à ativa novamente e começarem a ensaiar novas coreografias para o espetáculo do fim de ano.

Todos voltaram ao camarim mais uma vez após o término, e enquanto se trocavam e arrumavam seus pertences para irem embora, Donghae pôs os olhos em Hyukjae de novo casualmente, encontrando os dele nos seus, um sorriso meigo em seus lábios.

Eles se aprontaram em alguns minutos, e Hyukjae se aproximou dizendo com toda a franqueza e sem-vergonhice do mundo: “Vamos, quero logo ir jantar fora e irmos pra casa transar nos nossos quatro meses juntos.”

Donghae arregalou os olhos e escondeu o rosto atrás de suas mãos quando deu risada, apesar de sentir as bochechas ligeiramente mornas, e foi no encalço de Hyukjae quando ele o puxou pelo pulso para saírem dali após terem se despedido dos colegas e amigos (“aproveitem a noite!”, Victoria exclamou com um sorriso que não valia nada quando Donghae lhe disse que já estava de saída), e quando eles já estavam deixando o local onde ocorreram as apresentações, as mãos dadas e sorrisos leves enquanto seguiam caminho a pé para o restaurante onde pretendiam ir comer naquela noite tranquila, Donghae pensou consigo mesmo, não pela primeira vez, que nunca estivera tão de bem com a vida e com as pessoas que possuía nela, e que em Hyukjae, naquele rostinho lindo e corpo belo e prático de dança, nas provocações e também nas ocasionais melosidades que ele lhe dizia e fazia, na pessoa bacana que ele era acima de tudo, ele via um futuro muito mais que agradável, e sentia-se antecipando-o mais do que imaginaria antes.