Quando hakyeon acordou naquele dia, sabia que tinha algo errado consigo.
Sua garganta estava seca e “arranhando”, seu nariz, entupido e sentia uma moleza descomunal para quem acabar de acordar. Ele esfregou os olhos e se espreguiçou, fazendo uns exercícios vocais só para ter certeza de que havia algo diferente com sua garganta e ao ter a confirmação, suspirou irritado.
Então ele finalmente notou que seu noivo não estava na cama. Presumiu que ou Jaehwan caíra dela ou ele que dormiu demais. Olhou a hora e pelo visto, o mais novo que se adiantou naquele dia.
Ele decidiu levantar e fazer a higiene, para depois resolver seu princípio de gripe. Ao sair do quarto, sentiu um cheiro maravilhoso vindo da cozinha. Tinha algo errado ali. Jaehwan era péssimo na cozinha e só sujava tudo quando se punha a fazer algo, sobrando assim para Hakyeon cozinhar, então… como?
Decidiu ignorar todo seu desconforto e foi direto para o cômodo, sorrindo ao notar que o mais novo estava completamente empolgado com a tarefa e com a música recém-colocada, ele havia se soltado mais, cantando baixinho e fazendo alguns movimentos. Já que estava tudo bem, ele poderia voltar a suas tarefas. Resolveu não incomodá-lo naquele momento e saiu do cômodo sem que o outro percebesse.
Após fazer a higiene, sua garganta só piorou e para completar, sentia seu corpo quente, então ele deitou na cama e só se levantou quando Lee Jaehwan entrou no quarto com um bandeja e um sorriso enorme no rosto. Ah, Hakyeon amava tudo no seu noivo e cada dia sentia-se mais feliz por tê-lo escolhido como seu.
— Bom-dia, N hyung.
“N”, era o apelido que Cha Hakyeon havia ganhado no ensino médio e como Jung Taekwoon, seu amigo daquela época, fizera a mesma faculdade que ele, o apelido perdurou até o presente momento. Mas o Cha tinha que admitir que ouvir o Lee chamá-lo daquele jeito fazia seu coração derreter feito manteiga quente.
O mais novo sentou-se a seu lado e o moreno ficou satisfeito com o que viu na bandeja, todos os alimentos estavam devidamente preparados e com uma ótima aparência, entretanto, seu estômago acabou embrulhando e sua garganta incomodou-o ainda mais, então ele delicadamente explicou a situação e foi domado por culpa quando viu a expressão do amado esmorecer.
— Me perdoa Hwannie, você teve tanto trabalho fazendo esse café maravilhoso…
— Tudo bem hyung, você ‘tá mal, eu sei que comeria até o prato se estivesse bom de saúde.
Hakyeon espirrou três vezes e Jaehwan colocou a mão em seu pescoço, verificando que ele estava quente.
— Melhor você descansar, hyung. Deita ai, eu vou pegar um remédio… onde estão os remédios?
Hakyeon riu do jeitinho afobado que ele tanto adorava.
— Ai ai, minha criança, deixa que eu pego. — tosse.
— Não! eu dou um jeito, N-hyung.
Jaehwan deixou a bandeja no criado mudo e dirigiu-se para a cozinha, certo de que havia alguma parte onde Hakyeon guardava os medicamentos. Já o moreno, tossiu mais uma vez e fungou, além de sentir sua garganta mais dolorida, entretanto, a fome já estava começando a falar mais alto e mesmo que não estivesse muito afim de comer, ele precisava. Então pegou o suco e bebeu devagar, se contorcendo de incômodo ao final. Quando pegou uma colher dos ovos mexidos, o mais novo adentrou o quarto com um copo e uma cartelinha de analgésicos, abrindo um sorriso torto ao ver o moreno se esforçando para comer, mas logo fez uma careta, preocupado.
— Hyung, não devia se esforçar tanto, eu vou fazer um outro suco, mingau, sei lá.
— Não precisa se preocupar Hwannie, ‘tá meio complicado, mas eu consigo comer devagarzinho. Agora me dá esse remédio aqui que eu não aguento mais essa garganta e essa febre.
Hakyeon pegou os medicamentos e tomou-os, sorrindo ao entregar o copo vazio ao outro, enquanto esfregava o nariz irritado. Jaehwan fez um carinho no rosto alheio, deixando um selar em sua testa.
— Se você piorar hyung, eu te levo no médico.
— Tudo bem, mas eu vou ficar bom.
— Tá, vai dormir.
Hakyeon fez bico, fingindo indignação.
— Hwannie, quero um abraço.
Jaehwan riu, o Cha conseguia ser ainda mais infantil que ele quando queria. Mas ele atendeu ao pedido alheio, enlaçando delicadamente os braços pela cintura do mais velho. O moreno mordeu seu pescoço de brincadeira e logo os dois estavam fingindo lutar, as risadas cada vez mais altas ecoando pelo quarto.
Logo eles pararam e o Lee foi levar a louça para colocar pra lavar e Hakyeon decidiu se cobrir e dormir mais um pouco. Como Jaehwan não sabia ao certo o que fazer, ligou para Taekwoon, o melhor amigo do noivo e também um grande entendedor de doenças, já que sua esposa sempre adoecia fácil.
— Taekwoon-hyung?
— Olá Jaehwannie. O que você manda?
— O N-hyung ‘tá resfriado… e a garganta dele ‘tá ruim, o que eu dou pra ele comer?
— Primeiramente, dá um analgésico pra ele. — o mais novo respondeu já ter feito isso — ótimo, agora é só dar bastante líquido em temperatura ambiente e comidas de fácil mastigação, mornas. Faz uma sopa de legumes, eu vou te dar a receita.
Eles ficaram um bom tempo para que o Jung explicasse a receita toda certinha, não queriam correr o risco do Lee errar o preparo e acabar piorando o estado do moreno. Mas finalmente tudo saiu como planejado e eles enfim terminaram as explicações. Jaehwan desligou o telefone bem satisfeito, confiante de que faria algo bem delicioso.
Jaehwan voltou para o quarto, já com a sopa devidamente pronta e esfriada e ficou meio triste de ter que acordar seu amado, mas ele precisava comer mais, afinal, já passava da uma da tarde quando ele finalmente terminou o almoço de ambos. Como o moreno estava dormindo, ele resolveu comer primeiro, até porque precisava esperar a sopa esfriar.
Deixou o prato em cima do criado mudo e ajoelhou-se ao lado do mais velho, chamando-o:
— N-hyung, N-hyung… Eneee-hyuuuung — ele cantarolou infantilmente, conseguindo fazê-lo abrir os olhos.
— Hwannie? Que horas são?
— Uma e trinta e cinco da tarde, hyung.
— Meu Deus como eu dormi… e ainda me sinto meio mole.
— Mas e a sua garganta?
— Ainda arranha um pouquinho, mas estou até que não estou tão ruim. — Hakyeon entrelaçou os dedos, tranquilizando-o. — Que cheirinho bom, o que temos aqui?
— Sopa de legumes, peguei a receita com o Taekwoon-hyung. Experimenta, N-hyung!
E assim ele fez, constrangido com a expressão de criança ansiosa que adornava a face alheia. Não que fosse uma situação incomum, afinal, Jaehwan mais parecia ter seis anos de idade que vinte e seis, mas ele amava, aliás, ele amava tudo que fazia parte outro e isso o deixava ainda mais feliz.
A sopa de fato estava muito gostosa e como a garganta havia amenizado, ele pôde aproveitar melhor o sabor dela, elogiando-o a cada colherada, fazendo o sorriso do Lee aumentar e seu ego também.
— Que bom que você gostou, hyung. Olha, além de um vocalista fofo, ainda sou um ótimo cozinheiro, já pode casar comigo.
— Pode ter certeza de que eu vou sim. — ele apertou-lhe as bochechas e Jaehwan mordeu seus dedos sem força.
— Eu vou levar a louça, um minutinho.
Porém ele foi impedido de sair pelo moreno, que agarrou-lhe a manga do casaco na altura do pulso, como uma criança tímida.
— Jaehwannie… dorme comigo, estou com frio.
Jaehwan lambeu os lábios, pensativo.
— Eu volto logo, sim? deixa só eu deixar a louça na pia e te trazer mais um remédio, depois a gente dorme.
Não demorou muito para que o mais novo voltasse e se aconchegasse no abraço do mais velho, mesmo sabendo que corria o risco de se resfriar também, mas nenhum dos dois ligava. Jaehwan porque era avoado mesmo e Hakyeon porque mesmo preocupado que ele ficasse doente, adoraria ter um motivo para ficar cuidando do noivo, ele gostava deste tipo de situação, onde podia dedicar-se ao bem de outra pessoa, ainda mais sendo a pessoa com quem dividiria o resto da vida.
— Seu corpo é tão quentinho, Hwannie. — Hakyeon suspirou manhoso enquanto se aninhava ainda mais no mais novo.
— Você também está quente hyung… embora eu ache que seja por causa do resfriado, aquele remédio não funcionou muito bem.
— Por isso você me deu outro. — não era uma pergunta.
— Sim, agora vai dormir hyung.
—Yah! eu só vou mesmo porque ainda estou com sono. Espero acordar melhor.
— Eu também espero, N-hyung. Bons sonhos.
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