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História Dusk Till Dawn - L3ddy - Library


Escrita por: ladyarrozdoce31

Capítulo 5 - Library




"Eu realmente não preciso olhar muito longe, eu não quero ter que ir aonde você não me acompanhe. Eu não quero segurar de novo esta paixão aqui dentro, não posso fugir de mim mesma. Não há onde me esconder... "

Na cozinha Felipe e Vera conversavam animados com Rafael, o esposo do rei criou uma simpatia imediata pela mulher e até mesmo se ofereceu para ajudá-la nos preparativos do almoço. Rafael aproveitava para tomar um café com os biscoitos mágicos feitos por ela, enquanto aguardava a chegada de Olioti. O rei de Nesfetew tinha muito apreço pelo cavaleiro, costumavam brincar pelos arredores do castelo quando crianças junto com Lucas, se designavam como os três mosqueteiros. 

Assim que Olioti chegou na cozinha ficou contente ao rever o amigo, pelo menos uma coisa boa havia acontecido em meio a todo aquele caos em que sua vida se encontrava. Tudo fluía muito bem, Felipe se sentia a vontade na presença deles, Olioti simpatizou com o esposo do amigo e chegou a sentir uma pontinha de inveja, eles eram livres para viver o amor deles em paz. Não seriam condenados a morte e o máximo de incômodo que teriam era o das pessoas que ainda tinham extrema dificuldade em aceitar aquele relacionamento julgado como pecaminoso, porém ambos se acostumaram a lidar com tudo isso. O cavaleiro não evitou de imaginar como seria se fosse ele e Lucas vivendo do mesmo modo, faria de seu rei um homem tão feliz se ele permitisse, tudo bem que não tinha muito o que lhe oferecer, mas Lucas tinha um coração humilde e não dava importância ao luxo, o príncipe sempre foi o tipo de pessoa que dá valor aos sentimentos, ao invés das riquezas e bens materiais que o indivíduo poderia possuir. Essa era uma das qualidades que Olioti mais amava no seu ruivo.

As outras funcionárias se juntaram a conversa e era bom ver que a arrogância da rainha não tinha afetado os demais serviçais, que de fato eram boas pessoas e sequer se incomodavam tanto ao verem os carinhos sutis trocados entre os reis, apenas estranhavam, sim, pois não estavam acostumadas a isso em seu cotidiano, mas essa reação era perfeitamente natural. 

Como nem tudo são flores, o clima passou de agradável para indigesto quando a princesa chegou acompanhada da sua dama de companhia. Ela tinha ido verificar se seu almoço estava sendo preparado do jeito que havia ordenado, pois estava em uma dieta especial para o casamento 

— Na minha opinião, não precisa de tantos cuidados. É linda e esbelta por graça da natureza, alteza. — a dama bajulou com sinceridade.

— Todo cuidado é pouco, Sandy. Tenho que me esforçar para continuar linda aos olhos do meu noivo. Sabe, ele está começando a me enxergar com outros olhos. Até mesmo beijou-me essa manhã... — confessou com os olhos brilhantes — Sinto que não irá demorar muito para que ele se apaixone por mim.

— Creio que não, alteza. — confirmou, com a mesma animação que ela.

Após se retirarem, fez-se silêncio. Olioti pediu licença e saiu um tanto abalado pelo que escutou. Rafael fez menção de ir atrás do amigo, mas Vera o impediu com o argumento de que o filho precisava ficar um pouco sozinho. Rafael concordou e também saiu de lá, deixando seu marido aos cuidados de Vera, pois precisava achar o primo. Vera via nele uma esperança de que as coisas pudessem melhorar um pouco, seu coração de mãe só desejava que seu filho único não sofresse tanto como estava sofrendo. Ela bem sabia do amor que seu menino nutria pelo príncipe desde a infância e não era contra, apesar de saber que isso poderia lhe causar problemas em um futuro não muito distante.

E a única opção que tinha era rezar para que tudo se resolvesse da melhor maneira possível.

|...¶¶¶...|

— Repita, porque eu acho que meio raciocínio está trabalhando em uma lentidão absurda. — Rafael pediu, completamente surpreso e sem conseguir segurar um sorriso que representava descrença e felicidade ao mesmo tempo.

Após a cena da princesa na cozinha, não tardou em alcançar o primo no corredor onde  se localizava a sala de reuniões do rei. Lucas havia acabado de sair dali com Otto e Rafael não se importou nenhum pouco em puxa-lo com ele para um lugar mais reservado, assim causando um olhar de estranhamento de seu tio, que deu de ombros e caminhou pela direção oposta ao que eles iam. Quando chegaram na biblioteca, Rafael tratou de colocar o primo contra a parede e perguntar o que andava acontecendo entre ele e Olioti. Deixou de lado as boas maneiras e ignorou o fato de que deveria ao menos dar um abraço saudoso no herdeiro, afinal tinha passado anos sem vê-lo e o mínimo que poderia fazer era lhe acolher do modo tradicional, porém, Lucas percebeu que Rafael não estava interessado em ter que seguir o protocolo, apenas queria ouvir de sua boca fatos que preferia ignorar e sequer ousava em dizer em voz alta, mas era o mesmo que nada, aquilo o perseguia a todo o momento. Foi exatamente por isso que Lucas desabafou, no fundo agradecia aos céus por ter colocado alguém sensato em seu caminho no momento crítico de sua vida em que se encontrava em uma bagunça interna.

— Que parte não entendeu? A parte em que ele me beijou ou no resto da frase em que eu revelo que ele se confessou para mim? — falou com um leve tom de impaciência, isso claramente foi ignorado por Rafael.

— Primo, me perdoe, mas eu não imaginava que um dia essa relação de vocês dois evoluísse para algo além de uma simples amizade. Nós éramos apenas crianças na época em que eu vinha com certa frequência visitá-los com meus pais, nem por isso eu deixei de reparar na forma protetora e cuidadosa que Olioti lhe tratava. Ainda acrescento as cenas de ciúmes que presenciei de você com ele, sempre por bobagens e futilidades. — Lucas se encolheu desviando o olhar. Ele também pensava nisso nos últimos dias, recordava a época da infância e do modo como ele e o melhor amigo agiam um com o outro. Ele sabia que era especial, mais do que isso, era única a conexão que ambos tinham um com o outro.

— Amizades tem dessas coisas, Rafa. Quem nunca sentiu ciúmes de um amigo ao vê-lo dar mais atenção a outros amigos do que com você? — tentou justificar, Rafael revirou os olhos.

— Esse argumento não vai me convencer. Eu tenho certeza absoluta de que sempre houve um laço muito forte entre vocês, arrisco a dizer que já era amor antes mesmo de ser.

— Foi exatamente isso que ele disse após o nosso beijo. — murmurou para si mesmo, mas Rafael escutou e voltou a sorrir. 

— Então, meu amigo. Está mais do que óbvio que você compartilha desse mesmo sentimento, basta ver o brilho em seus olhos que surge ao tocar neste assunto. — Lucas negou algumas vezes com a cabeça. 

Sempre que argumentos como esse surgiam em questão, o herdeiro tratava de empurra-las para longe. Era sua parte racional agindo novamente, mesmo que o coração gritasse alto o bastante e ordenasse que ele se jogasse de uma vez nos braços do cavaleiro. Rafael o conhecia, sabia que ele agiria pelo justo e pelo certo, no entanto, o que era certo, afinal? Viver infeliz o resto da vida? Contudo, aproximou-se e segurou as mãos do príncipe com as suas olhando em seus olhos.

— Lucas...

— As coisas não são tão simples.  — interrompeu, imaginando o que ele diria — Você sabe que estou noivo, irei me casar e pouco tempo depois da cerimônia serei coroado o novo rei. Tenho responsabilidades e muitos deveres a cumprir com meu povo.

— Tudo bem, provavelmente essa é a sua parte racional agindo, agora quero saber sobre os seus sentimentos. Me diga primo, o que o seu coração está sentindo? Porque, para mim, é isso o que mais importa no momento. 

— Quer mesmo saber a verdade? — indagou hesitante.

— É para isso que eu estou aqui. — respondeu brando. Lucas umedeceu os lábios e suspirou.

— Sinto falta dele, a cada dia que passa me vejo mais distante. Eu não sei mais o que nós somos, se ainda somos algo, ou se um dia iremos ser... Estou sendo castigado pouco a pouco com o seu silêncio, mesmo que a decisão de se afastar e ordenar para que ele se mantivesse longe tenha partido de mim. 

— Se lembra do pedido que ele lhe fez para que você o enxergasse? Pois agora sou em quem digo, abra os seus olhos e enxergue a si mesmo. Esse coração está machucado sim, porque ele quer amar e receber amor, mas você não está deixando. A vida é uma só, Lucas, você prefere viver o resto dela se lamentando por ter perdido a chance de correr atrás do que lhe apetece ou se entregar de vez a esse sentimento que jamais irá lhe abandonar? Nosso avô costumava dizer que quando se ama verdadeiramente e esse amor não é correspondido, anos irão se passar, porém ele nunca irá sair daí. Mesmo que você se case, tenha muitos filhos e que seus filhos tenham filhos, ainda assim, vai continuar amando o Lucas.

— Ele não merece, Rafa. Não merece sofrer por minha causa. Eu estou uma completa bagunça e prefiro que ele não esteja envolvido nela. Tudo está bom do jeito que está... — disse categórico, soltando as mãos e dando as costas apenas para apoiar as mãos sobre a mesa.

— Essa é a sua palavra final?

— Sim. Essa é a minha palavra final. — afirmou, hesitante. Rafael ia abrir a boca para começar mais um discurso, porém a visão de um Olioti hesitante parado em frente a porta o calou e acabou por mudar de ideia no último minuto. 

— Uma pena que nada acontece pela nossa vontade. Depois me diga se isso der certo para você. — falou despreocupado, já se preparando para sair. 

Lucas arqueou a sombrancelha, esperava que Rafael usasse de mais alguns mil argumentos para convencê-lo a não desistir, mas tudo que ele fez foi respeitar sua decisão ... 

Havia algo de errado.

— O que quer dizer com isso? — virou-se vendo Rafael sair. E só então viu a pessoa que menos esperava ver ali.

— Que eu não vou mais permitir que fuja de mim, Lucas.

Maldita hora em que deixou a porta aberta...

— Você...

— Nós precisamos conversar.

|...¶¶¶...|

— Então o rei de Nesfetew se casou com um pebleu? Ainda por cima um homem? Me embrulha o estômago ao imaginar os dois juntos numa mesma cama. — Marta dizia, despreocupada com o fato de que Felipe estava sentado em sua frente a mesa. O rapaz se constrangeu e pedia aos céus que Rafael chegasse logo, se saísse de repente não ficaria bem, por isso aguentou calado os insultos passivos e as feições desgostosas das três mulheres presentes.

Por sorte Rafael chegou a tempo de ouvir o que a futura sogra de seu primo dizia e rosnou baixo. Ninguém ofendia o seu marido e ficava por isso mesmo.

— Então não imagine alteza, ou então ficarei com ciúmes do meu rei. Posso garantir que Felipe na cama dá de dez em qualquer mulher de todos os cinco reinos, sejam essas da realeza ou do povo. 

A rainha e a filha engasgaram-se brevemente, não esperavam que Rafael fosse aparecer justo naquela hora. Carmem não se importou tanto, já estava mais do que habituada a trocar farpas com o sobrinho e não era como se Rafael se importasse com isso também.

— Querido... — Felipe pronunciou em tom aliviado e feliz pelo marido estar ao seu lado para lhe dar o devido suporte. 

— Lindo como sempre, meu doce.  — Rafael disse após deixar um beijo casto nos lábios de seu rei, este que corou com os olhares repreensivos lançados para si — Me digam, o que falavam antes de eu chegar?

— N-nós estávamos conversando com o Felipe, queríamos saber um pouco mais sobre o marido do meu novo primo. — Marcela respondeu, após tomar um gole de vinho, engolindo a seco o olhar nada agradável do primo de seu noivo.

— Primo? Me desculpe alteza, mas não me lembro de ter qualquer parentesco com a senhorita. — a princesa engasgou.

— Bem... é que ... Como vou me casar com Lucas em breve e ele é seu primo eu pensei que ...

— Pensou errado.— falou rude —Só dou tal liberdade a aqueles que eu considero nobres de obterem tamanha intimidade comigo, o que, a propósito, não é o seu caso. Deixe que eu lhe dê um aviso Marcela, poupe suas palavras para me bajular, eu não precisei de muito para observar que é uma cobra criada da pior espécie. Não precisa engolir a seco esse seu preconceito em relação a mim e a meu marido, poderia muito bem ter se retirado e evitado estar no mesmo local que nós, lhe garanto que seria muito menos inconveniente do que vê-la assumir esse papel patético de futura rainha liberal. 

Houve um breve silêncio, apenas a respiração pesada de Marta poderia ser ouvida. 

— Mas que absurdo. Com que direito acha que pode insultar minha filha deste modo, seu pecador imundo? — Mara indagou, com o rosto vermelho pela raiva, batendo as suas mãos na mesa.

— Acalme-se Marta. Rafael certamente, está completamente fora de si. Imagino que tenha fortes razões para que se comporte dessa maneira deselegante e mal educada com vossa soberania. — Carmem tentou abrandar a situação. Rafael continuou com a mesma pose e sua raiva aumentou, principalmente pelo olhar de nojo lançado ao seu marido e tendo a última frase sendo direcionada a ele.

— Se a senhora está se referindo ao meu marido, sugiro que se cale e não ouse insulta-lo na minha frente. Garanto que ele é a pessoa mais honrada e digna desse cargo do que vocês três, que juntas são piores do que o próprio satanás queimando em brasas. — aumentou a voz — Vera, se não for atrapalhar o seu serviço, peço que leve a nossa refeição aos nossos aposentos. — Vera, que observava a tudo tentando prender o riso, assentiu — Se eu ficar mais um minuto aqui é capaz de eu me intoxicar com a quantidade absurda de veneno que essas três criaturas exalam só por estarem respirando.

Levantou de abrupto dando a mão ao marido e saindo com ele. 

— Eu peço desculpas, sobrinho. — Otto pediu, tinha escutado a última parte da discussão enquanto chegava. Rafael apenas fez um sinal para que ele não se preocupasse, pois acreditava na lei do retorno e mais cedo ou mais tarde elas pagariam o preço.

|...¶¶¶...|

— O que está fazendo aqui? Não deveria escutar a conversa dos outros atrás da porta. — questionou em tom de desespero e se apressou em fechar a porta. 

Questionou internamente se por ventura alguém teria passado e ouvido a conversa que teve com o primo instantes antes de Olioti entrar. 

E para garantir, era melhor que a porta estivesse fechada dessa vez, mesmo que não tivesse intenção alguma de prolongar aquela conversa.

Não mesmo.

— Se acha que me tratando com acidez me fará ir embora lamento dizer que está muito enganado. — Olioti deixou claro, ao mesmo tempo que se aproximava do amigo. A respiração de Lucas começou a se afetar com isso, mas seria forte. Ele era forte.

— Se você não vai eu mesmo faço questão de me retirar. — recuou alguns passos, mas não longe o bastante para que conseguisse impedir que Olioti o segurasse pelo braço e assim, puxasse seu corpo junto ao dele.

— Lucas, por favor. Não faça isso, eu imploro. — sussurrou, hipnotizado por aqueles olhos esverdeados.

— Eu não estou fazendo nada, Sir.

— É justamente isso que está me afetando. Sua ausência me machuca e pela primeira vez eu me culpo por lhe amar... — Lucas sentiu seu coração doer e engoliu seco — Eu preferia como era antes, nós dois apenas como amigos e eu guardando esse segredo comigo, mas eu não consigo mais. É difícil olhar para você e não me lembrar do gosto do seu beijo, da forma como amoleceu em meus braços, do quanto esperei para que o nosso beijo acontecesse e acabou se tornando melhor que nos meus sonhos.

— Não se iluda. Aquilo jamais irá se repetir. Era errado. Está tudo errado, oras! Nós somos homens. Eu irei me casar. Serei o seu rei! 

— Eu não me importo. — declarou.

— Por tudo o que é mais sagrado, pare de agir pelas suas próprias razões. Há muito mais em jogo do que isso. — tentou convencê-lo, mas o moreno era teimoso demais para isso 

— Eu não estou pedindo para que não se case.

— Pois então, o que sugere? Que eu me case e o encontre as escondidas? Isso não é certo... — Lucas se chocou com aquela possibilidade. Jamais o trataria como um amante, um desclassificado e desonrado. Olioti merecia muito mais do que isso. Merecia o reino.

— Não cabe somente a você julgar se isso é o correto ou não, nas circunstâncias em que nos encontramos provavelmente seria a solução mais viável.

— Está brincando comigo. — riu em descrença. 

Olioti o amava a esse ponto? 

— E se eu quiser ser amante do rei? — aumentou o tom de voz, fazendo Lucas se assustar e arregalar os olhos com tal ousadia, fosse pelo fato de ter declarado que não se importava em se encontrar com ele escondido ou pelo o fato de ter gritado sem vergonha alguma — Eu te amo, príncipe. Me incomoda tanto lhe ver se poupando e se esgueirando sem ao menos pensar no lado bom disso tudo. Eu tenho tanto amor para lhe oferecer... Eu sei sobre o que aconteceu mais cedo, a princesa fez questão de espalhar a todos que havia finalmente beijado sua alma gêmea. — Lucas lamentou se perguntando qual era o problema de Marcela e qual motivo levou a princesa a revelar sobre o beijo — E agora eu lhe pergunto, foi melhor do que o meu? Eu duvido muito que tenha sido. — provocou mordendo o lábio e passando a olhar para os lábios do príncipe.

— Urso...

— Apenas deixe que eu lhe mostre...

E sem pensar duas vezes, Olioti o beijou ao mesmo tempo em que lhe trazia para mais perto pelos quadris. Lucas inicialmente tentou não reagir. 

Seria forte.

Mas Olioti era a própria tentação em pessoa e falhou miseravelmente em sua tarefa, permitindo assim a passagem da língua desesperada e macia em sua boca. Transpirou, desistindo de resistir e se entregou a troca de ósculo.

A diferença do beijo do cavaleiro para o beijo de sua noiva era surreal. Todas aquelas sensações o abraçaram novamente e por um instante desejou que fosse assim pelo resto de sua vida. E como tudo que era bom durava pouco, o mesmo não poderia deixar de acontecer com o bendito ar que começou a lhes faltar.

Olioti se afastou examinando as feições de um Lucas completamente atordoado, com os lábios irresistívelmente mais rosados, entreabertos, o olhar um tanto perdido e faiscando em satisfação, mas com o raciocínio um pouco embaralhado por ter feito justamente aquilo que jurou não mais fazer.

O moreno ajoelhou-se em sua frente e Lucas ficou confuso. Seria um pedido de perdão?

O fato é que Olioti havia se ajoelhado sim, mas sua intenção não era rezar.

E o príncipe não demoraria muito a descobrir isso.

— Coloque suas mãos sobre meus ombros.

— C-como...?

— Assim príncipe. — mostrou guiando as mãos macias e quentes, em seguida colocando uma em cada ombro — Se quiser que eu pare apenas solte, tudo bem?

Lucas assentiu temeroso, não tinha a mínima noção do que o moreno pretendia fazer.

Engoliu seco ao ver suas mãos desprendendo os botões de sua calça lentamente, como se ainda tivesse receio de ser impedido. Entretanto, a curiosidade do herdeiro falou mais alto e quis saber até onde o outro iria.

Lucas comprimiu os lábios ao ter sua calça deslizando sobre as suas pernas. Estava envergonhado e ansioso. Olioti beijou algumas vezes o volume por baixo dos panos, ao mesmo tempo em que sentiu seus ombros serem timidamente apertados.

Ponto para ele.

Os pêlos das pernas de Lucas se arrepiaram ao que sua roupa de baixo descobriu seu membro. Olioti deslizou sua língua pela fenda, e ao escutar um gemido tímido, semelhante ao de um filhote de gatinho, estremeceu brincando com a sua língua naquela região. O membro do príncipe enrijeceu mais ao toque e aquele era o sinal claro que precisava para abocanha-lo de uma vez, sem que corresse o risco de ser interrompido pelo amado.

O corpo do herdeiro arrepiou-se ao ser sugado de uma vez pelos lábios carnudos, ele e Olioti gemeram ao mesmo tempo como se fosse uma reação ensaiada. Passou a chupa-lo, retirando a extensão quase toda de sua boca apenas para voltar a engolir até onde conseguisse. O herdeiro intensificou o aperto em seus ombros e fechou os olhos com força, passando a gemer baixinho repetidas vezes o nome do cavaleiro. Olioti amava ser chamado pelo apelido carinhoso, mas ouvir Lucas em estado de êxtase repetindo seu nome como um mantra daquele modo manhoso e necessitado, era tentador demais para sua pobre sanidade.

Lucas não conseguia pensar, sua mente estava nublada e focada em pedir por mais daquilo que Olioti estava lhe dando. A cabeça pendida para tras, a mesa de madeira dando suporte ao seu corpo quase amolecido, os quadris servindo de apoio para que o melhor amigo pudesse apoiar suas mãos auxiliando em seus movimentos... Céus! A boca do moreno era uma total perdição. Indescritível. Incrívelmente maravilhosa.

Percebendo que o melhor amigo não duraria muito, sendo ele virgem e puro em todos sentidos, com exceção do beijo, Olioti lambeu demoradamente a glande molhada e sugou uma última vez.

— Lu...

Não houve tempo de avisar. O moreno tinha a sua boca cheia pelo líquido esbranquiçado e não achava ruim, fez questão de engolir tudo e ainda limpar os resquícios do mesmo com a língua em seu membro. Levantou-se com a bela visão do príncipe se recuperando do seu primeiro orgasmo, respirava pesado e aos poucos recobrava a sua consciência se lembrando quem era e do porquê estar ali.

Tão lindo.

Lucas estava maravilhoso.

— Antes que me expulse eu sairei, mas quero que saiba que não me arrependo de nada do que fiz, alteza. Se quiser sabe onde me encontrar, mas se não vier até mim terei a certeza do quão covarde é por renegar o que sente. E do fundo do meu coração, eu espero que não se arrependa.

Olioti lhe deu as costas e saiu sem saber o que pensar. Não acreditava que havia tocado o amado daquela forma tão íntima, mas as chances de Lucas nega-lo outra vez eram maiores e isso ainda martelava em sua cabeça. No fundo queria que suas preces fossem atendidas e que Lucas o amasse de volta.

Enquanto isso, na biblioteca, Lucas vestiu-se novamente e se sentou cobrindo o rosto com as mãos mal notando as palmas se tornando molhadas devido as lágrimas que escorriam de seus olhos.

Por fim, concordava com Olioti e esperava que não se arrependesse de suas decisões.

"Não me faça fechar mais uma porta, eu não quero mais esse sofrimento. Fique em meus braços se você tem coragem, ou eu devo imaginar você aí? Não fuja para longe de mim.

Eu não tenho nada se eu não tenho você."


Notas Finais


Os trechos em negrito são da música I have nothing, da diva Whitney Houston.

💙


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