História E a Lua no Céu Sempre Brilhará - Mistério de rapaz

--Será que morreu Lira?-pergunta Elmo desesperado.
--Acho que não irmão, ele desmaiou com certeza!
Decidiram então levar o rapaz para casa, lá os pais dos irmãos saberiam o que fazer. Chegando em casa, cansados com o homem nos braços o despencaram no meio do chão.
--O que é isso?-pergunta a mãe.
--Estava se afogando, nós o salvamos-respondeu Elmo cansado.
--Ele está desacordado, isso pode não ser bom. Mulher faça um chá, já está ficando frio.
Os três conversavam sobre aquele rapaz e de quanto aquelas regiões andavam mais perigosas, enquanto Lira imaginava os motivos sobre ele. Imaginava porque razões estava no rio, sozinho e sem nada, olhava e adimirava seu respirar calmo e molhado, os cabelos morenos e longos até os ombros, a barba crescida já de alguns dias, suas roupas não muito comuns por ali. Depois de muita conversa e chá colocaram o rapaz no que chamavam de sofá e foram todos se deitar em suas camas para dormir.
No meio da noite, quando toda a vila estava descansando e apenas corujas piavam no clarão da noite limpa e vazia, Lira é acordada pelo som de uma porta batendo. Levanta num pulo, olha para o lado e não vê Elmo dormindo, sai correndo para a sala e também não encontra o novo hóspede da casa. Algo estava acontecendo. A menina foi até a porta dos fundos de sua casa e de lá vê do lado de fora dois homens carregando o jovem recém-chegado para uma carroça toda preta e brilhante, aparentemente muito nova. Lira se aproxima com sua faca de estimação, um punhal que ali em Verdana só lhe era útil em sua horta. Quando, de repente, alguém a segura pelos ombros. Preparada para atacar, se vira e vê uma longa espada embainhada e dois olhos brilhantes e azuis, um olhar sereno e preocupado.
--Elmo!- tenta dizer o mais baixo possível.
--Calma Lira,-sussurra- vamos atacá-los por trás enquanto colocam o afogado na carroça, eu vou pela direita e você pelo outro lado.
Lira balança a cabeça afirmando. Silenciosamente vão se aproximando, cada um em sua posição, mas bem no momento em que vão agarrar suas presas Elmo tropeça em um galho e rola pelo chão. Os homens se assustam mas rapidamente se viram, o que estava na frente de Lira a pega pelos braços imobilizando-a. Elmo se levanta e tenta atacar com sua espada mas o outro homem se esquiva, se abaixa e o prende por trás com algumas correntes. Por fim, estavam os três, Elmo, Lira e o rapaz ainda desacordado, amarrados pelas costas no fundo da carroça. Esta não parecia mais tão limpa e bonita, por dentro parecia que nunca fora limpa e ainda possuia a carência de um bom cheiro.
Iam em silêncio. Lira se perguntava para onde os levariam e por que aqueles homens os estavam sequestrando- Bem, na verdade queriam levar apenas ele, não nós!- pensava inquieta. Elmo estava preocupado com os pais, logo acordariam e não iriam encontrar os filhos nem mesmo o rapaz que salvaram, não sabiam do ocorrido e nem se voltariam, mas isso nem os sumidos sabiam.
--Bem, . . . me desculpe.-disse Elmo com tristeza- Acho eu que estamos caminhando para a morte com estes homens.
--Talvez,-Lira não sabia bem o que falar- mas será ele um bandido procurado? Não nos levariam junto se o fosse.
--Podem estar pensando que o estamos ajudando, o que acha?
Elmo ficou alguns minutos esperando por uma resposta de sua irmã, mas só o que ouviu foi o respirar profundo de Lira já dormindo, Elmo decide tentar o mesmo.