Dois anos depois...
- Tem certeza de que deveríamos estar aqui? – o garoto rodou os olhos.
- Não seja covarde, Miho. – a mencionada franziu as sobrancelhas.
- Não sou covarde. Mas... esse lugar... – ambos melhores amigos estavam em uma ruela de um precário bairro, com vários olhares ameaçadores a ambos.
- Quer tirar uma boa nota, não quer? – ela assentiu – Então continuemos.
- Mas é que... Ren... Ren? – percebeu que o garoto paralisou, seus punhos apertados, encarando uma direção, e então reconheceu, já o havia visto por algumas fotos que seu melhor amigo a havia mostrado, era o irmão mais velho deste – REN! – viu como este correu até o maior, que havia acabado de sair de um beco o qual já imaginava o que continha.
- Ei, o que faz idiota?! – Menma quase gritou, irritado por ter sido empurrado, só depois percebeu de quem se tratava.
- O idiota é você! O que faz aqui, Menma? Não havia prometido que iria parar? Jurou de pé junto à papi e ao senhor Naruto que não o faria mais... – seus olhos azuis escuro ardiam pela raiva, seu irmão mais uma vez havia quebrado a promessa de parar com as drogas.
- Isso não te importa, bastardo! – empurrou ao menor, Miho, a amiga de Ren apenas encarava tudo assustada, já sabia que o irmão mais velho de seu amigo era dependente químico, por isso Ren havia optado por fazer aquele trabalho sobre drogas, o qual os havia levado até ali.
- É claro que me importa, é meu irmão. – o mais velho sorriu de lado.
- Apenas por parte de Sasuke. – o mais novo fez de conta não ouvir, seu irmão sempre fazia isso, lhe jogava na cara que era um bastardo, que não tinha pai, que era tão insignificante que nem a pessoa que o havia procriado havia o querido, machucava? É claro que machucava, mas depois de tantos anos ouvindo o mesmo, havia aprendido a sobrelevar – O que faz idiota? – sentiu quando o garoto o havia começado a revistar, até finalmente encontrar o pacotinho que havia comprado há poucos minutos – Isso é meu!
- Isso é lixo. – o menor correu, iria jogar aquilo fora, mas seu irmão foi mais rápido, lhe desferiu um soco que o fez cambalear, e então tomou de volta o pacotinho de suas mãos – Não faça isso Menma... eu... – mas seu irmão não o ouviu, lhe desferiu mais dois golpes, o deixando no chão, para então correr daquele lugar.
- REN! – sua amiga correu, lhe ajudando a levantar, mas o garoto só conseguia olhar na direção em que seu irmão havia ido, sentindo o como as lágrimas se acumulavam em seus olhos ao saber em como isso terminaria, com várias pessoas chorando.
(...)
- Menma? O qu... – o pálido paralisou ao encontrar a figura de seu enteado, este tinha os olhos vermelhos, as pupilas dilatadas, já o havia visto assim, várias vezes e sabia, estava drogado – Menma... o que fez? – estava decepcionado, mais uma vez o mais jovem havia quebrado a promessa de parar.
- Shhh... papi Sai... – falou com malícia – Meu pai está? – o mais velho negou.
- Não, ele... – mas o mais jovem nem mesmo o deixou terminar de falar, partiu para cima do esposo de seu pai, lhe tomando os lábios com fome, e mesmo a intenção de Sai era repreendê-lo, ao sentir os lábios do garoto sobre os seus não pôde, depois de tudo havia se apaixonado pelo filho de seu esposo.
(...)
- É... sé-rio is-so? – o moreno tinha um sorriso no rosto enquanto fazia aquela pergunta, Gaara havia se tornado um grande amigo ao decorrer destes anos, e ouvir que este pensava em se mudar para a mesma cidade a qual ele morava o deixava feliz, mais do que havia pensado novamente estar um dia.
- Sim, a proposta é muito boa, praticamente irrecusável. Deidara foi muito insistente. – o moreno assentiu, mesmo por estarem falando por telefone o maior não podia o ver, sabia o quanto Deidara, o dono da galeria que havia convidado Gaara a ser sócio, havia sido insistente, lhe telefonando praticamente todos os dias.
- Is-so é...por q-ue e-le... sabe q-ue é... compe-tente. – o ruivo sorriu do outro lado da linha.
- Obrigado, vindo de você é uma honra. – um cômodo silêncio se fez presente entre ambos, até o ruivo finalmente cortá-lo – O melhor disso é que vou poder ficar mais perto.
- Cla-ro... Te-mari vai... ficar mu-ito... fe-liz. – o ruivo sorriu mais uma vez.
- Sim... mas eu não falava dela. – o Uchiha sentiu suas bochechas arderem, e inconscientemente sorriu – Vai me ajudar a encontrar um lugar, não é?
- Cla-ro... eu... – mas a conversa de ambos foi interrompida pelo som da porta sendo batida, estranhado, o moreno foi até a entrada, encontrando seu caçula no sofá, com o rosto ensanguentado – Deus... be-bê... o qu-e acon-teceu? – correu até o garoto, esquecendo o telefone e a ligação em que estava, só o que importava naquele momento era seu filhote.
- Papi... – os olhos do garoto encheram-se d’água, havia um nó em sua garganta, não sabia como diria à “sua mãe” que seu irmão novamente havia quebrado a promessa – É Menma... – e não precisou dizer mais nada, o maior já havia entendido, e só pôde abraçar seu filho, enquanto as lágrimas se acumulavam em seus olhos.
(...)
- Sasuke, o que faz aqui? – o loiro perguntou ao ver seu ex-esposo adentrar seu escritório sem nem mesmo ser anunciado.
- Precisamos conversar Naruto. É Menma... Ren chegou hoje em casa com o rosto coberto de sangue, disse que seu irmão o havia agredido. – o Uzumaki franziu as sobrancelhas, sabia que a relação de ambos irmãos não era boa, mas jamais havia pensado que pudessem partir para a violência, ele era contra a violência, não havia criado Menma assim e sabia que Sasuke também não havia criado Ren dessa forma.
- O que aconteceu? – perguntou também em meio à gestos, preocupado, Sasuke suspirou.
- Ren o encontrou em uma ruela. Ele tinha aquilo nos bolsos. – o maior suspirou, já sabendo o que aquilo significava – Pensei que ele tivesse parado, desde a última vez em que foi internado.
- Eu também, Sasuke.
- Me prometeu que o cuidaria, Naruto. – o loiro franziu as sobrancelhas.
- Não pode jogar toda a culpa pra cima de mim. Principalmente quando o maior culpado aqui é você. – dessa vez foi o moreno quem franziu as sobrancelhas.
- Como assim? O que quer dizer com isso?
- Menma é revoltado assim por sua causa, Sasuke. – acusou o loiro.
- Mi-nha... cau-sa? – o loiro assentiu.
- Se nunca tivesse me traído as coisas seriam diferentes, estaríamos felizes os três, Menma jamais teria entrado nessa vida. – o moreno deu uma risada incrédula, sem acreditar no que estava ouvindo, mais uma vez Naruto o jogava toda a culpa.
- Não pode estar falando sério. – gesticulou – Não pode me jogar a culpa dessa forma, principalmente quando sou inocente do que me acusa. Quantas vezes tenho que te dizer que não te traí?
- Quantas quiser, o único que irá convencer é a si mesmo. – o moreno esfregou o rosto com ambas mãos, para não explodir e falar tudo o que tinha engasgado em sua garganta, sabia que aquele não era o momento.
- Chega. Eu não vim aqui para falar disso. Eu vim aqui para falar de Menma, precisamos fazer alguma coisa, não quero perder meu filho, Naruto. – o loiro viu os olhos obsidianas encherem-se d’água e seu peito doeu, ainda depois de tantos anos, Sasuke ainda mexia consigo, e sabia que mesmo separados, ainda o amava, mesmo seu orgulho jamais o deixaria admitir.
- O que quer fazer? – perguntou, já tendo uma ideia da resposta.
- Quero interná-lo de novo, afastá-lo de toda essa porcaria. – e o loiro assentiu, pois ele também concordava.
(...)
Dois dias depois...
- NÃO! NÃO QUERO! ME SOLTEM! PAI! PAPAI! – o moreno de olhos azuis gritava, tentando se desvencilhar das mãos que tentavam com dificuldade agarrá-lo, e em um rompante de força, conseguiu se soltar, correndo até o Uchiha e o abraçando pela cintura, como o fazia quando era uma criança pequena e estava assustado – Não papi... não deixe eles me levarem... por favor... eu não quero... papi, vou ser bonzinho, eu prometo.
- Be-bê... – o Uchiha já tinha os olhos cheios d’água, seu coração doía ao ver a situação de seu primogênito – É... é o me-lhor... pra vo-cê...
- NÃO! EU NÃO QUERO! ME SOLTEM! – os enfermeiros da clínica onde o internariam haviam conseguido agarrá-lo novamente e agora o levavam para dentro da ambulância – PAPI! PAPI! – as lágrimas do Uchiha caíam abundantemente por seu rosto e ele levou as mãos aos ouvidos, desejando pela primeira vez na vida não ouvir. Sentiu braços o acolherem e ao olhar para cima viu a Naruto abraçá-lo, também chorando, e sem poder evitar, correspondeu o abraço, enquanto ouvia como a ambulância se distanciava, porque mesmo o casamento de ambos não tinha dado certo havia uma coisa que sempre os uniria, e este era o amor que sentiam por seu filho, seu já não tão pequeno Menma.
(...)
Duas semanas depois...
- Co-mo vai... be-bê? – o mais jovem nada respondeu, este encarava a janela gradeada da clínica sem fitar à seu progenitor – Men-ma...
- Vá embora. – falou o garoto – Não tem o que fazer aqui, Sasuke. Vá embora. – o mencionado negou.
- N-ão. Eu...
- Será que não entendeu que eu não quero te ver? Além de surdo também é burro? – o garoto girou, o encarando com raiva.
- Be-bê...
- NÃO ME CHAME ASSIM! EU TE ODEIO! VÁ EMBORA DAQUI! – o garoto levantou-se indo em direção à “sua mãe” como se fosse agredi-lo, sua mão levantada, mas não pôde, algo o impedia, e sabia o que era, porque apesar de toda a revolta por sempre ter acreditado que seu papi era o culpado pelo término de sua família, no fundo ainda o amava – Vá embora... antes que eu faça uma besteira. – seus olhos embaçaram pelas lágrimas contidas, Sasuke negou, o abraçando.
- N-ão... nun-ca... nun-ca vo-u... desis-tir de vo-cê... – e o abraçou com tanto sentimento, que o garoto já não se conteve, correspondeu, circulando a cintura de seu papi como o fazia quando criança, enquanto as lágrimas desciam por seu rosto.
- Papi... preciso de ajuda... – e o mais velho fechou os olhos, deixando as gotas salgadas caírem por seu rosto, enquanto o apertava em seus braços.
- E e-u... vo-u te... a-judar. Sem-pre. Te a-mo... be-bê.
- Eu te amo, papi. Desculpe por tudo. Desculpe por ser um mau filho. Eu te amo. – Sasuke o abraçou com força, como se aquela fosse a última vez que o veria, o que ele não sabia é que realmente seria a última vez, ao menos com vida.
(...)
- Então pegaram o garoto novamente? – o loiro assentiu.
- Meu pai disse que não o tirará da clínica enquanto ele não estiver totalmente recuperado.
- Isso não me interessa, eu quero saber do meu dinheiro. Quem vai me pagar o que ele deve? – o homem mais velho perguntou.
- Eu posso falar com meu pai. Ele... – o homem o cortou.
- Não! Eu já cansei desse garoto e todas suas desculpas. Quero ele morto.
- Mas... – o Uzumaki tentou intervir, mas o mais velho estava irredutível.
- Quero ele morto ainda hoje... ou quem morre é você.
(...)
- Chiro? – um sorriso escapou do rosto do maior ao ver seu irmão o visitando, ele não o havia visitado nenhuma vez desde sua internação. O menor porém o encarava de forma indescritível.
- Sinto muito, Menma.
(...)
- N-ão... n-n-ão... n-ão pode... ser. NÃO!
- Sasuke! – seu irmão o tomou nos braços, sentindo ele próprio seus olhos arderem – Calma, otouto, calma...
- N-ão... me-u fi-lho... n-ão... – as lágrimas caíam sem parar de seu rosto, e ele não conseguia manter a força em suas pernas, seu irmão teve que segurá-lo.
- Papi... – Ren apenas podia ver tudo mais afastado, sem saber o que fazer para ajudar “sua mãe”, que estava devastado, todos estavam.
(...)
Ao final tiveram de sedá-lo, a morte de Menma havia sido demais para Sasuke, e sua pressão havia subido muito, por isso o melhor havia sido mantê-lo desacordado por algumas horas, enquanto preparavam tudo para o velório. Segundo a clínica onde o garoto estava internado, ele havia tido uma overdose, e eles agora investigavam como as drogas que o Uzumaki havia ingerido haviam aparecido lá, já que por algum motivo todas as câmeras da clínica haviam subitamente queimado, era estranho demais, suspeito demais.
- Meu... fi-lho...
“Would you know my name (Será que você saberia o meu nome)
If I saw you in Heaven? (Se eu te visse no Paraíso?)
Would it be the same (Será que as coisas seriam iguais)
If I saw you in Heaven? (Se eu te visse no Paraíso?)
I must be strong (Eu preciso ser forte)
And carry on (E seguir em frente)
'Cause I know I don't belong (Porque eu sei que não pertenço)
Here in Heaven (Aqui no Paraíso)”
Flashback on:
- Papi bonito. – falou o pequeno Menma, recebendo um sorriso de “sua mãe”, que foi até o mesmo, lhe deixando um beijo na bochecha gordinha.
- Obrigado bebê. – o menino riu ao receber cócegas.
- Paia (para), paia (para), papi...
Flashback off
Flashback on:
- Papi? Não choie (chore), papi. – o bebê falou, abraçando com seus bracinhos pequeninos o pescoço do adulto, que permitiu que as lágrimas rolassem soltas ao sentir a calidez do abraço de seu filho.
Flashback off
Flashback on:
- Tobi não vai mais abir (abrir) os olhinhos? – perguntou o pequeno Menma, de cinco anos, quando seu pequeno cachorrinho morreu, Sasuke o abraçou.
- N-ão... To-bi... ago-ra é um... an-jo. E-le vai nos... cui-dar lá... de ci-ma. – apontou ao céu.
- Por que, papi?
- Por que... To-bi e-ra um... bom ca-chorro. E-le nos ama-va... mui-to. – os olhinhos do pequeno brilharam.
- Eu também te amo muito papi. Então um dia eu também vou ser um anjo... pra te cuidar. - o adulto deu um beijo na testa infantil.
- Vo-cê já... é me-u an-jo... meu pe-queno... an-jinho.
Flashback off
- Men-ma... me-u... an-jinho... – o moreno afagou o rosto gelado de seu primogênito.
“Would you hold my hand (Será que você seguraria na minha mão)
If I saw you in Heaven? (Se eu te visse no Paraíso?)
Would you help me stand (Será que você me ajudaria a levantar)
If I saw you in Heaven? (Se eu te visse no Paraíso?)
I'll find my way (Eu encontrarei o meu caminho)
Through night and Day (Pela noite e pelo dia)
'Cause I know I just can't stay (Porque eu sei que não posso ficar)
Here in Heaven (Aqui no Paraíso)”
O loiro encontrava-se paralisado, em choque, não sabia como reagir, seu coração estava destroçado ao ver seu filho, o menininho que havia carregado em seus braços ali, gelado e sem vida.
- Menma...
Flashback on:
- PAPAI! – pulou no maior, que sorriu, lhe abraçando e o pegando no colo.
- Como vai campeão? – perguntou o loiro, o pequenino abaixou os olhos.
- Mema (Menma) sadade (saudade) papai. – respondeu o bebê, ambos pais sentiram seu coração doer, e o loiro deixou um beijo em sua testa.
- Mas papai agora está aqui, e vamos passar o dia inteirinho juntos. Vamos nos divertir muito.
Flashback off
Flashback on:
- Papai! – e o loiro sorriu sinceramente, pela primeira vez naquele dia ao ouvir a voz de seu pequeno Menma.
- O que, bebê? – se abaixou à sua altura, o pequeno fez bico, seus olhinhos chorosos, e Naruto entendeu – Olhe bebê, o que conversamos? Eu vou voltar logo, prometo.
- Mas... – Sai interrompeu o menino.
- E vamos te trazer muitos presentes, Menma. – mas pela primeira vez o menino não reagiu à sua proposta, parecia que nem tudo poderia comprar com presentes.
- Papai volta logo, ok? – voltou a falar o loiro, o menino assentiu, triste – Te amo muito.
- Te amo, papai.
Flashback off
Flashback on:
- O que foi, Menma? Qual o problema? – perguntou ao garoto de agora doze anos.
- Papai... você me ama? – Naruto franziu as sobrancelhas.
- Do que fala bebê? É claro que te amo, te amo muito.
- É que Jiro e Ichiro disseram que você não me ama, porque sou a lembrança da traição de papi. – o loiro suspirou, colocando-se à sua altura e tomando suas mãos.
- Pois eles estão errados. Amo cada um dos meus filhos de forma igual. – o garoto sorriu.
- De verdade, verdadeira? – o maior sorriu.
- De verdade, verdadeira. Pra sempre.
- Até a eternidade?
- Até a eternidade.
Flashback off
- Até a eternidade, bebê.
“Time can bring you down (O tempo pode te deixar deprimido)
Time can bend your knees (O tempo pode fazê-lo curvar-se)
Time can break your heart (O tempo pode despedaçar o seu coração)
Have you begging please (Fazê-lo implorar por favor)
Begging please (Implorar por favor)”
- Papi... beba algo. – o pequeno Ren, tentou entregar um copo de água com açúcar, mas o maior negou, suspirou, sem saber o que fazer para ajudar “sua mãe”, mesmo ele próprio também estava quebrado, seus olhos já estavam inchados de tanto chorar – Menma... por que fez isso? – sussurrou para si próprio, como se seu irmão fosse respondê-lo.
Flashback on:
- Não queio (quero). Não queio (quero) ir. – o pequeno Ren, de quatro anos, se agarrou na perna de seu papi, com medo ao ver tantos garotos maiores adentrarem a instituição.
- Be-bê...
- Deixe papi. – Menma se abaixou à altura de seu pequeno irmãozinho – Não quer ser grande e inteligente como eu, Ren? – perguntou, sabendo o quanto o menino o admirava, este balançou a cabecinha em sinal positivo – Então tem que ir à escola.
- Mas eu tenho medo. – argumentou o pequeno, Menma sorriu.
- Não tem do que ter medo, eu vou estar aqui, vou te proteger de tudo e todos. Sempre vou te proteger. – os olhinhos azuis escuro do pequeno brilharam.
- Sempe (sempre)? – o maior estendeu sua mão, que logo foi capturada pela pequenina alheia.
- Sempre.
Flashback off
- Sempre, Menma. – sorriu em meio às lágrimas ante aquela bonita lembrança – Sei que vai me proteger de onde estiver. Te amo, aniki.
“Beyond the door (Além dessa porta)
There's peace, I'm sure (Há paz, eu tenho certeza)
And I know there'll be no more (E eu sei que não haverá mais)
Tears in Heaven (Lágrimas no paraíso)"
O pálido não conseguia desgrudar os olhos do garoto prostrado naquela caixa de madeira, inerte, sem vida. As lágrimas fluíam de seus olhos rumo à seu rosto sem cessar, e a dor era grande demais para suportar.
Flashback on:
- Menma... – o mencionado o olhava de cima a baixo, o pálido ainda de robe, era bonito, muito bonito – Onde estavam? O qu... – não pôde seguir o que falava quando sentiu as mãos do mais jovem em sua cintura.
- Shhh... "papi" Sai. – falou com ironia, completamente bêbado e drogado – Será um segredinho nosso. – e então colou seus lábios aos do mais velho, que abriu os olhos impactado, mas acabou se rendendo à tentação e pulando em seu enteado, envolvendo as pernas na cintura deste, para então subirem as escadas ainda em meio à beijos, até o quarto do mais jovem, onde entregaram-se à paixão pela primeira vez, mas não a última.
Flashback off
Flashback on:
- Sua barba está crescendo. – tocou o rosto do mais jovem, ambos estavam na cama do garoto mais uma vez, depois de uma tarde de paixão.
- Estou feio? – Sai negou.
- Não. Te deixa com mais cara de homem. – Menma sorriu de lado.
- Então vou deixar crescer. Só para você. – beijou os lábios do pálido, que se derreteu, sentindo as mãos do garoto percorrem suas costas e então descerem à seus glúteos, para os apertarem, como ele havia começado a gostar de fazer, ambos se sorriram, para entregarem-se novamente um ao outro.
Flashback off
Flashback on:
- Chega, Menma! Tem que parar com isso. Não está vendo que está destruindo a si mesmo e a todos à sua volta? Seu pai, seus irmãos... a mim? – o garoto se desvencilhou do agarre do mais velho.
- Me deixa em paz! Se não está satisfeito vá embora, me deixe morrer sozinho. – falou o mais jovem, já antecipando onde seu vício o levaria, não esperava o tapa que chegou a seu rosto.
- Nunca mais fale assim, você não vai morrer, eu não vou permitir.
- Ah é? E como vai impedir papi Sai? – falou com malícia, seu sorriso se desfazendo ao ouvir a resposta.
- Eu não sei... só não vou permitir. Será que não entende? Se morrer eu morro junto. Te amo. – o garoto lambeu os lábios, aproximando-se ao mais velho e envolvendo a cintura deste com suas mãos.
- Eu também te amo.
Flashback off
- Te amo. – sussurrou o pálido, seus olhos fechando-se ao tentar suportar a dor que apenas crescia a cada segundo.
“Would you know my name (Será que você saberia o meu nome)
If I saw you in Heaven? (Se eu te visse no Paraíso?)
Would you be the same (Será que você seria o mesmo)
If I saw you in Heaven? (Se eu te visse no Paraíso?)
I must be strong (Eu preciso ser forte)
And carry on (E seguir em frente)
'Cause I know I don't belong (Porque eu sei que não pertenço)
Here in Heaven (Ao Paraíso)”
O pranto se fez mais forte em seus ouvidos e com um nó na garganta, aproximou-se com cautela até onde o Uchiha estava, e não soube porquê, talvez pela dor, envolveu seus braços ao corpo de Sasuke, que levado também pela dor, correspondeu, deixando-se consolar por aquele que tanto havia detestado e que havia causado a destruição de sua família e ali, em meio àquele abraço, enquanto sentia as lágrimas quentes do menor e via o corpo sem vida do menino que havia se tornado o grande amor de sua vida considerou pela primeira vez consertar todos os seus erros. Mas talvez, apenas talvez já fosse muito tarde, nada mais parecia ter conserto.
“'Cause I know I don't belong (Porque eu sei que não pertenço)
Here in Heaven (Ao Paraíso)”
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