- Olha, eu sei que amor é uma coisa foda e tal, mas você tá viajando muito, é melhor voltar para Terra ou vai perder muito conteúdo – Tadeu me alertou
- Eu juro que vou tentar me concentrar, mas é que estou em um momento difícil... – suspirei - Você sabe... Tem o Ali... a Ana... Nossas famílias... Estou tão confuso...
- Calma, maninho. Vai dar tudo certo – afagou meu ombro - eu estou com você! – Aquilo me deu um pouco de incentivo e me fez lembrar do sonho que tive – agora vamos prestar atenção na aula
Voltei minha atenção para aula e, com todo o meu esforço, consegui assisti-la. No fim das aulas sai da faculdade, sem ânimo. Alec não iria comigo para casa, teria que fazer um trabalho em grupo.
- Não vai correr para pegar seu baby, na faculdade, não?
- Ele vai fazer um trabalho... – Eu me arrastava pelos corredores
- E agora você está sem rumo?! – ele gozava com minha cara
Apenas olhei para sua cara, sem expressão
- Vamos estudar? – ele sugeriu – aproveitamos a ausência do seu baby para colocar a matéria em dia, que tal?
- Tá... mas pera... “baby”?
- Sim – ele não me olhava, continuava andando para a biblioteca – Ele parece um neném, bonitinho, porém, assim como bebês, é assustador em certos momentos – olhou para mim – Você não se importa, não é?
- Sim, me importo!
- Tô neeeem ai... – ele quer morrer? Bufei
Ficamos na biblioteca apenas por 2 horas, até me cansar e ir comer alguma coisa, rodar a cidade e acabamos na minha casa. Era mais ou menos 17 horas e estávamos rodeados por as ditas “besteiras”: salgadinhos, batatas fritas, refrigerantes, pipoca, etc ; enquanto jogávamos vídeo game
- Aaaaaah!! Pentacampeãaaaaao!! – Tadeu gritava – Eu sou o melhor! Chuuuuupa!
Esse exato momento, Alec entrou em casa, tentando entender o que estava acontecendo
- Agora eu chupo... – sussurrei, dando um sorriso ladino para o garoto que fechava a porta
Eu estava sentado no chão, com meu amigo pulando em comemoração ao lado, vendo Alec vir em nossa direção
- Que bagunça é essa? – ele não repreendia, só mostrava-se confuso
Puxei-o pelo pulso, fazendo Ali cair no meu colo
- Isso que dá largar seu mozão aqui – Tadeu sentou no chão novamente, colocando uma tigela de pipocas no colo – Esse cara já está dependente de você
- Cala essa boca! – repreendi o bocudo, jogando salgadinhos nele
- Quer dizer que você está dependente de mim? – Ali sorriu, me olhando nos olhos, parecendo se deliciar com a informação
Aquilo me fez corar. Não respondi, apenas juntei nossos lábios, matando a saudade que sentia. Sim! Parece exagero, mas eu já estava com saudade do pequeno.
- Não me faz de vela, por favoor! – Tadeu choramingava, tentando separar nossos corpos, mas por pura zoação, nós mantivemos o beijo, tentando não rir
Ouvi a porta destrancar e, em um pulo, Ali saiu do meu colo.
- Boa noite, gente! – Ana disse entrando
- Olá, Nana – Tadeu usou o apelido de adolescência da mulher
- Não me chama assim, Tadeu – Sua cara era de tédio
- Por que, Nana? Eu gosto desse apelido – ele insistia descaradamente
- Você precisa selecionar melhor seus amigos, Nicolas – Ela subiu as escadas – Nem preciso dizer que você vai limpar tudo isso, não é Nicolas?
- Não, senhora – disse tedioso, revirando os olhos
Arrumei tudo com os outros dois. Tadeu foi para casa logo em seguida e Alec foi dormir, alegando estar bem cansado.
Antes de subir para tomar um banho e me recolher, ouvi meu celular tocar
- Oi mãe
- Filho! Estava com saudade do meu bebê
- Também estou com saudade de você, mãe – ri de leve
- Está tudo bem? Como vai a vida?
- Agitada... – mal sabe ela o quanto – E por ai?
- Aqui está tudo bem! E a Ana? Vocês dois...
- Ana está bem, já a gente... É meio complicado...
- O que houve, Nick? – Ela parecia preocupada
- Não dá para falar tudo agora, mas... é complicado... – suspirei – entre a gente não tem amor
- Você tem certeza? – Eu sentia a cautela materna na sua fala
- Tenho. E tem mais uma coisa...
- O que?
- Eu estou apaixonado por outra pessoa – Houve uns segundos de silêncio – Na verdade, eu estou bem apaixonado
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