O amor apenas expresso da boca pra fora e não sentido pelo coração é vazio, uma blasfêmia.
Então diga com todas as suas forças a frase eu te amo e tente me convencer da integridade deste sentimento!
“— Eu voltarei por você, Sakura! Nunca se esqueça disso... É por amor!”
Estas foram suas últimas palavras ditas a ela antes de roubar-lhe um selinho inocente e embarcar em um avião rumo à América do Norte. Deixando neste lado do mundo, a menina com os olhos marejados, que paralisada sob a chuva tênue — que havia acabado de começar —, apenas conseguira o avistar adentrar a aeronave que em seguida tomara velocidade e se elevara aos céus, logo se misturando às nuvens cinzentas daquele dia chuvoso.
Naquele instante, sentiu uma enorme vontade de gritar. A pessoa com quem partilhara seus sonhos, suas expectativas, seus planos e os seus segredos, estava partindo para muito longe. No entanto, como sempre, o choro engolido, apenas as lágrimas silenciosas libertaram-se dos olhos verdes, escorrendo pelo frágil rosto pálido.
Agora tudo voltaria a ser como antes. Não que odiasse a solidão, até porque já estava habituada, no entanto, havia se acostumado a tê-lo por perto, adorava a sua companhia.
No passado, ele fora a única pessoa que lhe estendera a mão. Mesmo ela tendo-o rejeitado no início, ainda assim ele persistiu até que fosse aceito como seu amigo.
No fim, a doce amizade, a cumplicidade e a confidencialidade haviam ficado no passado, pois o tempo transcorreu e desde aquele último adeus no aeroporto, nunca mais os dois tiveram contato.
Entretanto a jovem mantinha-se esperançosa. Imaginava que algum dia ele voltaria a vê-la e a cumprimentaria pela manhã com o amável “bom dia, minha pequena flor” com o qual — naqueles doces velhos tempos —, ele quebrava o silêncio costumeiro que rodeava a garota calada, sempre escondida detrás de seu par de óculos e sua expressão vazia matinal.
Naquele momento, deitada sobre a cama ela observava o teto de seu quarto enquanto se afundava naquelas belas lembranças, porém, mal ela sabia que, o que o futuro lhe traria não era tão doce quanto àquelas recordações, tampouco sua amizade — assim que o encontrasse novamente — voltaria ser a mesma!
Não diga que há sentimento se não for honesto, se você não o sente!
Não me engane e engane a si mesmo com o impacto momentâneo que tais palavras causaram a nós dois...
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