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História E Se...? - Capítulo XXIII


Escrita por: LiviaMDias

Notas do Autor


Quarto capítulo da noite :3

Boa Leitura!

Capítulo 27 - Capítulo XXIII


Capítulo XXIII

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*

 

Kaya
 

Konoha, 16 de abril de 2015
 

Continuei caminhando a esmo pela floresta, buscando algum sinal de Naruto. Ouvi o grito da Sakura vindo do leste, e naquele momento estava entre perseguir o som ou duvidar que pudesse ser real.

O tessen permanecia preso em minha mão, e o usava sabiamente para cortar folhas e galhos que obstruíam meu caminho.

— Você está com medo.

Virei-me abruptamente esperando pelo ataque do sensei, mas o que vi conseguiu ser ainda mais assustador.

Itachi Uchiha estava encostado em uma das árvores com uma expressão zombeteira em sua face, como se meu pânico fosse uma verdadeira diversão para ele.

— O que... Eu te mandei embora!

— Eu sei. A propósito não foi nem um pouco legal não conseguir contato com você. Dou dois passos para trás segurando o tessen com firmeza diante de mim.

— Você ainda não aprendeu que não pode me ferir? — Itachi deu risada.

— Essa é uma arma da ceita dos corvos, antiga e lendária. Você deveria saber já que é um fantasma, não é? Posso ceifar sua alma rapidamente.

Itachi desfez o riso e rapidamente ficou sério.

— Sei que você não teria coragem.

— Por quê?

— Você teve pouco treinamento. Só sabe manejar essa arma — Ele se aproximou de mim.

Lembranças antigas rodearam minha mente. Homens de jaleco branco, caminhando em minha direção exercendo poder e maldade. Com facas, pinças, bisturis em suas mãos, prontos para me torturar, se divertirem, terem seu próprio prazer diante da dor de uma menina...

— Itachi... Eu não o quero próximo a mim. Pretendo seguir minha vida do jeito mais...

— Normal? — Ele finalmente parou, e meu estômago parou de revirar. — Você é uma bruxa de uma ceita antiga. Não existe normalidade para você.

Um barulho tirou minha atenção de Itachi. Ele estava me distraindo da minha prova. E se o sensei me viu falando sozinha? De certo poderia me mandar de volta ao manicômio...  Para sempre.

Dei as costas para Itachi, a mente perturbada por vozes em pânico do meu inconsciente.

— Agora vai me deixar falando sozinho? — Itachi começou a caminhar ao meu lado.

— Eu vou ignorar você completamente! Está tentando me colocar de novo no Manicômio. Me fazer parecer maluca! — sussurrei furiosamente cortando mais galhos com meu tessen.

— Eu não preciso fazer você parecer maluca. Você consegue fazer isso sozinha — debocha o Uchiha, e o fitei furiosa.

Mas antes de lhe dar uma boa resposta, minha expressão vai de irritabilidade a medo em poucos segundos. Kakashi se encontrava logo atrás de Itachi, sem realmente vê-lo e com o único olho fixo em mim. Será que ele me ouvira? Será que minha prova estaria acabada naquele instante?

— A garota distraída... Em alguns aspectos você se parece com Naruto — comentou ele, abrindo um livrinho laranja. — Certamente não na personalidade.É mais reservada, talvez um pouco perturbada consigo mesma — virou uma página do livro. Aquela altura eu não tinha mais noção de Itachi ou qualquer coisa que não fossem os guizos.

Um farfalhar de folhas às minhas costas e ao me virar visualizei duas shurikens voando contra mim. Uma fração de segundos para rebater as armas.

“Atrás de você.”

Tomei um susto com a voz em minha mente, entretanto obedeci à ordem e consegui me defender das kunais lançadas por Kakashi. Saltei utilizando o tessen como arma.

Kakashi virou outra página de seu livro. Meu leque carregado de lâminas perfurou seu ombro, e por um segundo senti o sangue quente espirrando contra mim. O corpo do sensei foi lançado para trás, e inconscientemente larguei o tessen.

Imagens sangrentas do Manicômio...Gritos... Agulhas perfurando meu corpo... Mais sangue... Mais gritos... Cada vez mais altos. Cada vez mais estridentes. Meus gritos.

“Para! Não era ele!”

Continuei gritando, minhas mãos afundando em meus cabelos e meu corpo balançando para frente e para trás.

“Para! Kaya!”

— Sai da minha cabeça! Sai! Sai daqui!

Ouvi passos, em seguida um sussurro. A dor cessa. Meu corpo relaxa, e meus olhos se abrem apenas para visualizar Kakashi realizando um gesto de mãos.

Cai no chão com um baque e meus olhos fecharam-se suavemente.
 

♠ ♠ ♠
 

— Kaya? Droga! Ela não acorda!

Abri os olhos e pisquei tentando focalizar algo. Meu corpo se encontrava preso em um poste de madeira, e olhando para o lado percebi que tanto Naruto, quanto Sakura e Sasuke estavam na mesma situação que eu.

O tessen e os sais de Sakura foram depositados à nossa frente no chão, e o sol deixara de bater em nós. Um relógio no centro de um extenso relógio solar acompanhado de dois pacotes que exalavam um cheiro divino, marcava o meio-dia.

— Nós perdemos — constatei o inevitável, o choque atingindo-me como facas.

Sakura derramava lágrimas silenciosas com a cabeça pendendo sobre o colo. Sasuke permanecia sério. Naruto conservava a preocupação em sua face.

Então Kakashi apareceu com os guizos em suas mãos.

— Todos reprovados. Não vou dizer que estou surpreso, porque realmente não estou surpreso, porque realmente não estou.

Não sabia se queria vomitar ou chorar. Haveria alguma esperança?

— Vamos voltar ao Manicômio? — questionou Sasuke friamente.

Kakashi abriu o outro pote de comida sem responder.

— Isso não é justo! Você separou o grupo! — gritou Naruto, furioso.

— Vocês não entenderam nada não é? — o sensei questionou encarando. — Todo o objetivo da prova.

— Acabar com a gente? — ironizou Sakura com os olhos vermelhos e o rosto molhado.

— Fazer vocês trabalharem em equipe.

Por um instante ficamos em silêncio. A resposta era essa?

— Em equipe? Mas você disse... — comecei hesitante.

— Era óbvio. Se vocês me atacassem juntos teriam conseguido. Os times são formados por isso. Mas agora é tarde! — Ele colocou as mãos nos bolsos. — Acabou para vocês!

— Espera! Espera! Não é justo acabar assim! — gritou Naruto.

Por um segundo Kakashi nos encarou.

— Está certo. Vocês tem razão — o sensei rodeia os postes desaparecendo de vista. — Vou dar mais uma chance a vocês.

Ouvi dois baques. Kakashi tornou-se visível novamente e continuou caminhando para longe.

— As cordas de dois de vocês estão frouxas. Quem eu libertei vai almoçar e depois voltar ao teste. Mas não vão em hipótese alguma dar comida aos presos. Se desobedecerem essa regra, nunca mais irão sair do Manicômio.

Engoli em seco. Sakura continuou chorando continuamente, e eu podia sentir mais uma vez as dores do manicômio. Todas elas, prestes a serem inseridas novamente em nós.

Por um segundo as cordas caíram no chão. Senti que permanecia presa, enquanto dois de nós se encontravam livres. Sakura parou de chorar no momento que pode pisar no chão. Naruto estava ao seu lado, também solto, um brilho de esperança com dor em seu olhar.

Kakashi colocou as mãos nos bolsos e se afastou. A percepção do que estava acontecendo pareceu atingir Sasuke logo que o mesmo cerrou os punhos e passou a estremecer. Fechei os olhos, contendo o medo.

Naruto e Sakura tiveram uma segunda chance: o Uchiha e eu tínhamos sido eliminados.


Notas Finais




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