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História E Se Fosse Verdade (ADAPTAÇÃO) - Você...


Escrita por: Ka-S

Capítulo 9 - Você...


— Você não vai chantagear a minha mãe.

— É pra salvar a sua vida. — Falei alternando o olhar entre o trânsito e Camila sentada no banco do carona.

— Ela é intolerante a lactose e na escola ela dizia que era uma princesa. — Revirei os olhos.

— Camila pra isso dar certo eu preciso de coisas importantes, me fala alguma coisa que só você saiba, algo que seja muito pessoal.— A latina pareceu pensar.

— Ah! Ela beijou de língua o ex namorado Joaquim um pouco antes do casamento, ouvi ela dizer isso pra minha tia.

— Muito bom... Isso deve servir. — Falei animada.

— Mais ninguém sabe disso.

— Já estou até começando a gostar da sua mãe.

Dirigi de apressada pelas ruas de Miami enquanto Camila explicava o caminho, alguns minutos depois estava eu tocando a campainha da casa dos pais da Latina.

— Boa tarde! — Falou uma loira alta com um corpo escultural.

— Oi! Eu gostaria de falar com a Sinuhe Cabello. — A loira franziu o cenho e me olhou dos pés a cabeça.

— Dinah sempre desconfiada. — Falou Camila.

— Eu gostaria de falar sobre Camila Cabello. — A mulher me encarou com mais intensidade e pareceu pensar.

— Entra. — Deu passagem pra que eu pudesse entrar. — Como você a conheceu? Ela nunca saia com ninguém e não fazia amizades.

— Como gostam de lembrar disso. — Bufou Camila enquanto seguimos Dinah até a cozinha.

— Na verdade... É um pouco difícil de explicar porque... — Minha fala foi interrompi por uma criança que entrou gritando.

— Minha irmã. — Camila falou animada. — Porque não está na escola?

— Chá? Você quer uma xícara de chá senhora? — A menina falou me puxando pra sentar em uma mesa da barbie.

— Obrigada senhora, quero com duas colheres de açúcar. — Falei sentando na cadeirinha rosa que mau me aguentava.

— Lauren... Lauren não seja esquisita na frente dela. Vai assusta-la.

— Então como você a conheceu? — Dinah perguntou enquanto temperava a salada.

— Mente sobre tudo, absolutamente tudo. — Camila falou.

— Trabalhamos juntas.

— NÃO! — Camila falou e eu repeti no mesmo tom. — Não é pra se passe por médica, inventa outra coisa.

— Quer dizer... Eu não trabalhei exatamente com ela, trabalhamos juntas na minha doença eu fui Paciente dela.

— Sofia. — Ouvi a latina falar e vi as duas se encarando. — Você pode me ver? — A menina levantou e saiu correndo.

— Eu tava doente eu tive meningite espiral.

— Eu sinto muito. — A mulher falou com cara de pena.

— Meningite espiral? Isso nem existe. — Falou debochada.

— Não se preocupe, eu estou bem melhor agora, a Camila acreditou em mim e na minha recuperação quando ninguém mais acreditava.

— Isso é bem a cara dela mesmo. — Falou uma senhora abatida entrando na cozinha. Me levantei da cadeirinha e estendi a mão.

— Sinuhe Cabello mãe da Camila.

— Lauren Jauregui paciente dela.

— Porque veio até aqui falar essas coisas? — Dinah perguntou. — Porque estou sabendo da situação da Camila e que as ve...zes. — Gaguejei ao ver a irmã de Camila voltar e distribuir três biscoitos nos pratinhos rosas e empurrar um na minha direção e o outro em direção a Camila. — Existem coisas que vão além do nosso entendimento.

— Sofi você sabe que eu estou aqui? — Camila perguntou emocionada. Me aproximei de Sinuhe sobre o olhar atento de Dinah.

— Eu só queria pedir... Na verdade eu quero implorar que dê mais um tempo pra ela porque eu sei que ela vai superar isso.

— É muito gentil da sua parte ter vindo até aqui dizer isso, mas já é tarde. — Pude ver uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto.

— Como assim?

— Mama o que você fez? — Camila perguntou em desespero.

— Lauren não é? — Assenti com a cabeça. — É tarde demais porque eu e o pai dela conversamos e assinamos os papéis que autorizam que os equipamentos sejam desligados.

— Mama, Dinah podem eu estou aqui, eu estou bem aqui. — Camila falou com a voz embargada.

— Vão desligar os equipamentos amanhã 12h00 enquanto Sofia está na escola.— Dinah se aproximou e abraçou Sinuhe. — Lauren esses três meses foi muito difícil pra ela e pra toda a família.

— Eu entendo, mas a senhora está cometendo um grande erro porque eu acre...

— É melhor assim. — Sinuhe falou me interrompendo. — Era o que Camila queria... Eu passei a vida toda achando que eu sabia o que era melhor pra ela, como o que ela deveria usar ou com quem ela deveria namorar. Esse é o último pedido da minha filha e pela primeira vez na minha vida, vou respeitar o desejo dela. — A mulher não conseguiu segurar choro e se apertou no abraço de Dinah que também estava chorando nem silêncio.

— Mama... — A latina suspirou.

— Escuta eu sei que isso pode parecer estranho mas a verdade é que Camila está aqui com a gente agora.

— Lauren não não não.— Camila esbravejou.

— Ela veio comigo e está bem ao seu lado implorando pra você esperar. — As mulheres me olharam com cara de poucos amigos.

— Bem ao meu lado? — Sinuhe falou e eu assenti.

— Lauren pode parar. — Camila ordenou.

— Shiii deixa eu falar... Eu não sei como e nem porque, mas eu vejo o espírito da sua irmã, eu seu que é loucura mas eu consigo falar com ela... Então porque não deixamos ela falar com você e eu repito tudo.

— Você poderia esperar só um segundo. — Falou puxando Dinah.

— Claro.

— Acabou o chá, agora é hora de ir ver seu desenho. — Sinuhe falou pra Sofia que ainda estava sentada na mesa da Barbie, Sofia saiu correndo na frente e as duas mulheres acompanharam ela.

— Camila ela está acreditando.

— É isso pode dar certo, mas vai ter que levar ela direto pro hospital.

— Levar direto pro hospital. — Repeti.

— E ela vai ter que rasgar aquela autorização.

— Isso rasgar a autorização.

— DÁ O FORA DAQUI SUA MALUCA. — Caí de bunda no chão com o susto que eu levei ao ver Sinhue com uma faca na mão e Dinah segurando uma panela, elas me olhavam com uma cara nada boa.

— MAMA PARA. — Camila gritou, levantei e me encostei na parede quando as duas se aproximaram, Camila ficou na minha frente como se pudesse me proteger.

— Senhora por favor calma, eu não estou inventando nada.

— Mama para com isso e Dinah abaixa essa panela. — A latina falava como se alguém pudesse escutar.

— É melhor você sair daqui. — Dinah esbravejou.

— Fora da minha casa antes que eu te corte em mil pedaços. — Falou movimentando a faca no ar, como se tivesse realmente cortando alguma coisa.

— Lauren conta do Joaquim.

— Eu sei do Joaquim.

— Como é que é? — Sinuhe perguntou surpresa.

— Eu sei o que fez com ele no dia do seu casamento. — Falei apontando o dedo pra ela.

— O que a senhora fez no dia do seu casamento? — Dinah perguntou curiosa.

— Eu vou contar pra todo mundo? — Ameacei e a mulher me olhou incrédula e veio correndo pra cima de mim com a faca e Dinah veio com a Panela.

— Como você sabe disso? — Perguntou enquanto eu corria gritando até a saída. — Ninguém sabe disso... VAI EMBORA.

Saí da casa e fui até a latina que já estava encostada no carro.

— Acho que sua mãe não é muito espirituosa.

— Ela só tá sendo uma boa mãe, mantendo as filhas longe de uma maluca. — Ri do seu comentário. —Acho que eu teria gostado de ser mãe. — Falou com pesar.

— Seria uma boa mãe. — Falei sincera.

— Obrigada, mas eu nunca vou saber.

— Que isso Camz isso não é o fim.

— Camz?

— Desculpa eu sei que não gosta de ser chamada assim.

— Até que eu tô me acostumando. — Sorriu com a língua entre os dentes.

— Quer saber, eu vou até o hospital falar com sua amiga Fran, eu posso até falar com aquele idiota o tal do Austin. — Falei com certo desespero eu não poderia deixar e nem queria que os aparelhos fossem desligados, não consigo imaginar que ela possa morrer e que eu nunca mais vou vê-la, é tão desesperador essa situação, eu tento manter a calma por causa dela, porque ela tem esperança em mim e eu não posso decepciona-la.

— Lauren não, deixa isso pra lá, vão acabar de internando em um hospício.

— Camz a sua irmã ela viu você.

— Claro o meu destino nas mãos de uma criança que tem mais sete amigos imaginários. — Falou com desdém.

— Espera... Tem mais alguém.

— Quem? — Perguntou confusa.

— Vamos logo. — Falei dando a volta pra entrar no carro, eu tenho que tentar de todo pra ajudar minha latina... Quero dizer pra ajudar Camila, então fui atrás da única pessoa que não me achava maluca.

Chegamos na loja Planeta Secreto e a dona estava sentada do outro lado do balcão lendo alguma revista estranha.

— Oi. — A mulher prontamente olhou ba direção de Camila.

— Opa opa o espírito está com você. — Assenti. — Não pode entrar com ela aqui não, tá pensando o que?

— Você tinha razão ela está viva. — Vi um sorriso crescer em seu rosto.

— Bacana eu tinha certeza disso.

— Ela está em coma e a família vai desligar os aparelhos que a mantém viva.

— Isso não é bacana.

— Escuta... Vocês estão se dando bem agora?

— Nós... — Troquei olhares com Camila. — Nos acostumamos.

— Hum tô vendo e inclusivo tô sentindo que ela tem fortes sentimentos por você.

— Mesmo? — Não pude evitar um sorriso que nasceu em meus lábios.

— Claro que não, eu não tenho nada. — Camila esbravejou.

— Opa parece que alguém está vermelha e ficou constrangida. — A morena falou divertida olhando pra Camila.

— E esse alguém não sou eu. Lauren quer se concentrar e pergunta se tem algum feitiço, ou encanto ou até mesmo choque elétrico.

— Moça será que você não tem nada que possa ajudar ela voltar pro corpo? Qualquer coisa serve. — Perguntei no mesmo tom de ansiedade que Camila usou.

— Primeiro meu é Verônica Iglesias algo que você já deveria ter perguntado e segundo você está fazendo a pergunta errada minha querida.

— Porque errada? — Perguntei e a melhor suspirou.

— Bom, eu tenho o dom eu não pedi pra ter mais eu tenho, eu posso sentir essas coisas, espíritos ou chame como quiser. Porque eles ficam aqui é isso que você quer saber? Eles ficam aqui por causa de assuntos não terminados.

— Então eu também tenho o dom? — Perguntei inocente o que fez Verônica dar risada.

— Oh por favor... Se tem uma coisa que você não tem é dom. Você é uma civil.

— Se eu não tenho o dom, então porque eu posso vê-la e falar com ela quando ninguém mais consegue?

— Exato.— Falou como se fosse óbvio.

— Exato o que?

— Essa é a pergunta correta.

Saí da loja com mais dúvidas do que eu entrei, o parece ter voado. Já era de noite quando chegamos em casa.

— Do que aquele cara estava falando? — Tirei a jaqueta e joguei no sofá e me esparramei nele.

— Eu também queria saber. Como se resolve um problema que parece impossível?

— Acontece que pra mim nada mais é impossível... Porque eu me mudei justo pro seu apartamento? Porque só eu vejo você? Porque eu estava naquele restaurante quando aquele cara passou mau? Porque tudo parece estar interligado? — Levantei e peguei algumas folhas que estavam em cima da mesinha de centro.

— O que está fazendo?

— Eu não sei, eu acho que eu tô perdendo algum detalhe, Rosie Mariepreston vive aqui em Miami podemos ir falar com ela, Rosie era uma vidente muito conhecida nos Estados Unidos. — Deixei os papéis em cima do sofá e fui procurar o telefone. — Preciso ligar pra telefonista.

— Espera... Lauren aonde você achou isso? — Falou olhando pro porta retrato que estava debaixo dos papéis, me aproximei e coloquei as mãos no bolso em um claro sinal de nervosismo. — Isso estava no hospital.

— É... Eu peguei. — Falei sem graça.— Desculpa é que eu queria ter uma foto sua. Eu não sabia que eu iria te ver de novo e então eu peguei... Desculpa.

— Tá tudo bem, isso foi muito gentil. — Camila falou secando algumas lágrimas que começaram a cair. — Eu adoro essa foto.

— Eu também gostei dela, por isso eu peguei.— Voltei a me sentar do lado dela no sofá.

— Eu tinha acabado de receber a carta da faculdade dizendo que eu tinha sido aceita no curso de medicina.

— Deve ter se saído bem.

— Que nada, minhas notas na escola eram tão horríveis que eu não entraria nem em um curso por correspondência.

— Mesmo assim você passou.

— Eu sei que parece maluquice mas no mesmo instante que eu recebi a carta, eu quis correr pra biblioteca pra estudar, mas Dinah não deixou, ela disse que eu tinha que esquecer essas notas e tomar margueritas.

— Acho que ela tinha razão. — Rimos.

— Engraçado que na única vez em que eu fracassei na minha vida, eu me diverti como nunca.

— Nessa foto você parece feliz.

— E eu estava feliz... Mas o que eu fiz com o resto do meu tempo? Quando eu penso na minha vida eu só me lembro do trabalho, de me esforçar e pra que?

— Você ajuda pessoas e salva vidas.

— Menos a minha... Eu deixei a minha vida pra depois, só não pensei que não haveria depois.

— Não diz isso, eu vou te ajudar.

— Eu só nao quero passar a minha última noite chorando ou lutando contra o destino. —Falou secando as lágrimas.— Eu quero fazer uma coisa com você.

—Tá legal... Ótimo me diz o que você quer fazer? Quer voar pra Paris e ver a Torre Eiffel? Quer dançar dançar em uma praia deserta no México? Então nós vamos, vamos pra qualquer lugar do mundo que aceite cartão. — Ela não parava de rir e o som da sua risada fez meu coração bater mais forte. — Pode pedir qualquer coisa.

— Eu sou péssima nisso. — Falou escondendo o rosto entre as mãos.

— Me fala o que você quer Camz? — Ela me olhou por longos segundos, como se estivesse tentando criar coragem para falar.

— Eu quero passar a noite com você. — Nunca durante toda a minha vida eu dei um sorriso tão grande como o que está congelado nos meus lábios agora e tenho absoluta certeza que a terra parou de girar. Sem falar nada me levantei e segui pro meu quarto, Camila veio logo atrás de mim, deitamos na cama uma de frente pra outra sem desviar nossos olhares.

— Tá nervosa? — Perguntei.

— Um pouco.

— Porque?

— Eu não sei...

— Como pode ficar nervosa se eu nem posso tocar em você.

— Acho que meu nervosismo é extremamente porque não consegue me tocar.

— Porque?

— Lembra no hospital quando encostou na minha mão? — Assenti. — Eu senti, o meu espírito sentiu. Sinto que se você pudesse me tocar de verdade, eu acordaria de tudo isso. — Levantei e ela fez o mesmo e juntas nossas mãos na tentativas de sentir algum contato uma da outra. — Eu sei qual é o meu assunto não terminado.

— E qual é?

— Você...



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