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História Ecos do passado. - Despedida de solteira


Escrita por: rxiz

Notas do Autor


HELLO OLD FRIENDS


Demorei, mas voltei <3

E com mais esse capítulo vamos nos aproximando do final... Vou sentir saudade de vocês. <3333

Capítulo 47 - Despedida de solteira


- Levy -  

Com a aproximação do casamento eu sentia como se houvesse alguma coisa morando dentro do meu peito, querendo fugir, e eu pudesse explodir a qualquer momento.  

Estava me sentindo muito ansiosa.  

Nunca havia me sentido assim na vida e, embora isso me atrapalhasse de focar em outras questões, no fundo eu não achava de todo ruim. Sabia o motivo de estar assim e pensava que iria valer a pena.  

Houve poucos momentos em que eu me percebia mais calma, sem focar toda minha energia nas possibilidades que estavam no horizonte. Um desses momentos foi no dia de minha despedida de solteira.  

Gajeel e eu combinamos que faríamos nossas respectivas despedidas no fim de semana anterior ao casamento, assim teríamos tempo de estar dispostos no dia. Deixei os preparativos dessa questão com Low e preocupei-me o tempo todo, uma vez que ele insistiu em fazer surpresa.  

Ele foi quem mais se divertiu nesse ponto, pois iria participar das duas despedidas, e também estava ajudando alguns amigos de Gajeel a encontrar um lugar onde eles pudessem ir, o qual eu não tinha ideia onde seria e eles mantiveram segredo, dizendo que eu não deveria nem mesmo cogitar a ideia de aparecer por lá.  

Não posso dizer que não cogitei, pois queria saber o que fariam, mas isso é tudo. Eu sabia respeitar o espaço dele. E com isso, focando no que poderia fazer enquanto ele estivesse se divertindo, investi em minhas próprias despedidas.  

Low organizou que saíssemos na sexta e no sábado, quando seria a despedida de Gajeel,  eu aproveitei a oportunidade e chamei Júvia e Lucy para dormirem em casa, fazendo algo como uma festa do pijama. Soou bobo, mas foi ótimo. 

Todas nós somos adultas, mas passar algum tempo com elas, fazendo as unhas e comendo besteiras, como amigas de escola, foi muito agradável. Até pensamos em repetir isso daqui algum tempo. Era tudo o que nós precisávamos depois da noite anterior, na qual aproveitamos como nunca antes.  

Acho que foi o dia mais insano de toda a minha vida.  

Low definitivamente sabia o que estava fazendo quando o assunto era se divertir. Quando acordei no outro dia, já à tarde, eu me sentia fisicamente deslocada. Estava destruída de cansaço, mas havia valido a pena.  

Foquei no teto por alguns segundos, absorvendo o fato de que estava acordada e tentando me lembrar dos detalhes da noite anterior, mas me lembrando essencialmente que havia me divertido muito.  

Não estava em minha casa e olhando ao redor notei que estava no apartamento de Low, deitada ao lado de Júvia que dormia profundamente. Seu rosto tinha uma pintura de borboleta toda borrada, como essas que fazem em crianças nos parques, e havia glitter por cada pedaço visível do seu corpo. Me peguei dando risada segundos antes de refletir que eu poderia muito bem estar do mesmo jeito, então engoli o riso e criei coragem para me levantar e encarar o espelho.  

Segui para o banheiro, buscando fazer silêncio para não a acordar, e temendo o que iria ver no reflexo.  

Eu estava um caos. Aparentemente meu rosto também havia sido pintado, mas eu já não conseguia saber o que era o desenho, e cada parte do meu corpo estava coberto com uma camada de glitter e uma tinta colorida. Lavei o rosto e comecei a me lembrar, pouco a pouco… O bar, um parque de diversões, uma balada com temática neon... Conforme eu realmente acordava, as lembranças voltavam e eu me pegava rindo, sabendo que aquela noite tinha rendido histórias para contar pelo resto da vida.  

Terminei de tirar a tinta do meu rosto e segui lavando meus braços, conforme foi possível. Penteei meus cabelos com os dedos, ficando razoavelmente apresentável e segui para a próxima necessidade do dia: tomar água e comer alguma coisa.  

A cozinha estava uma bagunça e me perguntei se ele não se envergonhava que Júvia visse aquilo tudo. Juntei tudo em um canto, coloquei as louças na pia, e segui para minhas próprias questões. Me muni com uma garrafa de água, umas bolachinhas e me sentei à mesa. Foi somente enquanto comia que notei que, embora estivesse ali, Low não estava. Refleti sobre a última vez que havia o visto e concluí que fazia um bom tempo, pois eu nem mesmo me lembrava de ter chego aqui com ele, o que me parecia estranho.  

Na verdade, eu não lembrava ao todo de ter chego até ali. Tinha uns vislumbres de andar a pé com Júvia pelo bairro, mas não sabia ao certo o que isso significava. 

Não precisei pensar sobre isso muito mais, pois não demorou para que ele aparecesse. Ouvi o barulho na fechadura da porta e segui comendo, até que instantes mais tarde ele surgiu na cozinha, lançando-me um olhar acusador.  

Sorri para ele, sem saber o que estava havendo, e voltei minha atenção as bolachas. Ouvi um barulho e observei que ele colocava diversos itens na mesa, graças aos deuses, ele havia trazido comida. Salgadinhos, pães e todo esse tipo de coisa que todo mundo adora.  

- Posso? - Achei melhor perguntar, já que ele parecia irritado, apontando um dos pacotes. 

- Espere eu fazer um café. - Bufou, virando-se e começando o preparo.  

- O que houve? - Perguntei, roubando um pãozinho e mordiscando em silêncio, até que ele virou parecendo nervoso.  

- Tem noção do quanto eu fiquei preocupado?! - Questionou. - A gente quase morreu procurando por vocês, idiotas. - Bufou. - Custava ter avisado? Pelo amor do que você quiser, Levy. - Levy. Eu devia ter feito algo sério, imaginei. - A gente estava longe, tem noção do perigo em que se colocaram? - Perguntou, encostando-se na bancada com uma expressão desnorteada. - Se fizer isso mais uma vez vou acabar com você, garota. - Ameaçou.  

- Tudo bem… - Aquiesci, tomando um gole de água. - Não vou fazer de novo. - Prometi encarando-o e tornando a comer quando ele desviou o olhar.  

- Você não tem ideia do que eu estou falando, não é? - Suspirou, cruzando os braços e me observando, após permanecer em silêncio alguns instantes.  

- Não… - Assumi.  

- Você e Júvia sumiram ontem. - Disse nervoso, passando a mão no rosto. - Voltaram para casa a pé e sozinhas, até onde eu sei. - Bufou. - Tem noção disso? - Perguntou. - Saíram de uma balada no meio do nada e voltaram sozinhas. A pé. - Continuou, respirando profundamente. - O celular dela estava no meu bolso e a senhorita atendeu e desligou na minha cara, falando para eu largar de pegar no seu pé.  

- Bom, eu…  

- Não lembra disso, não é? - Interrompeu-me. - Demoramos horas para descobrir onde vocês estavam. Horas. - Suspirou novamente. - E isso não porque queriam falar sobre, mas porque Gajeel acordou para ir trabalhar e viu que você estava fazendo uma live e me ligou perguntando que raios estava acontecendo…  

- Uma live? - Perguntei, temendo o que eu tivesse feito e querendo rir ao mesmo tempo.  

- Viu a bagunça que está aqui? - Foi sua resposta. - Foram vocês, aparentemente mostrando para todo mundo como podiam comer tudo que eu tinha na cozinha.  

- O quê? - Tornei, surpresa. Desviei os olhos um pouco, me esforçando para lembrar dessa parte e tendo pequenos flashes. - Low… - Comecei, me esforçando entre segurar o riso e pedir desculpas a ele. 

- Onde raios vocês foram? - Questionou. - Encontrei vocês já dormindo, cobertas de glitter… Glitter por todo o meu quarto. - Rolou os olhos. - Aquela porcaria nunca mais vai sair de lá. - Resmungou.  

- Vocês estavam no parque? - Perguntei. - Acho que fomos em um parque e....  

- Acha? - Interrompeu-me. - Vocês são impossíveis.  

- Quase certeza. - Continuei com cautela. - Tem um aqui perto faz uns dias e nós duas estávamos com os rostos pintados, então... - Murmurei, dando ombros.  

- E você não queria me deixar organizar sua despedida porque eu poderia inventar algo absurdo. - Rolou os olhos. - No fim, tentei fazer algo legal e você aloprou.  

- Desculpe, mas Low...  

- Você não está nem um pouco arrependida, não é? - Adivinhou.  

- Bom, eu sinto como se nunca tivesse me divertido tanto... mas, isso tem mais a ver com suas ideias e todos juntos do que com nós duas saindo de lá. Juro. - Expliquei e a carranca dele pareceu esmaecer um pouco. - E me desculpe pelo glitter. Pelo que me lembro, eu comprei para usar ontem, mas não desse jeito. - Falei e ele suspirou, virando-se para finalizar o café.  

- Por favor, só me prometa nunca mais fazer isso. - Pediu.  

- Tudo bem.  

- Se fizer de novo não me deixem para trás, foi um saco. - Resmungou.  

- Seu problema não foi termos sumido, mas termos deixado você, não é? - Suspeitei.  

- Claro que não. - Bufou. - Não seja idiota. - Disse, embora eu pensasse que era esse o caso. - Mas, falando em problema... - Começou a falar, sentando-se comigo à mesa. - Gajeel ficou furioso e também quase morreu de preocupação. - Contou. - Falou um monte sobre não ter podido ir e você ter feito algo assim... É bom se preparar.  

- Era minha despedida. - Rolei os olhos. - Também não vou na dele, o que é justo é justo. - Argumentei. - Além disso, Júvia e eu sabemos nos cuidar. - Nos defendi. 

- Não naquelas condições...  

- Ele me viu? - Mudei o ponto da conversa, refletindo que isso não fazia parte dos meus planos.  

- Se ele te viu? - Perguntou Low, rindo. - Ele veio aqui antes de ir trabalhar, foi quem fez vocês irem dormir e na cama, não em algum lugar estranho como provavelmente teria acontecido...  

- Eu devia estar horrível. - Refleti.  

- Você está horrível. - Corrigiu e lhe lancei um olhar zangado. - Sabe que é verdade. - Defendeu-se. - Mas, estava muito pior. - Comentou sorrindo.  

- Sei disso. - Suspirei, tornando a comer.  

- Ele trouxe suas chaves, assim você pode ir tomar banho, dormir, virar um ser humano de novo...  

- Rá. Rá. Muito engraçado. - Murmurei, tomando café. - Eu me sinto um ser humano. Incrivelmente suja e brilhante, mas muito humana e viva. Ontem foi incrível. De verdade, Low. Obrigada.  

- É o mínimo que eu podia fazer pela minha caçulinha. - Respondeu. - Ainda mais agora que vai ficar casada o resto da vida. - Emendou.  

- Vou me casar, não morrer. - Ri. - Vamos continuar saindo.  

- Não vai ser a mesma coisa. - Rebateu. - Você vai arrastar Gajeel para morar com você em outro lugar, então vão ter meia dúzia de filhos e...  

- Deixe de maluquice. - O interrompi rindo. - Meia dúzia de filhos... Nem brincando.  

- Com filhos ou não, vocês vão estar longe e já casada você não vai ter do que reclamar, então vai se esquecer de mim e...  

- Você é mais que um ouvido para eu reclamar, não vou te abandonar. - Prometi. - Além disso, sobre morar longe... - Respirei fundo, pensando se iria contar a ele ou não. - Bom, as coisas podem mudar.  

- O que quer dizer? - Perguntou curioso. - Vai voltar para cá?  

- Não disse isso. - Afirmei.  

- Mas, também não disse que não. - Rebateu.  

- Não, não disse.  

- O que está havendo?  

- Por enquanto nada, mas talvez eu fique mais perto do que você imagina. - Comentei.  

- Eu odeio mistério, conte logo.  

- Eu adoro te deixar curioso, então paciência. - Sorri, tornando minha atenção a comida.  

Alguns instantes depois Juvia apareceu na cozinha, ainda coberta em glitter e com o rosto borrado de tinta. Felizmente eu me sentia bem, mas não parecia ser o caso dela. A acompanhei ao banheiro para ajudar a limpar razoavelmente toda a tinta que tinha no rosto e cabelos, mais tarde ela tomaria um banho e resolveria isso de verdade.  

No momento em que ela chegou observei o olhar de Low sob ela, percebendo que embora ele tenha dito que eu não tinha mais do que reclamar, ele também não tinha. Dava para ver que ele a amava, mesmo que não saísse gritando isso por aí.  

Fiquei feliz por ele e também feliz por mim, tendo a certeza de que mesmo que Gajeel falasse algo sobre essa situação da despedida mais tarde, fazendo-se de irritado, era aquele tipo de olhar que tinha me lançado mais cedo naquele dia.  

E receber um olhar desses não é pouca coisa, pois embora simples, está carregado de inúmeros significados. Ao saber que ele tinha me visto daquela maneira minha primeira reação foi preocupar-me, mas ao pensar nessa questão do olhar soube que nada disso importava. O tipo de relação que nós temos vai além do que você pode ver.  


Notas Finais


E então?

Espero que tenham curtido o capítulo, friends!
E que vocês e suas famílias estejam bem! *--*

Até o próximo
Bjxxxx


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