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História Ecos do passado. - Muralha quebrada.


Escrita por: rxiz

Notas do Autor


Awwn, seus fofos! 27 favoritos até agora! Obrigada *---*

Capítulo 7 - Muralha quebrada.


- Levy –

 

Estava fitando o vazio enquanto Gajeel saia da garagem com o carro. Imaginava a bobeira que tinha cometido ao aceitar aquela carona, afinal eu podia acabar dizendo coisas que não devia, coisas que deviam ficar no lugar ao qual pertencem, no passado.

Durante anos eu quis encontra-lo novamente para esclarecer algumas coisas, ou no mínimo para gritar com ele ou coisas do gênero. Algumas vezes esse tipo de pensamento vagou por minha mente, até mesmo na época em que eu comecei a namorar o Rogue, e olhe que eu estava perdidamente apaixonada. Mas, enclausurada com ele naquele carro eu queria tudo, menos falar sobre as coisas que aconteceram; minha vontade é fingir que nada nunca aconteceu e que somos completos estranhos. O que não deixa de ser verdade, afinal não o vejo há anos e ele pode ter mudado, talvez para melhor.  Quer dizer, não que ele tenha dito ou feito qualquer coisa nesses últimos dias que me levem a crer em uma grande mudança de atitude, ele mudou é claro, não é mais o adolescente que eu conheci, mas sua essência parece continuar a mesma. Ou seja, ele continua mandão, sarcástico, briguento, mas ainda assim muito atraente, com toda essa pose de macho alfa que é demasiada algumas vezes. Além de seu cheiro como eu havia dito. Um cheiro forte, que me parece sensual e acolhedor ao mesmo tempo, se é que se pode ser essas duas coisas ao mesmo tempo.

- Parece que velhos hábitos realmente nunca mudam. – Ele disse de repente me tirando de meus devaneios. Só então percebi que estávamos parados no sinal.

- O quê?! – Perguntei juntando as sobrancelhas e me virando para encara-lo.

- Seus lábios. – Ele disse simplesmente.

- O que há com meus lábios? – Perguntei desviando o olhar. Por que ele estaria prestando atenção nos meus lábios? Curioso.

- Você ainda morde os lábios quando está perdida em pensamentos. – Ele disse e é a mais pura verdade. Verdade a qual tenho certeza de nunca ter dito nada a respeito.

- Que bobagem. – Eu tentei disfarçar minha surpresa sobre seu misterioso conhecimento sobre mim. – Eu só estava olhando a paisagem e ...

- Paisagem? Só vejo chuva. – Ele disse me interrompendo. – E ainda se houvesse uma paisagem eu não cairia nessa.

- Mas...

- Baixinha. – Ele disse parecendo frisar cada letra. – Só fiz um comentário.

- Ok. – Eu murmurei simplesmente depois de um grande suspiro.

Após esse pequeno diálogo ele voltou a olhar para a frente, uma vez que o sinal estava aberto, e seguiu para o prédio onde moramos. Não demorou para estarmos na segurança da garagem, onde assim que ele desligou o carro eu me apavorei para abrir a porta e descer, para poder me ver livre daquela situação esquisita. Mas para meu desespero a porta não parecia querer abrir de modo algum, embora o Gajeel já houvesse destravado as portas, a dele inclusive já estava aberta.

- A trava desta porta está com problemas. – Ele falou me fazendo olhar para ele. – Tem que saber abri-la. – Ele continuou enquanto se aproximou para tentar abri-la.

Eu não sei se ele agiu com a intenção de me atordoar, mas se foi, ele conseguiu. Afinal, para abrir a maldita porta ele ficou com o rosto a centímetros do meu, e embora eu não veja a necessidade disso não vou dizer que não gostei – ainda que devesse – estava realmente interessante sentir sua respiração tão perto de mim, e talvez seja minha mente sedenta por um pouco de carinho e coisas do gênero, mas até a respiração dele parecia me seduzir. Em algum momento em meio a essa sua pequena luta contra a porta nossos olhares se cruzaram, quer dizer, ele pareceu me obrigar a olhar para ele, pois eu tinha os olhos fixos nos seus lábios que para dizer a verdade permanecem extremamente beijáveis, quando senti como se um imã puxasse meu olhar para o seu.

- Está aberta. – Ele disse simplesmente fazendo com que eu pudesse sentir seu hálito viajar até mim ainda sem se afastar para que eu pudesse sair.

- O... Obrigada. – Eu disse de modo patético dando uma rápida olhadela para sua boca.

- Se ficar mordendo com tanta força vai machucar. – Ele disse desviando os olhos para a minha boca me fazendo notar que estava mordendo meu lábio inferior.

- Ãn... – Eu ia dizer mais alguma coisa pateticamente genial quando fui salva pelo toque do meu celular. Ou assim eu pensei no momento.

Dei um leve sorriso para o Gajeel e sai do carro para atender a ligação. Não eram boas notícias, pois era meu advogado, Dr. Elfman, quem me ligava. Eu havia pedido a ele que tentasse entrar em acordo com Rogue para uma separação amigável, mas parece que o idiota do meu marido não quer aceitar. Bom, não posso dizer que eu tentei, não é? Ele começou a briga me traindo e eu ainda tentei ser amigável e me separar numa boa, mas uma vez que ele prefere que eu tome atitudes mais drásticas, assim será. Vou entrar com um pedido de divórcio por justa causa e certamente vou ganhar, o que faz com que ele perca muita coisa, mas ele escolheu esse caminho para o fim do nosso relacionamento, só nos resta segui-lo até que nossa ligação esteja definitivamente acabada.

- Você está se divorciando? – Perguntou Gajeel enquanto entravámos no elevador.

- Sim. – Eu respondi de forma resoluta.

- Hum. – Foi tudo o que ele murmurou em resposta. Interessante. Geralmente dizem “Oh, eu sinto muito” ou “Você merece coisa melhor”

- Você sabe que... Deixe pra lá. – Começou ele e voltou seu olhar para o teto.

- O que?! – Perguntei exasperada. Odeio que incitem algo e não concluam. – Começou a falar termine.

- Deixe.

- Fale de uma vez. – Eu disse olhando nervosa para ele que suspirou e se pôs a falar.

- Você sabe que, uma vez que está pedindo divórcio por justa causa, não pode dar motivos para ele ter algo contra você, certo? – Ele perguntou com uma expressão neutra que parecia extremamente forçada.

- O que ele teria contra mim? – Perguntei mais para mim mesma. – O canalha me traiu. Eu sou a vítima dessa situação.  – Eu deixei escapar.

- Um caso da sua parte seria um problema. – Ele falou sem olhar para mim com um tom de voz que dizia que ele estava insinuando algo.

- Eu não tenho um ca... – Parei de falar quando entendi do que ele falava. – Eu não tenho um caso! O Low é meu amigo!

- Não estou dizendo isso. – Murmurou ele parecendo sincero ainda que eu saiba que era disso que ele falava. – Só quis... Ãn... Avisar. – Ele murmurou enfiando as mãos nos bolsos e olhando para o teto em meio a um suspiro.

 

O elevador se abriu e saímos em direção a nossos respectivos apartamentos.

 

- Obrigada pela carona. – Eu disse sorrindo suavemente.

- Disponha. – Ele respondeu num tom grave que parecia querer esconder algo e entrou em seu apartamento.

 

Quando já havia anoitecido eu me vi deitada em minha cama, repetindo febrilmente para mim mesma que era uma idiota. Eu havia me permitido entrar naquele carro e sentir seu cheiro tão próximo de mim. Sentir seu corpo tão próximo do meu e por um breve instante ter a sensação de que iríamos nos beijar caso o celular não tivesse tocado.

Permitir tais coisas, sentir tais sensações, fez-me permitir pensar nele, ter devaneios onde estava em seus braços. O tipo de coisa que eu realmente deveria manter longe de minha mente e deixei que entrasse, deixei que quebrasse a muralha que construí com tanto zelo. 


Notas Finais


O que vocês estão achando amiguinhos?

Têm alguma crítica ou sugestão? Se pronunciem. XD


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