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História Ecos do passado. - Teimosia ou covardia?


Escrita por: rxiz

Notas do Autor


HELLO OLD FRIENDSSS

Sorry pelo atraso. Espero que gostem desse capítulo. XD
Bjx

Capítulo 27 - Teimosia ou covardia?


- Levy –

 

Eu não sei o que estou fazendo. Nunca estive tão confusa na vida.

Ou talvez nunca tenha sido tão teimosa. Tão covarde. Eu sei o que eu quero, mas estou relutante em aceitar isso sem lutar contra.

Fazem cerca de três semanas que não converso apropriadamente com Gajeel. Desde a manhã em que encontrei com a senhorita perfeição saindo de seu apartamento não consegui pensar em nem sequer um tópico para falar com ele que não envolvesse um pequeno surto, um pequeno despejo de todo o maldito e patético ciúmes que me envolveu quando vi aquela mulher despedindo-se dele. Eu disse a ele uma vez que ele poderia ficar com quem ele quisesse, eu disse a mim mesma que o que tínhamos não era nada sério, mas no fundo não era assim que eu me sentia. Não é assim que me sinto. É ridiculamente incômodo o ver com outra mulher.

Todo contato que tivemos se baseou em mera réstia de educação para com o outro, coisas como “bom dia” ou “com licença”. Embora me consuma aceitar, eu sei que sinto sua falta, o que é definitivamente patético. Ele obviamente não sente minha falta assim como eu sinto a dele, já que parece estar tendo a companhia de pelo menos metade das mulheres de toda a cidade, enquanto eu saí apenas com Zoro, isso é, durante as últimas semanas, mas ainda assim só ele, não com metade da cidade. Posso ter nomeado meu envolvimento com Gajeel de amizade colorida, mas no fundo sei que estava me envolvendo de verdade, enquanto ele, pelo visto, estava falando da boca para fora. Estava apenas passando o tempo comigo, não fui nada de relevante para ele.

Sobre sair com Zoro, bom, é legal e eu posso até mesmo dizer que gosto dele ou que poderia vir a gostar num futuro próximo, embora no momento eu teime em enxergar um problema nele. O simples fato de ele não ser Gajeel, o que obviamente me faz sentir uma grande idiota, mas não é como se eu conseguisse evitar me sentir assim pois, quando estou com Zoro falta algo em mim, faltam as sensações que eu reencontrei depois de tantos anos. As sensações que reencontrei em Gajeel e que pateticamente fazem sentir-me viva. Que me fazem sentir como se uma faísca se acendesse dentro de meu peito e se espalhasse vagarosamente por meu corpo a cada vez que ele está por perto e a sensação que todo meu corpo é consumido por gelo quando ele está longe.

Ultimamente, graças à Zoro, o gelo não tem me consumido muito, mas o calor em que ele é envolto e que tem me mantido razoavelmente aquecida não é nada perto do que envolve aquele moreno idiota. Ou talvez seja, mas para outra pessoa. Não para mim.

O mais frustrante de tudo é que, embora eu tenha assumido para mim mesma que sinto a falta de Gajeel eu não consigo ou talvez não queira ir atrás dele. Sim, talvez não queira. Tenho medo. Medo de que tudo se repita, medo de me deixar levar por essas bobagens que ando sentindo e completar o déjà vu – Sentimentos, entrega, sofrimento. – Ou seja, o fato é que sou uma covarde. Tenho medo de arriscar mais uma vez com ele, mas mesmo tendo medo eu sei que deveria arriscar, seguindo aquele velho ditado que nos diz para não nos arrependermos daquilo que já fizemos, mas sim do que não fizemos por medo de tentar.

Eu já me arrependi de não fazer nada quanto a Gajeel, de não tentar resolver as coisas com ele, isso é, há muitos anos atrás. Naquela época eu fugi da situação, fugi dele e de modo algum imaginava que um dia o veria de novo. Uma parte de mim não queria vê-lo de novo, a parte covarde queria deixar as coisas como estavam, pois, sabia que se eu o reencontrasse as coisas não seriam exatamente simples, embora devessem ser. Eu ficaria atolada em meio ao que mandava a razão, ou seja, ficar longe dele, escolher um caminho mais simples e tranquilo. Tão tranquilo que alguns diriam que era um caminho chato. Ou escolher seguir minhas emoções, um caminho mais irregular, mas que não me deixaria nem um segundo entediada, eu tinha certeza.

Fico me dizendo essas coisas, refletindo sobre arriscar ou não, ou seja, tentando seguir o caminho da razão. Mas, não é bem assim que funciona, especialmente quando Gajeel está por perto. Nesse caso tenho que usar todas minhas forças para não soltar as rédeas de minhas emoções e brigar com ele, dizer para que não saia mais com aquelas garotas – especialmente com a senhorita perfeição que voltou em outras ocasiões – porque isso me incomoda. Porém, sei que não tenho esse direito, isso é, de tentar controlar sua vida. Quanto as rédeas de minhas emoções... Bom, eu sinto que não devo solta-las, mas não sei bem porquê.

Ontem à noite foi particularmente difícil segurar as rédeas e não acho que eu possa dizer que obtive sucesso quanto a isso, pois para meu grande desespero todo o universo parecia conspirar contra a minha pessoa. Se não me bastasse ter encontrado com Gajeel e aquela garota no elevador de manhã – o que me deixou de tremendo mau humor – a escola parecia estar de ponta cabeça naquele dia ou, talvez, fosse eu que estivesse enxergando tudo daquela forma. De todo modo, quando estava quase na hora de voltar para casa ocorreu um blackout que a princípio não me incomodou.

Veja bem, algo havia ocorrido e estávamos em meio a um blackout, ou seja, sem energia ou previsão de que voltasse. Eu havia voltado para casa cansada, tive de subir pelas escadas, já que não haviam ligado os geradores, e consegui a façanha de quebrar minha chave dentro da fechadura. Estava presa fora de meu apartamento, uma vez que sem energia e com meu celular sem bateria eu não tinha chances de conseguir um chaveiro, então fui até a porta de Low e praticamente a esmurrei.

- Droga! – Grunhi irritada. – Low! – Chamei, batendo novamente na porta.

- Ele saiu mais cedo com a Júvia. – Ouvi uma voz familiar soar atrás de mim. Gajeel.

- Sabe se eles vão voltar logo? – Perguntei me virando para encara-lo e ele deu ombros, aparentemente não sabia. – Droga. – Repeti e me sentei em frente à porta de Low.

- Pretende ficar aí?

- Não tenho para onde ir. – Respondi emburrada.

- Talvez pudesse ir para sua casa. – Sugeriu ironicamente.

- Minha chave quebrou na fechadura. – Resmunguei.

- Talvez deva ligar para um chaveiro. – Continuou e eu o olhei irritada.

- Acha que não teria ligado para a droga do chaveiro se pudesse? – Perguntei. – Meu celular está sem bateria, não tenho ideia onde tem um chaveiro nessa cidade para eu ir até lá e Low não está em casa!

- Quanto drama... – Disse rolando os olhos – Vamos lá em casa. – Convidou – Você pode ligar para um chaveiro do meu celular.

- Você pode só emprestar o celular? – Questionei, não confiava em mim o suficiente para acreditar que iria lá e apenas ligaria para o chaveiro. – Não quero incomodar. – Emendei como desculpa.

- Unpf... – Bufou. – Seu namoradinho vai brigar com você se souber? – Perguntou em tom de ironia.

- Sua namoradinha não ia gostar. – Rebati. – Vai me emprestar o celular ou não?

- Eu não tenho namorada. – Respondeu.

- Nem eu tenho namorado. – Dei ombros – Agora, por favor... – Murmurei estendendo minha mão para que ele me emprestasse o celular.

Ele não pôs o celular em minha mão, mas a segurou e me puxou, fazendo com que eu me levantasse.

- Se não tem namorado não há problema em ir lá em casa cinco minutinhos, não é? – Perguntou sorrindo torto – Não vou morder você... A menos que queira.

- Rá! Rá! – Desdenhei – muito engraçado. – Disse, o seguindo.

- Vai querer? – Perguntou ele assim que fechou a porta atrás de nós e eu o olhei confusa. – As mordidas. – Explicou com um sorriso sacana dançando no rosto.

- Vou querer só usar o celular, obrigada. – Respondi, mordendo a língua para não dizer que sim. Queria as mordidas, queria ele...  Ah, como queria.

- Qual é, baixinha... – Murmurou ele, baixo demais para o usual, aproximando-se de mim.

- Gajeel, é melhor não...

- Por quê? – Perguntou ele já com os lábios no meu pescoço. – Humm... – Suspirou – senti falta do seu cheiro. Não há nada igual.

- É...  É mesmo? – Questionei bobamente.

- Aham... – Murmurou Gajeel, levando seus lábios aos meus e fazendo com que meu corpo se aquecesse como não fazia há semanas.

Levei minhas mãos a sua nuca antes que tomasse as rédeas do que estava fazendo, apenas me deixando levar, aproveitando os instantes em que estava em seus braços.

- Isso não é uma boa ideia. – Disse, me separando dele depois de alguns instantes curtos demais e encostando-me na outra extremidade da sala. – Não é justo com a sua namorada e nem... – Não era justo com Zoro, pensei. Mas, resolvi manter quieta.

- Eu não tenho namorada, já disse. E...

- Então quem era a garota que estava aqui mais cedo? – O interrompi – Já a vi outras vezes – dei ombros – Não vá me dizer que não tem nada com ela.

- Não vou dizer isso, mas ela não é minha namorada. – Repetiu. – E sei que ela não é o motivo de não querer me beijar e sim aquele panaca do Zoro. – Acusou. – Por ele que você não acha isso justo... – Murmurou se referindo aquela situação.

- Ele é parte do motivo. – Assumi.

- Então está namorando com ele. – Afirmou o moreno, aproximando-se de mim carrancudo.

- Não. – Insisti.

- Se ele não fosse, você não se sentiria culpada por isso... – Falou, aprisionando-me entre ele e a parede, deslizando seus lábios por meu pescoço. – Nem por isso... – Continuou ele, migrando sua mão para dentro de minha camiseta e levando seus lábios aos meus beijando-me lentamente como que para me provocar.

- Isso não tem nada a ver. – Murmurei, ainda que distraída com seus lábios em mim.

- Quando começou a sair com ele já estava ficando comigo, não é? Não sentiu culpa antes e então...

- Não é verdade. – O interrompi. – Não é como se tivéssemos algo sério, mas eu me senti culpada sim. – Assumi e ele me olhou desconfiado.

- Você parecia bem feliz quando saiu na varanda toda arrumada para sair com ele há algumas semanas...  Bem feliz e nada culpada. – Acusou.

- Como sabe? – Questionei. – Anda me espionando?!

- O quê?! Não seja absurda. É claro que não!

- Eu não acredito que estava me espionando. – Refleti, ignorando completamente seus protestos.

- Eu não estava...

- Estava. – Disse, interrompendo o que ele dizia. – E se quer saber me senti culpada sim...  Talvez não na hora em que você estava espionando – murmurei e ele começou a dizer algo, mas eu o silenciei e prossegui – mas, quando o beijei me senti instantaneamente culpada e...

- Sei... - Murmurou ele me interrompendo.

- Mas durou pouco a sensação de culpa, já que quando cheguei aquela garota estava saindo! – Exclamei, a voz subindo algumas oitavas. – Por que eu deveria me sentir culpada?

- Você...

- Eu beijei alguém e me martirizei por isso, enquanto você estava aqui transando com outra! – Urrei. – Enquanto você esteve transando com n mulheres nas últimas semanas! – Adicionei.

- Estive com outras porque você me trocou por aquele idiota! – Ele gritou, interrompendo qualquer coisa que eu ia dizer.

- Não o troquei por ninguém. – Disse entredentes. – Mas, você...  Ah, você é um maldito Casanova!

- Você disse que eu deveria ficar com quem eu quisesse! – Acusou. – Que você não ligava.

- Era mentira! – Assumi de forma estridente com os olhos lacrimejando de raiva de toda aquela situação. – Idiota! – Exclamei – Qualquer um sabe que era mentira!

- Por que simplesmente não disse que não me queria com outras? – Perguntou ele calmamente e sua calma me enfureceu ainda mais.

- Porque você é um idiota! – Tornei, como se aquilo respondesse a sua pergunta. – Não havia necessidade de dizer, deveria ser óbvio. – Suspirei. – Mas, eu não fui a única que menti... – Comecei, movida pelo momento resolvi desabafar.

- Eu não disse uma mentira a você desde que voltou. – Defendeu-se.

- Você disse que nunca havia deixado de me amar. – Disse, e ele empalideceu. – Pois é... – Murmurei – eu lembro de tudo o que você disse naquela noite. Todas aquelas mentiras sobre me amar, sobre precisar me ver ou ter sido apaixonado por mim...

- Eu não disse uma mentira a você desde que voltou. – Repetiu.

- Se alguma dessas bobagens fosse verdade você não teria saído correndo para trazer para sua cama a primeira mulher que cruzou seu caminho. – Murmurei magoada. – Pode até ser que eu não deveria ter beijado Zoro, mas... – Suspirei e deixei a frase morrer.

- Baixinha... – Ele não tinha uma resposta. É claro que não.

Peguei minhas coisas e saí dali. Desisti de ligar para o chaveiro, desisti de permanecer ali e tentar continuar aquela conversa. Segui para as escadarias, segui para a escuridão que me esperava lá fora.

 

 


Notas Finais


O que acharam?

Podem dar dicas/ sugestões, etc. galera, críticar também. XD
Bjx


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