1. Spirit Fanfics >
  2. Eden >
  3. 1. Drugs;

História Eden - 1. Drugs;


Escrita por: Victra

Notas do Autor


OLHA SÓ QUEM DECIDIU SAIR DA TUMBA, ELA MESMA: TIA LIS JSNSJ

vamulá:

→Esta fic foi inspirada nas músicas drugs, sex e rock n roll do EDEN
→Sugiro que leia cada capítulo ouvindo as músicas anteriormente citadas, os nomes dos capítulos vão corresponder a elas
→Shorfic as usual
→Amo vcs
→Bae é seu sobrenome
→Boa leitura (♡)

Capítulo 1 - 1. Drugs;


Fanfic / Fanfiction Eden - 1. Drugs;



EDEN

Parte I - Drugs


“All I needed was some words to say that all these feelings don't mean shit to me. It's all chemicals anyway.”




É quente. O líquido morno do copo aquece suas mãos descobertas. O toque direto faz com que você quase se esqueça do frio arrebatador e sinta-se viva. E É claro que o assunto não é o clima lá fora.

O dia está nublado. As pessoas se encolhem em inúmeras camadas de roupas enquanto caminham a passos rápidos pela cidade, em grandes grupos e com sorrisos no rosto. A noite está apenas começando para eles. Para você também.

Mirando os olhos nos amplos vidros da cafeteria, você observa o movimento das ruas. Está sentada ao canto, perto da porta. A iluminação que provêm das lâmpadas e janelas é ideal para que você possa ler e reler todas as páginas de xerox em sua mesa sem complexidade alguma.

Há provas marcadas para a semana seguinte. Você tem de estudar. Não que já não o fizesse a cada segundo de sua vida desde os dez anos, mas é crucial manter sua mente ocupada.

Existem apenas duas coisas em que você é viciada: mentiras e café.

Café, café e mais café. O líquido escuro desce por sua garganta, forçando-a a se manter acordada, forçando-a a se manter focada, forçando-a a se manter ocupada.

Mentiras, mentiras e mais mentiras. As palavras saem por sua boca como a mais natural das verdades, forçando-a a convencer os outros e, principalmente, a si mesma dos fatos irreais que profere.

Você mente sobre o que quer. Diz que tem metas e precisa alcançá-las. Diz que ama o seu futuro, aquele no qual molda desde criança, que constrói bloco a bloco. Mas você sabe que tudo o que mais deseja é destruí-lo, correndo as mãos pelo prédio de sua farsa e dizimando-o à ruínas.

Você mente. E, quando não o faz, bebe café. Pelo menos é sincera quando diz que ama o gosto amargo de tal líquido.

Hoje não é diferente. Nunca é. Você acabou de sair da faculdade e rumou a cafeteria, um lugar conhecido e de fácil acesso entre seu apartamento e o campus, e pôs-se a fazer o que sabe de melhor: estudar.

A cafeína vibra em suas veias a cada gole e seus neurônios chamuscam a cada página virada. Típico.

Você é um "gênio". Seu conhecimento geral é abrangente e sua capacidade de resolver testes lógicos é acima da média. Mas é claro que já está ciente disso.

Café, luzes amareladas, janelas embaçadas, páginas amassadas e mentiras. Tem tudo para ser apenas outro dia ordinário em sua vida. Mas não é.

Não é. Porque o sino da porta bate. E ele nunca bate naquele horário. Você sabe que é a única antissocial a prender-se num café numa sexta-feira à noite. Então, seu pescoço se move de forma quase automática. Você se volta à entrada e pragueja com a visão que capta.

Ele é não é muito alto. É esguio e pálido. Seu rosto é comum. Mas tem algo nele. Algo naquelas calças rasgadas e na jaqueta bomber. Há algo nos olhos avermelhados e nos lábios entreabertos. Há algo nas mãos másculas e na postura caída. Há algo na feição cansada e, ainda assim, selvagem.

Isso! É isso. Selvageria. O homem é quase uma placa em aviso de “pare”. Seus movimentos largados em direção ao balcão são uma nítida mensagem de encrenca e sua voz grossa dirigida à atendente é praticamente um atentado à sanidade alheia:

— Um café grande e sem açúcar, por favor. — ele diz; as mãos enterradas nos bolsos e o olhar indiferente, apesar de seu tom cortês.

— Claro. — ela retorque. Seus olhos demoram a desviar do homem e focar-se em registrar o pedido.

Há algo nele.

Você tenta abaixar o olhar e voltar a mergulhar nos intermináveis textos de apoio do seu curso. Seus pés se enroscam por debaixo da mesa quadrada e suas costas se enterram no estofado vermelho do banco. Você não quer olhar, mas tem algo nele; algo que prende sua atenção e desperta em ti um sentimento que não pode discernir.

Ele está esperando encostado no balcão. Seus antebraços repousam na superfície escura enquanto ele corre o olhar pelo estabelecimento.

As luminárias modernas e presas ao teto; o ambiente rústico e confortável. Ele gosta do que vê. E, acima de tudo, do cheiro que o local exala: café. O aroma quase inebriante e tão conhecido pelo platinado.

As orbes do homem, por fim, alcançam-na. Ele arqueia as sobrancelhas quando você o mira de soslaio, desconfortável. Seu olhar é crítico, pesado. O homem mede desde o carregador portátil ligado ao celular na mesa às suas canetas e marcadores perfeitamente alinhados.

Há algo em você.

E ele olha, olha e olha. Constante e incessantemente. Você quase acredita estar condenada à sentença do fogo perpétuo que a queima pelas íris do loiro quando volta a ouvir a voz da atendente:

— Aqui está, Sr. Min.

Ele pisca algumas vezes antes de se voltar à morena no outro lado da placa de mármore. Você sabe que ele ainda a fita pelo canto dos olhos. E se pergunta o quão distraída estava para não ouvir o momento em que ele disse seu nome à balconista.

— Obrigado. — ele agradece.

— Não há de quê. Seja bem-vindo e volte sempre.

Quando o homem gira o corpo sobre os calcanhares, dando-a visão de seu rosto outra vez, ele não transparece mais indiferença. Há curiosidade ali. Você pode ver dezenas de perguntas presas na garganta dele a medida em que ele avança até a porta. E, no momento em que ele diminui os passos e quase para perante sua mesa, você acredita, por poucos segundos, que ele irá te fazer todas elas.

Mas ele não faz. Em vez disso, ele balança a cabeça em negação e sai por onde entrou. Ele se foi. E faz sentido, afinal, por que ficaria? Você é só uma mentirosa viciada em café e dedicada aos estudos.

Você é só alguém se obrigando a viver uma vida a qual despreza enquanto repete que este é o seu sonho.

Vocês não se conhecem. E, sinceramente, você não consegue listar motivo algum que o fizesse ter vontade de mudar isso.  

Então um suspiro corta sua garganta. Os dedos trabalham quase automaticamente para trazer o café até sua boca e fazer com que o engula juntamente a todas as suas mentiras.

Mas, droga, há algo nele que a fez querer conhecê-lo.

Os ponteiros do relógio na parede parecem se arrastar até baterem oito horas. Você decide que é suficiente por hoje, recolhendo suas coisas e acenando para a balconista ao ir embora.

Assim que põem os pés para fora do aconchegante café onde estava, o vento a acerta em um chicotear impiedoso. As ruas estão escassas em movimento e a neblina se inclina pela paisagem em um cenário lúgubre. Mas você ainda é capaz de ouvir a música alta a algumas quadras.

Se fechar os olhos, você pode visualizar a nítida imagem de jovens se divertindo em boates e beijando bocas desconhecidas. Você repete para si mesma que não é como um deles, mas a inverdade é quase tão palpável quanto o concreto das calçadas onde caminha.


— Hey, tudo bem? — você atende a chamada de sua melhor amiga.

— Jimin me pediu em namoro. — ela solta, abruptamente.

— Oh… — sorri. Seu olhar vaga pelo teto do quarto, observando-o ser banhado pelas luzes da TV. — Eu fico feliz. Sabia que ia acontecer logo.

— Eu sei… mas… Aaah! Eu estou tão feliz! — não é preciso esforço para vizualizá-la enterrando o rosto no travesseiro enquanto solta gritinhos histéricos.

— Vocês são incríveis juntos. Ele é um cara legal. — faz uma pausa. — É claro, eu nem teria o deixado chegar perto de você se não fosse.

— Ah, eu sei. Você é minha peneira de pretendentes. Só você pra me salvar do meu dedo podre. — brinca. — Obrigada. — diz, em um tom mais franco e afável.

— Sempre ao seu dispor. — sorri.

— Eu devo desligar agora. — notifica após alguns segundos. — Sei que acorda cedo. Só queria te dizer.

— Tudo bem. Boa noite. Felicidades a vocês.

— Obrigada. Boa noite. — ri baixinho. — Eu te amo. — e então a ligação é finalizada.

Você continua segurando o celular contra a orelha; os olhos fixos no teto e longe do dorama ao qual devia estar prestando atenção.

Está feliz por sua amiga. Ainda assim, sente inveja.

Ela parecia tão feliz. Tão completa. Ela estava sentindo.

E você já se esqueceu de como é sentir alguma coisa.


É sábado. Você acorda e move-se no piloto automático para realizar sua rotina. Limpa seu apartamento, separa o material de estudo, toma um banho, se veste e vai à cafeteria.

O dia corre como todos os outros. Você já conhece os horários de quem entra e sai no estabelecimento, assim como sabe que o turno de Junghyun acaba ao meio dia e o de Yuna começa logo depois. Os dois atendentes são os únicos a te cumprimentar.

Entretanto, é quando a noite chega que as coisas mudam.

É ele. Outra vez. Você sabe que o horário é o mesmo de ontem e que ninguém frequenta o café nele, mas se obriga a erguer o olhar para confirmar sua tese.

Lá está. Ele caminha com a mesma postura ruim, parece até mais cansado, mas seu olhar transborda atenção quando a mira, sentada exatamente no mesmo lugar.

Como no dia anterior, você não consegue não olhá-lo. E como no dia anterior, ele apenas compra a bebida dele e vai embora.

Você o mira com mais atenção quando ele se volta à porta. As retinas estão vermelhas e a boca, ressecada. Mas ainda há algo ali.

E esse algo continua em sua mente, mesmo quando a imagem do rapaz deixa de deleitar seus olhos.

Domingo. O dia é outro mas os acontecimentos são os mesmos. Todavia, você continua a pensar no garoto do café. Não devia. Sua mente tem de se dedicar completamente aos estudos. Mas ele está lá; seus olhos estão em algum lugar entre a Segunda Guerra Mundial e suas mãos se encontram em certa gaveta de memória próxima à economia da Ásia e o Império Romano.

— Isso não pode estar acontecendo. — você solta, descrente. Recusa-se a deixar com que esse estado tome continuidade. Mas são quase seis e meia. Logo, logo ele entrará pela porta. E, os Tigres Asiáticos que a perdoem, mas você estava muito mais interessada em analisar a jaqueta que o “Sr. Min” havia escolhido para hoje.

Ela é camuflada, a propósito. E não que você esteja o secando, mas o verde musgo lhe cai muito bem.

Ele não fala com você outra vez. E você cogita adicionar tais acontecimentos contínuos em sua agenda monótona.


Segunda-feira. Um dia inteiro dedicado ao estudo do cenário geopolítico mundial a espera na faculdade antes mesmo de você levantar da cama.

Você passa no café pela manhã. E, por mais que negue veementemente, você procura o loiro que se infiltrou em seu final de semana pelo canto dos olhos. Mas não há sinal algum dele.

O sol pinica em sua pele, indicando que o dia será tórrido se comparado aos anteriores. Não tão quente quanto o café em suas mãos, mas não tão frio quanto seu coração.

— Bom dia! — Yerin a deseja assim que vocês se encontram no pátio externo. Jimin, seu novo namorado, está com os braços enroscados na cintura da garota. Ela está sentada no colo dele, que, por sua vez, está sentado numa das mesas dispostas na área aberta.

— Bom dia, mais novo casal de Busan — sorri para os dois. Eles ficam bonitos juntos. — Suponho que tenham tido um ótimo final de semana. — brinca, lançando-os um olhar malicioso. Yerin cora e esconde o rosto no pescoço de Park Jimin, que revira os olhos, ainda que prenda um riso em sua garganta.

— Você não tem ideia. — cantarola o rapaz.

Ele não sabia que você, realmente, não tinha. Dias regados a beijos apaixonados e sexo intenso são memórias tão remotas em seu consciente que a fazem começar a se questionar se são reais.

Um sorriso é forçado como resposta. Tais pensamentos a chatearam. Não é como se a culpa fosse dele, afinal.

— E você, unnie — Yerin requere a sua atenção novamente, já tendo o constrangimento dissipado de suas bochechas. —, como foi seu final de semana? — as sobrancelhas dela se erguem em expectativa. Ela quer ouví-la dizendo que saiu e se divertiu, mas sabe que não vai acontecer.

— O mesmo de sempre. — levanta o copo de café em sua destra e faz movimentos circulares com ele. O objeto prende sua atenção por alguns segundos, em uma notificação do que você já sabe: é mentira. Algo mudou. Houve algo nesse final de semana: ele.


Relações Internacionais. O seu curso e o que você diz ser sua paixão. Não é mentira, no final das contas. Desde pequena, teve a imagem de si mesma em posições delicadas. Queria o militarismo; a diplomacia. Queria tomar decisões que muitos não conseguiriam. Queria as Embaixadas. Queria o mundo.

Queria. E, como quis, advertiram-na: é um mercado concorrido e cruel. Poder não significa fazer o certo ou o justo, significa fazer o necessário. E você fez. Você passou a adolescência entre cursos de idioma e palestras sobre política e conflitos entre nações.

Você sabe muito. Desde a história da África à dos Países Baixos. Fala três línguas e é ótima em qualquer tipo de teste.

Você está quase lá.

Até o emprego que conseguiu foi concorrido. Mesmo que arquivar papéis no Consulado Brasileiro da Coreia do Sul pareça tedioso, é um começo.

Mas, droga, é tudo tão chato. Quando começa o perigo? Os acordos terroristas ou a burocracia entre blocos econômicos? Qualquer coisa.

A verdade é que qualquer um deles exigia o topo. E a diplomacia é uma escalada interminável. Nunca há um fim porque a natureza humana sempre anseia por mais.

De qualquer forma, você tem tudo sob controle. Certo?

Errado.

Você não sabe mais o que está fazendo. Neste ponto, tudo o que deseja é, justamente, perder o controle.

Não, não, não. Minta. Você está bem assim. Você não odeia seus hábitos. Não odeia o vazio. Não odeia não sentir. Você precisa disso, certo? A imparcialidade é de suma importância para decisões do porte diplomático.

Você está fazendo o que tem de fazer. Quer isso a custe mais uma noite estudando na cafeteria após um dia nos faculdade e trabalho.

— Obrigada, Yuna — sorri para a mulher do outro lado do balcão quando ela estende o macchiato que você havia pedido.

— Aproveite a bebida. — os olhinhos dela se transformam em dois risquinhos adoráveis quando ela sorri.

E você vai. Café, diferentemente de seu tempo, é algo que você nunca desperdiça.

— Pode deixar — apanha-o, já virando os tornozelos para a mesa em frente à grande janela e perto da porta.

E, neste exato momento, o sino bate.

Primeiro você procura o relógio na parede. Não são seis e meia, são seis e dez. Seu cenho se franze quando, por fim, você se volta à porta.

— Ah, boa noite, Sr. Min! — Yuna diz atrás de você, visivelmente animada.

Você não tem certeza se três dias encontrando uma pessoa em sequência são suficientes para permitir que fique feliz ao vê-la. Não que esteja julgando a baixinha balconista. Você a entende.

— Boa noite, Im.

Seu olhar se prende ao homem por mais segundos do que você gostaria. Ele já fechou a porta e adentrou o local, mas você continua lá.

— Está tudo bem? — ele indaga, parando em sua frente.

Sua boca abre e fecha várias vezes enquanto você o mira, atônita.

— Você consegue andar? — outra pergunta é proferida pelo loiro, que a encara com preocupação e curiosidade no semblante. Então você entende o motivo: está no caminho dele.

— Sim, é claro. — coça a garganta, sentindo suas bochechas corarem. — Desculpa. — faz uma breve reverência antes de abaixar a cabeça e seguir para sua mesa.

— Ela está bem? — você o ouve questionar Yuna.

— Não sei. Nunca vi a Bae-unnie assim. — ela replica.

Suas mãos suaram. E não há certeza se apenas devido ao calor do café.

Mesmo sentada, você mira o homem pelo canto dos olhos. Ele faz seu pedido tranquilamente: um café grande e sem açúcar. Então vira contra o balcão e volta-se para a mesa onde está sentada.

Ele a mira com a mesma feição: os olhos semicerrados e a as pestanas encolhidas, que juntamente ao ar preso em suas bochechas e ao biquinho em seus lábios, formam um loop de perguntas as quais você tem a impressão de que nunca o ouvirá fazer.

Min é uma perda de tempo. Se você não pode entender o que há nele, é melhor ignorá-lo. E é o que você tenta fazer quando dá o primeiro gole em seu café e abre a mochila que descansa sobre a mesa, tirando um notebook de lá.

— Volte sempre, senhor Min. — a voz de Yuna chama sua atenção outra vez.

Ele sorri para ela, mas não vai embora. Devia ir. Em vez disso, ele anda até a mesa ao lado da sua e se senta.

Tudo bem. Isso não a afetou. Não afeta, tampouco afetará. Você pode continuar o ignorando.

Outro gole. Duas videoaulas. Quinze minutos sob a mira do loiro.

Isso não a afeta.

Mas tem algo nele.

Ele continua lá. E você finalmente se permite levantar o olhar e sintetizar a imagem dele — e o mesmo parece ser feito com você.

— Algum problema, senhor? — você diz, visivelmente incomodada; as bochechas infladas e coradas.

O Min se projeta para frente, apoiando os antebraços na mesa enquanto mantém os olhos fixados em você.

— Comigo, não. — um sorriso ladino se empreita nos lábios do moço. — E com você? — arqueia as sobrancelhas em sua direção.

Yuna parece atenta na conversa dos dois, mas disfarça quando você a fita.

— Estou incomodada. Você quer me dizer algo? — volta a mirá-lo. Seu olhar se endurece sem que você coloque esforço para fazê-lo.

— Ah, na verdade, sim, eu quero. — joga o corpo para trás, deitando-se no encosto da cadeira. — Por quê? — indaga, finalmente, deixando-a confusa.

Tem algo em você. Algo que ele seria hoje se não tivesse abdicado às vontades da família e realizado as próprias.

— Por que o quê? — franze o cenho para o rapaz.

— Você estuda todos os dias. Mesmo nos finais de semana. Por quê? — explica, ainda com uma feição tão… tão… dissimulada? Irônica? Também. Mas um pouco mais… curiosa.

— Porque eu preciso. — diz, simplista.

— Ninguém precisa. As pessoas precisam se divertir, do contrário, ficam loucas, Bae. — ele arrasta seu sobrenome nos lábios, puxando o nome em seguida.

— Como sabe o meu nome? — arruma a postura.

O loiro ri de sua expressão antes de apontar para o copo em sua mesa, onde seu nome escrito pela caligrafia arrastada de Yuna repousa, e fazê-la se sentir estúpida pelo questionamento.

— Por que você se limita a existir quando pode viver?

— Quem é você para opinar em minha vida? — bufa, começando a se irritar com o loiro misterioso e intrometido.

Ele não responde a princípio. Você o assiste suspirar, alongar os braços e arrastar a cadeira para trás antes de colocar-se de pé e caminhar até sua mesa.

— Eu? Eu sou alguém que quer ajudar. — começa, puxando a cadeira ao seu lado e sentando-se de forma largada nela. Você o mira durante todo o processo; a descrença para com a cara de pau alheia pingando em seu olhar.

— Eu não pedi ajuda — procura o nome dele no copo esquecido sobre a mesa ao lado, mas tudo o que encontra é “Min”.

— Yoongi. — ele diz, divertindo-se com sua expressão. — Meu nome é Min Yoongi.

Você tem a sensação de que Yuna imediatamente abriu o Facebook no computador do caixa para pesquisar o loiro, uma vez que agora tem seu nome completo. 

— Pois bem, Min Yoongi — frisa o nome dele, erguendo o olhar para mirá-lo, ainda com o rosto levemente voltado à mesa onde ele estava. —. Eu não preciso da sua opinião sobre minha vida. Faço o que quero com ela.

Outro suspiro, então a voz do rapaz volta a cortar o ar entre vocês:

— Eu acho que você mente.

— E o que isso lhe diz respeito? — retruca, irritada.

— Nada. — revira os olhos. — Mas eu quase desperdicei minha vida em livros enormes que me ensinariam a ficar preso em escritórios idiotas. E eu não queria isso. Sei reconhecer esse olhar quando o vejo: é o de alguém que anseia, desesperadamente, por algo novo. Porque teme o conhecido e odeia a ideia de que apenas ele existe.

— Você sai por aí recitando discursos decorados para desconhecidos? — desafia-o.

— Quase isso. — ri de lado. — Mas, se me permite terminar o discurso: eu acho que você devia se divertir. — joga os braços para trás do encosto da cadeira e pende a cabeça para o lado.

Tem algo nele. Algo no jeito indiferente no qual seu corpo se move e algo na forma como se veste.

Tem algo nele. Algo que você também anseia ter, mas insiste em se privar: a liberdade. Min Yoongi é livre. Você percebe isso em cada átomo da existência dele; todos exalam a selvageria da soberania.

E algo nele a faz querer conhecê-lo.

— Você quer se divertir, Bae? — pergunta, fitando seus olhos como se fosse capaz de converter cada mentira que você é capaz de contar.

E é esse mesmo algo que a faz abrir e fechar a boca várias vezes antes de dizer:

— Eu quero. — Você parece não acreditar no que acabou de confirmar. Não foi uma mentira, céus! — Eu quero. Porra. Eu quero muito. — continua, sentindo um peso a menos em seu ombro ao fazê-lo.

Yuna arfa em surpresa. Yoongi gargalha.

A cadeira faz um barulho estridente enquanto o homem a afasta da mesa para se levantar.

— Então vamos nos divertir, Bae. — seu nome sai pela boca dele em seguida. E você gosta da maneira como soa, mais do que seria capaz de admitir.

Você guarda suas coisas às pressas, joga a mochila nas costas e apanha o café. Ele faz o mesmo, apanhando o copo solitário na tábua e voltando-se a você em sequência.

— Vamos.

— Qual a probabilidade de eu ser morta por você hoje? — questiona-o.

— Baixa. Muito baixa. — ele ri, mostrando as gengivas rosinhas.

— Você não disse nula. — bebe um gole de café.

— Acidentes acontecem. — começa a caminhar até a porta.

Você ainda está com os pés fixos no chão. Yuna a lança olhares confusos.

Ela sabe que você não faria isso.

Você sabe que não faria isso.

E você está mentindo.

— E aí, você vem? — ele diz, segurando a porta entreaberta.

E você vai. Com os joelhos tremendo, alguns trocados na mochila e meio copo de café.

Pelo menos você tem o café.


Notas Finais


NO CAFÉ NGM TOCA

Eu to meio insegura. É um estilo novo de narração e imagine que eu nunca tentei antes.

Anyway, eu espero de coração que tenha gostado. Me deixe saber o que achou, por favor.

Perdão por qualquer errinho e obg por ler.

xx, Lis-ah.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...