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História Edge of desire - Parte 2 - Be strong


Escrita por: _sweetsurvivor

Capítulo 67 - Be strong


- MARCELINE, NÃO!!!!!!! ME SOLTA!!!!!! - gritava e me debatia desesperadamente, tentando me livrar das mãos do príncipe ao ver minha querida Marcy alcançar o chão com aquele ferimento horrível em suas costas.

O príncipe deu uma gargalhada assustadora e me soltou, então eu corri e me sentei no chão, erguendo o corpo da Marceline para trás, fazendo com que sua nuca ficasse apoiada em meu ombro. Fiquei abraçada com ela, chorando como nunca, tentando pressionar com uma das mãos o corte em suas costas enquanto o rei gritava com o príncipe.

- VOCÊ NUNCA MAIS OUSE ENCOSTAR SUAS MÃOS EM MINHA FILHA PARA MACHUCÁ-LA!

- ELA NÃO TE OBEDECE E SE APAIXONOU POR UMA ABADEER POR CAUSA DA SUA ESTUPIDEZ!

- ORA, SEU...

Meu tio imediatamente entrou no meio dos dois, impedindo que meu pai o acertasse, os acalmando, lembrando da aliança que deveria ser feita e outras coisas que eu não prestei atenção pois estava preocupada com a Marcy.

- Por favor meu amor, resista, vai ficar tudo bem...por favor, seja forte...

- BONNIBEL, VENHA AQUI AGORA! -meu pai me pegou a força pelos fazendo Marceline cair no chão desmaiada novamente

- NÃO! ME SOLTA! ME DEIXA FICAR COM ELA! - chorava, implorando.

- Guardas, levem ela para a masmorra... 

- NÃO! NÃO POR FAVOR!!!!

- CALADA! VOCÊ VEM COMIGO!

Ele me arrastou para o escritório dele, pedindo licença para o príncipe e o meu tio.

Assim que chegamos no seu escritório, ele me jogou, gritando, me dando sermões a respeito daquele absurdo e me dizendo que eu teria sim que me casar de qualquer maneira, e que Marceline iria morrer.

Assim que tentei debater com ele, ele me acertou um tapa no rosto, depois me levantou e acertou mais um tapa.

Fiquei com meu rosto machucado, caída no chão.

- Eu sinto muito, mas se eu não fizesse isso, seu tio pensaria coisas ruins de mim e não aceitaria fazer nossa aliança...

- Meu pai, eu imploro...não faça nada mais com Marceline, por favor, deixe que ela viva, eu prometo que farei tudo sem reclamar, mas por favor, por favor, não faça mais mal a ela...

Ele respirou fundo.

- Sinto muito, ela já selou o próprio destino. Vocês duas são responsáveis pela morte dela, e eu sei que se a soltar, ela não desistirá de você...

- NÃO! POR FAVOR, NÃO!

- CALE-SE! JÁ ESTÁ FEITO!

Ele me pegou pelo braço, me arrastou para fora da sala e pediu para os guardas me trancarem na masmorra para que eu me despedisse de Marcy.


Os guardas me empurraram para dentro de uma  grande cela, dividida em duas partes por um vidro transparente no meio. Assim que olhei através do vidro, meu coração quase parou: 

- MARCY!!!!

Ela estava acorrentada pelas pernas, completamente ensanguentada, pálida, mais que o de costume. Eu podia jurar que ela estava morta, se não fosse pelos pequenos e rápidos movimentos de seus olhos fechados.

"Ela deve estar sonhando..."

 Corri imediatamente e tentei bater de todas as formas naquele vidro, mas nada o quebrava.

- Marcy, meu amor, por favor resista. Por favor. Você...você não pode morrer assim...nós precisamos sair daqui... - disse, entre lágrimas.

Coloquei as mãos em meu rosto, me entregando ao choro desesperadamente

- Marcy...me...me perdoe...isso...isso é tudo minha culpa...eu não deveria ter me aproximado de você...nós não deveríamos ter nos apaixonado Marceline...olhe só pra nós agora... você está prestes a morrer e eu... - apoiei minhas mãos em minhas coxas, apertando meus punhos - eu simplesmente não sei o que será de mim sem você... Marcy...eu te amo tanto... me perdoe por arruinar a sua vida...se ao menos, eu soubesse o que aconteceria, me manteria o mais longe possível pra salvar você...

De repente, fui interrompida de minhas divagações em voz alta quando ouvi um pequeno gemido. Olhei imediatamente pra a Marceline e pude ver que ela estava começando a mexer seus lábios e apertar seus olhos.

- MARCY! MARCY MEU AMOR, ABRE OS OLHOS! SOU EU! - gritei, apoiada no vidro.

Ela mexeu um pouco mais sua cabeça, mas ainda sem abrir os olhos.

- Graças a Glob, eu achei que você estava morta! Marceline, abra os olhos por favor!

Ela se mexeu um pouco mais.

- Marceline? Por favor...abre os olhos...


Ela apertou ainda mais os seus olhos.

"Ela...deve estar apenas sonhando..."

- Marcy...

Apoiei novamente minhas mãos em minhas coxas me sentindo frustrada. Por um momento senti a esperança de que ela abriria os olhos, conversaria comigo e daríamos um jeito de sair dali...

De repente, ouvi algo que não pude traduzir exatamente por ter sido mais como um sussurro.

- Marcy?! Você disse alguma coisa?

Ela apenas mexia seus lábios, me fazendo ficar em dúvida se estava tentando falar ou apenas estava respirando.

Suspirei, agoniada. Queria ser capaz de explodir aquele vidro e ficar abraçada com ela. Era a maior das torturas nos deixar tão perto e tão longe ao mesmo tempo...

Olhei novamente para ela e pude vê-la abrindo lentamente seus olhos, e eles eram, dessa vez, de um vermelho mais claro e carregados de uma expressão vazia e cansada.

- Marcy!!! Marcy, minha querida, eu estou aqui! - disse, desesperada, ainda com as mãos no vidro.

Ela não respondeu. Me olhou rapidamente e logo começou a olhar para o seu corpo. Começou a fazer cara de dor, de um jeito que nunca a vi fazer antes.

"Droga...ela está toda machucada..."

- Marceline... eu...eu sou uma idiota... - disse, abraçando meus joelhos e chorando.

- Bonni... - ela disse, e Glob, como me fazia bem ouví-la me chamar daquele jeito...

- Marceline! - disse, apoiando mais uma vez no vidro.

Ela virou o rosto pro lado e cuspiu algo que parecia ser sangue. Meu coração apertou mais ainda.

- Marcy!!!  eu sinto muito mesmo... - disse, sentindo muita raiva por vê-la naquele estado, então acabei dando um soco naquele vidro idiota.

- Bonni...não é culpa sua... - ela disse, com a voz trêmula.

- É sim, isso é tudo culpa minha. Eu fiz tudo errado, achando que havia feito o certo... me perdoe por favor... 

- Eu...nunca quis te causar problemas... nunca quis SER esse problema. - ela disse, olhando meu rosto.

- Marceline... não diga isso... você não fez nada de errado...

Ela começou a tentar se mexer, gemendo de dor.

- Marcy, por favor, não se mexa! você está muito machucada!!! 

Ela, teimosa, não me deu ouvidos e começou a se arrastar até chegar perto do vidro, deixando um rastro de sangue atrás dela.

- Marcy, para por favor... - implorei, chorando.

Eu queria que ela ficasse mais próxima, mas não suportava vê-la se arriscando daquela maneira.

Ela respirou fundo e começou a disparar socos demorados naquele vidro. Era como se todas as forças que ainda restavam nela estavam dedicadas para nos unir.

- MARCELINE! PARA! você vai se machucar mais ainda! 

- Se...afasta... eu...vou quebrar...isso... - ela disse, rangendo os dentes.

Depois de ficar tentando, ela percebeu que era inútil, então apoiou as mãos no vidro também, com os olhos cheios de lágrimas.

- Marceline... me perdoa... - disse, me aproximando novamente do vidro e me apoiando de modo que nossas mãos ficassem uma por cima da outra.

Nos olhamos nos olhos e eu realmente queria mais que tudo nesse mundo abraçá-la.

- A culpa é minha, Bonni. Eu não deveria ter deixado nada disso acontecer. Eu não deveria ter entrado na sua vida. E agora, eu não sou nada além de um grande problema para você... - ela disse, desviando o olhar e se permitindo chorar.

Aquelas palavras me chocaram. Eu nunca imaginei que ela pensaria que é um problema pra mim...

"Se você soubesse o quanto foi a solução pra minha felicidade..."

- Marceline...você nunca foi meu problema... você foi e é para mim, a razão por eu ter aberto os meus olhos e escolhido a felicidade ao invés de uma vida que eu viveria arrependida e infeliz. E agora, com todo esse inferno, com todo esse caos, não tem nada que eu prefira do que estar ao seu lado, mesmo que seja nessa situação... - disse, chorando também.

Ela me olhou nos olhos.

- Você foi, desde o começo, a alegria dos meus olhos tristes. Você chegou na minha vida e mudou tudo...Eu não via significado em nada, e em pouco tempo você passou a significar tudo para mim. Bonnibel, você é a razão por querer viver... - ela disse, e tudo o que eu conseguia fazer era chorar.

- Eu te amo, Marceline... 

- Eu te amo, minha Bonni...


Encostamos nossas testas no vidro e era como se pudéssemos, de alguma forma surreal, nos sentir...

- Quem fez isso com você? - ela perguntou, olhando os machucados no meu rosto.

- Meu pai... - disse, desviando o olhar. - Mas não importa. Como você está se sentindo? 

- Tsc, tô ótima! nunca estive melhor. - ela disse, rindo.

Acabei me entregando à risada também. Quem nos visse pensaria que éramos duas loucas rindo de desespero, a beira da morte.

- Ah, agora sim. - ela disse, a olhando.

- Marcy....obrigada...

- Obrigada, Bonnibel. 

- Pelo oquê? - perguntei, arqueando uma sobrancelha. 

"Por arruinar sua vida?"

- Por me permitir ver o seu lindo rosto sorrindo uma última vez...


Meus olhos se encheram de lágrimas.

"Não...não usa essa frase pela última vez...eu não posso ouví-la..."

- Não fala assim...você vai me ver sorrir por muito tempo...vamos sair dessa... - tentei demonstrar confiança, pois eu sabia que jamais aceitaria sua morte.

- Me promete uma coisa? 

- Qualquer coisa, Marcy. 

- Promete que vai lutar com todas as suas forças para viver? 

A encarei, confusa com o seu pedido.

- Como assim? 

- Eu preciso que você prometa. 

Respirei fundo.

"Mas eu...não posso viver sem você..."

- Só se você me prometer também. - disse.

- Tudo bem, eu prometo que tentarei. 

- Então eu também prometo. 


Ficamos em silêncio por um momento.

- Marcy? 

- O que foi, Bonni? 

- Por que você pediu para eu prometer isso? 

Ela sorriu e se deitou com dificuldade ao lado do vidro, olhando para cima.

- O mundo precisa de pessoas como você, Bonnibel. 

Suspirei.

"Mas pessoas como eu precisam de pessoas como você..."

- Por que? - perguntei

- Pra fazer todo esse sofrimento valer a pena. 

- Marcy...

- Eu sei disso porque o meu mundo valeu a pena desde que você entrou nele.

Sorri momentaneamente, depois me entreguei ao choro.

"Não...isso não pode ser o nosso fim..."

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, percebi que ela fechou os olhos e se encolheu, tremendo, como se estivesse ardendo em febre. 

- Apenas não me deixe, Marcy. - implorei. - Aguente...por favor...aguente... 

Ela começou a vomitar sangue, e eu me sentia cada vez mais desesperada, rezando para todos os Deuses possíveis não deixarem ela morrer, enquanto chorava exaustivamente.

- Seja forte...



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