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História Edge of desire - Parte 3 - Contrato


Escrita por: _sweetsurvivor

Capítulo 71 - Contrato


BONNIBEL POV:



Meu coração parou quando olhei para o palco e o sorriso que John havia trazido naquele momento aos meus lábios, desapareceu.


- Marceline... - sussurrei, com a voz trêmula.


- Hm? O que disse? - John perguntou, atencioso.


- Ãhn...nada! Eu não disse nada. - dei um sorriso que custou todas as minhas forças.


- Então, essa é a banda que eu vou avaliar hoje. O que acha deles? Eles têm estilo né? Principalmente a garota que vai cantar. É a cara do rock! - ele riu e eu desviei o olhar da Marceline e olhei para ele.


- Eu não entendo muito sobre essas coisas... - desviei o olhar. Eu definitivamente não iria dar opiniões sobre a Marceline.



"Melhor fingir que nem a conheço. Não quero ficar dando explicações para ele... ainda mais sobre algo tão íntimo da minha vida que ninguém soube."


- Bom... de qualquer forma, estou feliz por estar aqui com você hoje. - ele sorriu.


"Talvez seja melhor eu... me jogar de cabeça nisso..."


Forcei um sorriso e brindamos. Todos os meus neurônios tentavam arranjar uma desculpa para ir embora dali, mas não queria deixar tão na cara assim que ela me afetava tanto ainda. Não queria demonstrar que ela ainda tinha tanto poder sobre mim...





E na verdade, eu estava tentando provar para mim mesma aquilo...




MARCELINE POV:




Terry viu que eu estava simplesmente paralisada. Se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido:



- Ei garota. Esse é o grande momento. Qual música vai querer?



Eu voltei para a realidade e vi todas as pessoas com o olhar fixado em nós, inclusive John Cooper. Eu olhei Terry e por algum momento eu pensei em falar para ele: Eu sinto muito, não posso fazer isso.

Mas não.

Eu não poderia colocar tudo a perder. Não aqui. Não agora. Não era justo com a minha banda que foi a melhor coisa que aconteceu pra mim e tudo o que manteve minha cabeça ocupada depois do que aconteceu comigo e com a Bonnibel.

Eu havia pensando em milhares de músicas para aquele momento. Mas assim que olhei nos olhos da Bonnibel, senti uma pontada em meu coração. E pela primeira vez em algum tempo, senti que deveria seguí-lo.


- Hey T... lembra daquela música que eu fiz assim que entrei na banda?


- Ãhn... aquela que você estava meio triste e tal?


- Uhum. Eu acho que deveríamos tocar ela.


- Mas... sério? Quer dizer... pq?


- Não sei... acho que minha performance será melhor com algo que representa muito pra mim...




Ele me olhou meio desconfiado, mas topou. Perguntou para o resto da banda rapidamente, eles ficaram confusos no começo mas concordaram.

Respirei fundo, resgatei todas as minhas forças que haviam se dissipado quando avistei ela e comecei a cantar assim que ouvi o ritmo da minha banda:





"Talvez se meu coração parar de bater

Não vai doer tanto assim

E nunca eu vou ter que responder

De novo a ninguém


Por favor, não me entenda mal


Porque eu nunca vou deixar isso acabar

Mas eu não consigo encontrar as palavras para te dizer

Eu não quero ficar sozinha

Mas agora parece que eu não te conheço


Um dia você vai ficar cansada

De dizer que está tudo bem

E então tenho certeza que vou estar fingindo

Assim como eu estou essa noite


Por favor, não me entenda mal


Porque eu nunca vou deixar isso acabar

Mas eu não consigo encontrar as palavras para te dizer

Eu não quero ficar sozinha

Mas agora parece que eu não te conheço..."





Assim que terminamos, meus olhos estavam cheios de lágrimas e meu coração completamente disparado. Assim que os instrumentos pararam de tocar, o público ficou em silêncio por aproximadamente 2 minutos. Os dois minutos mais demorados da minha vida, pois quando eu desviei o olhar para o chão, pensando que havia sido um fracasso, de repente todo o ambiente foi inundado de aplausos e gritos de comemoração.

Era a primeira vez que nossa banda havia sido tão prestigiada. Meu coração se encheu de alegria por um momento de ver minha banda comemorando tanto. Mas assim que eu olhei novamente na direção da Bonni, ela havia sumido, o que me deixou triste.

Descemos do palco. Toda a minha banda comemorava e se questionava se o empresário havia gostado. E tudo o que eu conseguia fazer era olhar para os lados, procurando por ela...

"Será que eu... fiz ela se sentir mal com a música? Será que ela ainda...sente algo por mim? Será que eu devo... falar com ela ou algo assim?"

Eram tantas dúvidas...

Mas dentro de mim, nem eu sabia o que estava sentindo. Eu me tranquei tão dentro de mim mesma que jurei nunca mais sentir nada por alguém, mas...

Não era "alguém".

Era a Bonni. A pessoa por quem eu me apaixonei profundamente. A pessoa que me salvou de mim mesma. E ela estava ali, ao lado de um cara que provavelmente era rico o suficiente para acompanhar o padrão de vida dela. Diferente de mim... uma pessoa que não tem nada, apenas um passado de erros e um coração cheio de arrependimentos.

Uma fugitiva de todas as minhas escolhas erradas...



- Como vai o ânimo da minha mais nova banda favorita? - disse John Cooper, se aproximando com um balde cheio de garrafinhas de cervejas geladas.


Nós ficamos em choque.


- C-como? - perguntou Terry, enquanto eu estava em choque por imaginar que Bonni chegaria tão perto quanto ele.


Mas ele veio nos cumprimentar sozinho.


- Eu acompanhei vocês pelo canal no youtube. Ouvi algumas de suas músicas, prestei atenção no comentário da galera. E agora, ouvindo vocês cantando e tocando com tanta paixão, com tanta... emoção e com a opinião de alguém que é importante pra mim... Decidi me tornar empresário de vocês. Mas não vai ser fácil. Se dedicar ao caminho da música é uma jornada longa, cansativa, cheia de altos e baixos. Mas garanto que se seguirem o coração de vocês, trabalharem duro e seguirem os meus conselhos, tenho certeza que farão muito... mas muito sucesso. E aí, o que me dizem?


Por ter visto ele com a Bonni, eu estava profundamente irritada com ele mesmo sem o conhecer. Meu lado ciumento e super protetor queria que ele desaparecesse e nunca mais chegasse perto dela. Mas eu sei que teria que separar as coisas, ainda mais por ter sido minha a decisão de partir.

E agora, eu precisa mais do que nunca me prender ao meu sonho.


- Mas é claro, senhor Cooper. Será uma honra para nós! - disse Terry, tão emocionado que sua voz estava trêmula.


Todos toparam, inclusive eu.


- Perfeito! Eu esqueci os contratos mas amanhã eu vou até vocês e levo.


- Ótimo!


- Vamos comemorar! - disse Ben, distribuindo cervejas para nós.


Eu peguei uma e já dei uma golada.


- Claro! Mas pedirei para que hoje aproveitem a noite vocês, tudo aqui por minha conta!


- Não vai se juntar a nós? - perguntei, aproveitando a oportunidade.


- Eu adoraria, mas hoje tenho outro compromisso com uma pessoa.


Meu sangue ferveu de saber que essa outra pessoa era a Bonni.


- Ahh qual é! - insistiu o John da nossa banda.


- Bom... - Cooper olhou ao redor, provavelmente procurando por ela. - Acho que podemos comemorar todos juntos por um tempinho.


- Há é isso aí! - Terry brindou com ele.







BONNIBEL POV:





A letra daquela música sendo cantada pela Marceline acabou com minhas estruturas. Eu ouvi até o final me controlando para não chorar, enquanto John Cooper acariciava minha mão e repetia algumas vezes que eu estava linda. Ele era romântico e atencioso e talvez eu conseguisse me dedicar melhor a ele, se não fosse pela voz da minha ex ecoando de fundo no ambiente inteiro e fazendo meu coração dar pulos absurdos e borboletas estúpidas no meu estômago ficarem dançando.

Assim que acabou a música, John me perguntou o que eu havia achado. Disse que a decisão estava nas minhas mãos pois jamais seria empresário de uma banda que eu não gostasse. Aquilo, por mais que fosse um gesto de alta valorização da minha opinião, não foi agradável para mim, pois no fundo eu sabia que aquilo poderia tornar um sonho da Marceline, real.

Eu poderia simplesmente me "vingar" do sofrimento que ela causou ao meu coração por ter escolhido romper o que tínhamos, mas meu coração era fraco demais para esse tipo de decisão imatura.

"É o que dizem... amar de verdade é desejar o bem da pessoa, mesmo que o bem da pessoa aconteça sem você na vida dela..."


Sendo assim, concordei que a banda era ótima (e realmente era) e John resolveu ir até eles para dar as boas notícias. Ele me chamou para acompanhá-lo, mas eu estava tão desnorteada com a possibilidade de chegar muito perto da Marceline, que resolvi dizer que o esperaria mas enquanto isso iria para a parte externa do ambiente fumar um cigarro. Ele concordou, se despediu momentaneamente com um beijo em minha bochecha e eu fui lá para fora.

Passei pela porta de vidro, encostei em uma das paredes. Ajeitei meu cabelo e quando uma brisa boa passou pelo meu rosto, pude soltar toda a respiração que estava prendendo.

"Droga, Marceline. Justo agora. Pq vc aparece na minha vida justo agora que eu estava começando a esquecer você?"



Meu coração doía e eu sentia uma vontade imensa de sair correndo, me isolar e chorar. Mas eu sabia que não podia me entregar para a tristeza de novo.

Acendi um dos meus cigarros, dei uma tragada e agradeci por não ter ninguém ali naquele espaço além de mim.


"Ainda bem que todos estão lá dentro dançando as músicas que o DJ resolveu colocar agora."

Assim que comecei a relaxar, a porta ao meu lado se abriu. Revirei os olhos imediamente e praguejei em silêncio, imaginando que eram pessoas chatas vindo estragar minha paz.




E bom... eu estava enganada.







- M-Marceline?!




- B-Bonnibel?!












...quer dizer... nem tanto.




Notas Finais


Lascou hahaha e ai? O que acham que vai acontecer?? Comentem aí as opiniões, se a história está boa ou não...

Perdoem qualquer erro!

Ah, a música que eu escolhi pra Marcy cantar, caso alguém tenha interesse, é Never Let this go, da banda Paramore.



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