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História Edge of desire - Parte 3 - Relatório médico


Escrita por: _sweetsurvivor

Capítulo 83 - Relatório médico




 BONNIBEL POV:



Eu e John nos levantamos imediatamente com o pedido de socorro de um dos integrantes da banda da Marceline. Todos na multidão começaram a criar certo alvoroço, assustados e se perguntando o que poderia estar acontecendo.

Dentro de mim reinava um pressentimento absurdamente ruim e não se tratava apenas de preocupação. Algo dentro de mim me dizia que era Marceline quem precisava de ajuda naquele momento.


- Espere aqui.

- Não! eu vou com você! - retruquei, segurando o braço de John.

- Não, Jujuba! Seja lá o que for, eu irei resolver. É melhor você esperar aqui.

Ele saiu andando rapidamente e eu fiquei paralisada por alguns minutos. Tentei manter a calma e não pensar no pior, então aproveitei que o lugar onde eu estava tinha uma visão totalmente privilegiada do palco e fiquei observando John subir lá. Eu me mantinha concentrada em não deixar que minha respiração perdesse o ritmo certo (aquelas técnicas para tentar controlar ansiedade), mas tudo foi perdido a partir do momento que pude fazer uma leitura labial do John, que pronunciou com preocupação o nome da Marceline.


"Não. Ela precisa de ajuda e eu me recuso a ficar aqui de braços cruzados!!!"


Corri como louca para alcançar os fundos do palco, mas com todo aquele alvoroço da multidão, já haviam seguranças enormes devidamente posicionados e empenhados em não deixar ninguém que não fosse da equipe se aproximar. Obviamente que ali eu era apenas mais uma pessoa comum, então fui barrada por um dos seguranças.


"Pensa, Bonni. Pensa." - olhava ao redor, com as mãos na cabeça, tentando não surtar e racionalizar alguma opção viável de entrar ali e ver o que de fato estava acontecendo.


Depois de olhar bem ao redor, notei alguns rapazes um pouco bêbados e de caráter duvidoso no canto do bar. Criei coragem e me aproximei.


- Ei... vocês.


- Fala, belezura! - um deles me olhou, chamando a atenção dos outros.


- Se me fizerem um pequeno favor, posso retribuir bem. - tIrei minha carteira da bolsa, a abri e mostrei pra ele uma quantidade significativa de dinheiro. Eles sorriram e concordaram.




Me afastei um pouco e no mesmo momento, eles começaram a simular uma briga, o que fez com que os seguranças se desesperassem e se espalhassem para tentar "contê-los". Foi quando aproveitei a situação e passei para os fundos do palco sorrateiramente.


- Ela precisa ir pro hospital AGORA, John!

- Isso vai gerar mais alvoroço ainda! Eu tenho um amigo que é médico e está a caminho, ele vai saber o que fazer.

- FODA-SE seu amigo, Cooper! Ela teve uma overdose e pode morrer a qualquer instante, porra!!!


Meu coração batia de forma tão irregular ao ouvir aquela discussão que minhas pernas tremiam tanto que quase não fui capaz de me aproximar mais deles. Mas a adrenalina que corria pelo meu corpo, gerada pelo excesso de preocupação com a Marceline, fez com que eu me aproximasse o bastante para vê-la deitada em um sofá, com um cobertor velho jogado por cima dela, delirando e com grandes dificuldades de respirar, com gotas de sangue escorrendo pelo canto de seus lábios. Ela estava quase perdendo a consciência.


Vê-la naquele estado me desequilibrou completamente. Todas as memórias das vezes que ela quase morreu vieram em minha mente como tiros sequenciais. Minha respiração quase parou.


- MARCELINE!!! - empurrei dois integrantes que estavam na minha frente, mas fui barrada pelo Cooper, que me segurou pelos dois braços e me impediu de me aproximar dela.

- JUJUBA, CALMA!

- SAI DA MINHA FRENTE, ELA VAI MORRER! - comecei a chorar e fui tomada pelo desespero, tentando de todas as formas possíveis passar por cima daquele homem grande e forte que me segurava pelos braços.

- SE ACALMA, NÃO PODEMOS TIRÁ-LA DAQUI, VAI ARRUINAR A CARREIRA DELA E DA BANDA!

- EU QUERO QUE SE DANE A BANDA! É A VIDA DELA!!


Ele me olhou bem nos olhos.

- Você tem noção do que está dizendo? tem noção do que isso pode custar para ela?


Respirei fundo para tentar me recompor. Olhei e todos os integrantes da banda estavam com as mãos na cabeça ou com os braços cruzados, com aquela expressão profunda de preocupação, visto que ela já havia perdido a consciência de vez e estava desmaiada.


- Rapazes...isso vai custar a vida dela!!!!! Por favor!!! Eu...eu... imploro... - afundei minha cabeça no ombro do John e comecei a chorar desesperadamente diante daquela situação.


Todos concordaram.


- Abram espaço, vou levá-la no meu carro.


- EU VOU JUNTO!


Ele me encarou com certa resistência, mas sua expressão demonstrava que ele havia desistido de tentar me impedir.

"Com certeza depois disso será impossível disfarçar que eu e ela não nos conhecíamos ou algo assim. Mas não importa mais. Eu estou disposta a arriscar tudo mais uma vez, mesmo que ela me odeie. Só...preciso que ela viva."


Os integrantes da banda ficaram no bar para dar algumas justificativas e inventar algumas desculpas. Enquanto isso, John colocou Marcy no banco de trás e eu fiquei junto, mantendo-a em meus braços para garantir que ela não se machucasse. Fiquei monitorando sua respiração e seus batimentos cardíacos através de seu pulso.


John dirigiu tão veloz que parecia que parecia que ele bateria o carro a qualquer segundo. Eu repetia constantemente em tom de sussurro que ficaria tudo bem, que ela ficaria bem e que eu não a deixaria.

"Isso é tudo minha culpa. Ela precisava de mim e eu fui egocêntrica o bastante para nem ao menos perceber que ela estava prestes a tentar algo estúpido assim. Eu...deveria saber que ela precisava de mim... ela... sempre precisa de mim e agora eu... percebo que no fundo eu...sempre precisei dela..."



As lágrimas escorriam incessantemente dos meus olhos e algumas até caíam em seu rosto.



"Tudo o que passamos. Todas as batalhas. Todas as dificuldades. Todo o amor que compartilhamos uma com a outra. Tudo o que aconteceu e sempre voltamos a essa cena... eu sempre a encontro dessa maneira e isso sempre me quebra em milhares de pedaços. Talvez se... isso for um sinal de que...nosso lugar seja realmente...lado a lado..."



- Bonni!!!



Voltei a mim assim que John me chamou para prestar atenção nela. Ela começou a ter uma convulsão no meu colo, o que triplicou o meu desespero.


- Não!!! Não!!! Marceline!!- comecei a tentar manter sua cabeça protegida em meu colo o máximo possível, já que seu corpo todo estava com movimentos involuntários. Seus olhos estavam revirados e um líquido branco escorria pela sua boca, misturado com sangue. - ...por favor... não faz isso comigo de novo... por favor... por favor...



- RÁPIDO! AJUDEM AQUI! - John conseguiu chegar no hospital e imediatamente quatro enfermeiros fortes retiraram ela dos meus braços e enquanto a colocavam em uma maca, eu desci do carro e corri para acompanhá-los.



- RÁPIDO! TEMOS UMA EMERGÊNCIA AQUI!


Corremos pelos corredores do hospital e eu acompanhei do lado dela, tentando manter minha mão na dela.



- CALMA, MARCY! AGUENTA FIRME! VAI FICAR TUDO BEM!



Chegamos em um corredor enorme e no final dele haviam portas grandes.


- VOCÊS ESPERAM AQUI. - os enfermeiros disseram, barrando a minha entrada e a de John.


- EU PRECISO ENTRAR! EU PRECISO ESTAR JUNTO!


- EI, EI, CALMA! Vai ficar tudo bem! - ele me puxou para um abraço e eu desmoronei mais uma vez. - Ei...eu entendo o quanto ela deve significar pra você! não tem problema, depois você me conta isso, mas agora eu preciso muito que você se acalme, ta? Vai ficar tudo bem.



Por mais gentis e doces que fossem suas palavras, nada conseguia tirar do meu coração aquele sentimento de desespero. Era como se eu estivesse vivendo um pesadelo e eu sentia em todo o meu ser que estava revivendo um trauma.



- Eu não posso perdê-la, John. Isso...isso é tudo culpa minha...eu não deveria tê-la deixado. Nunca. Eu...


- Shhh, calma, calma. Você é uma mulher forte e eu tenho certeza que Marceline consegue sentir essa força que vem de você. Tudo vai acontecer da melhor maneira possível, eu garanto.


De repente, um dos médicos saiu da sala.


- Sr. Cooper. Você está responsável por este caso, certo? É sua cliente?



Ele me manteve em seus braços.


- Sim, doutor. É minha cliente.


- Venha. Preciso que assine aquela papelada para mantermos esse caso em silêncio.


- Eu vou junto!


- Lamento, senhorita. Apenas o empresário.


- Fale para ele, John! Fale para ele que eu posso ir junto!



Ele respirou fundo e o médico desviou o olhar.



- Olha, querida... vai ficar tudo bem. É só uma papelada idiota, ta bom? Eu volto já!


- Mas...c-como ela está, doutor? por favor, eu imploro! me dê alguma notícia!


Ele suspirou pesadamente.


- A senhorita Abadeer entrou em uma overdose muito grave por cocaína. Estamos fazendo o possível.




Ver a expressão facial dele acabou comigo. Das outras vezes estávamos sozinhas, mas agora...com a opinião de um profissional...eu não sei...fazia com que tudo parecesse ainda mais grave, o que gerou tanta angústia (mais ainda) que eu senti ânsia de vômito.


John depositou um beijo na minha testa e acompanhou o médico.












...três horas depois...













John já havia retornado. Estava sentado ao meu lado, acariciando minha mão enquanto eu repousava minha cabeça em seu ombro, me sentindo exausta de tanto esperar, de tanto remoer aquela angústia e aquele desespero todo. Ele havia me mostrado a cópia do documento que havia assinado e estava tudo dentro dos conformes, realmente era apenas uma burocracia idiota de sigilo para pessoas famosas.


Ele havia tentado conversar comigo algumas vezes, mas resolveu desistir depois de perceber que eu simplesmente não conseguia raciocinar nem para formular uma simples frase coerente.




Finalmente, o médico apareceu.


Eu me levantei imediatamente e fui até ele. Assim que eu o encarei para tentar ler os seus pensamentos ou decifrar sua expressão facial, percebi que minhas intuições poderiam estar certas, pois senti John colocar uma de suas mãos no meu ombro e se posicionar ao meu lado, como se estivesse prevendo que eu precisaria ser amparada naquele momento.




- Doutor? c-como ela está? - a voz estava embargada e trêmula, quase como se a pergunta não quisesse realmente uma resposta, mas precisasse.






Ele suspirou de uma forma tão pesada que eu senti minha alma inteira congelar.






- Eu sinto muito. Ela não resistiu.


Notas Finais


Postei e corri pra bem longe.


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