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História Edge of desire - Parte 3 - Broken things


Escrita por: _sweetsurvivor

Notas do Autor


OI ANJOS DA MINHA VIDA! Acharam que nesses tempos de coronavírus eu ia deixar vocês de quarentena entediados?? POIS BEM... voltei!

Queria compensar minha demora escrevendo um BAITA capítulo pra vocês, então me deixem saber o que acharam okay?

E por favor...se cuidem. Lavem as mãos, se hidratem e não saiam de casa! Boa leitura ❤

Capítulo 86 - Broken things


Fanfic / Fanfiction Edge of desire - Parte 3 - Broken things

Depois de mais uma semana no hospital, recuperando meus níveis de hidratação e vitaminas, já me sentia mais disposta para tentar ao menos retomar o controle das coisas do reino. John me vigiava de perto, sempre me mandando mensagens mesmo quando precisava sair para resolver coisas do seu trabalho. Agora com a tragédia da sua mais nova banda, os amigos da Marceline estavam fazendo de tudo para tentar reerguer a banda, já que eles dependiam totalmente daquilo para viver. Ou seja, John estava empenhado em ajudá-los, o que me deixou feliz, pois qualquer outro empresário teria simplesmente abandonado e ido atrás de outros sucessos em potencial.

Eu já estava grávida de 3 meses. Estava tomando vitaminas e garantindo que aquela criança pudesse se desenvolver de forma saudável. Evitei o contato com todos os meus amigos pois tinha medo de, no fundo, eles sentirem o mesmo que eu: que tudo isso era um desrespeito com a Marceline.

E lá estava eu, no meu escritório, tentando me distrair com as papeladas. Ainda era difícil me concentrar, ainda mais com todo aquele trabalho acumulado e desorganizado - e eu tinha sérios problemas em ficar em um ambiente desorganizado. Enquanto varria com cautela o meu escritório, deixei escapar um sorriso assim que lembrei da primeira vez que saí com a Marceline. No shopping, depois da aula. Ela me deu uma camiseta, me acusou de ser "certinha demais" e eu a abracei.

"Éramos tão ingênuas. Talvez se tivessemos tomado mais cuidado ou se eu tivesse seguido a voz da razão, nós nunca teríamos nos envolvido. Eu provavelmente estaria casada com o atual namorado do irmão da Marceline e ela estaria viva, viajando o mundo com a sua banda, sem crises de depressão e sem se afundar em drogas por causa de tudo o que passamos. Simon estaria vivo... todos estaríamos bem..."

Apertei o cabo da vassoura entre meus seios, para que minhas mãos que a seguravam pudessem fazer pressão onde meu coração batia dolorosamente com aquela memória e aqueles pensamentos. Fechei os olhos para conter as lágrimas.

"...mas eu nunca teria conhecido o amor verdadeiro e nunca teria vivido os melhores dias da minha vida ao lado dela..."

Meus pensamentos foram interrompidos com uma ligação no meu lugar. Era John.

- Oi.

- Jujuba! Como você está minha querida?

- Bem...

- E o bebê?

Todas as vezes que ele me fazia essa pergunta, eu sentia um gosto amargo na boca e precisava de 2 minutos de silêncio para fazer uma pequena oração mental...

"Glob, por favor faça com que esse bebê não sinta o desprezo que eu tenho e a vontade de morrer que sempre invade meu coração todas as vezes que eu me lembro que essa vida indesejada está sendo gerada dentro de mim..."


-...Jujuba?

- Está bem. Estou fazendo tudo certinho.

Ele suspirou aliviado. Eu sentia em cada ligação ou mensagem que ele me considerava com uma bomba relógio que poderia explodir a qualquer momento, acabando com todo esse sonho que ele tinha de poder se chamar de pai.

- Certo! Que bom então. Ãhn... ta afim de sair hoje? Fazer alguma coisa...sei lá...

Revirei os olhos. Por mais que ele estivesse respeitando meu espaço, fazia tentativas de me aproximar dele sempre que possível.

- Não, obrigada. Estou ocupada.

- Você sabe que precisa pegar leve com esses trabalhos todos né...

- Eu sei da minha parte do contrato, John. Você não precisa fazê-lo por mim. - respondi, friamente.

Ele ficou mudo por alguns instantes, provavelmente surpreso com minha frieza e grosseria.

"Não sei como ele ainda não se acostumou. As vezes sinto que ele ainda tem a tola ideia de que juntos construiremos uma família. Como se ele não soubesse que a única pessoa com quem eu estava disposta a construir uma família está morta nesse exato momento..."

- Desculpe, princesa. Não quis incomodar. Vou te deixar voltar trabalho, se precisar de qualquer coisa pode me ligar. - seu tom de voz era mais baixo e grave, deixando claro a sua frustração e dor.

- Adeus.


Desliguei rápido para que eu não precisasse me sentir culpada por estar tratando ele daquela forma.

De repente, algo abriu a porta do meu escritório com muita intensidade, me fazendo saltar para trás.

- QUEM ESTÁ AÍ? - perguntei, irritada com o susto e incomodada por não ter ninguém ali.

Andei com cuidado até a porta. Olhei pelos corredores e não havia ninguém. Um calafrio estranho percorreu o meu corpo e minha nuca se arrepiou quando ouvi um sussurro frio bem atrás de mim:

- Bonni.

Olhei para trás imediatamente, com o coração disparado.

- Q-quem está aí? - perguntei com a voz trêmula pelo medo, pois era uma voz feminina e desconhecida.

Olhei para o corredor mais uma vez e meus olhos foram guiados até a porta do meu quarto, que abriu e fechou com muita força do nada.

" Deve ser alguma criança do reino que entrou aqui escondida, só pode."

Fui até o meu quarto, controlando minha respiração e tentando amenizar a quantidade de adrenalina que percorria o meu corpo.


Quando entrei, não havia ninguém. Porém, a passagem secreta que dava para o meu laboratório estava aberta.

"Ninguém sabe entrar ali. Tem algo muito estranho acontecendo..."

Tirei as sapatilhas e desci as escadas delicadamente, para que eu pudesse ver o que estava acontecendo sem ser vista ou notada. Porém, minha preocupação em passar desapercebida foi sendo reduzida a medida que eu visualizei uma luz azulada e forte sendo emitida do centro do laboratório. Me encolhi, pois o ar estava cada vez mais gelado.

"O que está acontecendo? A última vez que eu senti esse frio foi...na caverna...do Simon."

Assim que terminei de descer as escadas, não havia nada ou ninguém ali além da antiga coroa dourada e mágica que eu havia guardado comigo no dia de sua morte. Ela havia saído da proteção de vidro e estava bem ali, na minha frente, flutuando e brilhando como nunca. A sala ao redor estava coberta de gelo e eu ouvi novamente a voz misteriosa que chamava por mim.

- Venha até mim...

Assim que me aproximei um pouco mais e toquei cuidadosamente na coroa, entrei em um tipo de transe. Comecei a ver cenas ao meu redor. Cenas do Simon mais novo. Ele com uma garota que eu nunca tinha visto antes. Cenas dele pedindo essa garota em casamento e de repente, apareceu uma criança. Olhei mais atentamente, apesar de as imagens variarem com muita velocidade, mas consegui identificá-la:

- Marcy... quando era criança...

Aquela linda garotinha de olhos vermelhos estava sendo levada até a caverna do Simon, com uma expressão de tristeza. De repente, foi mostrada a cena do Simon a ajudando a controlar o monstro que havia dentro dela. Depois, uma cena do Simon colocando a coroa e enlouquecendo.

De repente, uma ventania forte começou a quebrar as coisas na sala e eu caí no chão. Me encolhi perto de uma das paredes e abracei meus joelhos, assustada com tudo aquilo. De repente, a ventania parou. Uma imagem do Simon mais jovem estava parada bem a minha frente. Se não fosse pela luz azulada e pela forma meio transparente, eu poderia jurar que era ele mesmo.

- Ela se lembrou de mim. Se você está vendo isso, então eu já estou morto e finalmente livre. Mas eu fiz um ajuste nos feitiços da coroa e prometi que sempre que ela pensasse em mim, eu apareceria para consolá-la.

- V-Você... você está...vivo? - fui me levantando aos poucos.

- Não. Meu corpo já se foi, mas a magia uniu um pedaço da minha alma a essa coroa e eu permiti, pois eu sabia que a Marceline precisaria de mim. A união da minha alma com a coroa custou a minha sanidade, mas eu fiz isso por ela.

- M-mas Simon...ela... eu...sinto muito...

- O que está falando? Onde ela está? Ela me chamou, eu preciso ajudá-la.

"Pelo jeito, ele não dominava tão bem essa magia incerta..."

Respirei fundo e juntei todas as minhas forças.

- Simon eu...eu lamento mas...ela está...morta...

Ele começou a rir.

- Isso é ridículo. Vamos, princesa, pare de brincadeiras.

- Eu não... Simon eu...

Sua expressão mudou. O ar ficou mais frio e a imagem dele ficou um pouco menos nítida.

- Tem algum...engano. A magia... não erraria assim.

- Mas ela morreu, Simon. Eu a vi. Eu fiquei com ela... com o corpo... no hospital... eu...- meu coração se encheu de angústia novamente. Era horrível ter que falar de tudo aquilo de novo e eu comecei a chorar.

- E-eu...tem...algo errado... - a imagem começou a falhar e sua voz ficou robótica.

- Simon?? O que está acontecendo?? - me levantei e olhei a coroa que flutuava no ar. Ela começou a vibrar bastante e a imagem do Simon começou a sumir.

- E-eu... não sei... minha imagem... não consigo...

- Simon!!! Como eu faço pra você aparecer novamente?!

- Pensamento... ela... pensa...eu... ela...lembra...

- SIMON!!

De repente, sua imagem desapareceu e a coroa caiu no chão. Todo o frio que envolvia a sala se dissipou e tudo ficou silencioso.

Me aproximei e peguei a coroa nas mãos. Olhei por todos os ângulos, passei minhas mãos por ela, mas nada aconteceu. Era como se sua magia tivesse...ido embora.

Levantei um banquinho que estava jogado no chão e me sentei, com a coroa no colo. Tentei assimilar toda aquela loucura que havia acabado de acontecer, mas eu estava absolutamente confusa.

"Ele disse que a magia seria disparada quando ela pensasse ou precisasse dele. Mas ela está morta, como a magia simplesmente apareceria do nada?! Será que era algum tipo de resquício, de memória que agora esvaziou?! Todas as imagens mostradas eram lembranças do Simon. Talvez a imagem que apareceu pra mim também era só uma lembrança ou...um tipo de...gravação...eu...Não sei."


Minha cabeça girava e senti uma pequena pontada na barriga, o que me fez voltar para a realidade: a Marceline estava morta. Simon estava morto. Eu estava grávida.

De repente, ouvi passos descendo as escadas. Olhei assustada, mas logo reconheci os cabelos avermelhados.

- Garota, parece que passou um furacão por aqui!

- Phoebe. O-oi... o que está...fazendo aqui? fazia tempo que não a via. Aliás, fazia tempo que não via nenhum dos meus amigos.

- Bom, não foi difícil convencer o segurança a me deixar entrar. Usei minhas táticas de sedução e falei que era sua amiga... o que não é mentira...certo? - ela se aproximou, sem graça.

Apesar de ter passado por muitas coisas ruins que envolviam a Phoebe, um lado meu gostava dela.

- Certo.

Ela sorriu.

- Ãhn... desculpe a bagunça, está uma loucura por aqui hoje. - me levantei e guardei a coroa do Simon em um dos armários com senha. - Você e o Finn estão bem??

Ela começou a me ajudar a arrumar o laboratório.

- Estamos bem. Temos nossos altos e baixos, mas tudo certo na medida do possível. Eu...fiquei sabendo da novidade. - ela parou na minha frente e olhou minha barriga, o que automaticamente me fez colocar a mão por cima.

- É... foi um descuido.

- Eu entendo. Mas ei, você é mãe agora! Como está sendo? Aposto que seus hormônios estão uma loucura! - ela mantinha um sorriso firme e um tom animado.

- Eu...essa criança... Não me pertence, Phoebe. John vai ficar com ela.

Sua expressão animada cessou imediatamente. Ela encostou em um balcão e cruzou os braços.

- Você não sente nada por ele né?

Respirei fundo.

- Eu realmente gostaria de dizer que sim. Olha, não me entenda mal... John é amável, simpático, divertido e tem demonstrado um interesse enorme em ser pai, o que pode ser o sonho pra qualquer mulher, mas...

- Não pra você.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Tudo aquilo era muito difícil.

- Marceline era o meu sonho.

- Eu sei, querida. Eu sei.

- As vezes eu só queria... acreditar em algum tipo de sinal...alguma coisa que me faça acreditar que ela está viva ainda ou...algo do tipo...

- Como assim? Ter falsas esperanças tornaria as coisas muito mais difíceis, Jujuba...

- Eu sei, eu sei, mas... se eu pudesse ter pelo menos um segundo...um segundo de esperança de novo! Eu...

- Jujuba, você está ouvindo o que está dizendo?! Você está me dizendo que gostaria de acreditar que a Marceline ainda está viva! Você sabe que cair na dura realidade depois te mataria!

- EU JÁ ESTOU MORTA! - gritei, ofegante.

Ela me encarou por alguns instantes, preocupada. Senti uma pontada na minha barriga e me apoiei com uma mão na mesa perto de mim.

- Eu sei que a perda da Marceline tirou inclusive a sua vontade de viver. Eu sei que você não quer falar sobre isso e sei que na verdade você nem ao menos queria que soubéssemos desse bebê. Eu não consigo nem imaginar o tamanho da sua dor, sério. Mas eu tô aqui, arriscando falar com você nesse momento onde todo mundo falou que era melhor te deixar em paz, porque eu quero que você se lembre que você não está sozinha. - ela se aproximou com cautela e colocou a mão no meu ombro. -...você tem amigos que te amam, tem um cara muito legal lá fora disposto a te fazer a mulher mais feliz do mundo, disposto a cuidar dessa criança como um pai responsável. Você tem o seu reino, você tem toda uma bela vida pela frente, Jujuba.

As lagrimas escorriam pelo meu rosto e eu me concentrava na minha respiração para não desabar na frente dela.

- Você pode ir embora agora. - falei, com a voz trêmula. - Eu aprecio e agradeço a sua preocupação, mas eu já tomei minha decisão.

Ela suspirou, frustrada. Depositou um beijo na minha bochecha e andou até a escada novamente, mas parou antes de subir o primeiro degrau.

- Apenas... pense se é assim que a Marceline gostaria que você ficasse. Eu tenho certeza que ela ficaria muito triste se te visse tomando a decisão de desistir de tudo.

Respirei fundo.

- Eu a vi desistindo muitas vezes. Ela deveria ter pensado nisso antes de ter decidido se afundar nas drogas.

- Ela te amava!!! - Phoebe respondeu, se entregando ao choro.

- Mas amava mais as drogas.



Assim que ela saiu, chorando e indignada, eu tive uma crise. Quebrei algumas coisas que estavam na minha frente e terminei o episódio sentada no chão, chorando desesperadamente, com as mãos cobrindo o rosto e me sentindo envergonhada por ter dito aquelas palavras. A cada dia sofrido que se passada, meu luto ia passando por diferentes estágios. Meu momento atual? Raiva. Se a Marceline aparecesse na minha frente, eu provavelmente seria capaz de matá-la com minhas próprias mãos.

...ou acabaria segurando-a em meus braços e nunca mais a deixaria ir...






...4 meses depois...






Algumas pessoas dizem que certas coisas precisam ser quebradas para que possam assumir formatos melhores. Sinceramente, nunca vi sentido algum nisso, já que minha paixão pela ciência sempre me fez compreender que não havia nada benéfico em forçar - e eu digo forçar mesmo, não estou me referindo a um processo gradativo e delicado de transformação - algo perfeitamente saudável a sair de sua forma original.

Mas desde aquela visita da Phoebe, eu estava começando a entender o quanto uma ruptura era capaz de te incentivar a mudar de rumo. Passei os últimos meses empenhada em estudar e entender os mecanismos da coroa de Simon. Novas descobertas sempre despertavam o melhor em mim, então eu estava relativamente mais calma, mais disposta, mais...viva...de alguma forma. Deixei John se aproximar e participar mais ativamente na minha vida, me ajudando a cuidar das responsabilidades do reino e me fazendo um pouco mais de companhia.

Com o passar desses meses, minha barriga já estava maior. Vieram os chutes do bebê, os presentes dos amigos, as idas mais frequentes ao médico, o primeiro som dos batimentos cardíacos do bebê. John estava louco para descobrir o sexo, mas eu não quis saber.

"Quanto menos eu souber, menor a chance de eu me apegar".

Tanto é que nos ultrassons, eu nem olhava para a tela.

De qualquer forma, eu estava muito mais animada, principalmente por ter meus amigos mais próximos de mim novamente. O único que estava diferente comigo, era o Finn. Ele implicava com tudo que o John fazia e mal conseguia me olhar. Chorei algumas vezes por causa disso, mas depois me conformei que deveria ser apenas aquele senso de lealdade irracional e incondicional que ele parecia ter com a Marceline.

Quando eu pensava nisso, um vazio se instalava no meu coração. Mas pouco a pouco, aquela pequena presença dentro da minha barriga era realmente significante. Eu me pegava conversando com aquele bebê sobre minhas análises laboratoriais e, por mais louco que pareça, ele me respondia. Eu perguntava coisas que ele pudesse me responder com: se sim, chute uma vez. Se não, chute duas. E acreditem: dava certo.

...eu já não me sentia mais tão só.


...


- ...E aí você não vai acreditar: reuni os guardas e fomos no estabelecimento fazer o vendedor DEVOLVER a maçã que aquele garoto havia roubado! - disse John, contando sobre o dia dele atuando como meu substituto na liderança do reino enquanto jantávamos juntos no salão do castelo. Sua linguagem corporal era bastante expressiva e empolgada.

- ...ta brincando? - questionei, surpresa, enquanto tomava mais um gole de suco de amora.

- Eu juro! O vendedor achou um absurdo, mas eu deixei claro pra ele que absurdo mesmo era ele negar uma simples frutinha a uma criança! Depois ele ficou todo sem graça, mas quando saímos do estabelecimento, eu conversei com o garotinho e ele me prometeu que nunca mais faria aquilo. Ou seja...problema resolvido! - ele riu, satisfeito.

- Eu fico feliz de saber que está gostando disso tudo. Essas questões sempre me cansavam e me deixavam bastante irritada.

- Ta brincando?! Eu to amando! E confesso que é gostoso demais dar susto no guarda Fratelo quando ele pega no sono no turno da madrugada. - ele gargalhou e acabou me fazendo rir um pouco também.

- Ele não tem jeito. Sempre fez isso e...- de repente, notei que John estava me encarando profundamente -... V-você está bem? - fiquei sem graça.

- Eu?! Tô muito bem, obrigado! Só... tinha esquecido o quando seu sorriso é lindo.

Fiquei muda por alguns instantes. Realmente, não me lembrava de quando havia sorrido pela última vez.

- O-obrigada..

Com aquele silêncio todo, ele acabou se aproximando cuidadosamente. Normalmente eu recuaria, mas ao sentir o calor de sua mão por cima da minha, eu paralisei e fechei os olhos. Desde que eu comecei a trabalhar na coroa do Simon, minhas mãos estavam sempre frias demais. Era bom sentir aquele calor...

Então, pouco a pouco, Cooper encostou seus lábios quentes nos meus. Iniciamos um beijo lento. Logo as mãos dele estavam no meu rosto, me acariciando e me fazendo sentir acolhida.

"Céus...faz tanto tempo..."

Depois de alguns minutos, eu afastei o beijo. Ficamos em silêncio por algum tempo e ele me abraçou antes que eu fugisse. Assim que encostei meu rosto em seu peitoral, me senti acolhida e protegida. E pela primeira vez em todo esse tempo, meu coração estava mais calmo.

- Me deixa entrar. - ele sussurrou no meu ouvido. - ...me deixa te fazer feliz... - ele beijou meu pescoço cuidadosamente, despertanto um desejo estranho no meu corpo...


Tentei me afastar um pouco, ainda com medo de tudo. Mas ele me beijou novamente. E pouco a pouco, eu acabei me entregando. Ele me levou até o meu quarto. Um calor surreal envolvia nossos corpos e acabamos na mesma cama naquela noite...

E a cena se repetiu por mais um mês. Eu estava feliz, animada. John estava revivendo a parte em mim que havia desistido. Falar sobre a Marceline já não doía mais. Eu estava superando.


- Você é um bobo. - bati em seu braço, rindo de uma piada enquanto caminhávamos a noite pelo jardim da minha mansão.

- Sou um bobo por você. - ele riu. - ...na verdade, por vocês! - ele se abaixou e deu um beijo na minha barriga.

Eu ficava ligeiramente desconfortável quando ele fazia aquilo, mas não o bastante para que eu o impedisse.

Dei um selinho nele e o abracei.

- Obrigada.

- Pelo o quê?

Suspirei e falei de todo o meu coração:

- Por me ajudar a não querer desistir.

Ele ficou mudo por alguns instantes. Depois, segurou meus braços e me olhou nos olhos.

- V-você está dizendo que... mudou de...ideia?

Eu segurei a respiração. Pensei por alguns instantes. Analisei tudo o que estava no meu coração.

- Eu...não sei mas... acho que...

Antes que eu terminasse de falar, quatro guardas vieram até nós e seguraram John com força pelos braços.

- EI, EI, QUE LOUCURA É ESSA?! ME SOLTEM JÁ!

- PAREM COM ISSO! SOLTEM ELE IMEDIATAMENTE, É UMA ORDEM!

- Me desculpa, Jujuba. Mas esse homem não vai ser solto até que tudo seja esclarecido. - disse Finn, apontando sua espada para a garganta do John.

- ...Você enlouqueceu?! Do quê está falando?!

- Jujuba, tem uma ex integrante de uma das bandas que o John cuidava que me procurou para denunciar esse babaca!

- ME SOLTA AGORA! - John tentou se soltar mas Finn apertou a lâmina em sua garganta, fazendo uma pequena gota de sangue escorrer.

- Finn... q-que história é essa...?

- É UMA ARMAÇÃO ISSO, JUJUBA! Você não consegue ver que esse mané está apaixonado por você e está tentando me prejudicar?!

Eu estava confusa e assustada, mas aquilo fazia sentido.

- CALA A BOCA, SEU IDIOTA! - Finn gritou com ele.

- Finn. Você se reporta a mim. Eu quero que solte ele. Vamos analisar o caso, mas por enquanto, os MEUS guardas o soltarão e ele esclarecerá tudo civilizadamente.

- Exatamente! Me soltem!

Assim o fizeram.

- Finn, eu quero que você nos dê um minuto.

- TA BRINCANDO NÉ?!

- FINN. A.G.O.R.A.

Ele e os guardas bufaram e se afastaram. John me abraçou e eu afastei o abraço.

- Que história é essa?

Ele suspirou.

- É aquela minha ex namorada. Ela jurou que algum dia me prejudicaria. Paranóica e obsecada. Ela quase arruinou minha vida, e pelo jeito, vai fazer de novo... - seus olhos se encheram de lágrimas e ele abaixou a cabeça.

Meu coração se partiu ao vê-lo daquele jeito. E ele já havia me contado sobre aquela garota e ela era realmente maluca.

- Vai ficar tudo bem. Eu confio em você. - o acalmei.

- Jujuba...você estava dizendo que...

- Shh...outra hora falamos. Agora vá, antes que o Finn faça outro escândalo e acorde o reino todo.

Ele suspirou.

- Enquanto eu resolvo isso, quero que pense em uma coisa.

- Hm?

Ele segurou minhas mãos e me olhou nos olhos.

- Eu quero que você seja minha esposa. Eu ainda farei um pedido formal, mas vá pensando nisso, tudo bem?

Eu fiquei muda. Meu coração sofreu um baque enorme e eu senti que ia desmaiar.

- V-Você...está pedindo...q-que...

Ele me interrompeu e me deu um beijo caloroso nos lábios, sorrindo.

- Case-se comigo, Jujuba.


De repente, mais três guardas chegaram correndo. Eu não conseguia nem olhar para eles. Meus olhos estavam fixos em John.

- RAINHA, INVADIRAM SEU LABORATÓRIO!!! CHECAMOS TUDO E VIMOS NAS SUAS ANOTAÇÕES QUE UMA COROA ESTÁ FALTANDO! VOCÊ FOI ROUBADA!!!

















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