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História Edifício Baelor - Aquele com o Leitor de Crônicas de Nárnia



Notas do Autor


Sim! Dois capítulos seguidos! Vocês não estão sonhando ou alucinando...... talvez.
Enfim, pra tentar compensar o tempo que ficamos sumidas, resolvemos voltar com dois caps incríveis, e ah, mais uma coisa, os acontecimentos desse capitulo se passam no mesmo dia que o capitulo 2 - "Aquele com a Nova Inquilina"

Nhac, digam o que vcs acharam da introdução do Theon e do Aegon *-*

Capítulo 13 - Aquele com o Leitor de Crônicas de Nárnia


Fanfic / Fanfiction Edifício Baelor - Aquele com o Leitor de Crônicas de Nárnia

Aegon Targaryen não era um dos herdeiros mais famosos de Westeros. Aegon não era lembrado com frequência, Aegon não era considerado importante. Aegon Targaryen era filho de Rhaegar Targaryen, candidato a presidência de Westeros, que por sua vez era filho do ex-presidente, Aerys Targaryen, e isso parecia ser o feito mais impressionante de Aegon. Sua irmã mais velha, Rhaenys, era extraordinária em todos os sentidos, mas ela era mais Martell do que Targaryen, sua tia Daenerys sempre esteve nos holofotes, uma das figuras mais conhecidas em Westeros e Essos, e seu tio Viserys, bem, Viserys fazia jus ao nome da família.

Mas isso não incomodava Aegon, muito pelo contrário, ele gostava da solitude. Ele apreciava o fato de poder sair na rua sem ter de cinco a dez pessoas o seguindo. E Aegon sabia seu valor, tendo uma das melhores educações que o mundo tem a oferecer. O jovem Targaryen preferia aprender uma nova língua, do que ter que dar declarações públicas sobre a sua última bebedeira numa festa qualquer, algo recorrente na vida de Viserys. Ele gostava de aprender coisas novas, e ser treinado para, um dia, liderar a empresa da família, mas a ideia de ser uma pessoa pública, importante, de concorrer ao cargo mais desejado do país, de liderar um país, essa ideia fazia Aegon ter pesadelos.

O jovem não se importava em não ser lembrado, contanto que ele tivesse vivido. Ele apreciava os pequenos momentos da vida, os bons momentos da vida. E ter que agradar seu pai, seu avô, seu sobrenome, não era algo que Aegon queria. Ele não se importava em ser um fracasso para Aerys, ele não se importava em ser um desastre para Rhaegar, ele não se importava em não ser importante, contanto que sua mãe estivesse feliz e sorrindo, que sua irmã continuasse com as aventuras e histórias dela, e que Jon Connington continuasse o apoiando, Aegon estaria bem. Ele não precisava mais do que isso.

Talvez seja justamente por isso que Aegon se encontrava naquela cafeteria, um livro em mãos e um copo de capuccino na mesa, aproveitando o dia, em vez de estar lá, na audiência de seu avô. As Crônicas de Nárnia eram mais interessantes do que as desculpas patéticas de Aerys. Sua prima, Arianne, não parecia concordar com os pensamentos de Aegon, no entanto. Ela estava sentada de frente para o loiro, o seu café já tinha acabado, e agora ela tinha se posto a batucar os longos dedos, com unhas perfeitas, num ritmo rápido e irritante na superfície da mesa. Ritmo esse que ele estava empenhado em ignorar.

E teria sucesso, se não fosse aquela maldita televisão ligada no canal de notícias, gritando para todas as poucas pessoas dentro da cafeteria o lugar onde Aegon deveria estar.

O ex-presidente Aerys Targaryen se apresenta hoje na audiência para o processo que corre há anos, por lavagem de dinheiro e fraude em licitações. Rhaegar Targaryen, candidato à presidência pelo Partido dos Sete e filho mais velho do ex-presidente, diz confiar na inocência do pai. Apesar do processo o candidato subiu 7% nos índices...

Aegon tomou um longo gole de seu capuccino, ele estava ignorando a televisão por muito tempo já, sabendo perfeitamente que jogo Arianne estava fazendo.

Aerys é esperado por uma grande multidão, tanto de fiéis como de opositores. O ex-presidente conta com o apoio público de seu filho mais novo, Viserys Targaryen, e do apoio mais discreto de seu filho mais velho. Rhaegar, como candidato a presidência, procura manter-se mais afastado do julgamento do pai. Daenerys Targaryen, filha mais nova de Aerys, é a única da família a falar abertamente contra o pai. Tanto Rhaenys e Aegon Targaryen, filhos de Rhaegar, optaram por não se pronunciarem…

— Com licença, moça — Aegon falou, levantando sua mão para chamar a atenção da garçonete que estava passando. —, você poderia, por favor, trocar de canal? — o jovem tentou dar um sorriso sincero, mesmo sabendo que seria um fracasso.

A garçonete, uma mulher de uns vinte anos, com os cabelos louros num coque alto olhou atentamente para Aegon, antes de arregalar os olhos e se direcionar para o balcão, ela pegou o controle e trocou de canal, deixando num filme qualquer. Aegon suspirou, e aliviado, tentou voltar para a sua calma e prazerosa leitura.

— Sabe, primo — Arianne começou, parando com o batucar os dedos para, num ato completamente falso e exagerado, ir analisar suas unhas. —, uma hora a vida vai cobrar alguma atitude sua.

— E desde quando é a vida que me cobra alguma coisa, prima? — não tirou os olhos do livro, numa tentativa de agir com descaso, mas seus olhos não acompanhavam as palavras impressas.  

— Tem algo novo vindo por aí, Aegon... Eu posso sentir, quase consigo saborear com a ponta da língua. Vai querer ficar de fora?

— Como anda o novo apartamento? — esquivou-se fazendo com que  Arianne bufasse, era tão óbvio que seu primo iria se esquivar de dar alguma resposta, afinal, ele vinha fazendo isso a sua vida toda.

— Bom, bom — ela decidiu então, entrar no jogo de seu primo. —, maior que meu antigo, mas eu sinto saudades do prédio, e das pessoas de lá.

— Hum. — Aegon só queria uma tarde tranquila com sua prima, sem ouvir aquilo que todos pareciam pensar sobre ele. Já que Arianne não iria cooperar, ele gostaria de, pelo menos, terminar sua leitura. — Mantém contato com elas?

— Não muito. Há alguns meses foi aniversário do meu antigo vizinho, Jon, uma pessoa legal. Foi a última vez que nós fizemos algo, realmente.

— Hum…

— Ouvi que o meu antigo apartamento já foi alugado, Sra. Hudson não gosta de prejuízos, pelo jeito, e demorou mais do que eu pensei que fosse demorar… Tá, eu não consigo fazer isso...

— Sim. — ele nem mesmo fez menção de tirar seus olhos do livro.

— Aegon! — a Martell bateu as mãos na mesa, numa tentativa de atrair a atenção total do primo, e aparentemente ela conseguiu, já que Aegon finalmente baixou seu livro.

— O que?!

— Pare com isso!

— Isso o que?

— Não dá pra simplesmente ignorar isso, Aegon!

— Eu estava tendo bastante sucesso nisso, antes de você tocar no assunto.

— Aegon, ele pode ser preso! E seu pai está concorrendo à presidência do país! Essas coisas significam alguma coisa!

— Qual é, Arianne? Nada vai acontecer com o velho Aerys… Nada disso é novo, não pra mim. As coisas vão continuar como elas estão, então eu não vou me preocupar com isso. Quanto menos eu souber disso, mais feliz eu vou estar — ele levou as mãos ao rosto, massageando suas têmporas do rosto — Nesse momento me faria muito feliz apenas passar um tempo com você e terminar esse livro.

— Você já leu esse livro!

— E? — Aegon fixou seus intensos olhos violetas em Arianne.

— E que você já sabe o que vai acontecer! Você só quer ficar fora disso...

— Exatamente — ele levou sua mão até seu bolso, retirando sua carteira, para então deixar algumas notas em cima da mesa. — eu agradeço sua preocupação, mas eu estou bem, muito bem, obrigado, fora de qualquer coisa, inclusive disso que você consegue quase saborear.

— Você é incrível, primo… Você não nasceu para ficar fora de nada, você é incrível e merece ser reconhecido como tal! Não só como mais um Targaryen, um dos que opta por não se pronunciar — Arianne apertou a mão do primo, inclinando-se para frente. Os olhos em brasa, como uma verdadeira Martell.

— Eu não quero nenhuma glória, e nem reconhecimento, eu só estou interessado em terminar minha faculdade, e terminar minha leitura em paz. Só isso, nada de mais — Aegon tomou o resto de seu capuccino antes de se levantar. — Tchau, Arianne.

Aegon! — Arianne tentou, em vão, segurar o primo pelo braço.

E então Aegon sumiu pela porta, seus cabelos platinados sendo a última coisa que Arianne pode ver do seu primo. E Arianne, ainda sentada na mesa, deixou sua cabeça cair na mesma, bufando alto.

— Parabéns, Arianne, você conseguiu irritar seu primo, parabéns. Você sabe que não é fácil tirar nada dele.

Arianne levantou seu rosto, passando suas mãos pelos cabelos. Ela precisava mudar sua estratégia se ela fosse tentar colocar juízo na cabeça de Aegon novamente, confronto direto não tinha funcionado. E ela precisava de Aegon, Aegon com juízo.

Olhou para o prédio à sua frente e uma ideia foi surgindo… Era tempo de uma visitinha.



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