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História Efeito Borboleta - Children


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!
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Capítulo 35 - Children


35 — Children

DRACO POV

Naquela manhã, havia um clima um tanto desanimado nos cercando na barraca.

Iríamos encontrar com Hermione em algumas horas, e então deixaríamos de estarmos sozinhos vivendo aquele clima romântico entre nós.

Eu me sentia um tanto irritado por isso.

Sabia que não era meu direito querer monopolizar Harry só para mim, mas isso não me deixava menos receptivo com a ideia.

E foi assim que eu simplesmente me deixei pensar sobre uma coisa que vinha me incomodando bastante.

— Já pensou em fugir? — Perguntei, com ele deitado enroscado em mim na cama. Ambos estávamos com preguiça de levantar.

— Fugir?

— Sim. Só... pegar seus amigos, e fugir para longe. Deixar todo mundo se explodir — Perguntei, vendo ele erguer o rosto, parecendo confuso e surpreso, piscando atordoado.

Essa reação tão básica me fez sorrir.

Não, Harry jamais teria pensado em fugir.

Como poderia uma pessoa ser tão boa? Se ele fosse um pouquinho ‘não-Harry’, se tivesse um pouco menos de fibra moral, então poderia fugir.

E essa era a diferença sobre os heróis.

Para a sorte da humanidade, os heróis eram sempre os que nunca iriam fugir.

— Você já pensou em fugir? — Ele devolveu a pergunta, e eu assenti, esticando o pescoço para beijar a testa dele.

— O tempo inteiro.

— Mesmo? — Ele pareceu um tanto alarmado, e isso me fez sorrir.

— Com você, Harry — Esclareci, olhando para o rosto dele — Fugir com você. Só deixar tudo isso para trás, e achar um lugar calmo e tranquilo para envelhecer sem sermos descobertos.

— Parece bom e terrível — Ele disse, e eu sorri ao assentir.

— Nossa realidade está boa e terrível também — O lembrei, com um pequeno suspiro — Não acho justo que você tenha que passar por essas coisas. Se ser egoísta fosse permitido, iria te colocar dentro da mochila agora e sumir com você.

— Quando tudo isso acabar, podemos sumir — Ele disse por fim, e isso me surpreendeu.

— Mesmo?

— Não há... lugar para ficar aqui — Admitiu, com um pequeno suspiro — Só preciso visitar os Weasleys com frequência. Mas... não tem porque continuar aqui.

Eu entendi as entrelinhas.

A dor da perda de Sirius havia voltado a se tornar recente demais para Harry conseguir ignorar.

— Às vezes eu queria ser do tipo de que foge, e deixa outras pessoas resolverem as coisas — Ele disse, erguendo os olhos para mim — Mas só a ideia me parece algo tão egoísta e mesquinho.

— Eu posso ser egoísta e mesquinho por nós dois — Sugeri, vendo ele rir.

— Você não acha? Que fugir seria covardia?

— De jeito nenhum! Fugir para salvar a própria pele é um ato nobre, não sei como ninguém vê isso — Resmunguei vendo ele rir — Eu teria muito orgulho de ver você fugir da guerra.

— É mesmo? — Eu me senti feliz por fazê-lo rir com a baboseira que estava dizendo.

Era a parte boa de estar cercado de grifinórios ultimamente.

Tinha certeza absoluta que qualquer sonserino visse como eu ficava bobo perto de Harry, isso jamais passaria sem piadas.

— Sim! Diria para todos! Está vendo esse covarde aqui? — Apertei os braços ao redor dele, que ria divertido — Ele é meu...?

Eu simplesmente parei de falar, fazendo um silêncio suspeito e estranho de receio, para deixar no ar.

Como a frase terminava? Com ‘Namorado’? ‘Amigo’? ‘Rolo’? ‘Peguete’?

Eu senti o corpo dele inteiro travar em tensão, e Harry tornou a erguer o rosto para mim.

— Hã... — Murmurei em um tom ensaiado de receio — Deveríamos já deixar as coisas prontas para quando formos buscar Hermione. É melhor arrumar tudo agora, e depois teremos tempo de sobra.

Eu girei o corpo, me erguendo da cama, deixando ele ali deitado, com os olhos arregalados em descrença.

Mas fingi não ver, porque minha intenção era só plantar a semente da ideia.

Passei a organizar todas as coisas ao nosso redor, fingindo não ver Harry totalmente exasperado por eu ter  tocado no assunto e fugido dele.

Havia algumas que precisavam ser colocadas na mochila, e outras que poderíamos deixar na barraca que mantinha tudo organizado quando a desmontávamos.

Ele estava ajudando quase mecanicamente, olhando-me de canto com fúria e raiva a cada instante, parecendo muito nervoso.

Eu sabia que essa seria a reação, por isso foi totalmente ensaiado fazer a questão ser erguida, e deixar ele fritar os neurônios enquanto  pensava sobre o assunto.

Quando acabamos, ainda faltavam duas horas para sairmos e encontrar com Hermione, e eu me sentei no sofá, fazendo um gesto para ele vir até mim.

Ele veio, ainda com os olhos cintilando de raiva.

Fiz que não percebi, puxando-o pela cintura para que ele subisse no meu colo, mas no último instante ele se afastou em um pulo de fúria.

— Você não vai fazer essa merda, Malfoy! — Bradou ofendido, os olhos verdes cintilando por trás dos óculos — Não, não, não! Você não vai fazer isso! O que você acha? Que deixar esse tipo de frase no ar vai me fazer surtar? É? É o que acha? Que eu vou ficar pensando nisso o tempo todo?

— Do que está falando? —  Perguntei com minha melhor expressão de desentendido.

— De você não ter dito o que eu sou para você! Você acha mesmo que isso vai me afetar?

— Eu não sei do que está falando — Insisti, vendo-o cruzar os braços, todo bonito e nervoso.

— Eu não vou pirar, ficar inseguro, ou ficar pensando nisso. Tenho mais o que fazer! — Me avisou, apontando o dedo para meu rosto, totalmente furioso — Eu sou muito ocupado para ficar pensando nessa porcaria! Não ligo a mínima!

— Tudo bem — Concordei com calma, vendo ele se irritar ainda mais.

— Não ligo, não me importo. Acha mesmo que vou ficar preocupado? Se nós somos algo, se não somos. Se estamos só começando. Se está cedo demais para rótulos... Está enganado, porque não estou pensando em nada disso — Insistiu.

— Tudo bem, Harry. Fico feliz que esteja tão bem decidido —  Falei com calma e tranquilidade, me perguntando se ele iria perder a cabeça a ponto de tentar me bater.

Parecia muito!

— Você é ridículo — Insistiu, negando com a cabeça — Não vou me preocupar com isso! Nem passou pela minha cabeça se você só está comigo porque sou literalmente sua única opção no momento. Não pensei nisso nem por um segundo!

— E não deveria — Sorri, esticando os braços para ele, que soltou o ar de uma vez, ainda muito estressado, mas veio para meu colo — É isso que está te incomodando?

Obviamente, todas as vezes que tentava falar sobre o que era aquilo, Harry só me beijava.

Parecia não querer conversar sobre o que éramos, da mesma forma que não queria conversar quando percebeu que sentíamos coisas um pelo outro.

Ele ficou quietinho, deitando a testa em meu ombro, soltando um longo suspiro, parecendo vencido pela onda de emoção, enquanto se acalmava.

— Se não fosse a guerra, se não fosse... tudo o que está acontecendo, você acha que... iria querer ficar comigo?

— Harry, isso não se trata de ter opções — Insisti, segurando seu rosto para que ele me olhasse — Eu me apaixonei por você. É por isso que quero estar com você, é por isso que estamos aqui. Não é sobre opções, sobre escolhas, sobre qualquer uma dessas coisas.

— Mas...

— Mas... já falamos sobre isso. Se eu houvesse me aproximado de você, sem todo o preconceito, teria me apaixonado muito antes. Poucos meses de convivência fizeram isso comigo, e eu sei que fariam independente de qualquer coisa.

Ele assentiu, parecendo aliviado, passando os braços ao redor dos meus ombros.

— Não quero que continue pensando e se preocupando com tudo isso.

— Eu não consigo evitar surtar sobre essas coisas. Estou sempre pensando em problemas, as vezes só... acabo inventando alguns, quando minha vida está fácil demais — Ele me alertou, e eu sorri.

—  Como pode dizer que sua vida está fácil demais, Harry? Estamos no meio de uma guerra, você quase foi morto dias atrás.

—  Bem, já faz alguns dias da última vez que eu quase fui morto. Isso faz a vida parecer fácil para mim —  Admitiu, e eu neguei com a cabeça, inconformado.

— Eu sei um jeito ótimo de mantermos as coisas simples e evitarmos surtos —  Sugeri, deslizando os dedos pelo rosto dele.

— Como? Não definir nada? Deixar...

— Você pode ser meu namorado — Sugeri, vendo ele iscar surpreso, me olhando sem entender.

— Namorado?

— Você não vai ficar pensando e surtando sobre nós, se saber exatamente o que somos. Eu quero ser o seu namorado. Percebe como é simples?

— Meu... namorado? — Ele pareceu surpreso, mas sorriu por fim, de uma forma tão bonita e espontânea, que eu apenas pude lhe olhar com adoração.

— O que você acha? — Perguntei, um pouco ansioso, vendo ele piscar, um sorriso começando a se espalhar em seu rosto conforme ele assentia.

— Tudo bem —  Disse baixinho, sem qualquer rastro da irritação anterior, me olhando nos olhos

— Eu quero que você diga sim, Harry — Insisti quando ele desviou os olhos, fazendo-o erguer o rosto para mim enquanto me aproximava para um beijo.

Nossos lábios se encontraram saudosos, e eu senti que ele ainda sorria, todo derretido nos meus braços.

— Sim — Sussurrou baixinho — Eu quero ser seu namorado, Draco —  Disse como se confessasse um segredo.

O beijo que veio a seguir foi algo gostoso de sentir, porque deixava claro o quanto estávamos entregues um ao outro.

Mal pude deixar de pensar como seria engraçada a reação de Hermione ao nos ver assim.

Ao mesmo tempo, estava ansioso para o retorno dos amigos dele.

De uma forma ruim, é claro.

Primeiro que simplesmente adorava estarmos sozinhos, e poder fazer Harry parar de pensar no futuro catastrófico das pessoas ao nosso redor.

Sinceramente, eu amava o quanto ele se importava, o quanto se esforçava e pensava nos outros.

Mas, verdade seja dita, Harry precisava de alguém egoísta ao lado dele.

Todos seus amigos se jogavam e o jogavam no meio dessas confusões, mas ninguém parecia ter medo de morrer ou ter medo que ele se machucasse.

A segunda parte ruim do retorno dos amigos dele, é que não fazia ideia se Hermione tinha conseguido trazer Weasley de volta.

E entendia que Harry ficaria totalmente arrasado caso ela estivesse sozinha hoje quando fossemos buscá-la.

Ele parecia especialmente quieto e pensativo quando começamos a desmontar a barraca e guardá-la.

— Vamos aparatar debaixo da capa — Sugeri, e ele assentiu, me fazendo sorrir quando desarmei os feitiços de proteção, e ele parecia muito distraído ao enroscar o braço no meu, os olhos verdes distantes.

Por estar tão pensativo, ele pareceu surpreso quando abracei sua cintura de forma protetora, me inclinando para lhe arrancar um beijo.

Ele soltou um suspiro baixinho, mas seus lábios se moldaram em um sorrisinho enquanto correspondia com certa ansiedade.

— Vou sentir falta do nosso tempo sozinhos — Murmurei, me afastando brevemente e ele sorriu.

— Do jeito que você é paranoico e aproveitador, não duvido que fale que quer continuar com as rondas noturnas, e nunca diga para meus amigos que não tem necessidade de fazer elas.

— Ah, isso soa exatamente como algo que eu faria — Concordei, vendo ele expandir o sorriso — E exatamente o tipo de coisa que você diria para me fazer agir assim sem precisar se complicar com seus amigos.

— Eu não sei do que está falando — Resmungou, beijando meu rosto ao passar a capa para mim, que por ser mais alto, a usei para nos cobrir.

Nós aparatamos em seguida, para o ponto do nosso encontro com Hermione, e eu me sentia nervoso.

Estávamos dez minutos adiantados, porque eu simplesmente estava pirando com a possibilidade dela não retornar, porque isso iria magoar Harry.

Mesmo que fosse ótimo ficar sozinho com ele, eu sabia que aqueles dois idiotas precisavam retornar.

— Não, vamos ficar com a capa — Sussurrei, puxando Harry para algumas árvores, e nos escondemos melhor ali.

A capa era grande, mas eu era alto, então ela não cobria totalmente nossos pés quando nos movíamos. Por isso decidi ficar entre as árvores, em um lugar que fosse fácil de ver o espaço onde montamos a barraca meses atrás.

— Mas como Hermione vai saber que estamos aqui?

— Harry, quando ela surgir, precisamos ver de longe. Se estará sozinha, se é realmente ela. Toda precaução importa.

Ele assentiu, e eu notei ansiedade ao deixar o corpo unido ao meu, com um sorriso nervoso quando pousei a bochecha pressionada contra seu cabelo, e ficamos abraçamos daquela forma, atentos a cada movimento ao redor.

Abraçando ele por trás daquela forma, com meus braços firmes em seu corpo, eu sentia o coração dele batendo muito depressa, e naquele momento eu percebi que se os dois não voltassem, na próxima vez que os visse, iria fazer questão de socar a cara deles.

Era um absurdo fazerem Harry se sentir daquela forma, com o tanto de problemas que ele já tinha que lidar.

Nós ouvimos o som de passos entre a mata, e finalmente Hermione surgiu.

Sozinha.

Ela abraçava a bolsinha contra o corpo, a mão da varinha erguida, olhando ao redor com ansiedade.

Harry fez menção de se soltar de mim, mas apenas o apertei mais contra o corpo.

— Espera — Sussurrei bem baixinho contra a orelha dele.

— Harry? — Ela sussurrou, olhando ao redor, girando em círculos com a varinha pronta para se defender — Harry, você está aqui?

— Draco — Ele resmungou, mas eu o mantive seguro.

— Harry, sou eu — Ela insistiu, os olhos muito arregalados — Merlin, Harry, se alguma coisa houver acontecido a você... — Ela disse, cada vez mais ansiosa, mas parou por um instante, franzindo a sobrancelha.

Pareceu pensar em algo, e suspirou, abaixando os braços.

— Malfoy, sou eu! — Disse sem paciência — Deixe de ser paranoico, nós temos que sair depressa daqui!

— Draco...

— Só quero ter certeza — Murmurei para Harry, ao mesmo tempo em que Hermione agitava os braços, irritada.

— Ok, então, para provar que eu sou eu, vou começar a dizer qual foi uma das minhas últimas conversas com Harry antes de partir. Tudo começou quando eu contei a ele algo que vinha acontecendo há muito tempo e ele se quer parecia ter notado...

— HERMIONE! — Harry gritou, me empurrando em desespero para longe de si, pulando muito apressado em direção a amiga, que sorriu vitoriosa.

Eu apenas revirei os olhos, enrolando a capa em um dos braços, vendo eles se apertarem em um braço muito emotivo.

Harry parecia um pouco nervoso, mas eu entendi que ele não conseguiria perguntar.

— Onde está o outro? — Questionei, vendo ela abaixar os olhos para as próprias mãos ao romper o abraço com Harry.

— Eu não encontrei Ronald — Murmurou, com um longo suspiro — Achei que ele houvesse voltado para casa, mas ele não estava lá. Ninguém sabe onde ele se meteu. Tentei encontrar o pessoal, mas a verdade é que... muitos estão desaparecidos — Ela continuou dizendo e eu vi os olhos de Harry arregalados em grande choque.

— Desaparecidos?

— Eu soube que... Luna está desaparecida. E Remus. E Shackebolt. Percy também desapareceu. Ninguém tem notícias dele, Molly está pirando.

— Precisamos achar Ron — Ele disse ansioso — Nós precisamos achar Ron, precisamos fazer alguma coisa!

— Vamos sair daqui, para começar — Sugeri, passando os braços ao redor de Harry, que estendeu a mão para enroscar os dedos em Hermione, e eu aparatei com eles, para um lugar distante.

A parte boa de ter viajado para muitos lugares, era que eu sabia sempre para onde ir.

Finalmente chegamos em uma das florestas onde meu pai e os amigos me levaram para assistir caça esportiva.

Não era algo muito Malfoy, mas meu pai supôs que eu deveria conhecer todo tipo de esporte. Nunca mais voltamos ali, depois do terrível chilique que eu dei quando sangue de algum bicho espirrou em mim e eu espantei todos os outros com gritos histéricos.

Não fazia ideia da razão para ele pensar que me levar para caçar seria uma boa ideia.

Eu deixei os dois montarem o acampamento, enquanto fazia os feitiços, mas pude ouvir a conversa se seguir, e como Harry contou para ela sem temer que fomos Godrics Hollow.

— Draco aceitou ir até lá?

— Ele sabia que era um palpite meu — Harry disse ao balançar os ombros — Não tinha nada além de uma armadilha.

— Armadilha?!

— Ele deixou Nagini disfarçada de Batilda nos esperando. Não foi grande coisa.

— Exceto pela picada da cobra, os delírios e termos escapado de Você-sabe-quem por questão de segundos — Resmunguei ao passar por eles e entrar na barraca, sentindo ambos me seguindo.

— Harry!

— Ficou tudo bem — Ele garantiu, suspirando ao se jogar no sofá — Draco cuidou de tudo — Ele ergueu os olhos para mim, com um sorrisinho cúmplice.

— Não acredito que vocês...

— Era um palpite importante. Pensei que a espada pudesse estar lá!

— Draco, se vamos fazer isso, você não pode fazer qualquer coisa que passe pela cabeça de Harry! Ele e muito impulsivo! — Ela me alertou, e eu revirei os olhos, me recostando no braço do sofá, ao lado de onde ele estava sentado, sentindo-o minimamente tombar o corpo de lado para recostar em mim.

— Não seja hipócrita, era um ótimo palpite. Fazia sentido. Harry é impulsivo, mas tem boas ideias.

— Nesse caso Hermione está certa. Foi idiota ir até lá — Disse baixinho e desanimado.

— Você sabia que poderiam ter armadilhas. Disse isso antes de decidirmos ir — Apontei e ele apenas balançou os ombros — E não foi apenas isso, Harry. Você sabe que foi uma visita importante — Incentivei, porque sabia que ele já estava acostumado a ter Hermione criticando-o.

Mas ir a Godrics Hollow nunca foi apenas sobre a espada.

— O que... o que quer dizer? — Hermione questionou ao se sentar no sofá, e Harry suspirou.

— Draco me levou até o cemitério. Meus... pais foram enterrados em Godrics Hollow — Ele confessou, e eu vi o olhar dela se exasperar.

Por estar com o corpo um pouco para trás, e Harry estar atento na garota, eu fechei a minha expressão ao máximo, cruzando os braços quase como se a desafiasse a dizer qualquer porcaria para ele sobre o assunto e criticar nossa viagem, e eu notei como ela torceu o nariz para mim, antes de voltar a olhar para ele, que agora encarava o chão.

— Eu sei. Li em um livro sobre o fim da primeira guerra — Ela confessou, e isso apenas me fez sentir uma onda de raiva.

Porque as pessoas estavam sempre escondendo coisas dele?

— Você sabia?

— Faz pouco tempo — Ela explicou — Li em um dos livros de Draco. Não sabia como dizer isso, nem entrar no assunto. Como... foi tudo isso?

— Foi bom estar lá. Tirando a parte que quase morremos... foi importante.

Ela assentiu, sorrindo para ele.

— E você?

— Procurei nos lugares óbvios. Ronald não voltou para casa. Não foi para Hogwarts. Ninguém tem notícias dele desde que partimos juntos.

— Vamos pensar em como resolver isso. Vamos... bolar um plano e encontrá-lo — Harry disse com preocupação.

— Certo. Agora... me conte tudo o que perdi nessa semana — Pediu, e prevendo que eles precisavam falar sobre muitas coisas, apenas me inclinei, pousando um beijo suave nos cabelos dele, diante do olhar atento de Hermione.

— Vou deixar vocês conversando, e buscar lenha — Ofertei, vendo ele assentir.

Eu mal havia passado pela entrada quando ouvi as risadinhas dos dois.

— Draco Malfoy, einh Harry?! — Hermione questionou, e querendo dar privacidade para a longa conversa, eu apenas me permiti ir atrás de lenha, sentindo um pouco de alivio.

O fato de Hermione não saber onde Ronald estava me oferecia um conforto, porque ainda era melhor do que a ideia dele ter decidido não retornar.

Enquanto reunia lenha com um feitiço, eu só consegui pensar em quando minha vida se tornou aquilo.

Me preocupar de verdade com alguém, com seus sentimentos. Algo tão genuíno e puro assim.

Durante o tempo com Dumbledore, ele constantemente me dizia que eu precisava pensar mais nos outros ao invés de me fechar em mim.

O que ele diria se soubesse que eu estava fazendo isso pelo garoto dourado dele?

Era até insana a forma como eu não conseguia parar de pensar em Harry.

Havia reaprendido tudo o que sabia sobre ele, e essa nova percepção de alguém com aquela história de vida, e com aqueles valores ainda era algo insano para mim.

Eu já havia me convencido que ele não era tão ruim, por causa de Dumbledore.

Mas conhecer ele melhor me fez repensar em tudo na minha vida.

Os valores. As afeições. Os momentos. As experiências.

Me fez pensar em Remus, muito tempo atrás.

Quando fui morar com ele, e começamos a nos aproximar, ele me pediu para lhe prometer algo.

Que se algum dia houvesse qualquer chance de algo acontecer, que eu não deixasse Harry para trás. Que se pudesse ajudar a ele, eu deveria fazê-lo.

‘Por favor, Draco, faça isso por mim’.

Eu me lembrava de ter prometido que fazia o que estivesse ao meu alcance para ajudar o garoto que na época eu chamava apenas de ‘Potter’.

Remus foi alguém importante para aquilo acontecer. Tudo o que me falava sobre Harry, e a forma como disse que confiava em mim o bastante para me deixar ficar próximo dele. Para ajudá-lo.

Abri os olhos, encarando o céu, desejando que onde quer que ele estivesse... que estivesse bem.

Com um suspiro baixo e resignado, eu apenas pude continuar minha tarefa, pensando que urgentemente precisávamos achar um rumo.

Eu não suportaria a ideia de ver Harry em perigo outra vez.

Se houvesse qualquer possibilidade, preferia eu mesmo resolver tudo.

Fazer o que fosse preciso e deixá-lo longe dessa bagunça.

Eu faria qualquer coisa para deixá-lo a salvo.

Ainda não sabia o nome...

Mas aquilo...

Era amor.


Notas Finais


s
Espero que tenham gostado da att!
DRARRY DE EFEITO BORBOLETA NAMORADINHOS???????? DRARRY DE EFEITO BORBOLETA NAMORADINHOS!!!!!
Draco manipulou o Harry direitinho para ser o namorado dele, a sonserina vai a loucura!
As coisas vão começar a ficar um pouquinho diferentes do canon a partir de agora. É sutil, porque eu não quis fugir muito, mas quis mexer em coisinhas para dar um toque especial.
A la kashi
rsrsrsrsrs
Espero que gostem do que vem por ai!
Nos vemos no próximo!


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