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História Egoístas - Sanzu X Mikey - Capítulo 24


Escrita por: shikimine

Capítulo 25 - Capítulo 24


Quando Sanzu abriu os olhos foi surpreendido por uma visão inesperada, pois Rindou Haitani estava o encarando de cima com o cabelo cheio de tinta e o rosto coberto por uma máscara de argila verde.

O Haruchiyo quase pulou da cama de susto, o que rendeu muitas gargalhadas de Rindou e também de Mochizuki - que estava encostado na parede do quarto com o rosto melecado com algum tipo de máscara hidratante branca. Rindou segurou Sanzu pelos ombros e o manteve sentado na cama, abriu um sorriso para a expressão confusa dele e disse: 

- Bom dia, Bela Adormecida.

- Que porra é essa na sua cara?

- Mochizuki e eu estávamos entediados, então Koko nos emprestou seu kit de skin care. Além disso, ele também pintou meu cabelo - apontou para a tinta lilás que cobria sua cabeça -, minha raiz estava grande e a cor das pontas estava desbotando, eu realmente precisava pintar de novo. E minha pele estava seca…

Sanzu o deixou tagarelar sobre cremes faciais até sua mente se localizar no espaço-tempo. Mochizuki se aproximou da cama e interrompeu o monólogo de Rindou, dizendo: 

- É melhor você não fazer nada por hoje - disse para o Haruchiyo. - Você passou dois dias apagado. Mikey ordenou que mantivéssemos você no quarto até se sentir melhor.

Sanzu fez uma careta de raiva e repulsa quando ouviu o nome de Mikey, embora também tenha sentido seu interior se agitar como um caldeirão fervente. A última coisa que se lembrava depois de Mikey tê-lo o humilhado tão cruelmente foi de ouvi-lo dizer que pertenciam um ao outro. O Haruchiyo ainda não conseguia digerir tudo o que aconteceu, sentia-se flutuando sob a cama como um fantasma.

Ele queria matar Mikey, queria fazê-lo sofrer até se arrepender, até ele implorar por misericórdia e gritar de dor. Ele queria…

- Credo, a sua cara tá péssima. - Falou Rindou, segurando o Haruchiyo pelas bochechas e o analisando criticamente. - Você está horrível pra cacete.

- Sanzu é a melhor propaganda anti-drogas que existe. - Mochizuki riu, principalmente quando o Haruchiyo lhe mostrou dois dedos do meio.

Rindou o acompanhou na brincadeira e listou tudo o que precisariam para repaginar Sanzu, pois aquele seria um dia de spa. Eles também mencionaram o episódio da festa e parabenizaram Sanzu por ter desbloqueado um novo nível de vergonha alheia. A foto dele com a cabeça enfiada na piscina era o mais novo papel de parede do celular de Rindou.

O Haruchiyo quis atirar na cara deles, mas sua arma não estava ao alcance e seu corpo se encontrava meio dormente. Ele se remexeu na cama para se acomodar melhor e tomou um copo de água que estava disponível no criado-mudo, se recusou a pensar em Manjiro Sano por mais um minuto que fosse, pois queria um pouco de paz. Entretanto, havia algo o incomodando profundamente.

- Onde está Kakucho? - Perguntou, a voz grave sinalizando o perigo eminente.

Mochizuki engoliu em seco antes de responder:

- Ele foi embora Sanzu, você nunca mais vai vê-lo de novo.

- Então ainda está vivo?

- Sim, mas você está proibido de ir atrás dele.

- Cara, essa situação toda foi loucura - disse Rindou, consternado. - O que aconteceu entre você e o Mikey? Ele foi atrás de você sozinho e voltou contigo apagado no banco de trás do carro, achamos que ele tinha te matado e trazido o cadáver.

- Ele me matou - a expressão de Sanzu era a de uma vítima traumatizada. - Mikey me matou lentamente. Mas não quero falar sobre isso agora… Nem nunca.

Rindou e Mochizuki trocaram olhares de choque e decidiram falar de outras coisas que não provocassem os sentidos sensíveis ao caos de Sanzu. Alguns minutos depois, um cozinheiro levou até a cobertura do Haruchiyo um carrinho cheio de comidas, o qual Mochizuki recebeu e empurrou até o quarto de Sanzu. 

Depois de comer como se estivesse com fome há anos, Sanzu deixou que Rindou fizesse o que quisesse consigo. Ele permaneceu mudo apesar das conversas daqueles dois ao seu redor, pois estava concentrado em recuperar as forças e ir até a cobertura vizinha o mais rápido possível. Manter Mikey longe de seus pensamentos estava mais difícil do que o normal, ele também estava em conflito.

Sua indiferença fria foi o passe livre que Rindou precisava para encher seu cabelo de tinta rosa, com a afirmação de que a cor estava desbotando, o que sujou um pouco a cama. Sanzu não esboçou reação nem mesmo quando o Haitani limpou seu rosto e passou cremes, seruns ou qualquer outra coisa que ele dizia fazer bem pra pele.

Mas foi no momento em que Sanzu deixou que Rindou pintasse suas unhas de preto que o Haitani percebeu que havia algo de muito errado com ele, Sanzu não gostava de esmalte e nem de tratamentos de beleza. E, embora suas unhas estivessem curtas e bonitas, a visão daquilo deixou Rindou desconfiado de que Sanzu tivesse aceitado tudo aquilo porque planejava cometer um massacre e estava ocupado pensando em como executá-lo.

Quando Mochizuki saiu do banheiro da suíte de cara lavada e pele hidratada, Rindou levou o Haruchiyo até lá para que ambos removessem as tintas dos cabelos na pia. Foi uma bagunça, mas pelo menos conseguiram a proeza de não ficarem manchados com os resíduos das cores. Sanzu encarou seu reflexo no espelho e se surpreendeu com a própria aparência, as vezes ele esquecia de como seu rosto era. As vezes ele esquecia que era uma pessoa.

- Rindou - chamou baixinho. - Saia daqui, me deixe um pouco sozinho.

O Haitani assentiu e saiu do banheiro depois de tirar a argila verde do rosto. Sanzu então trancou a porta, tirou as roupas e ligou o chuveiro. Ele assistiu a água escorrer pelo ralo durante alguns instantes antes de deixá-la percorrer seu corpo. O ato de sentar-se no chão e apenas sentir a água era uma terapia bem-vinda, mas não demorou para ele começar a chorar.

Ele odiava Mikey, mas odiava a si mesmo muito mais.

Posso fazer o que quiser com você.

Você é meu.

Essas palavras se repetiam incontáveis vezes na mente de Sanzu, ele havia desejado tanto isso que não imaginava quais as consequências de ambos pertencerem um ao outro.

Mikey queria enlouquecê-lo, destruí-lo, e estava conseguindo. E o que Sanzu queria dele?

- O que? - Perguntou-se.

A resposta veio rápido até demais. Sanzu queria possuí-lo, o amor era apenas um acréscimo. Ele queria Manjiro Sano completamente, ainda que perdesse toda a sanidade no processo.

Ele deixou a água que caia do chuveiro levar suas lágrimas inúteis embora e prometeu a si mesmo que teria Mikey, afinal, se o Sano podia fazer o que bem desejasse consigo ele também podia tomar o que quisesse dele. Terminou seu banho sem mais demora e retornou ao espelho sob a pia do banheiro, ele escovou os dentes e visualizou sua aparência novamente. Sanzu afirmou para si mesmo que era uma pessoa real, que ele era alguém. 

Alguém que amava, odiava e que seria capaz de coisas inacreditáveis para possuir aquilo que queria. E finalmente havia chegado a hora de tomar.

O tom de rosa de seu cabelo estava mais vivido e sua pele parecia macia e revigorada. Seu olhar, outrora abatido, agora estava eletrificado como uma tempestade de raios. As cicatrizes nos cantos de sua boca eram detalhes chamativos que o lembravam de sua submissão à Manjiro Sano, e ele gostava disso. Todavia, estava na hora de Mikey ser submisso a ele também.

Sanzu saiu do banheiro com uma toalha enrolada nos quadris e, para sua surpresa, encontrou o cômodo vazio. Mochizuki e Rindou haviam deixado a bagunça para ele e foram embora sem dizer tchau, provavelmente achando que ele não sairia dali tão cedo. O Haruchiyo ignorou a confusão que seu quarto se encontrava e foi até o closet, seus olhos instintivamente mirando na direção em que o antigo uniforme de gangue de Mikey estava pendurado. Ele teve que se controlar para não agarrar aquela roupa e cheirá-la, pois já bastava daquilo.

Ele se vestiu calmamente, pôs apenas uma cueca e uma calça moletom - ambos na cor preta. E foi só então que ele reparou a cor de suas próprias unhas e soltou um sorrisinho. O Haruchiyo penteou os cabelos, pegou sua pistola que estava na cômoda e sentou-se na beirada da cama para assistir o por do sol da imensa janela de seu quarto.

Ele checou a quantidade de balas, levou o cano da arma até a própria cabeça e considerou puxar o gatilho, mas decidiu recuar. Sanzu temia o que faria com Mikey quando o encontrasse, pois estava pensando seriamente em matá-lo pelo o que tinha feito.

Seu Monstrinho tinha sido tão perverso.

Quando anoiteceu por completo, Sanzu foi atrás de Mikey, ainda incapaz de prever o que faria quando o encontrasse.



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