BIANCA ON:
Quando o elevador se abriu, me mostrando a visão do meu corredor, olhei pra minha porta e Gabriela estava a minha espera, me desabei em lágrimas e corri pra seu abraço.
- O que aconteceu? - ela disse enquanto afagava meus cabelos e ali eu chorei por todas as noites que evitei o choro. - Ela puxou as chaves de minha mão e abriu a porta, no sofá eu coloquei as mãos na cabeça e um filme de tudo que vivemos passava pela minha cabeça.
- Eu fui até o Dybala, agora está tudo encerrado.
- Oh meu Deus! - ela disse voltando a me abraçar.
- Você tem que se acalmar.
- Eu segurei o choro por tantas vezes, eu ouvi ele dizer que todas as vezes que me visse ele seria um pouco mais meu e ele sequer imagina que eu sempre serei dele.
- As vezes não foi um ponto final.
- Gabi, foi sim! ele agora vai viver um novo relacionamento. - falei e ela voltou a me abraçar.
- Eu vim contar tudo que aconteceu e te agradecer por ter aberto os olhos do Adrien, mas acho que mais importante é te dar colo.
- Não, me conta como foi tudo?
- Ele chegou lá com uma roupinha de bebê e flores, se declarou e pela primeira vez eu tive certeza de que tudo que ele me dizia era real.
- Eu fico feliz por vocês de verdade.
- Vai ficar tudo bem com seu coração.
- Agora vou focar nessa nova fase que começa e no novo baby que chega. - eu disse alisando sua barriga. Fiquei ali com Gabriela e estavamos comentando como o amor era engraçado e difícil.
Mais tarde, eu tentei me ocupar com coisas que não me lembrassem ele e ante de dormir eu pensei em tudo que estava acontecendo. Um novo ciclo se fechou e outro vai iniciar.
(...)
Algumas semanas se passaram, mais precisamente três, eu evitei redes sociais e foquei somente no trabalho, não o vi durante esse tempo, mas todo o pessoal marcou de sair, faziam dias que toda a turma não se reunia e confesso que sentia falta da galera junta, não ia ser fácil estar com todos eles, ainda mais que estariam em casais e óbvio ele estaria com ela.
Um vestido azul, uma sandália preta alta, meus cabelos com leves ondas e uma maquiagem bonita, respirei fundo ao me olhar no espelho e borrifei o perfume no pescoço. Eu, Lari e Aline fomos juntas ao restaurante, eu estava nervosa e isso aparentava pela forma que mexia as pernas dentro do carro.
- Fica calma, é hora de enfrentar.
- Penso em voltar pra casa. - eu disse olhando com desespero para Aline.
- Você está linda demais pra voltar para casa. - Larissa disse segurando minha mão e eu respirei fundo.
Talvez eu pedisse a Deus pro destino demorar a chegar, estava tão nervosa que o trajeto parece que encurtou, quando cheguei vi todos os carros estacionados, eles todos estavam lá.
(COLOQUEM HAPPIER-OLIVIA RODRIGO)
A cada passo dado meu coração batia acelerado, o garçom gentilmente nos guiou para a mesa e quando eu os vi, parecia que eu não tinha mais o chão embaixo dos meus pés. Lentamente fomos andando até a mesa e seu olhar se cruzou com o meu, aquelas lindas esmeraldas verdes, uma vontade de chorar invadiu meu corpo, mas eu apenas respirei mais uma vez e continuei a andar, ao seu lado estava Cecília, ela a olhava com amor, eu podia ver isso, ela estava linda, radiante e confesso que senti inveja dela estar com ele. Fomos deixadas na mesa e eu comecei a cumprimentar todos, Gabriela, Adrien, Morata e Pjanic, com um beijo na bochecha e um abraço, mas aí chegou a vez deles, apertei a mão de Paulo e somente um sorriso simples saiu da minha boca, o mesmo eu fiz com Cecília e me direcionei ao lado oposto da mesa. Um vinho de excelente escolha foi servido e eu não estava a vontade ali, não conseguia me soltar como antes, talvez pela presença dela.
- Você tem que tomar isso aqui. - Pjanic disse me entregando um copo.
- O que tem aqui? - perguntei desconfiada.
- Apenas bebe. - quando coloquei o copo na boca descobri que era caipirinha.
- CAIPIRINHA! - Falei animada e todos riram.
- Pega outro pra você que esse aqui é meu. - falei rindo e Pjanic se deu por vencido.
- Não te conheci bebendo Bianca. - Cecilia disse.
- Muita coisa de mim você não sabe. - falei bebendo mais um gole.
- Aquela garota santinha está mudada.
- Todos mudamos não é mesmo? não sou mais tão besta como quando criança.
- Do que vocês estão falando? - Gabriela perguntou sem entender.
- Estudei com a Bianca na infância. - Paulo olhou sem acreditar e eu assenti com a cabeça.
- Eu preciso de mais disso aqui. - falei levantando e indo até o bar, olhei pra mesa e vi que eu estava sobrando, vou ficar por aqui mesmo, pensei e pedi ao garçom mais uma caipirinha, era raro encontrar isso ali até descobrir que o barmen da noite era brasileiro.
- Não vai voltar pra mesa? - Morata disse se sentando ao meu lado.
- Acho melhor ficar aqui.
- Dói né?
- Não me sinto a vontade com ela lá.
- Ela é muito chata, a verdade é que todos queremos que Paulo a leve embora logo, after lá em casa e só a galera antiga.
- Tô dentro. - falei virando o copo e ele riu. seja lá o que aconteceu, quando voltei pra mesa Dybala não estava mais com ela e fomos todos para casa do Morata, no caminho cantava os pagodes que Aline colocou no carro de Pjanic e ele só ria da nossa situação. Isso tudo nos deu a ideia de um pagodinho na casa do nosso amigo.
Já se faziam quase uma hora que bebiamos e riamos na casa do Morata, Dybala também estava lá e sem a namorada, o pagode tocava alto e a tentativa falha de ensinar os meninos as músicas foi engraçada.
- Tô fazendo amor com outra pessoa, mas meu coração, vai ser pra sempre seu.... - cantei alto com o copo e subi em cima da mesa do centro.
- Vou falar que é amor, vou jurar que é paixão e dizer o que sinto com todo carinho pensando em você... - cantei e Gabriela subiu junto e continuou.
- vou fazer o que for e com toda emoção a verdade é que eu minto que eu vivo sozinho não sei te esquecer. - Gabi cantou alto e então fizemos o coral.
- Fica dentro do meu peito sempre uma saudade, só pensando no teu jeito eu amo de verdade, e quando o desejo vem é seu nome que eu chamo, posso até gostar de alguém mas é você que eu amo, você que eu amo. - nesse momento eu já cantava olhando pra Dybala e ele tomava seu drink me encarando de volta. Olhei pro lado e Rabiot filmava tudo e se acabava de rir, desci da mesa e me joguei no sofá.
(...)
Não sei como cheguei em casa, mas acordei com o clarão do sol e meu celular com muitas notificações, bloquiei a tela e voltei a dormir.
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