História El otro lado del oceano - Clace - A pessoa loira

Seu mundo vai virar de cabeça para baixo

O errado é o certo 

Você está livre para isso

Ame o seu inimigo

Isso que você tem que fazer

O beijo da morte

~ Lahvilasb

 Clary bate na porta do quarto de Eloise pela terceira vez. A música alta está gritando de dentro do quarto, e esse seria o motivo pelo qual a garota não tem aberto a porta até agora.

Com a delicadeza de um rinoceronte, Clary força a trinca da porta e consegue entrar, aos tropeços. Eloise arregala os olhos, cobrindo o corpo nu com a coberta. A ruiva apenas revirou os olhos e fechou a porta.

- Parece que pensamos na mesma coisa.

- Espera. Você também tava...

- Então... - - Clary deitou na cama e segurou Jade, a gata malhada da melhor amiga - o que queria conversar comigo?

- Papi e papai estão bravos comigo. Eles acham que fui eu que bati em Julie. - Eloise massageia as têmporas com os dedos - fora que eles foram me buscar na sua casa e não tinha ninguém lá. Agora, pap Alec conversou com Jace e me afastou do emprego. Ótimo!

- Eu não sabia disso, Loi.

- Por isso que eu estou te contando - a garota dos cabelos anelados respondeu friamente. Enquanto esperava alguma resposta da outra, ela coloca uma saia curta preta e um top também preto, só para falar que colocou alguma roupa. Clary aproveitou e pegou uma jaqueta de couro preta e passou um batom vermelho, só para retocar.

- Er.. Loi, você tá sem calcinha.

- Oh - Eloise provoca - Você percebeu?

- Sempre reparo - Clary responde no mesmo naipe.

- Tá agora é sério - Loi se ajoelha na cama e desamar duas fitas vermelhas da cabeceira, que Clary se forçava a não imaginar como as fitas foram parar ali.

Depois, abre a gaveta do criado-mudo e guarda as fitas junto com um monte de outros objetos obscenos. Clary arregala os olhos " essa garota só tem 17 anos".

- Sabe que nós duas estamos sem emprego, então meio que estamos ferradas.

- É - a ruiva assente - estamos.

- O o que vamos fazer? - Eloise volta a colocar os dedos nas têmporas. Os cabelos caramelos estavam praticamente loiros, eles descoloriam muito rápido. Sim, Eloise os pinta. A garota prendeu as mechas em um coque, onde algumas mechas caíam sobre seu rosto, não passando da altura dos ombros. Estava linda!

- Vamos sair. Eu preciso distrair.

- Você tá brincando né? Fomos demitidas, Clary! Você quer sair?

- Quero - Clary esfrega as orelhinhas de Jade, que ronrona em resposta. Coloca a gata nas cobertas, levanta, pega uma calcinha do armário e joga para a amiga. - Vamo logo!

- Você é pirada, louca, maluca, insana!!!

- Sou sou e sou!

As garotas saem do quarto e encontra Magnus passando pelo corredor. A ruiva abre a porta e empurra Loi para dentro.

- Que diab...

- Shh.. tu padre.

Eloise se esconde atrás da porta e Clary fica vigiando do lado de fora. Como imaginado, Magnus passa na frente do quarto, encarando a ruiva com os olhos dourados brilhantes.

- Hola, Clary - os olhos curiosos de Magnus olham por trás de Clary, tentando ver o quarto - o que você está fazendo aqui?

- Vim ver Eloise, senhor Bane.

- Ela tá bem aí, no quarto - ele acena - e fala pra ela abaixar essa música.

- Pode deixar que eu aviso - Clary responde mas Magnus já está longe, indo para o andar de cima.

- Isso foi emocionante. - Eloise aparece atrás dela - Vamo logo com isso.

As garotas saem do quarto correndo, rindo e dando tropeços. O lado de fora estava frio, o que fez Eloise se arrepender profundamente da roupa qje estava usando.

- Quer minha blusa?

- Estou bem - Eloi responde.

- Hmmm, ok. - Clary dá de ombros.

- Para onde vamos? Para um burlesque?

- Sim.

- CLARY!!!

- Calminha, brincando. Um bar seria uma boa.

- Menos erótico - Eloise suspira, aliviada.

- E SE FOR UM BAR DENTRO DE UM BURLESQUE??????

- Fairchild! - Eloise ri e bate no ombro da amiga, que apenas dá um sorrisinho lateral.

Depois de extensos 27 minutos de caminhada - que Eloise não conseguia mais respirar - elas chegam no bar, que parecia medieval, com o piso de madeira escura e janelas de vidro, com cortinas verde musgo. Havia cheiro de whisky por todo o lugar, e as mesas eram de ferro redondas.

Em uma das paredes, perto do balcão de pedidos, tinha um alvo, e dardos - muito bonito por sinal - em uma prateleira.

Nas mesas, estavam pessoas bem vestidas segurando suas canecas de chopp e rindo alto. E para completar aquela visão do paraíso - segundo Clary dissera certa vez - havia um espaço aberto onde uma mesa de sinuca e uma junkbox prendia a atenção de todos.

- Como você descobre lugares como esse? - Eloise pergunta.

- Quando eu tinha que fazer fotos de época, eu escolhia esse lugar - a garota dá de ombros - se divirta gatinha!

Uma garota de 17 anos em um bar, de saia curta e top. Estava desafiando as leis do juizo. Seria tão irônico se seu pai fosse advogado...

Sentou- se em uma mesa, perto da junkbox vermelhae chamou Clary.

- O que vamos pedir?

Clary abriu um sorriso breve e, sem responder, foi até o balcão:

- Dois whiskys, por favor.

- Clary Fairchild?

- Em carne, osso e saltos. - ela pisca para o homem de barba feita e com o terno bem ajustado, que piscou de volta e começou a preparar as bebidas. Jogou algo no líquido que os deixou em um degradê roxo e azul.

- Aqui está, dama.

- Gracias. - Segurando as duas bebidas na mão, Clary volta para a mesa onde Loi está sentada.

- Você vai me deixar bêbada?

- Talvez, talvez no. - A ruiva olhou ao redor, explorando o lugar. Por fim, viu o mesmo homem que a encontrou na praia. Seus olhos se encontraram e ele apenas acenou com a cabeça. Parecia cansado.

Eloise pega a bebida da mão de Clary e a toma de uma vez. Gotinhas roxas e azuis escorrem pelo seus lábios. Ela os lambe e olha intensamente para Clary. Faz um sorriso malicioso, pega o celular e fala:

- Acha que papa está bravo comigo?

- Provavelmente - Clary toma sua bebida e reclama do sabor. - Ugh!

Eloise digita rapidamente no celular e sorri. Isso prende a atenção da ruiva.

- Com quem está conversando, Loi?

- Uma persona - Eloise morde o lábio inferior, deixando os dentes deslizarem pela boca e digita de novo - Clary, quero mais uma!

Clary olha para o homem do balcão de pedidos e mostra dois dedos. Ele assente e faz as bebidas. Dessa vez, o líquido era vermelho e verde. Bem mexicano! O homem entrega as bebidas para as garotas e volta para o balcão.

- Quero fazer um brinde! - Clary diz, levantando seu copo.

- E o que seria, Fairchild?

- A nossa demissão.

Eloise ri e bate o copo no dela, fazendo hm estralo breve de vidro com vidro. As duas tomam ao mesmo tempo e sorriem, olhando para a outra.

Clary poderia fingir isso para sempre, mas não estava conseguindo mais. Estava mais do que necessitando de dar uma boa tragada em um cigarro. Suas mãos já tremiam e ela respirava forte. Eloise tinha percebido essa necessidade? Clary passou os olhos pela garota. Estava muito distraída conversando com quem sei lá que seja.

- A-amiga, já já eu volto. - Eloise apenas assente e volta seus olhos para o celular.

Clary vai até o balcão e o homem pergunta:

- Alguma coisa, Guia?

- Cigarros. - aponta para uma caixa ao lado das tequilas. O homem pega e entrega para ela, sem dizer nada. Clary sai pela porta lateral, onde um vento frio passou pelo tecido de sua roupa, fazendo-a arrepiar. Ela se focou em pegar um isqueiro e abrir a caixa. Lentamente, mais do que realmente queria, ela acendeu o cigarro e escondeu o isqueiro no fundo da bolsa que trazia consigo.

Tragou, inspirando com força. Fechou os olhos e aproveitou o momento. Se sentou na calçada e tragou novamente, observando a fumaça sair de seus lábios pintados. Ela gostava dessa sensação, de sentir a fumaça em sua boca, de sentir o calor subir para o cérebro, gostava disso tudo. Jace? Não importava mais. Julie? Por que ela ligaria? Só queria cigarros e cigarros.

Ela escuta a música ao longe e acompanha o ritmo, movendo a cabeça junto com os toques. Verificou seu celular: 21:08. Já estava há 21 minutos do lado de fora do bar. Preocupou -se com Eloise e resolveu que entrar seria a melhor opção.

Jogou a bituca no chão e pisou em cima com seu salto. Respirou o ar fresco e entrou.

A mesa delas estava vazia, apenas os copos descansavam nos suportes. Clary estranhou e olhou ao redor. O homem do balcão conversava alegremente com o cara do cigarro. A mesa de sinuca estava cheia de bolas coloridas espalhadas e uma mulher com um homem competiam. Ela parou os olhos na junkbox vermelha e reconheceu de cara Julie Sherdale. Então ela estava lá também.

Aproximou-se lentamente da garota, que estava escondida atrás da junkbox. Não dava para ver o seu rosto, mas claramente, Clary percebeu que ela estava beijando alguém.

Merda!

Clary apertou as pálpebras sobre os olhos e conteve o choro. Não. Jace e Julie aqui não!!!! Tomou coragem e abriu os olhos. A pessoa da qual estava beijando era loira. As mechas de seus cabelos desciam até a altura dos ombros. Clary prendeu a respiração e se aproximou, disposta a brigar.

Mas parou subitamente quando observou Julie se afastar da pessoa, sorrindo maliciosamente, passando a mão por seu cabelo loiro e... soltando?

A pessoa mordeu o lábio e avançou em Julie novamente, descendo as mãos ousadamente até sua cintura e a puxando para si com força. 

Clary cobriu a boca com as mãos, espantada. 

Aquela pessoa! Dios, era Eloise López!