História Ela é o cara ( Camren ) - Impulsiva

Tá bom, respira. Não é como se eu fosse morrer por respirar mais ar do que o necessário. Só se eu virar um balão e sair flutuando e esbarrar em um espinho, ok, então sim, eu poderia morrer por respirar ar demais. 

Então eu só preciso inspirar. 

- Será que você já pode parar de surtar e me contar porque você está com essa cara? 

Fecho meus olhos com força para logo depois abri-los e encontrar o semblante preocupado da minha amiga, Ally. 

- Eu corri, acho que foi a coisa mais estúpida que eu já fiz na minha vida. - falo pegando a garrafinha de água que Ally me estendida com muita paciência. Ela franziu o cenho e sentou ao meu lado. Depois do meu pequeno surto que eu tive ao ver aqueles olhinhos desesperados praticamente me implorando pra falar que eu estava apenas brincando, eu não sei o que me deu, eu só corri sem rumo, quando dei por mim, eu já estava sentada no sofá do escritório da Ally, talvez eu não estava tão sem rumo assim. 

- Acho que sim, você não é de praticar exercícios. - ela brincou tentando me distrair, Ally me conhece muito bem. - Por quê você correu? - soltei um longo e doloroso suspiro e deixei minha cabeça descansar sobre o encosto do sofá, oi teto. 

- Eu meio que surtei, Ally. Eu acho que fiz a maior burrada da minha vida.- encarar o teto é bem melhor do que encarar o rosto de pessoas decepcionadas com você. 

- Tem haver com a Jauregui? - o tom de voz usado pela minha amiga fez com que eu me sentisse como uma criança de três anos. 

- Tem, eu meio que...q-que falei pra ela que eu tinha um irmão gêmeo. - fecho meus olhos esperando a bronca certa dela. Mas não foi o que aconteceu. 

- Você não é assim, Camila. Eu nunca te vi mentindo, você já falou a verdade, né? Por isso você está assim. - sim, ela me entende como ninguém. Apenas fiz que sim com a cabeça. - E ela não reagiu bem, né? 

- Dois a zero. - falo me sentando de forma desleixada no sofá super confortável da armuf loira. 

- Então....volta lá e tenta consertar, diz pra ela que foi apenas um mal entendido e que esse irmão gêmeo não existe. - pendi minha cabeça para o lado e encarei ela que me tinha uma expressão serena no rosto. 

- Eu nem consigo respirar normal perto dela, eu provavelmente vou virar um balão de tanto ar que eu respiro sem filtro algum perto dela. - falo brincando com algumas mechas de cabelo da Ally. 

- Tudo bem, agora para de enrolar meu cabelo, você não perde nunca essa mania? - fala batendo na minha mão. 

- Desculpa, eu só tô nervosa. Você não viu os olhos dela, Ally. Ela praticamente me implorava pra falar que eu estava brincando. - bufo me levantando do sofá. - Eu tenho que ir pra casa. Eu preciso pensar.

- Aqui também tem um chão, pode sentar ali, não vai me atrapalhar. - ela riu apontando para o canto da sala. Fiz um biquinho que eu sei que ela não resiste. - Volume baixo e canal antes que você me pergunte. E depois faça o certo, tá? 

- Eu te amo. - à envolvo em um abraço de urso. 

- Também te amo, e tenta não fazer besteira, tá? - ela diz sorrindo mais firme. - Agora eu preciso revisar algumas papeladas para oficializar a construção da mansão do Simpson. - ela falou indo até a sua mesa e a acompanhei para pegar o controle da TV. 

- Então ele vai fazer mesmo? Você acha que é pra....- minha voz falha sentindo um nó querendo se formar novamente. Minha cabeça doía só de imaginar que ele queira fazer essa casa pra pedir a minha namorada em casamento, será que ela vai aceitar se for isso? 

- Me parece familiar, e ele meio que soltou sem querer, agora eu tenho certeza que é pra isso. - ela fala me lançado um olhar triste e eu sorrio de lado. 

- Ela não ama ele. - falo pra mim mesma e pego o controle da TV, eu preciso me acalmar e pensar no que eu tenho que fazer. Eu não quero enganar ela. 

" Eu tenho três alternativas, vocês repetem comigo? "

Sorrio indo sentar  no canto da sala. 

                                             Lauren

Minha cabeça estava quase explodindo e eu não faço idéia do porquê aceitei ir com o Brad até uma empresa de arquitetura, sério. Eu queria estar em casa já que a tour da Camila pela minha empresa foi um fracasso, eu queria muito ter ido atrás dela, mas assim que eu ia ligar pra ela o meu celular tocou, Brad e eu não namoramos mais, porém a gente ainda tem uma amizade e ele me pediu ajuda para escolher como ele iria querer a futura casa dele. E agora eu e estou aqui, em frente à uma enorme empresa de mãos dadas com ele, parecemos um casal, e com toda certeza amanhã seremos assunto na imprensa, mas eu já estou acostumada então. 

- Ally Brooke é uma das melhores nesse ramo, então estamos em boas mãos. - falou sorridente. 

- Estamos? - pergunto e ele sorrir nervosamente. 

- Força do hábito. - sorriu e logo ele me guiou até a entrada da empresa, sem dúvidas ela deve ser ótima no que faz, só pela a arquitetura do lugar já dá pra imaginar. - Você me parece meia pra baixo, tudo bem? 

Eu estou péssima, minha cabeça ainda está doendo porque eu fiz uma garota sair correndo de mim como se eu fosse um monstro de sete cabeças, e tudo por quê? Porque eu quero o irmão dela pra mim.

- Estou bem. - apenas lhe lanço um sorriso, talvez não tão forçado. 

- Humm...ok. - ele disse encarando a porta de grande caixa de metal à nossa frente. Ele apertou no último andar e eu suspirei, ele não soltou a minha mão, o que deu nele? 

- E pra quando você pretende começar a construir essa sua enorme casa onde caberá os seus oito filhos? - pergunto em tom brincalhão e ele rir negando. 

- Assim que eu...conseguir o sim da minha futura esposa. - ele olhou rapidamente pra mim e eu desviei o olhar dele. 

Que não seja o que eu estou pensando. 

- Chegamos. - ele fala sorrindo ao abrir a porta do elevador. 

Apenas acenei com um sorriso e o segui até uma grande porta que havia no final do enorme corredor, as paredes eram de cor creme, tinha algumas pessoas em suas mesas enquanto outras conversavam, talvez era um fim do expediente já que já passava das seis da tarde. 

- Brad? E...você? - uma mulher baixinha abriu a porta e me olhou como se eu fosse um fantasma. 

- Sim...essa é a....minha amiga, Lauren Jauregui. - Brad me apresenta a mulher que pisca algumas vezes. 

- Prazer, Ally, né? - ela acena e se encosta na porta olhando para um canto específico no qual eu não pude ver,  porque ela estava atrapalhando a nossa passagem. 

- Podemos entrar? - Brad pergunta rindo e ela assente prendendo seu lábio entre os dentes. 

- Essa era bem fácil Dora, manda uma mais difícil. 

Eu conheço essa voz, e essa risada. Meu coração começa a bater acelerado e eu suspiro ao ver a garota com os olhos vidrados na grande televisão à sua frente, até estranhei porque tinha um sofá enorme ali e ela estava no chão. 

- Quem é Ally? - paro sem conseguir me mexer enquanto os olhos de Camila sobem todo o meu corpo até encontrar os meus olhos. Sorri um pouco culpada por mais cedo e esperei um sorriso dela também, mas ao invés disso, ela focou seus olhos em outro lugar, mais especificamente na minha mão que ainda estava entrelaçada com a do Brad. 

- Camila? Você aqui? - forço minha voz à falar e ela levanta com os olhos um pouco....ela estava com raiva? - O que você faz aqui? 

Nada haver eu perguntar, eu sei. Mas foi mais forte que eu. Ela encarou o Brad e depois me olhou mordendo seu lábio inferior, merda. 

- Eu....e-eu...- ela encarou Brad mais uma vez antes de fazer meu mundo girar. - Aqui é o trabalho do meu irmão. 

Puta merda!