História Ela Vai Me Deixar Louco - Um Vinho e Um Amasso

Minha tarde se fez com alguns filmes e momentos constrangedores até pra mim mesmo nos quais eu tentava reproduzir expressões dos personagens em frente a um espelho. Admito que realmente seja bom em atuar, sem querer ser convencido, mas é verdade.

Estava na cozinha tomando água quando ouvi a voz de S/N.

– Omma, cheguei. – acho engraçado quando me chama assim. Tenho que concordar que ajo como uma mãe às vezes. – Estava com saudade de mim?

– Trouxe meu bolo? Tem brigadeiro? – A encontrei ainda na porta tirando os sapatos. Segurava uma embalagem. ELA TROUXE MESMO!!!

– Tem beijinho, pode ser? – e beijou meu rosto exatamente como fez mais cedo e depois riu suavemente. – Eu trouxe pra mim também. Vamos comer juntos.

– Você não comeu na festa pra comer aqui comigo? – meu coração aqueceu só com o pensamento. Isso é tão adorável.

– Sim. Quero dizer, mais ou menos. Claro que eu comi na festa. Escolhe um filme que eu vou tomar banho e já volto.

– Nem me peça pra te levar algo...

– Ok. OK. OK!!!

Eu queria assistir a Bela e a Fera, porém com certeza S/N iria ficar reclamando porque eu assisto isso o tempo todo. Então resolvi que iríamos continuar nossa recapitulação de Supernatural. Decidimos reassistir tudo, desde começo e ainda estamos na terceira temporada.

– Aquele vinho branco ainda vive? – ela voltou e eu continuo a minha tarefa com a TV.

– Sim. Na adega. Eu tenho que me lembrar de comprar vinhos. Uma adega vazia é inaceitável. – digo me virando e advinha? Aquele maldito moletom estava me encarando.

A cena passa diante dos meus olhos em slow motion só pra eu analisar cada detalhe. Ela caminhava graciosamente em minha direção, os pés descalços, as pernas maravilhosas, as mãos em frente ao corpo portando a garrafa e duas taças, o cabelo preso em um coque bagunçado e um sorriso debochado na face.

– Que cara de bobão é essa, Sr. Kim?

– Que? Haann... nada, não. – socorro eu tava secando ela. – Eu vou pegar o saca-rolha. – foi a primeira porcaria que pensei pra sair daquela situação. Saí correndo até a cozinha como diabo foge da cruz.

– QUAL SERÁ O CASO DE HOJE, JIN WINCHESTER? – sempre que aparece uma oportunidade ela brinca com o meu nome.

– Essa piada está desgastada. Arrume outra. – disse alto para que ela escutasse. Onde eu coloquei esse saca-rolha?

– Ahh deixa eu me iludir pensando que tenho um Dean Winchester na minha vida. Não é a mesma coisa, mas, o que posso fazer? Cada um tem o Winchester que merece...

– Ha Ha Ha Ha Ha... Eu sou muito melhor e mais bonito que ele, meu bem. – Em momentos como esse você vê como está sua moral. A minha está nadando no fundo do oceano ao redor dos restos mortais do Titanic.

Voltei com o saca-rolha e ela estava sentada no chão encostada ao sofá e com certeza já estava comendo um doce.

– Ahh claro, senhor bonitão. Abre logo isso, eu tô com sede.

Assim que abri o vinho e nos servi, sentei ao seu lado e ela deu play no episódio.

– Tin Tin – ela sugeriu um brinde e nossas taças se encontraram repetindo o som. Em seguida deu um gole absurdo de tão grande levando praticamente a metade do vinho.

– Você precisa aprender a degustar a bebida. Vinho não foi feito pra descer goela abaixo. – ela deu de ombros, totalmente indiferente. – Eu te ensinarei e você vai ver como é mais gostoso quando se faz direito.

– É engraçado tomar vinho com coxinha e brigadeiro de fim de festa. A elegância vai toda pro inferno. – eu não pude deixar de concordar.

Começamos a rir como dois bobos e depois de um tempo percebi que não demos atenção a nenhuma cena que passou na tela. Ela me contava animada como foi a festa da sobrinha de sua amiga, sobre a decoração, as músicas infantis e as dancinhas vergonhosas que fizeram ela participar.

– Aishh se você estivesse lá teria me salvado desse micão.

– Aahh não... Se eu estivesse lá com certeza existiria um vídeo disso. – a cara de indignação exagerada que ela fez me arrancou uma gargalhada.

– Você é o amigo mais naja que alguém poderia ter, Seokjin.

 Era tão bom quando dividíamos momentos como esses. Apesar de todos os sufocos que ela me faz passar, a sua presença deu vida ao meu apartamento e mais alegria à minha vida. Isso eu não posso negar.

– O que eu disse hoje sobre encher a cara, hein mocinha? – seu rosto já estava rosado por causa do álcool. Tão bonita...

Eu não conseguia tirar os olhos dela. Cada movimento eu apreciava com admiração enquanto tentava controlar a repentina vontade de tocar seus lábios com os meus.

– Disse que não iria me buscar. Já estou em casa, então... – deu de ombros tomando mais um gole do vinho branco. – Se eu ficar bêbada você já está aqui pra cuidar de mim.

– Ok. Acho que uma garrafa não é suficiente pra te derrubar, certo?

Ela deu um sorriso fino e olhou pra baixo, seu rosto ficando mais rubro e começou a mexer na barra do moletom. Acabei desviando meu olhar para suas pernas, mas me repreendi e voltei logo em seguida. Ela parecia estar com vergonha, mas, por quê?

– Jin? Você acha que eu sou bonita? Digo, eu sei que não sou horrorosa, mas sou tão sem graça...

– O que está dizendo? Você é linda, S/N. Não entendo porque pensa assim.

- É que ninguém se interessa por mim, sabe. Estou começando a achar que há algo errado comigo. - um sorriso forçado brotou em seus lábios. - Nem me lembro do ultimo elogio que eu recebi...

- E eu nem me lembro de quantos eu guardei comigo... Deveria ter te deixado ouvi-los, certo? - toquei seu queixo e a fiz olhar para mim. Seus olhos estavam marejados em leve ameaça de transbordar. - Farei isso a partir de agora. Não admito que pense assim de si mesmo. Você é incrível e a culpa não é sua se os caras são idiotas e não percebem.

- Está dizendo isso só pra me consolar, não é?

- Você não sabe o que está dizendo... você linda e... me provoca todos os dias e nem sabe. - ela me olhou surpresa e talvez um pouco assustada, então eu continuei - olhe pra você agora. Acha que não estou me controlando pra não babar nas suas pernas? - ela corou ainda mais e tentou inutilmente puxar a roupa mais pra baixo e eu ri. - A S/N que eu vejo é maravilhosa e nem um pouco sem graça. Eu adoro sua companhia, sua gargalhada, você me faz sorrir, você me faz bem.

- Huumm O-obrigado...

- Ahh sim, tem mais isso. - disse rindo e ela não entendeu.

- I-isso o que?

- É extremamente adorável quando fica assim, vermelhinha com vergonha.

- Aish... - ela não parava de corar.

- Eu quero muito te beijar, S/N.

Não dava mais pra segurar, já havia esperado demais e eu precisava daquilo. Me virei ficando totalmente de frente pra ela e olhei em seus olhos. Ela também queria, não havia dúvida. Toquei seu rosto e a trouxe para mim tomando seus lábios. A sensação era de saciedade, como a do primeiro gole de água quando se está com sede e eu tinha sede daqueles lábios. Meu corpo inteiro reagiu quando ela recebeu minha língua intrusa e suas mãos pousaram levemente em meus ombros largos, o toque de suas mãos frias contrastando com minha pele quente.

Quebramos o beijo e ao abrir os olhos vi que ela ainda mantinha os seus fechados, mordendo o lábio e toda corada. Fiz um carinho na sua bochecha com o polegar.

- Eu imaginei esse momento tantas vezes... - o seu tom era tão baixo, quase um sussurro. Tirei a mão do seu rosto e segurei suas mãos.

- Verdade? Atingi as expectativas?

- Superou todas.

- Sério? - Eu ri cheio de mim e ela acenou que sim rindo também.

- Mas não se ache demais... - sim, eu posso ser bem convencido às vezes, ou sempre.

Estendi o braço e alcancei minha taça em cima do centro e tomei um gole.

- Eu quero outro. E você? - tomou a taça de mim e bebeu todo o vinho restante e a largou em um canto.

- Eu quero também. - dessa vez a atitude veio dela e veio com tudo, decidida, veloz e furiosa como uma leoa na caçada.

Em um movimento rápido me fez deitar no chão ficado por cima de mim, sua língua invadiu minha boca sem pudor algum. Eu gostei disso e... meu pau também. O beijo era intenso e sensual, ela acariciava meu peito com a mão livre já que se apoiava com a outra ao lado de minha cabeça enquanto eu apertava suas coxas fartas e então... ela chupou minha língua... meu pênis deu mais um sinal. Shit, eu não sei quanto mais vou poder me segurar. Vou explorando seu corpo até chegar aos seios e preencher minha mão com um deles. Bom... ela não está usando sutiã, o que me surpreendeu, será que... nããão, acho que não, ela não seria tão sem vergonha a ponto de estar sem calcinha. Esse pensamento e mais uma mordidinha no pescoço fez meu membro pulsar mais uma vez.

Porra, agora eu estou totalmente duro e meu pau não para de pulsar...

Levantei com ela e nos guiei para o sofá ficando por cima desta vez e não hesitei em pressionar minha ereção contra sua intimidade.

- Consegue sentir isso? Hum? – disse perto do seu ouvido e deixei um beijo na região – Estou de pau duro por sua causa. – Ela gemeu. PORRA, ELA GEMEU... Eu não vou aguentar. – Se não quiser continuar diga agora.

- J-Jin, eu quero m-mas... acho, acho que é melhor pa-parar por aqui, sabe, por hj...

- Humm – por que eu fui dar idéia? – Você vai me deixar nessa situação? Você é mesmo tão má assim? – tentei parecer um pouco divertido, afinal acho que sei o motivo.

- Desculpa. É que, isso foi tão rápido... E-eu – Eu sabia que era isso.

- Eu sei, eu sei... tudo bem. – dei um selar casto em sua testa. – Eu entendo. Vamos com calma, sim? Quer terminar o vinho antes de ir dormir?

- Sim, pra que guardar tão pouco? – rimos juntos, voltamos a encarar a tela enquanto bebíamos. – O Sam é tão sexy, não é?

- TÁ DE SACANAGEM... – Ela gargalhou na minha cara como nunca.

Eu realmente não sei lidar com essa garota.