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História Ele é Meu! - Segunda chance.


Escrita por: SofiaQuem

Capítulo 14 - Segunda chance.


Fanfic / Fanfiction Ele é Meu! - Segunda chance.

Não paramos de nos beijar. Estávamos tirando o atraso e aproveitando a oportunidade de estarmos sozinhos. Elias não tirava as mãos da minha cintura, o que já estava me deixando nervosa e ansiosa para mais toques, então, tomei a iniciativa e me aproximei ainda mais, fazendo nossos corpos colarem. Eu sentia que ele estava excitado e aquilo já estava me enlouquecendo.

- Mel...

Ele mal conseguia falar. Estava ofegante e não queria parar de me beijar.

- ...o Bill pode chegar...

Eu não dei bola. Bill era o de menos naquele momento. Eu finalmente estava com o meu amor e eu não ia parar de beija-lo por causa do meu melhor amigo que poderia entrar no quarto a qualquer momento.

Fui mais ousada e me apertei mais contra ele, colocando minhas mãos por debaixo de sua camiseta. Eu queria senti-lo, queria tirar toda a sua roupa, mas por algum motivo ele ainda se privava.

- Elias...

Parei o beijo de repente. Eu precisava saber o que estava acontecendo.

- o que foi? - perguntei

- Mel eu... eu só acho que...

E então eu entendi.

- acha que é cedo?

- não, não é isso!

E, então, eu entendi de verdade.

- você ainda não está cem por cento, não é? Ainda não confia em mim.

Ele bufou parecendo frustrado em ouvir a verdade.

- desculpe. - falou

Meus olhos se encheram de lágrimas. Naquele momento eu percebi o quanto de esforço eu teria que fazer para ele acreditar novamente em mim e no meu amor.

Respirei fundo dizendo:

- eu espero Elias. Espero todo o tempo do mundo. O que eu mais quero é que você acredite em mim. Não precisa me beijar se você não quiser e nem transar comigo.

- eu não transo com você Mel, eu faço amor com você.

Minha nossa. Engoli seco e assenti. Eu estava queimando.

- eu gostaria muito de fazer amor com você agora, mas espero você estar totalmente confortável pra isso. - falei

Ele voltou a se aproximar de mim, pegando novamente em minha cintura. O nosso beijo foi retomado e ele parecia mais aliviado em me dizer a verdade sobre o que estava sentindo naquele momento. Tanto que suas mãos ficaram mais bobas, mas eu já não esperava nada além de amassos.

Ele me encostou em uma mesa que havia no quarto e ficou me pressionando contra ela. Eu sentia seu membro pulsar mesmo por debaixo da bermuda jeans e minha parte mais íntima já doía de tanta vontade de tê-lo. Minhas mãos foram novamente para debaixo de sua camiseta, enquanto ele levantava uma das minhas pernas, para que o encaixe fosse perfeito.

Estávamos completamente vestidos, mas a nossa excitação fazia-nos pensar que estávamos nus, entregues completamente um ao outro.

- ah...

Meus gemidos passaram a ser frequentes, mas eles foram bruscamente interrompidos por Bill.

- Mel, você não sabe o que... AAAAHHHHH!!!!

O nosso susto foi grande, mas o grito que o Bill deu foi bem maior.

- Deus do céu! estavam transando!?

Olhei para ele franzindo os olhos e dizendo:

- estávamos falando de política. - ironizei

- hum, comeu palhacitos amiga?

- foi mal Bill. - disse Elias rindo

- me desculpem! eu não queria atrapalhar o amor de vocês.

- você não ia dormir no quarto do seu boy? - perguntei entredentes

- eu ia, mas eu preciso me abastecer! aliás, bem lembrado! vou deixar um pacotinho de camisinhas pra vocês...

Bill foi tranquilamente até a sua mala e pegou uma camisinha, entregando-a em seguida para Elias.

- só uma, porque vocês ainda estão se acertando. Depois eu dou mais.

Não tinha como não rir.

- obrigado Bill. - Elias agradeceu

- pronto! estou abastecido. Adeuszinho!

Assim que Bill fechou a porta eu e Elias nos olhamos, ainda muito encabulados com a interrupção repentina do nosso amigo.

- acho melhor eu...

Eu sabia que ele faria isso. Eu sabia que não dormiríamos juntos naquela noite.

- tudo bem.

O que eu poderia dizer?

- Mel, olha, eu quero muito, muito mesmo, mas eu sou assim. Quando eu perco a...

- quando perde a confiança uma vez, não consegue mais recuperar.

Ele me olhava ainda constrangido.

- acho que vou conseguir, mas não agora. Tudo aconteceu a pouco tempo e...

- Elias, eu entendo.

- mesmo?

- mesmo. Pode ir.

- nos vemos amanhã na praia?

- estarei lá.

Tentei dar um sorriso confiante, mas não sei se funcionou.

Ele se aproximou mais, pegando com as duas mãos em meu rosto, me olhando nos olhos.

- eu vou guardar essa camisinha. - ele disse sorrindo

Eu ainda estava séria.

- também não acredita em mim a ponto de termos que usar?

Ele se surpreendeu com a pergunta e se afastou de repente.

- não é nada disso Mel! Só quis dizer que com certeza teremos outra oportunidade de usa-la.

Baixei o olhar e assenti.

- estou com pressentimento de que isso não vai dar certo.

Olhei pra ele sem entender o comentário, ou melhor, recusando-me a entender.

- eu sempre serei culpada e sempre me sentirei culpada. Sempre serei a que traiu você, a que mentiu... Eu não posso mudar o passado Elias e ficará ainda mais difícil tentar mudar se você realmente não me der uma chance. Eu amo você e posso tentar provar isso todos os dias, mas você tem que me deixar agir!

- estou deixando Melissa. Eu resolvi deixar você agir quando te disse que daria essa chance.

Concordei novamente com o que ele disse, apenas com um olhar.

- nos vemos amanhã? - perguntei

Eu precisava acabar logo com aquele clima. Estava me matando.

- sim.

Ele me deu um selinho demorado, que me fez ir até o céu e voltar.

- boa noite. - eu disse

- boa noite Mel.

E, então, ele saiu.

(...)

No dia seguinte acordei cedo e fui sozinha para a praia. Não quis esperar o Bill e nem apressa-lo, afinal, se a minha vida amorosa estava uma bosta eu não ia estragar a dele também.

A praia estava vazia, claro, mas o sol e o calor já estavam gritando. Estendi minha toalha, passei protetor solar e comecei a seção bronzeamento.

Eu estava tão relaxada que dormi na areia, mas eu estava mesmo precisando de um momento pra mim, quer dizer, até consegui, mas apenas por um tempo.

- Mel!?

A voz que inundava meu coração encheu os meus ouvidos.

- oi!

- passei no seu quarto e o Bill disse que não tinha visto você, então presumi que estivesse aqui.

- resolvi acordar cedo para tomar um sol.

- já está bastante bronzeada.

Ele me olhou por inteiro, o que me fez queimar ainda mais.

- estou tentando não voltar tão branca para Nova Iorque.

Ele sorriu perguntando:

- posso me sentar aqui com você?

- claro. vem!

Ele sentou bem perto de mim e pude perceber seus olhos passeando pelo meu corpo.

- já passou protetor?

- porque? quer passar?

Eu precisava provocar.

- quero.

Uau. Progredimos.

Ele fez questão de passar o protetor com muita calma, como se estivesse em câmera lenta. E eu, bom, eu estava tensa, me controlando para não ter um orgasmo ali mesmo.

- está arrepiada.

Sorri com o comentário irônico.

- na minha idade arrepio não é mais de frio. - provoquei

Ele sorriu tímido e continuou passando.

- Elias, você vai acabar com esse protetor de tanto que passa! credo!

Bill chegou chegando.

- oi gente!

- oi Bill. - falamos juntos

- porque não dormiram juntos?

Ele sabia mesmo como nos constranger.

- não é da sua conta... - resmunguei

- credo! por isso está mal humorada.

- se não dormiu com ela, poderia pelo menos ter dormido comigo, não é Elias?

Nora!? A vadia já estava no pé dele novamente!? Ah, mas eu estava disposta a lutar com unhas e dentes por ele.

- o que está fazendo aqui? não vê que aqui só tem amigos? - perguntei levantando-me da areia

- por acaso você se chama Elias? Ah, não, não chama, graças a Deus.

- porque não vai atrás do seu novo namoradinho hein Nora!?

- Melissa, quando você vai aprender a não se intrometer na conversa alheia? Eu estou falando com o meu amigo... colorido...

Meu sangue subiu na velocidade da luz e eu parti pra cima dela.

- Mel!!!!

Bill e Elias gritaram e me seguraram. Infelizmente, eles foram mais rápidos do que eu.

- Nora, por favor, sai daqui. Pára de provocar! - pediu Elias ainda muito educado

- cuidado com essa cobra Eli. - ela rosnou

- não o chame de Eli! Eu dei esse apelido pra ele! - gritei

- era assim que você o chamava enquanto transava com o seu cunhado?

O QUE!?

- já chega Nora!

Dessa vez quem gritou foi Elias e eu, bom, eu me segurei para não voar no pescoço dela e nem chorar. Eu não podia mais ficar ali. Peguei minhas coisas e fui para o quarto.

*Elias POV*

- porra Nora!

Eu fiquei puto da vida! Nora estava passando de todos os limites. Eu sei que éramos muito amigos e que ela ficou MUITO chateada com tudo o que aconteceu, mas eu já era bem grandinho para tomar minhas próprias dores.

- Elias, você vai mesmo dar uma chance pra essa garota?

- eu não vou ficar ouvindo isso. - disse Bill aparentemente indo para o quarto também

- Nora, eu sei me defender, okay? Sou bem grandinho para tal.

- eu sei que é, mas seu coração é inocente demais!

- da minha vida, do meu coração, cuido eu.

- você não vê que na primeira oportunidade ela vai te apunhalar pelas costas de novo? se aquele cunhado gostosão dela voltar...

- eu não vou ficar aqui discutindo com você sobre a Mel e o Lawrence.

- isso, vai atrás dela! E quando se decepcionar de novo não venha correndo atrás de mim!

Eu fui atrás da Mel antes que pudesse ouvir mais reclamações.

- Mel? Mel, você está ai?

Bill abriu a porta do quarto com cara de poucos amigos.

- ela está cansada de ser humilhada Elias! poxa, ela errou, mas tá foda hein!

Assenti, claro. Eu concordava com ele. Tudo aquilo era pesado pra mim e era mais pesado ainda pra ela.

- onde ela está?

- no banheiro. Eu vou voltar pra praia e já vou avisando que se eu encontrar a Nora eu dou na cara dela!

Sorri torto para o comentário agressivo e entrei no quarto.

Alguns longos minutos depois, Mel sai do banheiro e se assusta ao me ver.

- Mel, desculpe-me pela Nora.

- se veio falar sobre ela pode ir embora.

- não vim falar sobre ela, vim pedir desculpas pelo o que aconteceu na praia e também ver se você estava bem.

- estou. obrigada.

- não vai voltar para a praia ou... quer dar um mergulho na piscina?

- não. ficarei por aqui. E não se preocupe comigo, eu vou ficar bem.

Ela ainda estava só de biquíni, o que me deixou automaticamente excitado.

- Eli, não quero estragar o seu dia. Pode ir.

Eli? Ela me chamou de Eli? Como é que se resiste a isso?

- você quer mesmo que eu vá?

Ela pareceu não entender a minha investida, então, continuei:

- porque eu não quero ir.

Levantei-me para trancar a porta.

- você... você vai ficar? - balbuciou

- vou.

Nem pensei antes de responder. Foda-se a minha mágoa naquele momento.

- eu... acho que vou deitar um pouco. Aquela louca da sua amiga me deixou com os nervos a flor da pele.

Me aproximei mais para beija-la. Sem dizer nada ou pedir permissão. Se os nervos dela estavam a flor da pele, que ficassem a flor da pele por minha causa.

(...)

Enquanto nos beijávamos eu a levava para a cama. Nossos dentes se batiam, nossas mãos estavam bobas, nossas partes íntimas se esfregavam de tal forma que eu achei que rasgaria a bermuda.

Aquele biquíni estava me deixando louco, bem como o corpo que estava dentro dele. Minha nossa, a Mel era muito gostosa.

A parte de cima voou pra longe, então aproveitei para sugar os seus dois lindos seios, que pareciam ter sido desenhados.

- ahhhh....

Ela gemia enquanto minha boca se deliciava com os seus mamilos.

Minha camiseta e bermuda também saíram com facilidade e se esfregar nela apenas de sunga não era nada confortável. Meu membro já estava doendo e eu precisava penetrá-la de uma vez.

Quando tirei a parte de baixo, sorri inconscientemente. Ela estava deliciosamente, incrivelmente e devidamente depilada, deixando a minha entrada em sua parte íntima ainda mais interessante.

- Mel... minha nossa...

Eu a penetrava forte, sem medo, sem pudor e com muita, muita saudade.

- Eli... Elias...

Ela estava tão molhada que o vai e vem era fácil, causando sensações que eu nem sabia que existiam. Ela me deixava assim. Apenas ela.

De repente, resolvi trocar a posição. Eu a fiz virar de costas e a visão era do paraíso. Ela tinha a bunda mais perfeita que eu já vi na vida.

Eu a penetrei de novo, por trás, o que a fez gritar de prazer. De todas as vezes que eu e a Mel transamos eu não lembro de tê-la visto tão excitada. Claro, ela estava apaixonada pelo imbecil do Lawrence, então nunca se entregou a mim cem por cento. Mas, naquele dia não, naquele dia ela era minha, por completo. Eu a sentia de verdade, como nunca senti antes.

- ahhhh...

Os gemidos dela ficavam cada vez mais altos o que me levou direto ao orgasmo. É, eu me precipitei, mas não consegui aguentar e ela sorriu virando-se de frente pra mim.

- desculpe, mas...

- não precisa se desculpar. Eu adorei. - ela disse

- mas você não...

- o que eu senti vale muito. não se preocupe com o final.

- vem aqui... - pedi

Ela se aninhou em meu colo e eu a beijei com carinho.

- me dá só uns minutos e você terá o melhor orgasmo da sua vida.

É, eu tinha que ser otimista.

- hum, acho que vale a pena esperar, então.

[- hum, acho que vale a pena esperar, então]

*Melissa POV*

- Eli? Elias?

Ele estava dormindo tranquilamente, mas eu ainda estava excitada.

- hum?

- está muito cansado?

- o que?

Sorri com a cara de sono que ele estava.

- perguntei se está muito cansado...

- não. - respondeu ainda de olhos fechados

Bom, como não sou de esperar resolvi provocar. Me desvencilhei do colo dele e afastei o lençol. Elias tinha o corpo lindo, todo alinhado e bem branquinho.

Ao ver tudo aquilo na minha frente, sem roupa alguma, não consegui pensar mais nada, a não ser em saborear o seu amiguinho, como se fosse sorvete.

Eu nunca fui de fazer muito sexo oral, sempre fui a que recebia, mas com Elias eu precisava ser diferente e ousada. Ele merecia isso.

Ele se contorceu, abrindo os olhos de uma vez.

- achei que estava sonhando, mas é real... que bom...

Continuei o que estava fazendo, mas ele me fez parar.

- o que foi?

- eu prometi a você o melhor orgasmo e não o contrário.

- eu não ligo...

- mas eu ligo.

Ele me beijou e me fez deitar na cama, ficando por completo em cima de mim. Ele já estava me excitando só com o olhar.

E então, ele começou a massagear meu clítoris e ao mesmo tempo me penetrava devagar, fazendo os dois movimentos perfeitamente sincronizados. Enquanto éramos namorados ele nunca tinha feito isso.

- Ahhhhh...

Meu primeiro grito foi abafado, mas os outros não. Acho que gozei em menos de cinco minutos.

(...)

Cochilamos rápido depois de uma cansativa tarde de sexo. Minha nossa, Elias estava diferente em todos os sentidos. Foi como se nunca tivéssemos feito nada antes. Foi maravilhoso.

- Eli? 

Ele abriu os olhos devagar e sorriu. Aquela sim era a visão do meu paraíso.

- dormimos muito? - perguntou

- só um pouco. Ainda nem anoiteceu.

Ele me olhava intensamente e me puxou para um beijo. 

- estou com fome. - falei interrompendo o beijo

- eu também!

- algum restaurante do resort deve estar aberto. Vamos comer alguma coisa? - ofereci

- hum, eu adoraria, mas prefiro procurar a Britt. Ela está sozinha por aqui, então...

- ah, tudo bem, sem problemas.

Eu tinha que me acostumar com essa nossa nova fase. Sem namoro, nada sério, apenas ficantes.

Elias se vestiu rapidamente e me deu outro beijo, um pouco mais demorado, que consequentemente me deixou tonta.

- nos vemos amanhã? - perguntou

Não tinha nem anoitecido ainda e ele só queria me ver no dia seguinte? Pensei em dizer algo a respeito, mas na atual circunstância preferi concordar.

- claro. Estarei na praia.

Ele sorriu lindamente e se foi.

(...)

Bill voltou para o quarto pouco antes das nove da noite.

- onde está o Advogato?

Sorri com a pergunta e respondi:

- não sei. deve estar com a Britt.

- achei que estaria com ele, jantando, dormindo, transando...

- nós transamos mesmo. 

- e ai? como foi o flashback?

- foi maravilhoso Bill. Elias é incrível! 

- ai, pára! pára que eu fico todo arrepiado!

- mas não estamos juntos.

- que? como assim?

- nós conversamos e ele disse que não está preparado para nada sério comigo.

- hum, e o que mais?

- disse que preferia que fosse uma coisa sem compromisso, tipo ficantes.

- hum, que delícia.

- eu estou feliz, mas tenho medo...

- medo do que Mel?

- medo de ele nunca confiar em mim. 

- bobagem. logo essa mágoa passa. dá pra ver naquela carinha linda que ele é louco por você.

- mas isso não quer dizer nada.

- mudando de assunto, sabe quem me mandou mensagem de Ano Novo?

- quem?

- o seu ex-noivo.

- ele mandou pra mim também.

- é, mas não foi só uma mensagem rápida.

- o que ele quer hein Bill?

- perguntou de você, claro.

- perguntou o que?

- se você estava bem mesmo, se tinha conseguido um emprego e se estava com o Elias.

Fechei os olhos e respirei fundo. 

- e você respondeu o que?

- respondi: feliz ano novo Lawrence e se quiser mais informações sobre a Mel, pergunte diretamente a ela.

Não pude deixar de rir.

- obrigada Bill. Era exatamente isso que eu responderia em seu lugar.

- o que sentiu quando eu falei sobre ele?

Bill fazia cara de curioso, levantando levemente uma das sobrancelhas.

- sinto um grande carinho e só.

- mesmo?

- Bill, eu não sinto nada pelo Lawrence. Nada além de carinho, como acabei de dizer. Ele foi um momento bom e serviu para que eu voltasse a enxergar tudo à minha volta. Quer dizer, todos.

- Elias você quis dizer.

- eu nunca me senti tão apaixonada como me sinto hoje. Era como se eu não existisse antes de conhecer o Elias, digo, de conhece-lo de verdade.

- vou chorar. pode parar!

- mas ele ainda não está cem por cento e eu estou disposta a esperar.

- mesmo que isso te faça sofrer? porque eu já estou preparado para ver você chorando pelos cantos.

- mesmo que isso me faça sofrer, como já está me fazendo. Eu não me importo, eu só quero que ele fique ao meu lado.

(...)

Acordei cedo no dia seguinte para o nosso penúltimo dia de sol. Era um Sábado e eu lembro como se fosse hoje. Estava quente, úmido e a água do mar gelada. Eu lembro porque assim que saí do mar eu avistei duas pessoas na areia conversando com o Bill. Até forcei as vistas para ter certeza de que não era um delírio ou uma miragem. Não, infelizmente não era. Meu delírio e miragem tinham nomes e sobrenomes.

- Mel!!!

Elisa gritou meu nome enquanto eu me aproximava. Me abraçou como se tivesse sentido a minha falta. 

- Elisa, o que faz aqui?

- credo! que recepção hein! viemos apenas para o final de semana.

- vieram até o México para um final de semana?

- não se esqueça que o meu ex-noivo, atual namorado e seu ex, também é rico.

Lawrence. Estava parado de pé na areia me olhando por inteiro. Se eu não conhecesse aquele olhar diria que era um olhar de cunhado. 

- oi Mel.

Respirei fundo e o cumprimentei também.

- estamos no quarto cinco oito cinco. - disse Elisa empolgada

- legal... - Bill balbuciou

- podemos ficar aqui na areia com vocês? - ela perguntou

Naquele momento senti um frio na barriga. E se o Elias me visse com o Lawrence? Deus, quando tudo começa a voltar aos eixos acontece isso.

- a praia é pública. - respondi

Elisa não parecia se importar com a minha indiferença, mas Taylor bufava cada vez que eu dizia algo. O que ele queria? Que eu pulasse no colo dele?

- Mel!?

Fechei os olhos e por alguns segundos exitei em olhar. Elias estava atrás de mim e é claro que já tinha visto os dois.

- oi! - finalmente virei para olha-lo

Elias olhava Taylor com raiva, claro, não era por menos. 

- eles estão aqui para o final de semana. Estão juntos novamente. - sussurrei apenas para ele ouvir

- juntos?

Nem ele acreditava.

- pois é. 

- já tomou café da manhã? - perguntou ainda olhando para Taylor

- já, mas posso lhe fazer companhia.

- vamos.

Elias não pensou nem duas vezes e me pegou pela mão, me arrastando dali. Confesso que minha deusa interior deu cambalhotas de felicidade. 

Sentei na mesa para acompanha-lo e finalmente pude falar sobre as duas surpresas de hoje.

- Elias, a minha irmã está com o Lawrence. Eu juro que tento entender porque a Elisa é tão ligada a ele e...

- você era muito ligada a ele também.

Engoli seco e me expliquei.

- eu achava que era apaixonada por ele, há muitos anos. A Elisa também se apaixonou, mas depois de tudo o que aconteceu... é como se ela não tivesse amor próprio. 

- ela não tem amor pelas pessoas, imagina por ela mesmo.

Elias já conhecia bem a minha irmã.

- desculpe, ela é sua irmã, mas...

- tudo bem.

- ...mas deixa-la sozinha no Natal, Mel? Na noite de Natal? que tipo de irmã é essa?

Ele tinha razão.

- é, eu sei, mas posso lhe garantir que meu Natal foi o melhor, salvo algumas partes.

Partes que atendiam pelo nome de Nora.

- desculpe pela Nora. No Natal, aqui, enfim... 

- não se preocupe, não me importa. O que importa é você me dar essa chance Eli. Você não faz ideia do quanto estou feliz aqui com você.

Ele sorriu encabulado, mas não disse nada. Confesso que fiquei frustrada, afinal, eu gostaria de ter ouvido um "eu também estou feliz".

- porque ele está aqui Mel? Porque ele veio para este mesmo resort?

Pisquei algumas vezes para assimilar a mudança de assunto.

- o Lawrence?

- quem mais seria?

- ele está com a minha irmã e ela sabia que eu estava aqui.

- só por isso? 

- eu não falo com o Lawrence desde o que aconteceu, então, não posso te responder isso com cem por cento de certeza.

- o modo como ele olha pra você Mel...

- Elias, eu não me importo com o modo como ele me olha. Eu não sinto nada por ele, absolutamente nada. 

Ele ainda me olhava fixamente e parecia não acreditar em nada do que eu disse.

- sei que não acredita em mim, mas realmente estou sendo sincera.

- Mel, desculpe te falar o que eu vou falar agora, mas eu preciso deixar as coisas bem claras entre nós, entende?

- entendo.

- Se você não estiver sendo sincera...

- eu já sei o que vai dizer e concordo. 

- e... e já que vamos recomeçar do zero eu também quero dizer que tudo será ao meu tempo, okay? preciso colocar minha cabeça em ordem, preciso saber como vou levar isso de agora em diante. 

Assenti e não disse mais nada. 

- quer voltar para a praia?

Eu tinha certeza de que Elisa e Taylor estariam lá, então, recusei.

- acho que vou voltar para o quarto, se não se importa.

- eu levo você até lá.

Mais um dia de praia perdido, pensei.

Elias me levou até a porta do quarto. Parecíamos dois adolescentes se despedindo na porta de casa.

- eu vou voltar para a praia, se quiser me encontrar lá... - ele disse

- tudo bem. 

Eu já não sabia mais como me comportar.

- então, até mais!

- até mais Elias.

E ele se foi.

Cada vez que ele saía das minhas vistas com aquela cara de quem não confiava em mim eu morria por dentro. Era como se eu fosse uma pessoa ruim, sem escrúpulos, que não merecia uma segunda chance. Tá, estávamos ficando novamente, mas eu ainda tinha essa sensação. 

Não tive coragem nem de tirar o biquíni. Fiquei deitada na cama, olhando para o teto, quando de repente fui interrompida por batidas na porta. Levantei a passos de tartaruga para atender.

- Lawrence?

Minha nossa, era só o que me faltava!

- oi... ahm, desculpe vir aqui no seu quarto sem avisar, mas...

- o que você quer Taylor?

- posso entrar?

- não.

Ele se surpreendeu com a minha firme resposta, mas mesmo assim não saiu da minha frente.

- Mel, eu não sei mais o que fazer! Ainda sinto sua falta e...

- mate a saudade com a minha irmã. Somos diferentes fisicamente, mas temos o mesmo sangue.

Ele me olhava perplexo, como se não merecesse escutar aquilo.

- Melissa, ao contrário de você eu não esqueço alguém tão fácil! eu ainda te amo!

- Taylor, eu não deixei de amar você, eu simplesmente nunca te amei de verdade! Ponto!

- eu duvido! 

- então duvide.

- deixa eu entrar, para conversarmos melhor.

- não! não temos nada o que falar! pelo amor de Deus você está novamente com a minha irmã, então, o mínimo que você tem a fazer é cuidar dela! ela pode ter todos os defeitos, mas te ama!

- Melissa, deixa eu entrar!

Ele já estava quase em cima de mim, tentando fazer com que eu abrisse mais a porta.

- eu amo o Elias! Entenda isso de uma vez por todas!

- eu não vou sair daqui enquanto você não me ouvir! eu ainda te amo e...

- Lawrence, qual foi a parte do NÃO que você não entendeu?

Nos assustamos com a voz que surgiu no corredor. Elias estava com os braços cruzados e olhava para Taylor com tranquilidade e raiva ao mesmo tempo.


Notas Finais


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