Busan, Docas, Parte Oeste das Docas, quarta-feira 19:03h
PV TAEHYUNG
Fazia anos que eu não estava em trabalho de campo, e sentia como se ontem mesmo eu estivesse aqui. A adrenalina era sempre a mesma, e eu sempre me sentia um tanto estranho, gostava mais de trabalhos internos, mas eu era o único que podia ir nessa operação para liderar. Ia foder o Hoseok com muita força pra descontar essa afronta com minha pessoa, ele sabia que eu não gostava de campo.
Observei de longe, o rádio estava preso na minha farda preta, no ombro, e eu o acionei.
- Tem muita movimentação aqui, chefe.
"Estou vendo você pelas câmeras de segurança do lugar. Te, cerca de vinte homens esperando o cargueiro atracar."
- Está quase atracando. Eu estou com um pressentimento ruim, Hoseok.
"Aguente firme, Taehyung."
- Eu acho que também é uma armadilha.
"Segure sua posição e me informe. Não faça nada antes de me comunicar, e me informe se acontecer alguma coisa."
- Certo.
Dei ordem aos homens para que ficassem em suas posições. Precisava esperar, e odiava esperar em campo. Respirei fundo algumas vezes, rezando para que eu conseguisse sair dessa com todos os meus homens.
POV HOSEOK
Eu queria matar o Jackson com um tiro agora mesmo. O filho da puta sabia de tudo, entregou meus homens, deixou que a situação se arrastasse e provavelmente ganhou muito dinheiro com isso. O que me deixava mais puto era saber que eu dependia dele para conseguir fazer a operação dar certo.
Zitao estava num canto, sentado, sorrindo. Ardiloso, eu sabia que ele esperaria até o final para dizer qualquer coisa, e provavelmente ele estava esperando uma oferta minha para abrir a boca. Jackson estava ocupado, olhava de um monitor para o outro com extrema atenção enquanto indicava para Lay ir até a equipe de Taehyung dar suporte. Outra coisa que eu não entendia era como Lay estava metido nisso tudo, mas eu ia perguntar depois e queria saber todas as respostas.
- Por que está sorrindo, Zitao?
Ele nada disse, apenas continuou assim, e então vi Jackson olhar para ele, fulmina-lo com o olhar por um segundo antes de deixar os fones de ouvido sobre a bancada.
- Tao... por acaso... o lado Oeste das docas também é uma armadilha? - Jackson disse pausadamente.
Zitao riu mais um pouco, com as mãos presas ele as levou até o rosto.
- Tão idiotas...
- É uma armadilha. - eu me alarmei, pegando o rádio. - Taehyung, cuidado, é uma armadilha.
Jackson se levantou muito rápido e foi até o Zitao antes que qualquer um pudesse impedir, e acertou um soco muito bem dado na cara dele, fazendo o nariz sangrar.
- PORRA JACKSON, MEU ROSTO.
- Se não fosse uma delegacia e eu não estivesse tentando manter a equipe viva, eu ia estourar o seu corpo inteiro.
Ele voltou para a cadeira e pegou o fone de ouvido, voltando sua atenção para as telas. Abriu o audio para os rapazes.
- Queridas donzelas, o leãozinho está em perigo. Taehyung foi pego em outra armadilha do Eni, eu preciso de vocês no lado oeste das docas o quanto antes. Se vocês não estiverem armados, o carro que está chegando pela esquerda de vocês tem arma e munições, eles vão levar vocês pra lá. Todo o cuidado, ouviram? Todo o cuidado.
Jackson acabava comandando a operação melhor do que eu.
- Lay, posição.
"Chegando no lado oeste das docas, estou vendo muita movimentação, não consigo ver o grupo de Taehyung. Onde eles estão?"
- Não vou dizer até ter certeza que você está comigo. Cubra a área de longe, você é nosso melhor atirador, mas é uma merda em campo.
"VOCÊ AINDA ACHA QUE EU NÃO ESTOU DO SEU LADO? É A MINHA CABEÇA QUE ESTÁ A PRÊMIO AQUI, PORRA."
- Você já me traiu uma vez, gritos não vão me convencer. - ele disse calmo. - Isso vai aparecer na minha história em quadrinhos, Lay, se eu estou fodido eu vou foder você também.
"Como se já não fizesse isso..."
- Cala a boca e se concentra na missão. Quero que faça a cobertura das crianças, não deixe que eles sejam pegos pelas costas.
"Já basta pela gente..."
Era verdade, infelizmente.
POV JIN
Eu estava tão desesperado que estava calmo, frio, uma perfeita pedra de gelo. O carro logo parou perto de nós e alguns policiais conhecidos saíram de lá para pegar o ENI que reclamava no chão.
- EU VOU MATAR TODOS VOCÊS, EU VOU, EU VOU, EU VOU MATAR AQUELE DESGRAÇADO, ELE ME TRAIU.
- Você traiu tanta gente, que agora só é mais um traído, Seng. - Yoongi disse para ele enquanto o homem era levado.
Entramos na parte de trás do furgão preto, escolhemos as armas rapidamente e quando estava tudo pronto, senti Namjoon segurar a minha mão.
- Vai ficar tudo bem, amor.
- Eu sei, amor. - acaricio o rosto dele com carinho. - Logo tudo isso vai acabar.
Ele concordou com um sorriso de covinhas; olhei para Jimin, tão distraído nos próprios pensamentos que não reagiu ao Yoongi segurar seu braço e depois suas mãos.
- Vai dar certo, Jimin. O pior já passou.
Talvez não, Yoongi.
POV TAEHYUNG
Ouvindo atento tudo que se passava, vi os homens entrarem no Camille, e de lá começaram a tirar caixas fechadas de madeira, o que tinha ali dentro, só Deus podia saber.
- Estão descarregando.
"Segurem." - ouvi Jack dizer. - "Cuidado, eles podem tentar chegar atrás de vocês, cuidado."
Mas eu estava ciente disso e esperava, inclusive. Já tinha colocado homens na retaguarda e espiava com atenção a parte que estava em minha frente, olhando com cautela; peguei o binóculo e observei o lugar, parando os olhos em alguém totalmente de preto, apenas parte do seu rosto podia ser visto atrás da luneta de longo alcance da arma, seu sorriso e a mão que tinha a luva pendurada com um cordão no pulso, acenando para mim.
- Tem um atirador de elite acenando pra mim da janela de um prédio.
"Acene de volta, é o Lay. Ele vai cobrir vocês."
- Mas ele não queria entregar a gente? VOCÊ não queria entregar a gente? - digo acenando de volta.
"Eu entreguei, não vem ao caso. Águas passadas, querido leãozinho. Estou enviando Yoongi e seus amiguinhos pra festa com vocês."
- Certo... Já são cinco grupos de caixas para fora do cargueiro.
"Tomem as posições, estamos olhando vocês.".
- Atenção, vamos entrar. - indiquei para o grupo. - Um, me segue, dois e três, direita, quatro e cinco, esquerda. Vamos.
Rapidamente todas as pessoas se colocaram em posição e, lentamente, seguimos para onde os homens estavam. Ao chegar mais perto, comecei a correr e os outros me acompanharam, liguei a lanterna e dei a voz de prisão.
- VOCÊS ESTÃO CERCADOS. NINGUÉM SE MEXE, FORÇA ESPECIAL COREANA. TODO MUNDO COM A MÃO PRA CIMA.
Foi quando o primeiro tiro veio, acertando meu colete no centro do meu peito, sem me ferir.
- MATEM TODOS. - ouvi alguém gritar.
Logo fui protegido por um policial com um forte escudo e outros dois vieram até mim.
- Taehyung, está tudo bem? - perguntou urgente um deles.
- Está, está, pegou no colete. Por isso eu odeio campo. PROTEÇÃO. REVIDEM. TENTEM NÃO MATAR NINGUÉM, MAS SE FOR NECESSÁRIO...
Mas eu não podia gritar isso para o Lay. Um a um, os que estavam mais perto de nós caíam e ficavam pelo chão, mas só depois de um deles cair perto de mim que eu vi que as balas eram dardos de veneno paralisante. Ótimo, uma coisa a menos pra ter que explicar pra corregedoria. Ouvi um som mais alto e um estampido me fez olhar para o lado; um de meus homens tinha caído morto no chão, a bala tinha atingido e estilhaçado sua roupa de proteção.
- CUIDADO, RECUEM TODOS, ARMA DE ELITE, ARMA DE ELITE.
- MONTAR DEFESA. - gritou o chefe de pelotão.
Logo uma barricada estava montada em minha frente e vários atiradores guardaram suas armas para segurar os grossos escudos, protegendo a equipe; ainda ouvimos mais disparos do mesmo tipo, mostrando que o atirador estava procurando novas vítimas.
POV JACKSON
- Taehyung, o que está acontecendo? - Perguntei ao ver a formação defensiva.
"Algum atirador de elite está nos atacando. É um armamento muito pesado, não podemos contra."
- Lay, o que está acontecendo?
"Tem um filho da puta atirando e eu não consigo ver de onde."
- Que merda! - bati a mão na mesa – Tem alguma coisa que pode ser feita?
- Vou tentar rastrear por satélite se tem alguma coisa por ali, algum sinal de telefone, de rádio, qualquer coisa. - Jungkook disse rápido, colocando um notebook no colo enquanto digitava mais rápido do que eu já vi na vida. Mas eu preciso de tempo.
- Você não tem, Jungkook. - abri o rádio para os rapazes. - Donzelas, posição.
"Estamos chegando." - disse Namjoon.
"Ouvimos tiros?"
- Mais que isso, pequeno Jimin, ouviram um atirador de elite, e não era o nosso. Alguma coisa, Jungkook?
- Nada.
- Que merda...
- Ele está no prédio abandonado da vinte e cinco. - Ouvi a voz de Zitao. - Está usando silenciador e tem mira a laser, ele não vai errar.
- Tem alguém que pode ir na vinte e cinco? - perguntei pelo rádio, mas era arriscado tirar qualquer uma das posições que estavam para isso. - Esquece, eu vou.
- O QUE? - Hoseok parecia que tinha levado um soco no estômago.
- Eu vou. Obrigado por ter deixado eu comandar a festa até aqui, chefe, mas eu estou indo nessa. Qual policial vai comigo pra certificar que eu vou voltar algemado?
- Sonin, Hosh, acompanhem ele, que ele volte aqui algemado e inteiro, eu tenho uma série de perguntas pra te fazer, Jackson, e você não vai escapar de nenhuma delas.
- Quando isso acabar, você vai ter o segundo volume da Bíblia na sua mesa.
- Espero. Cuidado, os três.
E acenando positivamente, peguei um colete e a arma e segui rapidamente para o local, os dois policiais no meu pé o tempo todo.
POV YOONGI
O carro parou abruptamente.
- Se seguirmos mais do que isso podemos ser alvejados.
- Tudo bem, vamos seguir daqui. - disse Namjoon.
Descemos armados, demos a volta pelo SUV e, lá na frente, Taehyung atrás do batalhão de choque.
- Vamos ter que correr. - Jimin disse.
- Se alguém morrer, eu mato. Odeio sangue. - Jin sempre muito prático.
Jimin contou até três e nós corremos um pouco abaixados até chegar a Taehyung, assustando-o levemente.
- Odeio trabalho de campo, odeio trabalho de campo.
- Se acalma, Tae, vai dar tudo certo. - disse apressado para o rapaz. - Qual o plano geral?
- Não morrer. Tem um atirador de elite que eu não consigo encontrar, ele está com armamento muito pesado e se pegar em um de nós, pode ser que...
- Não vai acontecer, okay? - Vamos tentar limpar aqui em baixo.
Aos poucos e como dava, tentamos diminuir os homens, mas eram muitos e agora eles estavam escondidos em barricadas, como nós.
- Se avançarmos, pode ser que o atirador nos pegue.
- Jackson! Precisamos descobrir aonde o atirador está. - chamei pelo rádio.
"Jackson está a caminho para fazer isso, Yoongi. Ele simplesmente se foi sem sequer eu ter deixado."
- É a cara dele. - disse Namjoon. - Só podemos esperar.
POV JACKSON
Ultrapassei cinco faróis vermelhos, quase bati o carro duas vezes. Ao meu lado, os policiais queriam me matar, ou me prender, estavam se decidindo pela ordem das coisas, mas eu não me importava muito com isso agora, precisava chegar até eles e encontrar quem quer que estava tentando matar aquela equipe. Eu tinha corrido demais, mentido demais, me exposto demais pra deixar que eles morressem agora.
Cheguei no local indicado por Zitao, ele não tinha motivo para mentir pra mim, mesmo que eu achasse que ele iria, ele sabia que eu mesmo o mataria com minhas mãos se ele tivesse feito uma cilada pra mim. E se eu morresse, eu viria busca-lo, ah se eu viria.
- Jackson...
- O que? - perguntei, pegando minha arma.
- Você... realmente traiu o distrito?
- Não estou orgulhoso. - respondi apenas.
- Mas... se traiu, porque está ajudando?
- Você vai conhecer a minha história, Hosh, e quando conhecer, vai entender. Agora, só vamos pegar esse filho da puta e ir embora, eu estou com fome.
Entrei silenciosamente pelo local abandonado, a parte de baixo onde era a recepção estava completamente estilhaçada, vidros espalhados pelo chão tentavam denunciar nossa entrada ali. Segui até a escada de emergência, seguido de perto por eles, e logo subi o primeiro lance. Ninguém. O segundo andar estava vazio, completamente, então nós seguimos para o terceiro andar, que tinha marcas de pés no chão.
- Ele passou por aqui. Tem visão de Taehyung?
Sonin foi até a janela empoeirada que estava quebrada em apenas um de seus vidros.
- Tenho.
- Ele estava aqui. Nós o perdemos.
Mal terminei minha frase e ouvi alguma coisa caindo, uma bolsa talvez, e apontei a arma naquela direção.
- PARADO. FORÇA ESPECIAL COREANA. SAIA COM AS MÃOS PARA CIMA.
Nada, nenhum outro sinal. Segui pelo corredor onde tinha ouvido, cheio de portas, e então comecei a abri-las.
- Ajudem, abram todas e tomem cuidado.
Deixei os dois um pouquinho mais para trás e fui na frente, abrindo as portas mais distantes, esperando encontrar alguma coisa hora ou outra, mas ele me encontrou. Nem estava surpreso. Ouvi algo cair atrás de mim e antes que pudesse olhar, ouvi também o clique da arma e o cano gelado tocar a minha nuca; um arrepio de medo e frio percorreu a minha espinha e engoli em seco, levantando as mãos ao lado da minha cabeça lentamente.
- É você o atirador?
- Eu tinha certeza que você viria, Jackson, O Mártir.
Dei uma risada curta. - Sabia que era você. Eu posso me virar? Sabe que eu não sou louco de tentar qualquer coisa com você, certo?
- Eu tenho uma lâmina no meu bolso, e eu não vou hesitar em usar contra você, Jackson. Você sabe, amigos, amigos, negócios...
- São negócios. Eu sei.
- Guarde a arma. Se tentar qualquer coisa, eu sou mais rápido do que você.
- É óbvio que é. - resmunguei, guardando com calma a arma nas minhas costas. - Vou me virar.
Fiz isso com calma e logo senti que ele não estava mais tão perto assim. O homem vestido de preto me olhou um tanto divertido enquanto pegava a mochila no chão.
- Veio fazer o que aqui?
- Cadê meus policiais?
- Eles apagaram com uma coronhada na nuca, não se preocupe, eles vão acordar hoje ainda, mas vai ser com uma puta dor de cabeça.
- Pelo menos ainda estão vivos.
Ele guardou a arma e me olhou novamente.
- Não tem uma escuta com você, não é?
- Eu não ando com essas coisas. Por que você está aqui?
- Por que eu estou seguindo o plano e tirando as pistas de mim. Por que eu sou muito esperto e estou garantindo minha sobrevivência até que Seng esteja pagando pelo que ele fez.
- Ele está preso.
- Pelo motivo errado! Você sabe as atrocidades que ele fez, você sabe que ele tem que pagar por muito mais.
- É até engraçado ouvir você falar de atrocidades. Só pra te lembrar, você matou mais de cinquenta pessoas só nos últimos cinco anos.
Ele riu alto. - Você sabe que eu matei, mas você não tem como provar que fui eu. Você não tem nem mesmo como provar que eu estou aqui agora.
- Você tem um ótimo álibi.
- Meu álibi é gostoso, concordo. - ele riu.
- Foi você que disse isso. - senti uma leve náusea em imaginar o homem nu. Que merda, porque eu pensei isso? - Ele cresceu comigo, não me faça pensar esse tipo de coisa de alguém que eu considero um irmão.
O rapaz juntou sua mochila nas costas e ajeitou as luvas.
- Não deseje meu homem, Jackson. - ele disse com ar de riso. - E, antes que você me pergunte, eu acertei um tiro no Taehyung pra que eles recuassem, e depois fiquei atirando no chão ou em qualquer outra pessoa. Eu só matei um, ok? Se eu não matasse ninguém, os homens do Seng iam perceber.
- Seu jogo duplo é muito mais perigoso do que o meu.
- Eu tenho o rabo preso, Jackson. E você comigo. Quando você começar a contar a sua parte da história, eu espero que se lembre disso. Eu sei onde você mora e você sabe... que eu vou até o inferno fazer a sua alma queimar comigo.
- Apesar de ser tentador ter minha alma com a sua queimando pela eternidade, eu não quero morrer. Eu sei que não sou só eu que você vai levar junto.
Ele deu um sorriso perverso. - Que bom que sabe. Eu preciso ir. Te vejo depois?
- Se for ver meu depoimento...
- Vou abrir um espaço na agenda exclusivamente pra isso. Faz seus homens terminarem o serviço, e como você mesmo fala... I'm out.
- Two out.
Eele se foi. Limpo, sem uma mancha sequer de sangue em suas mãos, provavelmente voltar para o distrito, trabalhar mais um pouco, encerrar o expediente e depois voltar para casa, beber um bom vinho e depois dormir. Era odioso o quanto ele era perfeito e o quanto fazia as coisas bem. Eu o odiava e o admirava, e por esse motivo junto com tantos outros que não tinham a ver com ameaças, é que eu não o entregava. Mas eu ia entregar o que? Um nome? Ele tinha dinheiro o suficiente para fugir pra qualquer lugar e começar uma vida completamente diferente. E eu? Morreria, junto com as pessoas que fossem mais importantes para mim, e provavelmente eu seria o último a morrer, e imploraria pela morte, porque da mesma forma que metade dele era carinho e compreensão, a outra metade era pura maldade, ódio e psicopatia.
Fui até a janela que ele estava apoiado, de lá de cima vi os homens de Taehyung perceberem que os ataques cessaram, e eles começaram a atirar uns contra os outros. Toda vez que alguém recarregava, era prontamente coberto pelo outro; vi Namjoon se jogar na frente de Seokjin enquanto ele carregava a arma não sei quantas vezes, e Jin... fazia o mesmo. Eu não era capaz de fazer algo assim, eu trabalhava sozinho, não era acostumado a dar cobertura a ninguém, e detestava ter que fazer isso. E lá estava ele, disposto a tomar tiros por alguém que conhecia a pouco tempo.
Yoongi passava mais tempo dando cobertura ao Jimin do que atirando propriamente dito, afinal, dos dois o Namjoon tinha a mira melhor, era mais acostumado com campo, apensar de ser mais novo. Levantei o olhar, um dos homens de Seng estava do outro lado, e ele levantou a arma para Yoongi. Ninguém havia visto, então eu agi por impulso, um impulso que eu nem sabia que teria, em outros tempos. Peguei minha arma e atirei contra o homem, derrubando-o antes mesmo que ele pudesse tentar qualquer coisa, e, claro, Yoongi sequer percebeu.
Eu tinha acabado de salvar a vida dele, e ele nunca saberia disso.
POV JIMIN
Yoongi atirou no ombro do último homem que ainda estava em pé. Meus braços doíam e a tensão estava espalhada pelo meu corpo inteiro. Cansado, muito cansado, mas não tinha tempo para estar cansado. O fogo cessou, não se ouvia mais tiros ou qualquer coisa.
- PRENDAM TODOS ELES, E LEVEM PRA ENFERMARIA OS QUE PRECISAM. - gritou Taehyung. - Chen vai te rum bocado de trabalho.
- Ele vai gritar com todo mundo. - Yoongi se aproximou, guardnaod a arma. - Está tudo bem, vocês estão bem?
- Sim, estamos. - olhei para Tae que concordou com a cabeça. - E você?
- Deu todo certo. - ele sorriu pequeno.
Namjoon e Jin vieram abraçados, conferindo se um e outro estavam bem.
- Podemos voltar?
- Vamos prender todos os que estão aqui. - me respondeu Yoongi. - Hope? Traga ambulância e reforços, vamos prender cerca de vinte homens.
"Okay.". ouvimos pelo rádio.
- Acabou? - eu perguntei para eles, e ouvi-os concordar, menos Yoon.
- Eu quero ver o depoimento do Jackson. - ele disse muito sério.
Na verdade, todos nós queríamos.
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